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5, n. 1, Janeiro-Abril/2021 This work is licensed under a Creative
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4.0 International License
Análise da aplicação da ferramenta BSC na
gestão pública em municípios de Mato Grosso sob a perspectiva dos gestores do
planejamento
Beatriz Navarro Ferreira
beatriz.navarrof@gmail.com
ORCID 0000-0001-8929-6802
Universidade Federal de
Mato Grosso
Cuiabá, Mato Grosso,
Brasil
Vergilio Prado Sogabe
ORCID 0000-0002-0799-8219
Universidade Federal de
Mato Grosso
Cuiabá, Mato Grosso,
Brasil
RESUMO
O Balanced Scorecard (BSC) é uma
das ferramentas mais utilizadas para medir o desempenho das organizações
servindo de base para um sistema de medição e gestão estratégica, que tem sido
implementada no setor público. No estado de Mato Grosso esse modelo passou a ser
utilizado em 23 municípios a partir de uma iniciativa do Tribunal de Contas do
Estado – TCE, por meio do Programa de Desenvolvimento Institucional Integrado –
PDI. O objetivo geral do estudo é descrever como a ferramenta BSC tem
contribuído para o aprimoramento da gestão pública municipal. Mais
especificamente: a) identificar os fatores importantes na correta implementação
da ferramenta BSC na literatura; b) identificar como a ferramenta está sendo
aplicada nos municípios de MT; e c) descrever como a ferramenta é
operacionalizada na percepção dos gestores do controle do planejamento
municipal. A metodologia caracteriza-se como qualitativa básica, do tipo
indutivo com caráter descritivo, por meio da aplicação de um questionário
estruturado. Verificou-se como resultado principal o alinhamento do modelo de
planejamento estratégico dos municípios com o modelo do BSC em suas respectivas
dimensões. Por fim, constatou-se que na percepção dos respondentes a ferramenta
foi implementada com êxito pelos municípios, favorecendo o aprimoramento da
gestão pública municipal.
Palavras-chave: Balanced Scorecard, Alinhamento, Gestão
Pública.
Analysis of the use
of BSC tool in public management in municipalities of Mato Grosso on the
perspective of planning managers
Abstract
The Balanced Scorecard (BSC) is one of the
most used tools to measure the performance of organizations serving as the
basis for a system of measurement and strategic management, which has been
implemented in the public sector. In the state of Mato Grosso, that model has
been used in 23 municipalities by an initiative of Tribunal de Contas do Estado
– TCE, through the Integrated Institutional Development Program (Programa de
Desenvolvimento Institucional Integrado – PDI, in Portuguese). The general
objective of the study was to describe how the BSC tool has contributed to the
improvement of municipal public management. More especifically: a) to identify
the important factors in the correct implementation of the BSC tool in the
literature; b) to identify how the tool is being applied in the municipalities
of Mato Grosso do Sul; and c) to describe how the tool is operationalized in
the perception of the managers of municipal planning control. The methodology
is characterized as basic qualitative, inductive type with descriptive
character, through the application of a structured questionnaire. The main
result was the alignment of the strategic planning model of the municipalities
with the BSC model in their respective dimensions. Finally, it was found that
in the perception of the respondents the tool was successfully implemented by
the municipalities, favoring the improvement of municipal public management.
Keywords: Balanced Scorecard,
Alignment, Public Management.
Submetido: 05/01/2021
Aceito: 13/03/2021
Publicado: 30/04/2021
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O atual modelo de gestão pública existente
no Brasil provém das diversas modificações a respeito das atividades de
natureza administrativa, que são marcadas pelas relações entre Estado e
Sociedade, onde encontram-se inseridos grupos de pessoas que são comandadas por
um governante.
Dentro desta perspectiva, as primeiras
marcas de uma administração pública são encontradas no período colonial, mais
especificamente na administração pública patrimonial. Diante da necessidade de
se distinguir público e privado e da determinação de um método de governo que
fosse mais racional e eficiente e que substituísse os regimes autoritários,
surge por volta da década de 30, a administração pública burocrática (HELAL;
DIEGUES, 2009). Em meio a um cenário político conturbado nas décadas de 80 e
90, surge a administração pública gerencial, como um meio de enfrentar a crise
sofrida e para que se tornasse possível a transformação dos serviços prestados
pelo governo, tornando-os mais eficientes, sendo assim uma gestão orientada para
o cidadão e para o alcance de resultados (ANTONIO et al., 2016).
Portanto, a administração pública gerencial
trouxe a descentralização do poder, as noções de eficiência e eficácia e os
primeiros conceitos acerca de avaliação de desempenho dos colaboradores. E como
forma de medir o desempenho das organizações, tanto públicas quanto privadas,
são usados alguns recursos como os indicadores de desempenho, que são um
conjunto de medidas que focam a respeito dos aspectos do desempenho
organizacional (PARMENTER, 2007).
Considerando o histórico da administração
pública no Brasil, um importante marco a ser mencionado foi a criação do
Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização - GesPública,
instituído pelo decreto 5.378/2005, com o objetivo de implantar soluções que
permitissem o aperfeiçoamento dos sistemas de gestão das organizações públicas,
possuindo em seus documentos norteadores um manual de modelo de excelência em
gestão pública que abrange orientações para que a administração pública alcance
a excelência.
Para que se possa implantar a excelência nas
organizações públicas ou utilizar os indicadores de desempenho antes de mais
nada é necessário um planejamento estratégico, que segundo Oliveira (2010, p. 17),
“é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se
estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa” ou seja o planejamento
é um processo de definição das melhores estratégias a serem utilizadas para se
chegar a objetivos predeterminados.
Uma das ferramentas mais utilizadas para
medir o desempenho da organizações é o Balanced Scorecard (BSC), sendo uma
metodologia que de acordo com Kaplan e Norton (1997 apud HERRERO FILHO, 2005, p. 25) “traduz a missão e
a visão das empresas num conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve
de base para um sistema de medição e gestão estratégica”. Essa ferramenta foi
inicialmente pensada para o setor privado, porém aos poucos tem sido
implementada no setor público, como forma de contribuir na inserção de uma
cultura de medição de desempenho e de auxiliar no aumento da capacidade da
organização de reagir as demandas externas (GHELMAN; COSTA, 2006).
No estado de Mato Grosso, esse modelo passou
a ser utilizado em alguns municípios a partir de uma iniciativa do Tribunal de
Contas do Estado – TCE, por meio do Programa de Desenvolvimento Institucional
Integrado– PDI desenvolvido pela Secretaria de Apoio às Unidades Gestoras –
SAUG.
Tendo em vista o modelo de administração
pública onde prevalece a cultura da falta de planejamento e a experiência de
utilização da ferramenta BSC nas prefeituras de 23 municípios do estado de Mato
Grosso, estabeleceu-se o seguinte problema de pesquisa: Como está sendo
aplicada a ferramenta BSC nos municípios que participam do programa PDI em MT?
O Objetivo geral foi descrever como a
ferramenta Balanced Scorecard – BSC tem contribuído para o aprimoramento da
gestão pública municipal. De maneira específica buscou-se a) identificar os
fatores importantes na correta implementação da ferramenta BSC na literatura;
b) identificar como a ferramenta está sendo aplicada nos municípios de MT; e
por fim, c) descrever como a ferramenta é operacionalizada na percepção dos
gestores do controle do planejamento municipal.
Do ponto de vista social, uma melhor gestão
possibilita um aumento da qualidade na prestação dos serviços públicos, pois
conforme mencionado por Rua (2004, p. 4), os indicadores possibilitam a
“formação de um serviço público eficaz, eficiente, flexível, transparente,
altamente capacitado, profissionalizado e comprometido com o bem-estar da
sociedade”. Do ponto de vista econômico o uso do planejamento estratégico
proporciona uma redução de custos para as organizações, sendo elas privadas ou
públicas, uma vez que busca a otimização dos recursos (SOUZA, 2010). Por fim,
na perspectiva política, pois de certa forma, promove os gestores, uma vez que
resultados positivos obtidos a partir da implementação do planejamento
estratégico eleva a aprovação da gestão responsável que pode proporcionar a
longevidade de sua atuação política.
Planejamento
estratégico e o BSC
O planejamento é uma ferramenta
administrativa que serve como apoio para a tomada de decisões relacionadas com
o alcance dos objetivos almejados, ou seja, está ligado diretamente com as
relações futuras. Pereira
(2010, p. 44) define planejamento como o “processo
formalizado para gerar resultados a partir de um sistema integrado de
decisões”. É também a definição e adoção de objetivos, estratégias e ações
orientadas pelo ambiente, tanto interno quanto externo, que serão utilizadas no
processo de tomada de decisões (GULLO, 2016).
Dessa forma para um funcionamento eficiente
e eficaz das organizações, se faz necessário a implantação de um planejamento
estratégico, que pode ser definido como um processo de formulação de
estratégias elaboradas com o objetivo de alcançar uma visão de futuro (SILVA;
MÁRIO, 2015), sendo as estratégias um conjunto integrado
de ações definidas para explorar competências e obter vantagem competitiva (HITT;
IRELAND; HOSKISSON, 2011). A função do planejamento estratégico
segundo SILVA (2013) é Estabelecer processos, atitudes e
técnicas administrativas, a fim de construir um ambiente sustentável capaz de
avaliar corretamente os resultados futuros das decisões do presente.
Na visão de Ribas, Facini
e Teixeira (2014), o processo de planejamento passa por 3
etapas principais, sendo elas a definição de objetivos, definição dos meios de
execução e definição dos meios de controle. Na primeira etapa são estabelecidos
os objetivos gerais, ou seja, aonde se quer chegar através do planejamento, na
segunda etapa são determinados os meios para se alcançar o objetivo e por fim
na terceira etapa são definidos os meios de controle para verificar se os
objetivos estão sendo cumpridos.
No entanto, apenas estas etapas não bastam
para um planejamento estratégico eficaz, de modo que, se faz necessário o uso
da administração estratégica, definida como um “processo contínuo e interativo
que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado a
seu ambiente” (CERTO et al., 2005, p. 3) ou ainda como “todo o processo de escolha,
planejamento, execução e avaliação de escolhas” (SERTEK;
GUINDANI; MARTINS, 2007, p. 42).
Os conceitos de planejamento estratégico e
administração estratégica são distintos, porém funcionam em conjunto e se
complementam. Enquanto o planejamento estratégico trata do processo de tomada
de decisões, a administração estratégica se preocupa em obter resultados, como
aumento de lucratividade ou um maior comprometimento dos membros da organização
a cumprir metas e objetivos. As etapas básicas da administração estratégica
incluem análise do ambiente, estabelecimento da diretriz organizacional,
formulação da estratégia, implementação da estratégia e controle estratégico (CERTO et al., 2005).
O primeiro passo da administração
estratégica é a análise do ambiente, através da avaliação do ambiente externo e
interno para identificação de possíveis oportunidades e riscos que possam
influenciar o alcance de metas da empresa (CERTO et al., 2005). Um método muito utilizado nessa etapa de
diagnóstico do ambiente é a Matriz Swot (Strenght, Weaknesses, Opportunities e
Threats), com o objetivo de reunir os pontos fortes, pontos fracos,
oportunidades, ameaças e relacioná-los (PEREIRA,
2010).
No estabelecimento da diretriz
organizacional são definidos a missão e os objetivos, sendo a missão a razão de
ser da empresa e os objetivos as metas que ela possui. Em seguida são
formuladas as estratégias de ação que a organização em questão precisa realizar
para atingir seus objetivos. No entanto não basta apenas definir as
estratégias, elas precisam ser colocadas em prática para que a empresa possa obter
os resultados desejados.
A etapa final é a de controle estratégico, Ribas, Facini
e Teixeira (2014) definem que o controle possui a finalidade
de avaliar as etapas anteriores do processo de desenvolvimento. Já o controle
estratégico é um tipo específico de controle organizacional que se preocupa em
monitorar e avaliar o processo de administração estratégica afim de melhorá-lo,
para isso são realizadas três etapas distintas, a primeira que mede o desempenho
organizacional, a segunda que compara o desempenho organizacional com os
objetivos estabelecidos e pôr fim a etapa que determina a ação corretiva (CERTO et al., 2005).
Uma das ferramentas gerenciais mais
utilizadas para implantar um sistema de planejamento estratégico e controle
organizacional é o Balanced Scorecard, que cria mapas estratégicos a partir de
quatro perspectivas: perspectiva financeira, perspectiva dos clientes,
perspectiva dos processos internos e perspectiva do aprendizado e crescimento (PEREIRA,
2010).
O Balanced Scorecard (BSC) é um “sistema de
gestão que traduz a estratégia de uma empresa em objetivos, medidas, metas e
iniciativas de fácil entendimento pelos participantes da organização” (HERRERO
FILHO, 2005, p. 26). Desenvolvido por Kaplan e Norton em 1992,
com o foco principal de traduzir a visão da organização em ações concretas, por
meio do estabelecimento de metas e indicadores de desempenho (COSTA, 2003). É um sistema que controla desde a
identificação das necessidades até a motivação das melhorias dos processos e
produtos, gerando um ambiente apropriado para o alinhamento estratégico
organizacional (FELIX;
FELIX; TIMÓTEO, 2011). O BSC ainda possibilita uma tomada de
decisões com base no alinhamento das medidas de desempenho com as metas e
estratégias da organização, portanto quanto maior o grau de alinhamento, maior
a sintonia entre os objetivos estratégicos (LUCIANETTI;
BATTISTA; KOUFTEROS, 2019).
Sua metodologia propõe a tradução da missão
e visão em objetivos e medidas através de um mapa estratégico, classificados
sob a ótica de quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos
internos e de aprendizado e crescimento, conforme a Figura 1 (KAPLAN;
NORTON, 1997). A perspectiva financeira indica se a
estratégia de uma empresa está contribuindo para a melhorias dos resultados
financeiros, assim os objetivos estão relacionados a lucratividade (KAPLAN;
NORTON, 1997).
Figura 1. Perspectivas do BSC
Fonte: Kaplan e Norton
(1997)
A perspectiva dos clientes avalia se a
proposta de valor da empresa para os clientes está produzindo resultados
positivos relacionados a satisfação do cliente, conquista de novos clientes,
retenção de clientes e outros. Na perspectiva de processos internos, são
identificados os processos críticos em que a empresa precisa alcançar a
excelência para que possa impactar na satisfação dos clientes e nos objetivos
financeiros. E a perspectiva da aprendizagem e do conhecimento identifica se a
aprendizagem, a conquista de novos conhecimentos e o domínio de competências
são viáveis para o desempenho das perspectivas anteriores (HERRERO
FILHO, 2005).
Kaplan e
Norton (1997) dizem que as medidas do BSC devem ser
usadas de diferentes maneiras, como para articulação de estratégias,
comunicação de estratégias e suporte no alinhamento de iniciativas individuais,
organizacionais e interdepartamentais, os autores ainda afirmam que o Balanced
Scorecard não deve ser utilizado somente como um sistema de controle, mas sim
como um sistema de comunicação, informação e aprendizado.
No ambiente competitivo onde estão inseridas
as organizações, um dos desafios mais complexos para os gestores é o
alinhamento entre as metas individuais e as metas estratégicas da empresa (HERRERO
FILHO, 2005). É importante destacar que o suporte da
alta administração é indispensável para a eficácia do BSC, onde o
comprometimento e a liderança desta gestão são fatores chaves para um bom
desempenho (LUCIANETTI;
BATTISTA; KOUFTEROS, 2019).
Contudo a comunicação das estratégias a
todos os níveis da organização, desde a alta administração até a gestão de
base, são uma maneira de garantir que todos estejam alinhados ao cumprimento do
objetivo final da estratégia, sendo importante também que toda organização
participe da criação das estratégias e não somente a alta administração, pois
dessa forma será possível uma combinação de diversos tipos de conhecimento que
contribuíram para o êxito do BSC, evitando que ele seja comprometido (NASCIMENTO
JÚNIOR; SILVA; MOTA, 2014).
No entanto para que as pessoas se sintam
motivadas a estarem envolvidas com as mudanças estratégicas elas precisam
identificar oportunidades de recompensas e crescimento pessoal (HERRERO
FILHO, 2005), porém no BSC a falta de esquemas de
incentivo tem sido considerado uma barreira a eficácia do sistema, portanto os
incentivos no BSC merecem uma atenção maior, visto que é uma ferramenta que
pode ser reforçada quando as medidas de desempenho estão alinhadas com o
esquema de recompensas (LUCIANETTI;
BATTISTA; KOUFTEROS, 2019).
Tendo em vista que o planejamento
estratégico é uma ferramenta que auxilia o processo de tomada de decisões para
o alcance de objetivos futuros, a próxima seção irá abordar a respeito da
utilização do planejamento estratégico na Administração Pública.
Planejamento
estratégico na administração pública
É perceptível a importância dada ao planejamento estratégico
nos setores públicos e privados, visto que empresas e organizações públicas tem
passado por mudanças nos ambientes econômico, social, tecnológico e político,
dessa forma tornou-se necessário à adaptação as mudanças para que as
organizações possam evoluir diante dessa conjuntura (PEREIRA,
2007).
Sendo assim, a prática do planejamento
estratégico pode ser considerada essencial na gestão das organizações, pois
traz inúmeros benefícios como a conquista de uma maior visão de futuro, um
melhor preparo para reagir diante das dificuldades, identificação de
oportunidades e integração de áreas e pessoas na execução dos objetivos (REBELO;
ALMEIDA, 2008).
É notável que com o passar dos anos os
cidadãos ficam cada vez mais exigentes em relação à prestação dos serviços
públicos. Portanto na administração pública o planejamento pode ser considerado
o ponto de partida da eficiência e da eficácia, uma vez que ele determinará os
rumos da gestão, o que reflete na qualidade dos serviços prestados (SILVA et al., 2013).
A administração pública contempla todo
“conjunto de ideias, atitudes, normas, processos, instituições e outras formas
de conduta humana que trabalham no sentido de exercer a autoridade política a
fim de atender os interesses públicos” (SILVA et al., 2013, p. 91). No processo de gestão da administração
pública o maior desafio encontrado é conseguir transformar os processos
burocráticos em processos mais flexíveis e isso pode ser superado através do
uso de instrumentos de gestão como o planejamento estratégico.
Antes de se mencionar sobre as etapas de
implantação do planejamento estratégico em organizações públicas é fundamental
a compreensão acerca dos conceitos de eficiência, eficácia e efetividade, pois
são essenciais no contexto do setor público. Conforme Chiavenato
(2008), a eficácia está relacionada à realização
de algo de maneira certa, estando vinculada ao alcance de objetivos, enquanto a
eficiência consiste na forma pela qual realiza-se algo, ou seja, o caminho
percorrido para se atingir o objetivo de maneira que seja consumido os recursos
necessários de forma racional. E a efetividade “preocupa-se em identificar em
que medida os resultados de uma ação trazem benefício à população” (REBELO;
ALMEIDA, 2008).
Não há um consenso ou uma definição exata
das etapas a serem seguidas na elaboração do planejamento estratégico, pois
como é uma ferramenta flexível, pode ser adaptada de acordo com a necessidade
do ambiente a ser inserida. Entretanto, Pereira
(2007) define que a implementação do planejamento
estratégico em uma organização pública consiste na realização dos seguintes
passos: Sensibilização e mobilização de atores, diagnóstico prévio, oficinas,
implementação, monitoramento e revisão. No primeiro passo ocorre a definição de
quem planeja, a fase de diagnóstico visa identificar os problemas existentes,
as oficinas são uma série de atividades desenvolvidas, como análise do ambiente
e definição de estratégias.
No passo de implementação são realizados
procedimentos específicos para agregar as ações estabelecidas nas oficinas no
dia a dia da organização, já o monitoramento buscar identificar os indicadores
de resultados, indicadores de processo e indicadores contextuais. E por último
na revisão, conforme os dados e informações obtidas no monitoramento, é
realizada uma atualização do planejamento, com vista ao aperfeiçoamento do
sistema (PEREIRA,
2007).
Vale ressaltar que a maior ênfase no
planejamento no setor público se deu a partir da Constituição Federal de 1988,
onde o orçamento público foi aliado ao planejamento, juntamente com a Carta
Magna que apontou a integração de ferramentas de planejamento no setor público,
destacando assim o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) (SILVA et al., 2013). Esses instrumentos, no entanto, dão ênfase
ao planejamento financeiro, sem considerar o aspecto tático e operacional.
Como já mencionado as organizações públicas
precisam adaptar-se às mudanças sofridas nos ambientes nos quais elas estão
inseridas e para além disso devem também saber lidar com outros fatores, como o
crescimento dos gastos do setor público, o atendimento da necessidade da
população de serviços de qualidade, entre outros desafios que forçam os
gestores a buscarem a eficiência e eficácia nas atividades exercidas, conforme
afirmam Kaplan e
Norton (1997, p.189) “no caso das empresas públicas e
instituições sem fins lucrativos, o sucesso deve ser medido pelo grau de
eficácia e eficiência com que essas organizações atendem às necessidades de
seus participantes”.
Assim para que se possa ser medido esses
índices se faz necessário a utilização de instrumentos como o Balanced
Scorecard para avaliação e monitoramento de desempenho na gestão pública (FARIA;
FERNANDES; GUIMARÃES, 2008). O BSC foi inicialmente utilizado no setor
privado, mas dado a demanda tem sido implantado no setor público, porém
considerando as diferenças existentes entre os setores, onde um tem como foco o
lucro e outro o foco na satisfação do cidadão, a ferramenta precisa de
adaptações para que tenha sucesso em sua aplicação (BEMFICA;
CALLADO, 2016).
No que se refere às perspectivas do BSC, a
que está ligada ao cidadão é a perspectiva de clientes, que “permite que as
empresas alinhem suas medidas essenciais de resultados relacionados ao clientes
– satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade – com segmentos
específicos de clientes e mercados” (KAPLAN;
NORTON, 1997, p. 67), permite também a criação de uma proposta
de valor capaz de atender às necessidades do cliente, que no caso do setor
público é o cidadão, qual possui necessidades que precisam ser supridas para
estar satisfeito. Portanto essa é uma perspectiva essencial no BSC da gestão
pública.
De acordo com Silva (2009) uma adaptação que deve ser realizada diz
respeito à alteração da posição da perspectiva financeira, que deixa de
aparecer no topo para dar lugar à perspectiva de clientes, o que é justificado
pelo fato do objetivo das organizações públicas serem distintas das privadas.
Apesar das facilidades de adaptação da ferramenta, existem algumas complicações
na efetiva implementação do BSC na gestão pública, como a dificuldade em
definir indicadores que monitorem o desempenho da entidade (PEDRO, 2004), a resistência a mudanças (SILVA, 2009), a complexidade e o tempo ligado ao
desenvolvimento e revisões periódicas dos indicadores (LUCIANETTI;
BATTISTA; KOUFTEROS, 2019) e ainda a maior dificuldade segundo Kaplan e
Norton (2001) está relacionada a definição de
estratégias.
No que tange ao desenvolvimento e revisões
periódicas do BSC, os autores Lucianetti,
Battista e Koufteros (2019) afirmam que as atualizações da ferramenta
são mais importantes até que o processo de desenvolvimento e implementação,
sendo assim se faz necessária a revisão regular dos resultados, podendo ser de
3 a 4 vezes ao ano ou até mesmo uma vez por mês, conforme a necessidade da
organização.
Indicadores
de desempenho
Um conceito de indicadores é dado por Helou Filho e Otani
(2006, p. 9) em que os indicadores “são funções que
permitem obter dado ou informação numérica sobre as medidas relacionadas a um
sistema, um processo, um produto ou uma grandeza, sendo utilizados para
acompanhar e melhorar os resultados do objeto de estudo ao longo do tempo”.
Os indicadores de desempenho podem ser
considerados uma ferramenta de gestão capaz de analisar os resultados dos
processos realizados dentro das organizações de forma mais direcionada, levando
em consideração que o desempenho é algo único e específico este pode ser
definido como “ a soma de esforços em direção a resultados a serem obtidos” (LANGWINSKI,
2013, p. 24).
Souza (2010,
p.52) diz que:
Um sistema de
indicadores de desempenho bem planejado e estruturado oferece a possibilidade
de um grau maior de compromisso com resultados, mediante a determinação de
metas de desempenho que expressem os sucessos esperados em termos de quantidade
e qualidade dos serviços prestados e da efetividade e eficiência com que são
oferecidos.
Dessa forma a função dos indicadores de desempenho
é fornecer dados para que as organizações possam verificar se as melhorias
implementadas produziram resultados positivos, como as atividades estão sendo
realizadas, se os objetivos estão sendo atingidos e que aspectos necessitam de
mudanças (HELOU FILHO;
OTANI, 2006).
Quanto a classificação dos indicadores de
desempenho Morissete (1977 apud
ZANIN et al., 2015) os classifica em indicadores financeiros e
não financeiros, sendo o indicador financeiro uma medida quantitativa que é
expressa em valores monetários como o lucro, enquanto os indicadores não
financeiros também são uma medida quantitativa mas que não é expressa em valor
monetário, como a participação no mercado.
Levando em consideração que os indicadores
de desempenho são uma ferramenta de grande importância para a gestão
empresarial e que diversos são os modelos de indicadores, pode-se mencionar que
“uma das mais relevantes contribuições para o processo de gestão estratégica
mediante o uso de indicadores deve-se ao Balanced Scorecard, que complementa os
indicadores financeiros” (ARAUJO, 2001, p.100).
Indicadores
de desempenho na administração pública
Dado o atual modelo de administração pública
gerencial orientada para a busca de resultados e com foco no cidadão, é
possível notar que o governo vem realizando diversos esforços com vista a
modernização da gestão pública e consequente melhoria da qualidade dos serviços
prestados, com uma visão voltada para “formação de um serviço público eficaz,
eficiente, flexível, transparente, altamente capacitado, profissionalizado e
comprometido com o bem-estar da sociedade” (RUA, 2004,
p. 4).
Pode-se mencionar como um desses esforços a
utilização de indicadores de desempenho, que “são instrumentos que permitem
identificar e medir situações de uma realidade dada, pois traduzem de forma
mensurável aspectos que se pretende aferir ou monitorar” (JESUS et al., 2014,p.6). No âmbito da gestão pública os indicadores
“são instrumentos que contribuem para identificar e medir aspectos relacionados
a um determinado fenômeno decorrente da ação ou da omissão do Estado” (MINISTÉRIO
DO PLANEJAMENTO, 2012, p.16).
Dessa forma o principal objetivo dos
indicadores na administração pública é o de auxílio aos gestores públicos,
principalmente no que se refere ao processo de tomada de decisões, pois estas
pessoas passarão a pensar de maneira estratégica e deixarão de realizar
decisões apenas pela intuição, uma vez que as decisões serão tomadas a partir
das informações obtidas por meio dos indicadores.
O desempenho no âmbito governamental está
ligado aos conceitos de eficiência e eficácia, nesse contexto a eficiência é a
capacidade de realizar uma atividade com o menor custo e a eficácia verifica se
os objetivos anteriormente definidos para realização da atividade estão sendo
atendidos, além de recentemente terem sido incorporados as dimensões do
desempenho orçamentário, foco e qualidade na prestação de serviços (BONNEFOY;
ARMIJO, 2005).
Conforme Bonnefoy e
Armijo (2005), os indicadores ainda possuem duas funções, a função descritiva e função
avaliativa. A primeira se refere ao fornecimento de informações sobre o estado
de um programa público, enquanto a função avaliativa acrescenta valor a essa
informação, com base no objetivo de desempenho de um determinado programa
público, se ele é ou não adequado. Os autores ainda classificam os indicadores
de desempenho no âmbito público em indicadores que fornecem informações sobre o
ponto de vista do desempenho público na geração de insumos, processos e
atividades, produtos e resultados finais e indicadores ligados ao desempenho
dessas dimensões na eficiência, eficácia, qualidade e economia.
Rua (2004) ainda classifica os indicadores em
indicadores estratégicos, que refletem o desempenho em relação aos objetivos
estratégicos da organização, indicadores de processo, que medem a eficiência e
a eficácia do processo e neles estão inclusos os indicadores de qualidade,
produtividade e capacidade e indicadores de projetos, que acompanham e avaliam
a execução de projetos, além de definir que para os indicadores se tornem
viáveis e práticos precisam de alguns atributos como adaptabilidade,
representatividade, economia e estabilidade.
Sendo assim, “os indicadores podem e devem
ser utilizados para melhorar a gestão interna já que permitem o controle das
atividades, a motivação dos colaboradores e a identificação de problemas e
possíveis soluções” (JESUS et al., 2014, p.7).
PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
Como se deseja conhecer a visão de um
determinado público alvo, sobre um tema específico com base na revisão
bibliográfica e nas respostas obtidas através do instrumento de pesquisa
aplicado, a pesquisa é definida como de natureza qualitativa de carácter indutivo
com objetivo descritivo.
O método indutivo parte da observação de
fatos ou fenômenos cujos motivos se deseja conhecer, comparando as relações
existentes para assim poder realizar a generalização (GIL, 2008). E descritiva pois “observa, registra,
analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do
pesquisador” (PRODANOV;
FREITAS, 2013, p. 52). Além de ser um estudo transversal, pois os
dados foram coletados em um determinado ponto no tempo.
A população alvo são os gestores das
prefeituras de 23 municípios do estado de Mato Grosso que participam do
Programa de Desenvolvimento Institucional Integrado, do Tribunal de Contas de
Mato Grosso. A amostra escolhida foi a não-probabilística por conveniência,
pois dentro da população foram selecionados os indivíduos que tiveram
disponibilidade e que fizessem uso da ferramenta BSC, conforme a descrição
realizada por Hair Junior et al. (2005, p. 247) em que “a amostra por conveniência envolve
a seleção de elementos de amostra que estejam mais disponíveis para tomar parte
no estudo e que podem oferecer as informações necessárias”.
O instrumento de coleta de dados utilizado
foi um questionário estruturado que é uma técnica de investigação que conforme Gil (2008,
p.121) é constituída por um “conjunto de questões
que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre
conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas (...)
etc.”. Esse instrumento foi escolhido pela praticidade na coleta e organização
dos dados junto a um público mais heterogêneo e geograficamente disperso.
O questionário aplicado foi retirado dos
estudos de Lucianetti,
Battista e Koufteros (2019), contendo 19 perguntas do tipo fechadas,
que possibilita ao respondente a escolha de apenas uma alternativa entre as
diversas apresentadas e como forma de mensuração dessas questões foram
utilizadas afirmativas do tipo discordo totalmente à concordo totalmente,
dentro da escala de Likert que “consiste em tomar um construto e desenvolver um
conjunto de afirmações relacionadas à sua definição, para as quais os
respondentes emitirão seu grau de concordância” (SILVA
JÚNIOR; COSTA, 2014, p. 5). A aplicação dos questionários se deu via
formulário eletrônico na plataforma Google Docs. O link do formulário foi
disponibilizado via e-mail e WhatsApp para os respondentes dos 23 municípios.
No entanto, o retorno foi muito pequeno, apenas 14 questionários respondidos,
além disso, foram invalidados 2 questionários, o que resulta numa amostra
considerada muito pequena de apenas 12 gestores, no entanto, é uma amostra
representativa de mais de 50% dos municípios que participam do programa.
Para análise dos dados foi adotada uma
abordagem de pesquisa qualitativa básica, que “envolve a obtenção de dados
descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto
do pesquisador com a situação estudada procurando compreender os fenômenos
segundo a perspectiva dos sujeitos” (GODOY, 1995,
p. 58), com a intenção de descrever a percepção e
vivência dos gestores em relação a aplicação do modelo do BSC na realidade organizacional
de suas prefeituras. De forma complementar, buscou-se comparar essa percepção
dos gestores com as indicações da literatura para uma melhor implementação da
metodologia do BSC.
Entre as limitações dessa pesquisa
destaca-se o uso do questionário estruturado como instrumento de coleta de
dados, uma vez que limita drasticamente a capacidade de captar as percepções e
impressões pessoais dos respondentes. Outra limitação foi o baixo número de
respondentes.
Caracterização
do objeto de estudo
O Tribunal de Contas do Estado de Mato
Grosso é o órgão responsável pela fiscalização e controle das contas públicas
do Estado, criado em 1953 a partir da lei constitucional nº.02 que extinguiu a
comissão legislativa, que antes era responsável por gerir as contas públicas e
cria o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT). Algumas das
atividades exercidas pelo TCE-MT se referem a emissão de parecer sobre as
contas prestadas anualmente pelo governador e pelo prefeitos municipais,
julgamento das contas dos responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, fiscalização do cumprimento de normas, entre
outros (TRIBUNAL DE
CONTAS DE MATO GROSSO, [s.d.]).
No ano de 2012 o Tribunal de Contas
instituiu o Programa de Desenvolvimento Institucional Integrado (PDI) com o
objetivo de contribuir no aprimoramento da eficiência nos serviços públicos,
através de um modelo de administração pública voltada para os resultados. O
programa possui o foco de estabelecer ações transversais capazes de promover o
desenvolvimento integrado e permanente do TCE-MT e de todas as instituições
públicas por ela fiscalizadas (MATO GROSSO,
2013).
O PDI pretende inserir a cultura do
planejamento, da transparência, da eficiência e da inovação na administração
pública e na sociedade de Mato Grosso, para isso foram criados cinco projetos:
Apoio ao planejamento estratégico; incentivo ao acesso à informação e à
consciência cidadã; orientação por meio de cursos presenciais e a distância;
controle gerencial utilizando o sistema Geo-Obras e modernização institucional.
Posteriormente foi incluído o projeto TCEndo a cidadania.
O projeto 1 de apoio ao planejamento
estratégico, possui o objetivo de disseminar a cultura do planejamento
estratégico e da administração pública gerencial nas unidades fiscalizadas pelo
TCE-MT, isso ocorre por meio de fornecimento de ferramentas tecnológicas e
orientação técnica das equipes (MATO GROSSO,
2013). Atualmente o PDI está sendo desenvolvido
nos seguintes municípios: Água Boa, Alta Floresta, Cáceres, Campo Verde,
Chapada dos Guimarães, Confresa, Cuiabá, Diamantino, Itiquira, Jaciara,
Juscimeira, Juína, Lucas do Rio Verde, Nortelândia, Primavera do Leste,
Querência, Rondonópolis, São Félix do Araguaia, São José dos Quatro Marcos,
Sapezal, Sinop, Tangará da Serra, Tapurah e Várzea Grande.
APRESENTAÇÃO
E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Dos municípios integrantes do Programa de
Desenvolvimento Institucional Integrado, participaram dessa pesquisa, apenas os
gestores dos municípios de Água Boa, Campo Verde, Confresa, Cuiabá, Jaciara,
Juína, Nortelândia, Querência, São Félix do Araguaia, São José do Quatro
Marcos, Sinop e Várzea Grande, o que compreende apenas metade da amostra
pretendida.
Na busca de avaliar
o nível de desenvolvimento que se encontra a ferramenta BSC na gestão pública
dos municípios de Mato Grosso participantes da pesquisa, identificou-se que 11
de 12 respondentes descreveram que o nível de desenvolvimento do BSC na sua
organização é de uma estrutura multidimensional, o qual combina medidas
estratégicas financeiras e não financeiras, que descreve a estratégia usando
relações de causa e efeito e que ainda implementa a estratégia definindo
objetivos, planos de ação, resultados e incentivos com o BSC.
Com base na literatura esse resultado indica
que os municípios estão alinhados com a recomendação de Kaplan e
Norton (1997) sobre o equilíbrio entre medidas
financeiras e não financeiras no BSC, e ainda, corrobora com Bemfica e
Callado (2016) que descrevem o BSC como uma ferramenta
composta por uma estrutura de objetivos e metas que interagem dentro de uma
lógica de causa e efeito, possibilitando a medição do desempenho organizacional
sob quatro perspectivas do mapa estratégico.
Quanto à aplicação da ferramenta por meio da
utilização do mapa estratégico em associação com as 4 perspectivas do BSC,
novamente 11 de 12 respondentes afirmam utilizar esse modelo padrão de
perspectivas, o que está de acordo com a definição do BSC de Pereira
(2010), que descreve a implantação do planejamento
estratégico e controle organizacional através de mapas estratégicos a partir de
quatro perspectivas.
No que diz respeito à comunicação das
estratégias definidas no BSC aos níveis organizacionais, identificou-se uma
tendência maior de respostas positivas concordando com a ampla comunicação para
os níveis de alta gestão, gestão intermediária e gestão de base, ou seja, os
gestores acreditam que todos ou pelo menos a maioria dos indivíduos da
organização, independente de seu nível organizacional conhecem as estratégias
do BSC. Esse resultado vai ao encontro com o mencionado pelos autores Nascimento
Júnior, Silva e Mota (2014) em que a comunicação da estratégia a todos
os níveis da organização e não somente a alta administração pode assegurar que
todos os colaboradores estejam envolvidos.
Essa percepção pode ser sustentada pelo fato
do TCE-MT fornecer de forma gratuita a plataforma do Gerenciamento do
Planejamento Estratégico – GPE, que possibilita o uso de uma ferramenta para
monitoramento e comunicação do desempenho da organização e suas partes em
relação ao planejamento estratégico (TRIBUNAL DE
CONTAS DE MATO GROSSO, 2018).
No que se refere ao grau de alinhamento
interno entre os objetivos estratégicos e as medidas de desempenho incluídas no
BSC observou-se uma tendência positiva para o alinhamento total, pois 10 de 12
participantes afirmaram que os objetivos da sua organização estão totalmente
alinhados com as medidas de desempenho do BSC, o que demonstra a sintonia entre
os objetivos estratégicos, conforme mencionado por Lucianetti,
Battista e Koufteros (2019).
Nos
municípios estudados, verificou-se que em 58,3% deles, os gestores concordaram
que os esquemas de incentivos para os funcionários dependem do desempenho da
equipe e 66,6% das respostas apontam que os incentivos para os funcionários
dependem de medidas de desempenho não financeiras. Quanto aos incentivos para
os funcionários dependerem do sistema BSC, as respostas apresentaram uma
tendência mais negativa, o que pode significar que nas organizações em questão
as recompensas não dependem exclusivamente do BSC.
Como se trata de organizações públicas
geralmente as recompensas dos funcionários são estáveis e estão ligadas ao
cargo para o qual prestaram o concurso público (FRANCO et al., 2017). Se existir uma ligação entre o desempenho e os
resultados é uma mudança que aos poucos o setor público vem buscando
implementar. Sendo assim, se a percepção dos respondentes está correta, os
municípios estudados adotam uma gestão de pessoas mais alinhada com o padrão de
recompensas e remuneração, o que destoa do que é identificado por Franco et al. (2017).
Além
dos incentivos dependerem de medidas não financeiras de desempenho foi possível
verificar uma tendência positiva de respostas que demostram que os incentivos
dos colaboradores também dependem de medidas de desempenho financeiras. E por
fim no que tange à esta análise, a respeito dos incentivos do BSC, cerca de 75%
dos gestores dizem que eles dependem do desempenho individual do funcionário,
ou seja, a necessidade do desempenho individual é maior do que a do desempenho
da equipe. Esses resultados, indicam que
os incentivos não seriam um fator considerado como uma barreira à eficácia do
sistema, o que destoa com o mencionado anteriormente por Lucianetti,
Battista e Koufteros (2019), e não aparenta ser a realidade das
organizações públicas brasileiras.
Sabe-se
que o modelo do BSC criado por Kaplan e
Norton (1997) abrange a perspectiva financeira,
perspectiva de clientes, perspectiva de processos internos e perspectiva de
aprendizado e crescimento, assim os gestores tiveram que atribuir uma pontuação
a estas perspectivas de acordo com o nível de sua importância para a
organização, com isso foi possível ver um certo padrão nas respostas, pois a
perspectiva financeira apresentou as maiores respostas dos gestores entre 25 a
30 pontos, a perspectiva de clientes teve uma maior oscilação, apresentando
respostas entre 20 a 30 pontos e as perspectivas de processos internos e aprendizado
e crescimento, obtiveram uma distribuição mais uniforme em torno dos 25 pontos.
Esses resultados indicam que na percepção
dos respondentes as quatro perspectivas sugeridas no BSC têm o mesmo grau de
importância para as prefeituras. Foi dada aos participantes a possibilidade de
incluir outra perspectiva além daquelas propostas pelo BSC, apenas duas
respostas mencionaram outras perspectivas, uma mencionou convênios e outra
parcerias, dimensões que aparente estão relacionadas e que demandam uma investigação
mais profunda em estudos futuros.
Dentro dessas perspectivas estão inseridas
as medidas de desempenho ou indicadores de desempenho, dessa forma os gestores
foram questionados acerca do número de medidas de desempenho utilizadas pelos
seus municípios, as respostas podem ser visualizadas no Gráfico 1.
Gráfico 1. Número de medidas
de desempenho utilizadas pelos municípios
Fonte: Dados da pesquisa
Considerando que o foco do setor público
está em gerar satisfação ao cidadão, diferente do setor privado em que o foco é
o lucro (BEMFICA;
CALLADO, 2016), nesse caso há expectativa de que a
perspectiva dos clientes seja considerada mais relevante pelos respondentes, no
entanto, a maioria dos gestores dos municípios consideram que as medidas de
desempenho financeiras são mais importantes que as medidas de desempenho não
financeiras.
O monitoramento dos
resultados do BSC é tão importante quanto à sua implementação e
desenvolvimento. Tendo em vista que esta é uma ferramenta de controle de
estratégias, os resultados precisam ser revisados regularmente. As respostas
dos gestores mostraram que 50% dos municípios realizam o monitoramento
mensalmente. A realização da avaliação mensal é um fator considerado positivo,
pois está de acordo com a indicação de Lucianetti,
Battista e Koufteros (2019) de revisão regular da ferramenta BSC. Cabe destacar ainda, que 16,7 % dos gestores
afirmaram monitorar diariamente os indicadores, ao passo que 16,7% monitoram a
cada 3 meses ou 6 meses a evolução dos indicadores. Em contrapartida os mesmo
percentual 16,7% afirma que monitora apenas anualmente, um prazo longe do
ideal.
A partir das respostas dos questionários
identificou-se que a maioria dos gestores realizam reuniões a cada três meses
para a discussão do planejamento (58,3%), mas também existe uma frequência
positiva para reuniões a cada mês (16,7%) e a cada semana (16,7%). Apesar de
não haver uma definição exata da periodicidade em que as reuniões de
planejamento devem acontecer, os resultados obtidos evidenciam que há uma
preocupação por parte dos gestores em manter uma maior assiduidade em se
discutir o tema.
De acordo com Lucianetti,
Battista e Koufteros (2019), um maior tempo de uso da ferramenta pode
demonstrar um BSC com um maior nível de maturidade e com maiores chances de um
desempenho organizacional positivo, com geração de resultados melhores. Nesse
sentido, o cenário é favorável, já que segundo os respondentes 84% dos
municípios utilizam o BSC a 4 anos ou mais.
Um dos resultados mais relevantes da
pesquisa foi em relação à participação da alta administração para a eficácia do
BSC na organização, o que é considerado crucial na literatura por Lucianetti,
Battista e Koufteros (2019) e Kaplan e
Norton (1997), essa importância foi confirmada por
aproximadamente 92% dos gestores.
E por fim, para que uma organização obtenha
bons resultados o uso de um sistema de informação eficiente é essencial para
que todas as perspectivas estejam alinhadas e todos os indicadores financeiros
e não financeiros estejam disponíveis para todos os níveis da organização (NASCIMENTO
JÚNIOR; SILVA; MOTA, 2014), porém essa integração pode ser complexa,
uma vez que os baixos níveis de integração do BSC com o sistema de informações
pode prejudicar a eficácia da ferramenta. Assim quanto a percepção dos gestores
em relação a complexidade de integração entre o BSC e os sistemas de informação
da organização, identificou-se uma inclinação de respostas positivas, o que
demonstra a indicação dos gestores sobre a concordância dessa complexidade de
integração nas prefeituras dos municípios de MT. Portanto, essa complexidade
precisa ser observada com uma atenção diferenciada pelos gestores que almejam
bons resultados.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou
descrever como a ferramenta Balanced Scorecard – BSC tem contribuído para o
aprimoramento da gestão pública municipal, a partir da perspectiva dos gestores
do planejamento, em 12 prefeituras que integram o Programa de Desenvolvimento
Institucional Integrado – PDI do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso em
parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso e a Fundação Uniselva.
O
estudo identificou na literatura que para uma correta implantação da ferramenta
BSC é recomendável a utilização das quatro perspectivas que propiciam um ambiente
adequado para o alinhamento estratégico organizacional e o outro aspecto diz
respeito as medidas, indicadores, que compõem o BSC, que servem para
articulação e comunicação das estratégias.
Nesse sentido, pode-se dizer que, na
perspectiva dos respondentes, a ferramenta foi implementada com êxito pelos
municípios. Há indicativos de que a ferramenta se encontra em um nível avançado
de desenvolvimento onde são utilizadas medidas estratégicas financeiras e não
financeiras através de relações de causa e efeito, por meio das quatro
perspectivas do mapa estratégico, o que favorece o alinhamento organizacional
das prefeituras, contribuindo assim para o aprimoramento da gestão pública
municipal.
De maneira geral, os gestores têm uma
percepção otimista e satisfatória quanto à aplicação da ferramenta. Na opinião
dos respondentes, as prefeituras adotam as perspectivas que compreendem o BSC,
comunicam suas estratégias com participação de todos os níveis organizacionais
e realizam o monitoramento e atualização frequente dos resultados obtidos por
meio do BSC. Um ponto a ser destacado está relacionado aos esquemas de
incentivos, pois por se tratar de uma organização pública esperava-se que não
houvessem recompensas financeiras, entretanto na perspectiva dos participantes
elas foram citadas. Esse aspecto pode ser objeto de estudos futuros.
Este
estudo tem limitações quanto ao tamanho da amostra e o baixo retorno de
respostas, tendo em vista que a amostra inicial era de 23 gestores. O uso do
questionário estruturado limita a captação da percepção dos respondentes,
apesar das respostas positivas obtidas. Por fim realizar a análise somente do
ponto de vista dos gestores enviesa a análise quanto à correta aplicação e
resultados do uso da ferramenta do BSC nos municípios.
Sendo
assim, estudos futuros poderiam considerar a perspectiva dos funcionários que
possuem ligação direta com o uso da ferramenta BSC, assim como a perspectiva de
fornecedores e principalmente dos clientes, nesse caso, os munícipes
beneficiários dos resultados gerados pelo uso do BSC como ferramenta de gestão
organizacional e estratégica.
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