v.
5, n. 1, Janeiro-Abril/2021 This work is licensed under a Creative
Commons
Attribution
4.0 International License
Benefícios da Atividade Turística na Manutenção da Saúde da Terceira
Idade
Mirian Cristina Vidal da Rocha
https://orcid.org/0000-0002-7973-8766
Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Brasil
Ricardo Luis da Silva
rikardols@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0003-3822-0298
Universidade Federal
Fluminense
Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Brasil
Iramir Gabrig Oliveira
https://orcid.org/0000-0003-0874-5675
Centro Federal de Educação
Tecnológica Celso Suckow da Fonseca
Niterói, Rio de Janeiro,
Brasil
Andre Luís Faria Duarte
https://orcid.org/0000-0002-9862-6225
Universidade do Grande Rio
Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Brasil
RESUMO
Este trabalho buscou como objetivo geral uma
reflexão sobre a forma como as atividades turísticas podem interferir
positivamente na saúde física, mental e emocional da população chamada terceira
idade. Os objetivos secundários foram descrever aspectos que promovam avanços
saudáveis à população idosa e averiguar ações estatais e governamentais quanto
à saúde desse mesmo público por meio do Ministério do Turismo. A pesquisa se
desenvolveu, em sua maior parte, adotando o Google Acadêmico e SciELO como
bases de dados, assim como artigos e livros já publicados e disponibilizados na
internet. Foram checados ainda como o Estado atua, principalmente através de
medidas do próprio ministério setorial, tendo a saúde e a economia como pano de
fundo, com o objetivo de dar conta tanto de pressões do mercado turístico,
quanto a essa nova realidade que é o envelhecimento, cada vez mais evidente da
população Os resultados deixaram visíveis que as atividades de lazer como um
todo tem importante papel na promoção e manutenção qualidade de vida e saúde de
idosos. Além disso, fica claro que muito ainda precisa ser feito e deve ser
lapidado nessa relação entre poder público, mercado e idosos.
Palavras-chave: Turismo. Terceira idade. Saúde. Políticas
públicas.
Benefits of Tourist
Activity in Maintaing the Elderly Health
ABSTRACT
This research had as a general objective to
reflect over how tourist activities can positively interfere in the physical,
mental and emotional health of the population called elderly. The secondary
objectives were to describe aspects that promote healthy advances to the
elderly population and to investigate state and governmental actions regarding
the health of that same public through the Ministry of Tourism. The majority of
the research was developed using Google Scholar and SciELO as databases, as
well as papers and books already published and available on the internet. The
State role was also checked, mainly through measures taken by the sectoral Ministry
itself, with health and the economy as a background, aiming at facing both the
pressures of the tourism market and this new reality that is the aging process,
increasingly evident in the population. The results made it visible that
leisure activities play an important role in promoting and maintaining life quality
and health for the elderly. In addition, it is seen that much remains to be
done and should be refined in this relationship between government, market and
elderly.
Keywords: Tourism. Elderly. Health. Public policies.
Submetido: 02/01/2021
Solicitação de Correções: 27/01/2021
Aceito: 30/01/2021
Publicado: 30/04/2021
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
Um dos maiores destaques ocasionados pelo
desenvolvimento global foi a ampliação do tempo de vida na Terra, resultado do
progresso social e na saúde, ainda que de maneira desigual, entre diferentes
países e contextos socioeconômicos. Chegar à velhice deixou de ser um privilégio
de poucos indivíduos e passou a ser um fato comum também nos países mais
pobres. Essa transformação trouxe, no entanto, um grande desafio para o século
XXI. A qualidade de vida do idoso é importante não só para aumentar o seu tempo
de vida, mas principalmente para promoção de inúmeros benefícios mentais,
físicos, sociais e mentais.
Neste sentido, já é
possível identificar algumas manifestações que demonstram que as atividades
turísticas estão relacionadas a um bem viver diante do envelhecimento que não é
só de ordem orgânica e ética, mas estética. Esta última traduzida muito mais no
sentido mais no prazer, no desejo do estar-junto, no sentimento de pertença aos
pequenos grupos do que a própria relação beleza e forma (ASHTON et al., 2015,
p.3).
Além disso, o turismo deve ser entendido
como direito fundamental do idoso destacando-se como importante elemento na
construção de uma melhor qualidade de vida desse segmento que, ao participar
das atividades propostas nos roteiros turísticos, melhora sua sociabilidade e
relacionamento perante as situações do cotidiano. Ainda as atividades
recreativas de animação, praticadas durante a experiência turística por idosos
ou público em geral, tem o potencial de contribuir na saúde psíquica de seus
praticantes, uma vez que estas atividades tem por objetivo uma melhor
integração social e contribuem para a construção da autoestima trazendo alegria
e sensação de felicidade ao indivíduo.
Diante disso, a questão problema é: de que
forma o turismo consegue resultar em uma melhora na vida de indivíduos da
Terceira Idade?
Benefícios da atividade turística para o idoso e potencialidades do
turismo da terceira idade
Até 2025, o Brasil será o sexto país com
maior número de pessoas idosas do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS, 2005). Sem dúvida, a ciência tem buscado incessantemente aumentar o
conhecimento sobre a vida humana e assim aumentar sua longevidade. O
desenvolvimento de fármacos e tecnologias médicas permitem novos horizontes e
criam uma nova etapa na vida dos seres humanos.
Na maior parte das nações, a lei estabelece
que aos 65 anos de idade o indivíduo obtém o benefício da aposentadoria e a
sociedade passa a enxergá-los como pertencentes ao grupo da terceira idade
(OLIVEIRA, 2001). Kalache e Gray (1985) asseveram sobre o crescimento do número
de idosos em quantitativo superior ao da população geral.
O envelhecimento leva o indivíduo a um
processo contínuo e irreversível de alterações em seu organismo, com mudanças
físicas, psicológicas e também sociais. Todavia, idosos vêm passando a explorar
melhor o uso de seu tempo, muitas vezes antes disfrutados a sós ou com baixo
convívio social, para então aproveitá-lo mais com mais autonomia e
relacionamentos. Com isso, as atividades de lazer vêm desenvolvendo papel
fundamental para a população idosa, na promoção do bem-estar e em sua própria
vida cotidiana.
O usufruir do tempo livre com atividades de
lazer motiva a formação de novos relacionamentos e uma visão diferente sobre a
própria vida, melhorando a autoestima, se mostrando uma alternativa real para o
aprimoramento da qualidade de vida das pessoas (MARTINS JÚNIOR, 2005).
Além do turismo, esportes individuais ou em
equipe, atividades ao ar livre, música, dança, atividades individuais, sociais
ou culturais, podem ser classificados como lazer, proporcionando um bem-estar
físico e emocional.
O lazer é importante durante toda a vida,
mas principalmente para as pessoas de idade avançada, pois apresenta-se como um
valioso aliado no tratamento dos problemas típicos desta etapa da vida. Nesse
sentido é importante salientar a abrangência do turismo (ASHTON et al., 2015).
O lazer é, na verdade, o tempo livre que o
indivíduo pode usar da forma que desejar, desde que esse tempo resulte
satisfação e felicidade. O mercado por sua vez utiliza o termo para induzir o
indivíduo ao consumo.
Segundo Fromer e Vieira (2003), é importante
entender a relação do idoso, enquanto cidadão e consumidor, com o turismo
(fenômeno empresarial e social), para apontar novos caminhos e investimentos em
produtos para a terceira idade, com criatividade e sensibilidade para trabalhar
suas especificidades.
As atividades turístico-recreativas
desenvolvidas especificamente para esse segmento, contribuem para a integração
social, a melhora da autoestima e de aspectos emocionais e psíquicos em geral
(ABREU; CASOTTI, 2018). De acordo com Ashton et al. (2015) o turismo, revelou a
população idosa como um nicho importante não apenas de estudo, mas de
efetividade em relação à possibilidade real de melhora na qualidade de vida,
pois a partir de uma maior expectativa média de vida, com qualidade, ambos
parecem se relacionar em perfeita simbiose.
O turismo, apesar de ainda oferecer poucos
produtos ao segmento terceira idade, é um dos setores com maiores possibilidades
de explorar essa nova classe de consumidor. São consumidores que se sentem
atraídos por viagens e lazeres de modo geral (FROMER; VIEIRA, 2003).
Soma-se a isso, o fato desse grupo ter muito
mais tempo livre e a possibilidade de não ficar preso aos períodos de férias do
trabalho ou dos filhos. Como explica Bacal (1992), para o turismo isso é
extremamente importante na solução de um dos grandes gargalos do setor, a
sazonalidade.
Segundo Fromer e Vieira (2003), é correto o
entendimento de que o ingresso na terceira idade, em especial quando vem
acompanhado da aposentadoria, implica em uma mudança significativa no dia-a-dia
e na própria concepção de vida dos indivíduos. É também uma oportunidade para
reexaminar os próprios conceitos e posicionamentos, para buscar novos
horizontes e objetivos de vida para se beneficiar mais intensamente das
possibilidades e alternativas que ainda estão por vir.
Brasileiros idosos com 60 anos ou mais
fizeram ao menos 18 milhões de viagens somente no ano de 2015. O total cresceu
11% em quatro anos. O número de idosos dispostos a viajar pelos próximos seis
meses soma 32%. Por outro lado, a intenção dos turistas de até 35 anos caiu
para 22% (MTUR, 2017).
O turismo, por suas características, é mais
que apenas um negócio, é um sistema complexo que envolve diversos elementos,
ativando através da geração de empregos diretos e indiretos a economia local. A
sazonalidade é parte também deste sistema, exigindo soluções cabíveis, tanto no
que diz respeito aos picos de atividades, como também, e talvez principalmente,
às épocas de pouca procura, fazendo com que o a atividade turística possa ser
explorada adequadamente o ano todo. Para o idoso, o turismo pode ser uma
excelente oportunidade de se realizar social, cultural, física e emocionalmente
(SILVA, 2002). É importante observar que o turista da terceira idade não viaja
apenas por ter tempo livre. Deseja o lazer, o prazer e concretizar sonhos
(FROMER; VIEIRA, 2003).
É sensato, portanto, entender que a
atividade turística, de modo geral, tem efeito positivo e importante na
melhoria de qualidade de vida de todos os indivíduos, mas, em especial, para
aqueles do grupo geralmente designado terceira idade. Com o acúmulo de tarefas
e obrigações, mesmo na terceira idade, fase da vida comumente mais amena, as
pessoas ainda têm muitas fontes de estresse como a violência, a poluição das
cidades, as relações sociais com a família e com os amigos.
O turismo é uma excelente maneira de
diminuir o estresse e tirar as pessoas das atribuições diárias, quebrando a
rotina ao se afastarem, mesmo que por breve período, de deveres e obrigações.
Uma viagem tem o potencial de fazer o viajante se voltar para si e refletir
sobre a própria vida, deixando a rotina, mesmo que por pouco tempo.
Delboni (1997) e Lipp (2000) propõem
possibilidades práticas de mudança do comportamento habitual para
desvencilhar-se das tensões relacionadas ao estresse e evitá-lo. Tais autores
sugerem o lazer, as viagens, novas amizades, o abstrair-se. Viajar traz,
portanto, benefícios para a saúde emocional do grande público e em particular
de idosos, já que propicia sensações positivas que se traduzem em autoconfiança
e autoestima (ASHTON et al., 2015).
O passeio turístico é uma atividade indicada
para melhoria da qualidade de vida de indivíduos da terceira idades por
propiciar experiências diferentes do dia a dia e por demandar o envolvimento de
mente e corpo, estimular o interesse pelo que é novo e pelo aprendizado,
expandido a socialização e à inserção na comunidade em geral (ESPERANÇA et al.,
2012).
Segundo Rocha e Glima (2000), entre os
instrumentos disponíveis para o tratamento do stress também estão as técnicas
de relaxamento, alimentação adequada, exercícios físicos regulares, repouso e
sono apropriado às necessidades individuais.
Os estudos de Trentini et al. (2005) e
Oliveira, Gomes e Oliveira (2006) sobre depressão revelaram que atividades
físicas, de lazer e o relacionar-se com outras pessoas são importantes no
tratamento e na prevenção da depressão associados ao tratamento medicamentoso.
A interação social junto a exercícios físicos promove modificações fisiológicas
e metabólicas nos praticantes (CORAZZA, 2005).
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a
prática das atividades físicas tem sido consistentemente associada beneficamente
para a manutenção da funcionalidade, reduzindo os efeitos deletérios
ocasionados pelo envelhecimento (OMS, 2005). Ajuda na socialização pois, com o
tempo, é possível conhecer gente nova e diferente, o que é sempre bom para
estimular a capacidade de se relacionar. Isso é notadamente importante para o
grupo da terceira idade, já que está mais sujeito a sofrer com depressão ou
isolamento social, assim, o trato com outras pessoas e com atividades afins,
pode viabilizar amizades que poderão transcender a duração do passeio (ASHTON
et al., 2015).
Dessa forma, o turismo atua como ferramenta
na obtenção da saúde e qualidade de vida. Segundo Pereira et al. (2016), alguns
estudos apontam, como resultado, um maior comprometimento do indivíduo até
mesmo na adesão à terapêutica e no controle da pressão arterial.
Há que se notar, portanto, que os problemas
inerentes à terceira idade, não podem ser considerados apenas pelo prisma da
medicina avançada. É fundamental ter em conta, principalmente, a demanda por
novas vivências que tragam realização, satisfação, prazer e integração com
novas pessoas por meio de atividades culturais, sociais e turísticas.
Com relação ao lazer, a terceira idade
desponta como uma fase singular da vida em se tratando de potencial
possibilidade de usufruto desse tempo (DUMAZEDIER, 1976). A despeito de pessoas
idosas, na maior parte das vezes aposentadas estas não sofrem mais as
limitações impostas pela época de atividade no trabalho, apesar de ainda terem
seus afazeres domésticos, cuidados dos filhos e netos. Contudo é indiscutível
que esse grupo desfruta de uma porção maior de tempo livre, mais que a de
outros segmentos sociais.
Dados recentes apontam que 16% dos
brasileiros com 60 ou mais anos de idade desejavam viajar no mesmo ano da
pesquisa realizada (MTUR, 2017). A expectativa de vida ativa está aumentando
também no Brasil e, como consequência, mais pessoas idosas estão aptas a aderir
ao lazer ativo e por maior período de tempo durante tal faixa etária,
demandando assim novos produtos diferenciados e direcionados às suas
necessidades (NASCIMENTO; SANTOS,
2016).
Segundo Fromer e Vieira (2003), os dados
institucionais mostram que não se deve desprezar o potencial turístico para
idosos, porém, ao mesmo tempo, não significa tutelá-los como grupo excepcional
ou de privilegiados. Para Santos e Bertoldi (2012), ao se considerar a terceira
idade como fase promissora para o desenvolvimento do turismo, os gestores
responsáveis por satisfazer a esse público, antes de pensarem em
disponibilizarem produtos e serviços, precisarão conhecer as características,
os comportamentos, as necessidades, deste público para que possam entender as
exigências e tendências características deste segmento do turismo. Nessa
direção “para que os idosos possam viver mais e de forma mais proveitosa,
muitas mudanças de caráter providencial devem ser tomadas pelo setor público,
bem como pelo setor privado” (LIZ; RUSCHMANN; VERDINELLI, 2011, p. 6).
Como afirmam Liz, Ruschmann e Verdinelli
(2011), o turismo para a terceira idade, deve ser capaz de proporcionar
entretenimento, lazer e conhecimento, favorecendo também as interações sociais
e a conquista de novas amizades minorando a solidão e consequentemente
enriquecendo a qualidade de vida dessas pessoas.
E mais: “possuir produtos e serviços de alta
qualidade apenas não é o suficiente. As empresas devem satisfazer consumidores
distintos que podem escolher a partir de muitas ofertas de produto, no mercado
global” (WEINSTEIN, 1995, p. 17). Dessa forma, para obter uma boa performance
no mercado, a estratégica das empresas deverá ser o foco na eficiência, na
identificação e análise do potencial cliente.
O turismo é uma indústria, um pilar para o
desenvolvimento que envolva economia, política, cultura, história e sociedade,
devendo ser examinado como uma atividade econômica em um mercado competitivo e
em busca de sucessos econômicos para determinada região. Para que isso aconteça
de maneira positiva, cabe aos profissionais de turismo decidir e saber quem são
seus públicos-alvo e demandas específicas, assim como a classe de consumidores
com poder aquisitivo capaz de pagar por um produto ou serviço, ou seja, quais
consumidores desejam atender e quais produtos e serviços desejam ofertar. Sendo
assim, a gestão turística de uma região depende basicamente de motivação e
planejamento (MARTINS JÚNIOR, 2005).
Provavelmente alguns empresários do setor
turístico ainda não avaliam os idosos como um grupo consumidor atraente, por
vincularem a terceira idade a uma fase de debilidade física e de dependência financeira.
Porém, segundo Fromer e Vieira (2003), o potencial desse público para desfrutar
as viagens e lazeres de maneira geral é significativamente importante, pois
possuem um perfil psicossocial de consumo, de interesse e de disposição física
e mental para absorver novas experiências e conhecimentos. Valorizam
prioritariamente o bem-estar e a satisfação pessoal. Não se importando em
gastar mais para terem satisfeitas essas exigências (NASCIMENTO; SANTOS, 2016).
Evidentemente o idoso tem algumas particularidades
no que diz respeito à fisiologia dos sentidos e à imunidade. Isso influencia
diretamente suas percepções e a maneira com que tomam decisões ao consumir
(OMOHUNDRO, 2004). Por esse motivo, o idoso precisa de um atendimento
particularizado. Precisa de um ambiente harmonioso e hospitaleiro. Uma
atmosfera de sutileza e gentileza, que atenda às suas expectativas.
Bacal (2003) alerta sobre a necessidade de
se criar estratégias que possam minorar os efeitos do descompasso entre os
“fluxos turísticos nas altas e baixas estações” reduzindo o efeito da
sazonalidade nos resultados.
De tal modo, o setor de turismo aquece
diversas outras atividades econômicas de produção de bens e prestação de
serviços, envolvendo o trabalho de diversas categorias de profissionais e
reunindo também dezenas de tipos de organizações que compõem e se somam ao
produto turístico, tais como os ramos de agenciamento de viagens e operação
turística, lazer, transporte turístico, organização de eventos, alimentação
fora do lar, meios de hospedagem, turismo receptivo, espaços culturais, entre
outros (SILVA ET AL., 2008). Nesse contexto, percebe-se o crescimento do
segmento turístico da terceira idade, constituído por milhões de consumidores
de diversas áreas, inclusive as do mercado turístico.
Segundo Silva et al. (2008), o tempo de vida
cada vez maior, aliado ao desenvolvimento da economia mundial e ao desejo a
moderno de viajar, pode significar um enorme impulso para o desenvolvimento da
atividade turística. O turismo, seja entendido como fenômeno econômico ou
sociocultural, será, sem dúvida, impactado positivamente em seus problemas
relativos à sazonalidade, por essa nova força consumidora que, em sua maioria,
é composta por pessoas com tempo para viajar durante todo o ano.
A Terceira idade como segmento de mercado
De acordo com a pesquisa Estilo de Vida e
Consumo da Terceira Idade (CNDL; SPC BRASIL, 2018), muitos dos idosos
brasileiros gastam hoje mais com o que gostam do que com aquilo que é
considerado essencial. Dentre seus principais desejos de compra, por exemplo,
estão roupas, calçados e viagens.
Uma maior quantidade de tempo disponível
livre, deixa de ser um período improdutivo para se tornar parte das demandas da
sociedade industrial. Um período no qual não se trabalha, não significa,
necessariamente, que seja um período em que não se consuma.
Segundo o Ministério do Turismo (MTUR,
2015), o turismo da terceira idade é aquele destinado à melhoria da qualidade
de vida destas pessoas e, por sua vez, auxilia nos problemas referentes à sazonalidade
do turismo, estimulando o desenvolvimento de novos roteiros e atrações
turísticas. Nesse entendimento, vislumbra-se o crescimento do segmento
turístico da melhor idade, público que representa milhões de consumidores em
diversos níveis.
Nesse sentido, é pertinente abordar a forma
pela qual o indivíduo de terceira idade é compreendido, como cidadão e
consumidor, pelo turismo.
Silva et al. (2008) assinalam a importância em
indicar novos estímulos para os responsáveis do setor, atentando para a urgência
de investimentos em produtos para esse público, sem tratá-lo como incapaz ou
vulnerável.
Para Oliveira (2001), atualmente as pessoas
têm chegado à terceira idade cada vez com mais saúde e estão viajando mais,
inclusive, motivados por segurança, belezas cênicas e descanso nos destinos. As
novas gerações dessa faixa etária apresentam características bastante distintas
daquelas que surgiram duas décadas atrás (MARCELINO, 2002).
Outro fator a se considerar é que, em muitas
regiões a renda média de idosos é maior aos rendimentos das demais famílias,
sendo o Sudeste a região com mais elevado poder aquisitivo dessa população bem
como maior número de idosos do país (IBGE, 2002).
Assim como quaisquer outros consumidores, os
brasileiros da terceira idade desejam um bom atendimento, bom preço e qualidade
no produto ou serviço que pretendem adquirir. A grande maioria se declara
independente ao tomar decisões de compra e se dispõe a gastar mais com itens
pessoais do que em coisas essenciais (CNDL; SPC BRASIL, 2018). Também reclamam
de nem sempre encontrarem as melhores condições de consumo, seja pela
dificuldade de encontrar serviços de entrega de determinados itens, seja por
não terem disponíveis produtos específicos para essa faixa de idade. Relatam,
também, dificuldade de ler rótulos com letras pequenas, por exemplo.
Souza (2006) ratifica essa ideia ao afirmar
que o envelhecimento teve seu conceito invertido, representando hoje a idade do
lazer. Aposentadoria, de acordo com a autora, já não significa recolhimento e descanso,
mas sim viagem e lazer. O Turismo corrobora essa nova atitude e vem oferecendo
opções para esse segmento.
A importância do idoso no crescimento da
atividade turística no país está no fato de o indivíduo dispor, nesse estágio
da vida, de mais tempo e melhor condição financeira para a resgatar projetos
antigos ou para a elaboração de novos, Já não são tantas as suas obrigações
profissionais e a família não mais exige tanta atenção. O lazer passa
complementar suas necessidades.
Para atender a esse consumidor em potencial,
as empresas do setor podem se segmentar escolhendo o tipo de cliente a que se
dedicar, assim como o melhor produto a comercializar. A segmentação pode ser
realizada por idade, renda, sexo, opção sexual, dentre outras. Se é melhor focar
em quem viaja sozinho ou com a família ou se é mais interessante comercializar
viagens pelo país ou exterior, por exemplo. Segmentar torna mais simples
direcionar campanhas publicitárias, concentrar no que é prioridade e reunir
consumidores de um mesmo perfil identificados por preferências homogêneas em um
público-alvo específico de modo econômico (MAXIMIANO, 2004).
Uma das formas de se conhecer o mercado e
seus consumidores é a utilização do mix de marketing, ou 4 P’s do marketing,
conceito ainda bastante atual proposto por Jerome McCarthy em 1960 e difundido
por Philip Kotler, um dos principais estudiosos do marketing no mundo,
considerado o pai do marketing. Esse mix é fundamental na criação de
estratégias que objetivem agregar valor a um produto ou serviço diante de seus
potenciais clientes, colocá-los de forma conveniente no mercado e promovê-lo de
maneira que desperte o desejo nos consumidores. Segundo esse modelo, os 4 P’s,
princípios elementares de quaisquer estratégias de marketing, são definidos
como: Produto, Preço, Praça e Promoção que, ao serem relacionados ao segmento
nomeado como terceira idade, tema desse trabalho, burilados em sincronia,
permitem que a marca/empresa alcance, de maneira mais eficiente, o
público-alvo.
O conceito de produto, para Kotler (1998),
assume que os consumidores favorecerão aqueles produtos que ofereçam mais
qualidade, desempenho ou características inovadoras. Os profissionais de
turismo, que pretendem explorar a fatia de mercado denominada terceira idade
devem procurar conhecer os interesses característicos desse público, não só com
relação aos destinos preferidos para as férias, por exemplo, mas também no que
diz respeito a acomodação, locomoção, segurança, limpeza, alimentação;
recreação, entretenimento, atendimento, cortesia etc. As pessoas procuram
produtos que prometem determinados benefícios. Até mesmo os vouchers com suas
cores e informações devem ser trabalhadas em função dos desejos desses
consumidores. Kotler (1998, p. 28) define produto como “algo que pode ser
oferecido para satisfazer uma necessidade ou um desejo”
De acordo com Kotler (1998), o preço é o
único dos quatro P’s do marketing que produz receita, os outros elementos geram
custos, sendo também um dos elementos mais flexíveis desse mix, pelo fato de
poder ser rapidamente alterado. O preço está diretamente relacionado ao volume
de vendas do produto/serviço. Um aumento de preços pode reduzir a procura,
assim como uma queda pode influenciar na demanda.
A pessoa incumbida desse departamento deve
ser capaz de estabelecer um preço que seja competitivo junto à concorrência, ao
mesmo tempo em que garante a sua própria sobrevivência no mercado. No caso do
mercado turístico, locais de difícil acesso, por exemplo, podem justificar a
cobrança de preços mais altos, baixa temporada ou grandes grupos de turistas
condicionam menores preços. Para o consumidor, seja ele do grupo da terceira
idade ou não, o preço deve oferecer a melhor relação custo e benefício.
A praça ou canal de distribuição é a maneira
pela qual o produto chega até o consumidor e, de acordo com Kotler (2003, p.
52) “quanto maior a quantidade de canais, maior o alcance de mercado da empresa
e mais altos os indicativos de vendas. Quaisquer ou quantos sejam os canais
utilizados pela empresa, é preciso integrá-los [...]”. Para Cobra (1992, p.
491) “a função básica de um canal de distribuição é escoar a produção de bens
em geral, sejam bens de consumo, sejam bens industriais ou ainda serviços”.
O encarregado por esse setor deve procurar
conhecer os canais de informação e compras mais utilizados pelo grupo da
terceira idade, a área geográfica que deverá ser coberta, e a logística
necessária para apresentar o produto ou o serviço para que ele possa ser
comprado e consumido. Enfim, o cliente necessita que a distribuição lhe seja
conveniente.
A promoção de vendas constitui-se em de um
conjunto de instrumentos de incentivo, geralmente de curto prazo, que objetiva
encorajar a compra de forma mais rápida e/ou em maior quantidade de
produtos/serviços específicos pelo público consumidor. Para o consumidor da
terceira idade, assim como para qualquer outro consumidor se torna, sem dúvida,
um grande atrativo. Kotler (1998, p. 386) argumenta que “é necessário antes de
mais nada estabelecer os objetivos da propaganda. Precisam estar apoiados em
bastante conhecimento sobre o mercado alvo e no próprio mix de marketing”.
O mercado turístico despertou para esse
público consumidor ancorado também por políticas públicas por meio do programa
“Viaja Mais Melhor Idade”. O programa tinha como objetivos: fomentar a inclusão
social de indivíduos com mais de 60 anos, consolidar e desenvolver atividades
regionais, além de ser um modo de diminuir a sazonalidade típica do mercado
turístico na baixa temporada (MTUR, 2015). O MTur (2017) anunciou o fim do
programa ao registrar que seus objetivos haviam sido atingidos com o sucesso. O
programa foi lançado em 2007, tendo como resultado o aumento das taxas de
ocupação dos serviços turísticos e, por consequência, a atenuação dos efeitos
da sazonalidade no setor. Até sua finalização, em 2010, foram negociados cerca
de 600 mil pacotes turísticos.
O desenvolvimento do turismo pode implicar
em vantagens para os idosos no que diz respeito à preservação da sua saúde
mental por meio da possibilidade de novas descobertas e ensinamentos, estímulo
ao prazer e alegria e aproximação com novas culturas (MAZO, 2001). Para que se
possa atender às expectativas desse público em relação ao turismo é necessário
planejamento, com o objetivo de oferecer as melhores condições a serem
desfrutadas. Trata-se da preparação dos atrativos, dos acessos, da
infraestrutura básica, de todo o equipamento turístico, sendo ponto crucial
para o desenvolvimento dessa atividade a capacitação dos profissionais
envolvidos, direta e indiretamente.
Para Vilarinho e Scorsato (2009, n.p.), a atividade turística apresenta como
especificidade as seguintes características: a) Intangibilidade: Não podem ser
testados antes de serem comprados; b) Indivisibilidade: O produto é consumido e
produzido simultaneamente; c) Variabilidade: A qualidade dos serviços depende
de quem os proporciona e de quando, onde e como são proporcionados; d)
Interdependência ou complementariedade: São necessários vários serviços para
compor o produto turístico e, e) Perecibilidade: Os serviços são perecíveis e
não podem ser estocados para vendas ou uso futuro.
O Turismo é considerado produto intangível
por atender as necessidades mais variadas do indivíduo, como saúde, alegria,
status, além de ser um serviço. Quando o turista se hospeda em um hotel, ele
não adquire o hotel em si, mas os benefícios que este hotel proporciona. Uma
pousada ou um restaurante, enquanto negócio, apresenta desafios, já que não se
pode esquecer que, de um lado existem as necessidades, os desejos e o consumo
dos clientes, geralmente turistas, e do outro lado, acontece a produção
turística, ou seja, a prestação de serviços visando a satisfação e o
encantamento, muitas vezes, ao se realizar sonhos planejados e entregar
experiências incríveis.
Apesar do Turismo possuir uma indústria
geradora de produtos turísticos, é importante não se ter sobre ele um olhar
apenas econômico ou social, uma vez que ele tem impacto até mesmo sobre a saúde
do indivíduo ao atender às necessidades mais diversas dos consumidores. Seus
efeitos devem sempre ser encarados de modo holístico e humanizado.
Shostack (1977) afirma que um serviço é uma
experiência vivida, e não pode ser armazenado, mas sim experimentado. O serviço
se caracteriza por ser imaterial e não tangível. No entendimento de Gronroos
(2003), o serviço em si é um fato complexo, com muitas variáveis distintas e
únicas.
A oferta turística é caracterizada por todos
os bens e serviços disponibilizados aos turistas, por um dado preço e um
determinado período de tempo, conforme Lohmann e Netto (2008) e Lage e Milone
(2000). Segundo Oliveira (2001), o mercado turístico é tudo aquilo que pode
preencher o tempo dos turistas no lugar de visitação. Este último autor
salienta, ainda, que o ganho que a economia local pode obter, equivale
diretamente à sua competência para ocupar o tempo livre dos turistas. Ou seja,
quanto maior for esta competência, maiores serão os lucros para mercado do
lugar.
A importância de se estudar o comportamento
do consumidor é abordada constantemente pelos autores de marketing. Uma
sociedade marcada por tantas características, onde existe constante pressão
para satisfazer suas necessidades e desejos no intuito de atingir o bem-estar,
faz com que compreender as atitudes de indivíduos, em relação a compra, seja
cada vez mais imperioso. De acordo com Kotler (2003), satisfação é a sensação
de prazer ou decepção resultante da comparação entre o desempenho (ou
resultado) percebido de um produto e as expectativas do comprador. Essa
satisfação pode ser determinante para o sucesso das empresas.
As emoções integram o fenômeno do consumo,
sendo parte da compra, das decisões e comportamentos após qualquer aquisição de
um bem ou atendimento, no caso de serviços. Hosany et al. (2015) afirmam que as
vivências são também uma das principais integrantes das experiências
turísticas, podendo influenciar as escolhas e decisões de compra de serviços
turísticos a serem relembradas antes, durante depois da viagem.
Porém, nem sempre as experiências são
positivas em viagens, já que problemas podem ocorrer, originando emoções
negativas. De acordo com Del Bosque e San Martin (2008), em turismo, os
indivíduos podem experimentar emoções positivas ou não durante a estadia devido
aos inúmeros contatos com os recursos do lugar.
Fora isso, os sentimentos despertados
enquanto o produto está sendo consumido, deixam rastros de afetividade na
memória, que são acessados durante a avaliação da satisfação (COHEN; ARENI,
1991). Dessa maneira, as emoções servem para a aferição do nível de satisfação.
Kim, Woo e Uysal (2015), ao estudarem a
experiência turística e qualidade de vida entre os turistas da terceira idade,
verificaram que quanto maior a intensidade do envolvimento maior a percepção do
valor e do sentimento de satisfação com a própria existência, demonstrando aí
uma associação positiva entre a satisfação e lazer com a qualidade de vida de
modo geral nesse segmento.
Portanto, as experiências e atividades
turísticas podem afetar de maneira positiva a vida, seja no âmbito familiar,
social, do lazer ou da cultura (UYSAL et al., 2016). Dessa forma, é primordial
que os empresários do setor foquem cada vez mais na qualidade das experiências
turísticas do grupo da terceira idade (KIM; WOO; UYSAL, 2015). A partir da
premissa de que as futuras gerações de idosos deverão possuir um maior grau de
escolaridade e, por associação, maior renda, esse é sem dúvida um mercado que
deverá continuar promissor (MELLO; LIZ; VERDINELLI, 2015).
Terceira idade e políticas públicas de turismo e
saúde
Abarcado no âmbito nacional (lei federal n.
10.741/2003), o Estatuto do Idoso tem como finalidade normatizar direitos
garantidos a idosos brasileiros. Sua vigência data de 2004, ampliando direitos
previstos regulamentados pela nossa lei máxima (Constituição Federal de 1988),
bem como, por outro dispositivo legal (lei federal n. 8842/1994), firmando-se
como instrumento importante na defesa da cidadania dos cidadãos e cidadãs da
terceira idade (BRASIL, 2003).
Ainda conforme um de seus artigos: “o idoso
tem direito à educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos,
produtos e serviços que respeitem sua particular condição de idade” (BRASIL,
2003, p. 19).
Mais de cem dispositivos do estatuto tratam
dos seus fundamentos legais, incluindo direitos prioritários, bem como,
questões relativas a transporte, liberdade e respeito à vida. Além disso, são
especificadas também as atribuições das entidades de atendimento à categoria no
que diz respeito a responsabilidades quanto a educação, cultura, esporte e
lazer, saúde, alimentação, previdência social e habitação, tanto por parte do
Estado, como da sociedade.
As políticas
voltadas para a promoção, proteção e defesa dos direitos das pessoas idosas são
transversais a várias áreas de governo. Pela mesma razão os compromissos do
governo federal com o atendimento dessa população estão dispersos em diversos
programas temáticos do PPA – Plano Plurianual – 2012/2015, em especial o
Programa de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos e também no âmbito da
seguridade social, da mobilidade urbana, do trabalho e emprego, da
acessibilidade e da educação (BRASIL, 2013, p. 70).
Publicado em 2006, o Pacto pela Saúde
(portaria n. 399, GM, artigo 2), traz a aprovação das Diretrizes Operacionais
do Pacto pela Saúde Consolidação do SUS, contemplando três tópicos em seu anexo
II: Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão.
Ainda no mesmo ano, a Política Nacional da
Saúde do Idoso é atualizada pela portaria n.2.528/2006, atualizando-a ao
reconhecer que a população idosa tem suas peculiaridades e, para viabilizar
ações de promoção da saúde, é indispensável conhecê-las e definir ações
dirigidas às mesmas. A portaria tem como meta final garantir a “atenção à saúde
adequada e digna para os idosos e idosas brasileiras” e incentivar a formulação
de estratégias para a promoção da saúde (BRASIL, 2006).
Cabe resgatar o sentido de políticas
públicas como movimentos estatais de aplicação de recursos, domínio e enfoque
coletivo a determinadas populações, territórios ou mesmo atividades. São atos
resultantes de pleitos da sociedade e não de iniciativas espontâneas do Estado.
Emergem de uma conjuntura social, de debates entre correntes de grupos econômicos
e políticos, classes sociais e outras forças da sociedade civil. A soma desses
atos estabelece o que se compreende como políticas públicas (TEIXEIRA, 2002).
As políticas públicas influenciam
diretamente no dia a dia da população propiciando melhor qualidade,
oportunidades e uma maior participação social. Políticas públicas concretas têm
como finalidade um amplo progresso sociocultural e econômico de uma cidade,
Estado ou país. As reivindicações da sociedade chegam aos dirigentes públicos
através da chamada Sociedade Civil Organizada (PEREIRA, 2008).
Conforme mencionado anteriormente, o
programa Viaja Mais Melhor Idade (desenvolvido pelo MTUR com ênfase na
experiência turística e no fomento do turismo doméstico para o segmento da
terceira idade) teve um desempenho de êxito enquanto política pública nacional.
Em sua primeira edição (2007-2010), tal
programa negociou em torno mais de meio milhão de pacotes de viagem (algo em
torno de quinhentos milhões de reais). Já na segunda edição, encerrada em 2016,
o programa ofereceu mais de 500 ofertas para 95 destinos brasileiros (MTUR,
2017).
A própria página institucional do Ministério
do Turismo informa que as metas de 2013 foram atingidas, pois: “Atualmente, [à
época] as empresas e os prestadores de serviços dispõem de canais de
distribuição, ofertas de produtos e serviços turísticos diferenciados, bem como
benefícios de maneira prática e ágil aos turistas brasileiros com mais de 60
anos” (MTUR, 2020, n.p.). E mais, no mesmo site
pode ser verificado que os anos posteriores ao primeiro resultaram em
expressivo crescimento dos destinos emissores e receptores. Conforme Carvalho e
Silva (2014) em 2010, por exemplo, houve aumento significativo dos destinos
emissores e estabilidade dos destinos receptores em relação ao ano anterior.
Políticas públicas em tempos de pandemia
A sazonalidade turística é fenômeno
conhecido e, de certo modo, previsível pelo mercado turístico. Ela representa
as variações da demanda, que se repetem de forma padronizada em um determinado período
de tempo. Estas interferem, positiva ou negativamente, no fluxo de caixa das
empresas. O que não poderia ser previsto são as mudanças radicais provocadas em
todo o mundo pela Covid-19 (FECOMÉRCIO, 2020).
Dentre as iniciativas tomadas pelo Governo Federal,
através do Ministério do Turismo, após provocado por entidades ligadas ao trade
turístico, foi o lançamento da campanha publicitária “Não cancele, REMARQUE”.
Lançada em 2020, a campanha orienta os turistas sobre a importância de não
cancelar as viagens e pacotes turísticos durante a atual pandemia e incentiva o
adiamento da reserva com a pousada, hotel, cia aérea, ou seja, para remanejar o
passeio, a fim de reforçar a manutenção de negócios e postos de trabalho na
área (MTUR, 2020b).
É importante registrar que, além de ter
facilitado a destinação de cerca de 400 milhões de reais para financiamentos
novos, o Ministério do Turismo tornou possível a concessão de empréstimos a
partir do fundo setorial (Fungetur – Fundo Geral de Turismo). Junto ao Ministério
da Justiça e Segurança Pública, o órgão elaborou ainda medida provisória n.
948/2020 que dispõe sobre o cancelamento de serviços, de reservas e de eventos
dos setores de turismo e cultura em razão do estado de calamidade.
Grupo com maior risco de mortalidade devido
à pandemia do novo coronavírus (COVID-19), a população idosa demanda projetos e
medidas particulares com a finalidade de protegê-la por conta da sua
vulnerabilidade maior frente a outros grupos geracionais.
Segundo Zwielewski et al. (2020), a
principal medida aplicada pelos países afetados foi a quarentena, que é a
separação e a limitação da mobilidade social de contaminados, com a intenção de
diminuir o risco de infectarem outros indivíduos. A quarentena é tida como uma
solução extrema, mas eficiente contra a propagação do vírus e a contenção de
novos casos, principalmente entre os grupos de risco: maiores de 60 anos,
pessoas que sofrem de complicações pulmonares ou de coração. A quarentena é
diferente de isolamento, pois a mesma ocorre quando indivíduos infectados e
confirmados para determinada doença são isolados com o objetivo de evitar a
contaminação. Durante uma pandemia, a quarentena é o melhor procedimento, porém
pode ser vivenciada pessoalmente como uma sensação desagradável, desconfortável
ou dolorosa, até mesmo pelos familiares.
Tal cenário traz ao confinamento de famílias
diversas emoções e sentimentos limitantes. Como enfrentamento, segundo Schmidt
et al. (2020), no Brasil, foi publicada a Resolução CFP nº 4/2020, normatizando
serviços de terapia assistida e remota. Por outro lado, no mesmo ano, a
Resolução CFP nº 4/2020 autoriza a execução de trabalhos de psicologia mediados
por tecnologia, seja individual ou coletivo, em caráter excepcional para casos
de gravidade imediata ou risco à vida, com o intuito de reduzir parte dos
reflexos negativos à saúde mental e psíquica do momento pandêmico atual.
CoNSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve origem na observação de que
a atividade turística possibilita praticamente tudo o que os profissionais da
saúde aconselham para a promoção e manutenção da qualidade de vida,
particularmente, daqueles indivíduos do chamado grupo da terceira idade.
Na busca por documentos que pudessem
confirmar essa hipótese, foram encontrados números sobre a quantidade cada vez
maior de idosos no mundo, sua melhor formação e nível cultural em relação às
gerações anteriores, levando sempre em consideração uma maior exigência por
melhor qualidade de atendimento e serviços.
Mudanças no comportamento do consumidor-turista
idoso vêm sendo notadas, estudadas e trabalhadas por parte das empresas na
reformatação e elaboração de produtos, desencadeando um mix de promoções, benefícios e serviços cada vez mais exclusivos
para atender a essa demanda geracional de mercado. Muitos sites dedicados a
esse segmento associam a atividade do turismo/lazer a benefícios para a saúde
física e mental, à maior possibilidade de socialização, dentre outras, o que
foi constatado pelos documentos levantados, principalmente no que tange ao fator
mental/emocional.
A pesquisa também demonstrou que o governo
tem se atentado à população idosa como um nicho de mercado de certa forma ao
desenvolver políticas próprias como pano de fundo no fomento ao turismo, como
no caso do "Estatuto do Idoso", e do implemento de programas de
incentivo ao consumo do turismo através do Sistema S (SESC, SESI, SENAI, SENAC,
SEBRAE) e do programa Viaja Mais e Melhor, minorando os efeitos da sazonalidade
no setor.
Contatou-se que há pouca literatura que
trate dos efeitos benéficos da atividade turística para os idosos, quanto à sua
qualidade de vida, saúde e disposição. Geralmente o foco é no potencial de
consumo do idoso. Dessa maneira, é possível que o resultado alcançado por esse trabalho
possa contribuir de alguma forma para futuras pesquisas sobre o assunto.
Outra limitação, sem dúvida, foi a
paralisação total do mercado como um todo, devido à Covid-19, que desestruturou
toda a sociedade mundial, impossibilitando ainda prognósticos e perspectivas.
As conclusões obtidas por esse trabalho
sugerem, claramente, que o lazer necessita ser ponderado, quando se pensa na
saúde física, mental e emocional dos idosos.
Referências
ABREU, R. G.; CASOTTI, L. M. Turismo na
Terceira Idade sob a Ótica da Transformative Consumer Research. Revista Turismo em Análise, v. 29, n.
2, p. 255-272, 2018. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v29i2p255-272.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rta/article/view/138507/153685.
ASHTON, S. G. M; CABRAL, S.; SANTOS, G. A.;
KROETZ, J. A relação do turismo e da qualidade de vida no processo de
envelhecimento. Revista Hospitalidade,
v. 12, n. 2, p. 547-566, 2015. Disponível em:
https://revhosp.org/hospitalidade/article/view/586/671. Acesso em: 25 jun.
2020.
BACAL, S. Lazer e o universo dos possíveis. São Paulo: Aleph, 2003.
BACAL, S. S. Turismo na terceira
idade. Revista Turismo em Análise,
v. 3, n. 2, p. 75-82. 1992. DOI: 10.11606/issn.1984-4867.v3i2p75-82.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rta/article/view/64159/66847.
BRASIL. Lei
n. 10.741, de 1º de outubro de 2003. Brasília: Senado Federal, 2003.
BRASIL. Portaria
n. 2.528, de 19 de outubro de 2006. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. PPA
2012-2015: Agendas transversais – Monitoramento participativo. Pessoa
idosa, ano base 2012. Brasília: MPOG, 2013.
CARVALHO, F. C. C.; SILVA, C. C. B. O
Turismo e a Renda dos Idosos: a experiência brasileira com o Programa “Viaja
Mais Melhor Idade”. Revista Anais
Brasileiros de Estudos Turísticos – ABET, v. 4, n. 1, p. 25-34, 2014.
Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/abet/article/view/3040.
Acesso em: 13 maio 2020.
CNDL; SPC BRASIL. Estilo de Vida e Consumo na Terceira Idade. 2018. Disponível em:
https://www.spcbrasil.org.br/wpimprensa/wp-content/uploads/2018/09/SPC-Analise-Terceira_Idade_Estilo-de-Vida-e-Consumo.pdf.
Acesso em: 12 mar. 2020.
COBRA, M. Administração de Marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1992.
COHEN, J. B.; ARENI, C. S. Affect and
consumer behavior. ROBERTSON, T. S.; KASSARJIAN,
H. H. (Eds.). Handbook of Consumer Behavior. Englewood Cliffs, N.J:
Prentice-Hall, 1991. p. 188-240.
CORAZZA, D. I. Influência da Prática Regular de Atividade Física sobre Sintomas
Depressivos em Idosos Institucionalizados. 2005. Dissertação (Mestrado em
Ciências da Motricidade) – Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro,
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2005.
DEL BOSQUE, I. R.; SAN MARTÍN, H. Tourist
satisfaction a cognitive-affective model. Annals
of tourism research, v. 35, n. 2, p. 551-573, 2008. DOI:
10.1016/j.annals.2008.02.006. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0160738308000273.
DELBONI, T. H. Vencendo o stress. São Paulo: Makron Books, 1997.
DUMAZEDIER, J. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva, 1976.
ESPERANÇA, R. L. D.; CERCHIARI, E. A. N.;
MARTINS, P. C. S. M.; ALVARENGA, M. R. M.; CANEVARI, S. C. Passeios turísticos como estratégia de
prevenção e recuperação da saúde mental em idosos. Turismo Visão e Ação, v. 14, n. 2, p. 184-195, 2012. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/2610/261056074004.pdf. Acesso em: 27 mar. 2020.
FECOMÉRCIO – Federação do Comércio do Estado
do Ceará. Turismo perdeu R$ 14 bilhões
com crise do coronavírus, somente em março. 2020. Disponível em:
https://www.fecomercio-ce.com.br/noticias/turismo-perdeu-r-14-bilhoes-com-crise-do-coronavirus-somente-em-marco/.
Acesso em: 18 jul. 2020.
FROMER, B.; VIEIRA, D. D. Turismo e Terceira Idade. Coleção ABC
do Turismo. 2 ed. São Paulo: Aleph, 2003.
GRONROOS, C. Marketing: gerenciamento e serviços. 2. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2003.
HOSANY, S.; PRAYAG, G.; DEESILATHAM, S.; CAUšEVIS, S.; ODEH, K. Measuring Tourists’
Emotional Experiences: Further Validation of the Destination Emotion Scale. Journal of Travel Research, v. 54, n.
4, p. 482–495, 2015. DOI: https://doi.org/10.1177/0047287514522878. Disponível
em: https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/0047287514522878.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Perfil dos idosos
responsáveis por domicílios no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.
KALACHE, A.; GRAY, J. Health problems of
older people in the developing world. PATHY,
M. S. J. (Ed.). Principles and practice of geriatric medicine. Chichester:
John Wiley & Sons, 1985. p. 1279-1287.
KIM, H.; WOO, E.; UYSAL, M. Tourism
experience and quality of life among elderly tourists. Tourism management, v. 46, p. 465-476, 2015. DOI:
10.1016/j.tourman.2014.08.002. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S026151771400154X.
KOTLER, P. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e
controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
KOTLER, P. Marketing de A a Z. São Paulo: Campus, 2003.
LAGE, B. H. G.; MILONE, P. C. Fundamentos
econômicos do turismo. LAGE, B. H. G.;
MILONE, P. C. Turismo: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. p. 25-37.
LIPP, M. E. N. Stress. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2000.
LIZ, E.; RUSCHMANN, D.; VERDINELLI, M., A.
Turismo e lazer para a terceira idade: perspectivas e desafios. SEMINÁRIO ANPTUR, 8, 2011, Camboriú –
SC. Anais [...]. Balneário Camboriú: ANPTUR, 2011. Disponível em:
https://www.anptur.org.br/anais/anais/files/8/130.pdf. Acesso em: 25 jun. 2020.
LOHMANN, G.; NETTO, A. P. Teoria do turismo: conceitos, modelos e
sistemas. São Paulo: Aleph, 2008.
MARCELINO, N. C. Estudos de Lazer: uma introdução. 3 ed. Campinas: Autores
Associados, 2002.
MARTINS JÚNIOR, O. S. Turismo e lazer para a terceira idade. 2005. Monografia
(Especialização em Turismo, Cultura e Lazer) – Universidade de Brasília,
Brasília-DF, 2005.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MAZO, G. Z. Atividade física e o idoso: concepção gerontológica. Porto Alegre:
Sulina, 2001.
MELLO, C.; LIZ, E.; VERDINELLI, M. A.
Acessibilidade e Segurança da pessoa idosa no espaço público. AMORIM, E.; SOARES, C.; TARLOW, P. (Orgs.).
Segurança: Um Desafio para os Setores de Lazer, Viagens e Turismo. Tomar,
Portugal: IPT, 2015.
MTUR – Ministério do Turismo. Marketing de Destinos Turísticos. 2015.
Disponível em:
http://www.turismo.gov.br/publicacoes/item/60-marketing-de-destinos-turisticos.html.
Acessado em: 18 jun. 2020.
MTUR – Ministério do Turismo. Sondagem dos consumidores e Intenção de
viagem. Ano X, n. 83, 2017.
MTUR – Ministério do Turismo. Home Page. 2020. Disponível em: http://www.turismo.gov.br.
Acesso em: 20 jun. 2020.
MTUR – Ministério do Turismo. Home Page. 2020b. Disponível em:
http://www.turismo.gov.br/nao-cancele-remarque.html. Acesso em: 20 jun. 2020.
NASCIMENTO, F. S.; SANTOS, A. C. C. Os
fatores motivacionais na prática da atividade turística na terceira idade: Um
estudo a partir de um centro de convivência de idosos na cidade de Manaus. Revista de Turismo Contemporâneo, v. 4,
n. 1, p. 1-22, 2016. Disponível em:
https://periodicos.ufrn.br/turismocontemporaneo/article/view/7853/6958. Acesso
em: 15 abr. 2020.
OLIVEIRA, A. P. Turismo e desenvolvimento: planejamento e organização. 3 ed. São
Paulo: Atlas, 2001.
OLIVEIRA, D. A. A. P.; GOMES, L.; OLIVEIRA,
R. F. Prevalence of depression among the elderly population who frequent
community centers. Revista de Saúde
Pública, v. 40, n. 4, p. 734-736, 2006. DOI:
10.1590/S0034-89102006000500026. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0034-89102006000500026&script=sci_abstract&tlng=pt.
OMOHUNDRO, D. L. Como as marcas devem ser
apresentadas aos consumidores idosos. JONES,
J. P. (Org.). A Publicidade na Construção das Grandes Marcas. São Paulo:
Nobel, 2004. p. 350-367.
OMS – Organização Mundial de Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde.
Brasília: OMS, 2005. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf. Acesso em:
27 mar. 2020.
PEREIRA, P. A. P. Discussões conceituais
sobre política social como política pública e direito de cidadania. BOSCHETTI, I. Política social no
capitalismo: tendências contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2008. p. 87-108.
PEREIRA, T. A.; SOARES, M. M.; RODRIGUES, S.
M.; DIAS, C. A. Turismo de saúde e lazer: importância para a melhoria da
qualidade de vida e das condições de saúde de indivíduos com doenças crônicas. SEMINÁRIO SOBRE ECONOMIA MINEIRA, 17,
Diamantina. Anais [...]. Diamantina: CEDEPLAR-UFMG, 2016. Disponível em: https://diamantina.cedeplar.ufmg.br/portal/download/diamantina-2016/236-398-1-RV.pdf
ROCHA, L. E.; GLIMA, D. M. R. Distúrbios
psíquicos relacionados ao trabalho. FERREIRA
JÚNIOR, M. Saúde no trabalho: Temas básicos para o profissional que cuida
da saúde dos trabalhadores. São Paulo: Roca, 2000, p. 320-351.
SANTOS, R. A.; BERTOLDI, J. Os benefícios da
atividade turística para a melhor idade. Revista
científica eletrônica de turismo. Ano 9, n. 16, 2012. Disponível em:
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/zkjNKjxTzEICpwh_2013-5-23-17-50-45.pdf.
Acesso em: 9 jul. 2020.
SHOSTACK, G. L.
Breaking free from product marketing. Journal
of Marketing, v. 41, n. 2, p. 73-80, 1977. DOI: 10.1177/002224297704100219.
Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/002224297704100219.
SILVA, F. S. S. Turismo e psicologia no envelhecer. São Paulo: Roca, 2002.
SILVA, N. P.; FRANSCICO, A. C.; SCANDELARI,
L.; THOMAZ, M. S. A qualidade de vida vista com o olhar da experiência: um
estudo do segmento de turismo da melhor idade. ENCONTRO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA DOS CAMPOS GERAIS, 4, Anais
[...]. 2008. Disponível em: http://www.4eetcg.uepg.br/oral/23_1.pdf. Acesso em:
24 abr. 2020.
SOUZA, T. R. Lazer, turismo e políticas
públicas para a terceira idade. Revista
Científica Eletrônica Turismo, v. 3, n. 4, p. 1-6, 2006. Disponível em:
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/AOFXoT8dR4BEfd6_2013-5-20-16-24-21.pdf.
Acesso em: 4 maio 2020.
TEIXEIRA, E. C. O papel das políticas
públicas no desenvolvimento local e na transformação da realidade. Revista AATR. 2002. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/aatr2/a_pdf/03_aatr_pp_papel.pdf. Acesso
em: 25 jun. 2020.
TRENTINI, C. M.; XAVIER, F. M. F.;
CHACHAMOVICH, E.; ROCHA, N. S.; HIRAKATA, V. N.; FLECK, M. P. A. A influência
dos sintomas somáticos no desempenho dos idosos no Inventário de Depressão de
Beck (BDI). Brazilian Journal of
Psychiatry, v. 27, n. 2, p. 119-123, 2005. DOI: 10.1590/S1516-44462005000200009.
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462005000200009&script=sci_abstract&tlng=pt.
UYSAL, M.; SIRGY, M. J.; WOO, E.; KIM, H. L.
Quality of life (QOL) and well-being research in tourism. Tourism Management, v. 53, p. 244-261, 2016. DOI:
10.1016/j.tourman.2015.07.013. Disponível em:
https://psycnet.apa.org/record/2015-55263-028.
VILARINHO, P.;
SCORSATO, S. Marketing de
destinos turísticos. Brasília: MTUR, 2009.
WEINSTEIN, A. Segmentação de mercado. São Paulo: Atlas, 1995.
ZWIELEWSKI, G.; OLTRAMARI, G.; SANTOS, A. R.
S.; NICOLAZZI, E. M. S.; MOURA, J. A.; SANT’ANA, V. L. P.; SCHLINDWEIN-ZANINI,
R.; CRUZ, R. M. Protocolos para tratamento psicológico em pandemias: as
demandas em saúde mental produzidas pela COVID-19. Revista Debates in Psychiatry - Ahead of print. 2020. Disponível
em:
http://www.hu.ufsc.br/setores/neuropsicologia/wp-content/uploads/sites/25/2015/02/Protocolos-psic-em-pandemias-covid-final.pdf.
Acesso em: 25 jun. 2020.