v. 4, n. 3, Setembro-Dezembro/2020 This work is licensed under a Creative
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Evasão no ensino superior: Uma análise dos alunos
de ciências contábeis da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Roberto Francisco
de Souza
robertofsouzajr@gmail.com
https://orcid.org/0000-0001-9776-9139
http://lattes.cnpq.br/7229026673672315
Universidade Estadual do Oeste
do Paraná
Salvador - Bahia, Brasil
Leila
Aparecida Scherer Weiss
leila_weiss@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0002-6479-6525
http://lattes.cnpq.br/9310589645545239
Universidade Estadual do
Oeste do Paraná
Cascavel - Paraná, Brasil
Sergio Moacir Fabriz
sergiomoacirfabriz@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-1130-4822
http://lattes.cnpq.br/7097316359371117
Universidade Estadual do
Oeste do Paraná
Foz do Iguaçu - Paraná,
Brasil
Sidnei
Celerino da Silva
sidneicelerino@yahoo.com.br
http://orcid.org/0000-0002-0944-6231
http://lattes.cnpq.br/0351991318658544
Universidade Estadual do
Oeste do Paraná
Cascavel - Paraná, Brasil
RESUMO
Este artigo aborda a evasão na educação
superior, tendo como objetivo identificar os fatores que poderiam determinar a
evasão de estudantes do curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (Unioeste), no período de 2010 à 2015. A pesquisa desenvolvida
é classificada como descritiva, elaborada por meio de levantamento e com
abordagem predominantemente quantitativa dos dados. Para desenvolvimento da
pesquisa foram levantados junto à secretaria acadêmica os alunos evadidos no
período, enviados 103 questionários e obteve-se a percepção de 31,06% dos
respondentes. Como resultado, pode-se observar o fator que mais impacta na
escolha do curso é a gratuidade do ensino, bem como a qualidade do curso e as
condições de estudar e trabalhar são fortemente observados no momento da
escolha do curso e quanto a evasão é a escolha equivocada na carreira como
também a admissão em outro curso de graduação, dificuldade de acompanhar o
curso, currículo desatualizado e métodos de avaliação, dificuldade financeira e
relacionamento com docentes.
Palavras-chave: Evasão. Ensino Superior. Ciências Contábeis.
Evasion in higher
education: An analysis of students of accounting sciences from the University
of the west of Paraná
ABSTRACT
This article addresses evasion in higher education,
aiming to identify the factors that could determine the evasion of students in
the Accounting Sciences course at the State University of Western Paraná
(Unioeste), in the period from 2010 to 2015. The research developed is classified
as descriptive, elaborated through a survey and with a predominantly
quantitative approach to the data. For the development of the research,
students who dropped out in the period were surveyed at the academic
secretariat, 103 questionnaires were sent and 31.06% of the respondents were
perceived. As a result, one can observe the factor that most impacts the choice
of the course is the gratuity of the teaching, as well as the quality of the
course and the conditions of studying and working are strongly observed when
choosing the course and how much evasion is the mistaken choice in career as
well as admission to another undergraduate course, difficulty following the
course, outdated curriculum and assessment methods, financial difficulty and
relationship with teachers.
Keywords: Evasion. University
education. Accounting Sciences
Submissão:09/05/2020
Nova Submissão - Correções: 01/07/2020
Aceito: 29/07/2020
Publicado: 30/09/2020
INTRODUÇÃO
A evasão é apontada por diversos autores como Rosa (1995), Braga,
Miranda-Pinto e Cardeal (1997), Veloso e Almeida (2002), Silva Filho, Motejunas, Hipólito e Lobo.
(2007), Baggi e Lopes (2011), Violin (2012), Carneiro, Silva e Bizarria (2014),
Cunha, Luca, Lima, Cornacchione Jr. e Ott (2015) como sendo uma das maiores
dificuldades enfrentadas pelas instituições e a busca por possíveis causas tem
sido objeto de diversos estudos. De acordo com Silva Filho et al. (2007), este é um problema que
acaba por afetar o sistema educacional de diversos países, ocorrendo desperdícios
sociais, acadêmicos e econômicos, pois no setor público são investidos recursos
que acabam por não apresentar retorno, e no setor privado é uma grande fonte de
perdas de receitas. Nas categorias administrativas pública e privada a evasão
causa prejuízo, pois são fontes de ociosidade tanto de professoreis,
funcionários, equipamentos e de espaço físico.
Segundo Carneiro et al. (2014), a evasão se torna um grande problema
para a sociedade em geral; para os estudantes, devido ao fato de gerar
prejuízos de ordem pessoal, profissional e financeira; para as universidades,
pois compromete a eficiência das instituições e para a sociedade a medida que
esta reduz o retorno social esperado que está diretamente ligado à formação dos
profissionais de nível superior.
A evasão e os problemas por ela gerados exigem medidas críticas e
ações efetivas dos profissionais envolvidos no processo de educação. São
necessários conhecimentos sobre as carências deste sistema educacional,
lembrando das responsabilidades das escolas e docentes quanto ao nível de
evasão (VIOLIN, 2012). Para Violin (2012), o aluno não pode ser visto como
único responsável pela desistência, pois existem outros fatores que os
influenciam como, as condições sociais, a família, o sistema educacional e a
própria universidade, sendo que esta pode afetar a imagem, a autoestima e a
confiança do estudante.
Estudiosos pesquisam as causas da evasão, entre eles Veloso e Almeida
(2002), Pereira (2003), Cavalcanti et
al. (2010) e Lobo (2012). Veloso e Almeida (2002) apontam que a
evasão é um fenômeno institucional, causado pela ausência de políticas que
priorizem a permanência dos alunos nos cursos, no entanto, em alguns casos,
problemas enfrentados durante o ensino médio acabam por refletir no desempenho
das disciplinas do curso superior, influenciando no abandono. Ainda, segundo os
mesmos autores, outro fator que pode influenciar os alunos para a desistência
está ligado a escolha do curso, que por muitas vezes é feita de forma
equivocada, e quando não atende as expectativas dos estudantes, este busca um
novo curso.
Pereira (2003) teve como objetivo identificar quais fatores
influenciam na decisão do acadêmico de abandonar os estudos, sendo verificado
que os elementos que mais influenciam a evasão são aqueles internos à
instituição, como a infra-estrutura, acervo bibliográfico desatualizado,
métodos de avaliação e deficiência didático-pedagógica dos docentes, e os
externos que são inerentes aos estudantes como, as dificuldades financeiras e a
escolha equivocada do curso.
Cavalcanti et al.
(2010) analisaram os motivos do ingresso e evasão dos acadêmicos do Curso de
Odontologia de uma instituição pública estadual, a vocação, o prestigio e a
remuneração estão elencados como principais motivos para escolha do curso, já o
corpo docente, a estrutura física e a estrutura curricular foram citados como
responsáveis pela insatisfação dos discentes.
Lobo (2012) apresenta em seu estudo as causas mais frequentes da
evasão como a inadaptação do ingressante ao estilo do ensino superior, a falta
de maturidade, a formação básica deficiente, as dificuldades financeiras, a
irritação com a precariedade dos serviços oferecidos pelas instituições, as
decepções com a pouca motivação e atenção dos professores, as dificuldades com
transporte, a alimentação e ambientação nas instituições, as mudanças de curso
e mudanças de residência.
Diante da lacuna apresentada surge a seguinte questão de estudo: quais são os fatores que impactam na evasão
de alunos do curso de ciências contábeis da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná – (Unioeste)? O objetivo geral do presente estudo é analisar
quais fatores contribuem para a evasão no curso de Ciências Contábeis da
Unioeste. Para atingir o objetivo geral da pesquisa foram necessários o
cumprimento dos seguintes objetivos específicos: (a) quantificar a taxa de
evasão do curso, (b) coletar as percepções dos alunos efetivamente evadidos e,
(c) avaliar quais os fatores são determinantes no processo de evasão junto aos
alunos efetivamente evadidos.
Esta pesquisa apresenta como delimitação o tema evasão na educação
superior, particularmente na graduação em Ciências Contábeis da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel, Foz do Iguaçu e
Marechal Cândido Rondon, abrangendo o período correspondente aos anos de 2010 à
2015, para que seja possível a superação dos desafios impostos por este
problema, bem como destacar a importância de estudos que contribuam e facilitam
a tomada de decisão pedagógica e administrativa na educação superior, buscando
assim, aumentar a qualidade do ensino e aprendizagem.
REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta
seção apresenta-se uma incursão teórica sobre a representatividade do superior
e da área contábil e os resultados de estudos sobre a evasão no ensino
superior.
Representatividade
do Ensino Superior e da Área Contábil no Brasil
A definição das regras por parte do Governo Federal visando à abertura
de Instituições de Ensino Superior (IES) e cursos, especialmente a
regulamentação da lei que permitia a constituição de IES com finalidades
lucrativas, promoveu um crescimento no ensino superior (MARTINS, 2007). De
acordo com o Censo de Educação Superior realizado pelo MEC, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP), em 2013 o Brasil possui 2.391 instituições,
32.049 cursos, 7.305,977 matriculas e 321.700 docentes em exercício.
Os impactos da expansão da educação superior podem ser observados a
partir das características de escolaridade entre as gerações mais recentes no
Brasil. Apesar de expressivos avanços entre gerações, considerando diferentes
dimensões (renda, cor ou raça, sexo e região geográfica), fica claro que as
políticas de inclusão em curso precisam ser mantidas e ampliadas para garantir
igualdade de oportunidades educacionais para todos os brasileiros (MEC/INEP,
2013). Também fica evidente que a educação dos brasileiros está centralizada,
na iniciativa privada, resultado dos programas de incentivo a educação no
Brasil, que embora fragilizado consegue atender grande parte da população.
O curso de Ciências Contábeis é direcionado pela Resolução do Conselho
Nacional de Educação/Câmara de Ensino Superior (CNE/CES) nº 10, de 16 de
Dezembro de 2004, sendo um dos cursos mais procurados. De acordo com dados do
Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2015) a área contábil representa quase 5% de todos os cursos de
graduação no país, foram 328.031 alunos matriculados em 2013, o que significa
que um em cada vinte estudantes do nível superior pretende se formar Contador,
distribuídos nos mais de mil cursos de Contabilidade existente no Brasil.
Conforme o INEP (2013), no ano de 2011 existiam 1074 cursos e Contabilidade,
entretanto, em 2013, o INEP divulgou apenas 885 no ranking do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
(Enade).
Estudos
sobre Evasão no Ensino Superior
Nas palavras de Adachi (2009), o marco inicial
de estudo sobre a evasão no ensino superior brasileiro ocorreu no ano de 1995,
ano em que o MEC e as universidades públicas brasileiras manifestaram grande
preocupação com o assunto, e estabeleceram a Comissão Especial para o Estudo da
Evasão pela Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC, 1996). A partir da
realização dos estudos pela Comissão Especial para Estudo da Evasão, tornou-se
possível perceber as principais causas da evasão sendo: uma relacionada aos
estudantes, outras relacionadas aos cursos e as instituições e, por último,
outras de ordem mais conjuntural, voltada para questões socioculturais e
econômicas.
Veloso e Almeida (2002), pesquisaram a evasão
nos cursos de graduação na Universidade Federal de Mato Grosso, no entanto sob
a ótica dos Coordenadores de curso, a Coordenação de Administração Escolar, a
Coordenação de processamento de dados e a Pró- Reitoria de Graduação. Pereira
(2003) pesquisou os fatores que influenciam a decisão do acadêmico de abandonar
o sistema de ensino superior no Centro
Federal de Educação Tecnológica do Amazonas.
Matias (2003) fez uma reflexão sobre as
condições de ingresso, permanência e evasão, já, Biazus (2004) identificou os principais indicadores que
influenciam o aluno a evadir-se dos cursos de graduação, especificamente do
Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Maria e da
Universidade Federal de Santa Catarina, propôs um modelo, o, Instrumento das
Causas da Evasão (ICE), que estabelece uma sistemática de avaliação do processo
de ensino-aprendizagem para o ensino superior com ênfase em Cursos de Ciências
Contábeis. Gaioso (2006), apontou as causas da evasão na
visão dos dirigentes e discentes. Teixeira (2006)
estudou a desistência de alunos em IES
privadas na cidade de Foz do Iguaçu-PR. Bardagi (2007) estudou a evasão e comportamento vocacional de
universitários: estudos sobre o desenvolvimento de carreiras
na graduação. Martins (2007), estudou a evasão de
alunos nos cursos de graduação em uma instituição de ensino superior.
Silva Filho et al. (2007), estudou a evasão no ensino superior
Brasileiro. Fialho (2008), investigou as
causas da evasão dos alunos de graduação da Faculdade Santo Agostinho entre
2005 e 2007. Adachi (2009) analisou a evasão em cinco cursos de graduação da
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, no período de 2000 a 2007.
Andriola (2009)
pesquisou os fatores associados à evasão discente na universidade federal do Ceará
(ufc) de acordo com as opiniões de docentes e de coordenadores de cursos. Silva
(2009) estudou a evasão nos cursos
de licenciatura na UENF, no período de 2003 a 2007. Baggi (2010) analisou a
produção teórica que aborda a evasão e a sua relação com a avaliação a partir
da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) entre 2008-2009. Palácio (2012), analisou as políticas
de acesso e permanência do estudante da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Pereira Júnior (2012), estudou os motivos que levam o discente a evasão. Amaral
(2013) estudou a evasão discente no
ensino superior: no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Ceará (Campus Sobral). Cunha et al.
(2014) estudaram as razões e
influências para a evasão universitária: um estudo com estudantes ingressantes
nos cursos de Ciências Contábeis de instituições públicas federais da Região
Sudeste. Cunha et al. (2015) fez um levantamento sobre a evasão na
última década de evasão nos cursos
brasileiros de graduação em Administração de Empresas e Ciências Contábeis.
Veloso e Almeida (2002) afirmam que a evasão
de estudantes é um fenômeno complexo, comum às instituições universitárias no
mundo contemporâneo. Gaioso (2006) descreve que as causas apontadas em sua
pesquisa são parecidas e comuns na maioria das cidades brasileiras, apesar da
dimensão territorial e das diferenças socioeconômicas regionais, ocorrendo uma
uniformidade de razões declaradas, tanto pelos gestores, quanto pelos
estudantes. Segundo o autor, as causas na visão dos dirigentes educacionais e
alunos são as apresentadas no Quadro 1. A evasão está presente na maioria das
áreas acadêmicas, inclusive nos cursos de contabilidade, conforme Cunha et al.
(2014), os trabalhos relacionados à área contábil ainda são incipientes, mesmo
a literatura sobre o assunto identificando que há similaridades nas questões
relativas ao abandono do curso superior entre as diversas áreas do saber,
torna-se fundamental averiguar quais as causas que levam os estudantes de
graduação em Ciências Contábeis a abandonarem o curso antes de sua conclusão.
Quadro 1. Principais causas
da evasão na visão dos dirigentes e alunos
Visão dos dirigentes de instituições |
Visão dos alunos |
Falta
de orientação vocacional e desconhecimento da metodologia do curso;
deficiência da educação básica; busca de herança profissional; mudança de
endereço problemas financeiros; horário de trabalho incompatível com o de
estudo; e a concorrência entre as IES privadas. |
Falta
de orientação vocacional e imaturidade; reprovações sucessivas problemas
financeiros; falta de perspectivas de trabalho; ausência de laços afetivos na
universidade; busca de herança profissional; e ainda, falta de um referencial
na família. |
Fonte. Gaioso (2006)
Noronha, Carvalho e Santos (2001) realizaram a
primeira pesquisa sobre o Perfil dos alunos evadidos da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade campus Ribeirão Preto e a avaliação do
tempo de titulação dos alunos atualmente matriculados. Os autores observaram
que os motivos mais frequentes para evasão foram: ajustamento do aluno com o
curso ou decepção; vocação; oportunidades profissionais pequenas do curso;
dificuldades acadêmicas; estímulos sociais e estímulos econômicos; e ainda, status
profissional que a carreira possuía.
Biazus (2004), em seu trabalho, identificação dos principais indicadores de influência à evasão
dos cursos de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), elaborou
uma proposta de criação de um Instrumento das Causas da Evasão (ICE) nos cursos
de Contabilidade, partindo inicialmente de um modelo de diagnóstico com
objetivo de levantar as causas da evasão tendo duas categorias ou dimensões:
externas e internas, a partir de estudos realizado pelo MEC (1997).
Segundo Biazus (2004), a categoria interna é
composta por três componentes da instituição, ligados diretamente aos cursos
estudados, que são: atitude comportamental, motivos institucionais e requisitos
didáticos pedagógicos, que se desdobram em outros indicadores prováveis das
causas da evasão no ensino superior, vide Quadro 2.
Quadro
2. Dimensões Internas
Atitude
comportamental |
Motivos
institucionais |
Requisitos
didático-pedagógicos |
Falta de respeito dos professores para com
os alunos; impontualidade dos professores; didática dos professores
ineficiente; forma inadequada com que os professores falam do curso; e a
orientação insuficiente da Coordenação do Curso, quando solicitadas
informações. |
Laboratórios insuficientes com relação aos
equipamentos de informática e conexão com a internet; existência de greves,
com prejuízos do calendário escolar; falta de programa de apoio mais amplo
aos alunos carentes; aspectos inadequados das salas de aulas ao ensino
(físicos, didáticos, recursos audiovisuais); biblioteca insuficiente com
relação a livros, periódicos, revistas etc.; e a falta da Empresa
Júnior para a prática do curso. |
Currículo inadequado às
exigências/interesses do mercado de trabalho; pouca ênfase nas disciplinas
profissionalizantes; cadeia rígida de pré-requisitos; sistema de avaliação
das disciplinas inadequado; falta de associação entre a teoria e a prática
nas disciplinas; pouca motivação por parte dos professores; inadequação entre
os conteúdos das disciplinas; e a concentração da grade curricular em um
único turno. |
Fonte. Biazus (2004)
Já a dimensão externa, segundo Biazus (2004),
é composta por quatro componentes: vocação pessoal; características individuais;
conjunturais e sóciopolíticos-econômicos, cuja categoria tem por finalidade
detectar problemas de ordem pessoal, vocacional, mercado de trabalho,
financeira, dificuldades ambientais e sócio-culturais, conforme Quadro 3.
Quadro
3. Dimensões externas
Vocação
pessoal |
Componentes
conjunturais |
Componente
características individuais |
Componente
Sócio-Político-Econômico |
Estar cursando paralelamente outro curso
superior; desconhecimento prévio sobre o curso; mudança de interesse, opção
de vida e/ou indecisão profissional; |
Mudança de
residência/domicílio; mudança do estado civil; pressão familiar sobre a
indicação do curso; responsabilidade econômica no sustento da família. |
Não ter atendido minhas expectativas;
discriminação racial; problemas de saúde ou falecimento |
Carga horária semanal de trabalho; falta de
apoio da organização onde trabalha; trancamento total do curso; falta de
tempo para estudar; mudança no horário de trabalho; não estava adequado com o
meu trabalho; não existe integração entre a universidade e as empresas
(estágio supervisionado); dificuldades de acompanhamento do curso. |
Fonte.
Biazus (2004)
Biazus (2004) conclui que através destas duas
dimensões, interna e externa e seus desdobramentos através dos indicadores e componentes
as instituições terão condições de monitorar as principais causas da evasão e o
grau de participação de cada uma.
Segundo Kruger Jr., Mello, Diniz, Santos,
Neuenfeldt e Barbosa (2011), as evasões nas IES brasileiras ultrapassam o
índice de 20%, resultando em perdas financeiras de aproximadamente R$ 9 bilhões
em 2009. Destacam, ainda, que na região norte do pais a evasão foi menos
expressiva no período de 2001 a 2005 e que as demais regiões demonstram taxas
semelhantes a nacional. De acordo Silva Filho et al. (2007) cursos da área de Ciências Exatas aparecem como
vilões na relação evasão versus cursos superiores.
Os mesmos autores apontam que dentre os
Estados, os que possuem maior taxa evasão são os Estados do Rio de Janeiro,
seguido do Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Amapá e Rondônia.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Quanto aos objetivos, a pesquisa se classifica como descritiva, porque
buscou através de um levantamento identificar quais os motivos que levaram a
desistência dos alunos do curso de Ciência Contábeis, sem interferir na
realidade pesquisada. Além disso, a abordagem do estudo foi predominantemente
quantitativa. Apresentem alguns detalhes que justificam a abordagem
quantitativa (informem o software e o uso de estatística descritiva). Segundo Gil (2012), o método de levantamento
consiste na interrogação direta as pessoas que deseja-se conhecer, mediante a
análise quantitativa dos dados.
A
abrangência do estudo alcançou os três campus da Unioeste que oferecem o curso
de Ciências Contábeis localizados nas cidades de, Cascavel, Foz do Iguaçu e
Marechal Cândido Rondon, no entanto esses campus atendem grande parte das
cidades da região oeste do estado do Paraná.
Este
estudo foi desenvolvido em duas etapas. Primeiramente foi realizada uma
pesquisa documental retrospectiva junto a Secretaria Acadêmica da instituição
pesquisada, utilizando-se de dados referentes a evasão dos alunos, referente ao
período de 2010 a 2015. Na segunda etapa, empreendeu-se uma pesquisa de campo
para o levantamento dos dados, efetuada por meio de questionários, adaptado de
Violin (2012) e Pereira (2003), destinadas aos alunos já evadidos.
Este
questionário foi enviado por meio eletrônico aos alunos existentes no cadastro
do sistema acadêmico da instituição. Foram levantados 235 alunos evadidos,
sendo que os questionários enviados atingiram a 103, que possuíam o e-mail
cadastrado corretamente. O percentual de respostas foi de 31,06% em relação aos
respondentes que receberam o e-mail.
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
A apresentação, análise e interpretação dos dados foi dividida em três
partes: apresenta o perfil dos estudantes, na segunda os motivos para a escolha
do curso e a terceira os motivos para a desistência.
Perfil
dos respondentes
Na primeira etapa foram analisados o perfil dos respondentes dos
questionários, com ênfase no local do curso, idade, sexo, estado civil, filhos,
com quem reside, se exerce alguma atividade remunerada, qual atividade exerce,
a participação na renda familiar, onde cursou o ensino médio, o ano de ingresso
no curso de Ciências Contábeis, o ano da desistência do curso, a forma de
ingresso, se tinha iniciado e qual curso superior anterior ao curso de
contábeis e, ainda, se frequenta algum curso superior atualmente.
Após a coleta dos dados, o percentual dos respondentes foi de 43,8% de
Cascavel, 18,8% de Foz do Iguaçu e 37,5% de Marechal Cândido Rondon,
distribuídos conforme identificado na Tabela 1.
Tabela
1. Sexo e Estado Civil dos entrevistados
Sexo/Estado
civil |
Solteiro
(a) |
Casado
(a) |
Vivendo
com companheiro (a) |
Separado
(a) |
Viúvo
(a) |
Total |
Masculino |
(31,2%) |
(31,2%) |
(3,1%) |
- |
- |
(65,6%) |
Feminino |
(21,9%) |
(6,3%) |
(6,3%) |
- |
- |
(34,4%) |
Total |
(53,1%) |
(37,5%) |
(9,4%) |
- |
- |
(100,0%) |
Fonte.
Dados da pesquisa
Quanto ao sexo e estado civil, apresentados na Tabela 1, pode-se
verificar que 65,6% são do sexo masculino e 34,4% do feminino e a maioria dos
desistentes são solteiros. Observou-se também a concentração de evasores para a
geração Y. A atividade profissional e o tempo dedicado ao trabalho é
apresentado na Tabela 2.
Tabela
2. Atividade profissional e tempo diário destinado as atividades
Tempo |
Atividade |
||
Área Contábil |
Outra área |
Total |
|
Até 4
horas por dia |
- |
- |
- |
Até 8
horas por dia |
(22%) |
(69%) |
(91%) |
Até 6
horas por dia |
- |
(6%) |
(6%) |
Eventual
(freelancer) |
- |
- |
- |
Desempregado |
- |
(3%) |
(3%) |
Total |
(22%) |
(78%) |
(100%) |
Fonte.
Dados da pesquisa
Observa-se
na Tabela 2 que 91% dos entrevistados trabalham oito horas por dia e 6%
trabalham seis horas ao dia, o que demonstra que os alunos evadidos,
trabalhavam e estudavam ao mesmo tempo, podendo ser caracterizado como
trabalhador-estudante ou estudante-trabalhador. Ainda, 78% trabalham em
atividades profissionais distintas a área contábil. Neste momento foi levantado
o período de ingresso e desistência, dados demonstrados na Tabela 3.
Tabela 3. Período de ingresso e desistência
Descrição |
Período |
||||||
Antes
de 2010 |
2010 |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
|
Qual ano ingressou no curso
de Ciências Contábeis |
(31,3%) |
(18,8%) |
(12,5%) |
(25,0%) |
(9,4%) |
(3,1%) |
- |
Qual ano desistiu do curso de
Ciências Contábeis |
- |
(25,0%) |
(18,8%)
|
(15,6%) |
(28,1%) |
(6,3%) |
(6,3%) |
Fonte.
Dados da pesquisa
A
maioria dos ingressos ocorreu antes de 2010 e no ano de 2012. Quanto ao
percentual da desistência houve variação no período, em 2013 foi de 28,1%, o
maior índice de desistentes, já em 2014 e 2015 o índice foi de 6,3%.
Outra
informação levantada foi sobre a frequência nos cursos superiores, anterior ou
posterior ao início do curso de Ciências Contábeis, conforme Tabela 4. Dos
respondentes, 56,3% já haviam frequentando um curso superior e, ainda, 62,5%
não estão frequentando um curso superior atualmente.
Tabela 4. Realização de outro curso superior
Frequentou outro curso
superior |
Sim |
Não |
(56,3%) |
(48,3%) |
|
Atualmente frequenta outro
curso superior |
(37,5%) |
(62,5%) |
Fonte.
Dados da pesquisa
Quanto à
forma de ingresso ficou evidenciado que 96,9% ingressou na instituição por meio
do vestibular, este percentual alto provavelmente está vinculado ao sistema da
universidade que começou a utilizar o resultado do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) a partir de 2014. Também, a instituição pesquisada adota sistema de
cotas para alunos de escola pública e 56,30% dos respondentes ingressaram por
este sistema.
Tabela 5. Formas de ingresso
Cotas |
Forma
de seleção |
||||
Sim |
Não |
Vestibular |
Transferência |
Convênio |
Enem |
(56,3%) |
(48,3%) |
(96,9%) |
- |
- |
(3,1%) |
Fonte.
Dados da pesquisa
Motivações
para a escolha do curso
Na
segunda fase foram apresentados os dados quanto à motivação para a escolha do
curso de Ciências Contábeis. As informações foram divididas em três categorias
de motivação, condições sociais, qualidade da universidade e infraestrutura da
universidade, mensuradas por meio de escala de importância com as seguintes
alternativas: 1 (sem importância); 2 (pouco importante); 3 (importante); 4
(muito importante) e 5 (extremamente importante).
Os dados
foram submetidos ao teste de pesquisa descritiva no software XLSTAT,
para extrair os valores da média, mediana, desvio padrão e o coeficiente de
variação. A seguir na Tabela 6 foram
apresentados os dados quanto às condições sociais que motivaram a escolha do
curso dos alunos evadidos no período.
Tabela 6. Aspectos motivacionais para a escolha
do curso: condições sociais
Aspecto
motivacional |
Média |
Mediana |
Desvio
padrão |
Variação |
Condição
de estudar e trabalhar ao mesmo tempo |
4,125 |
5,000 |
1,139 |
0,276 |
Possibilidade
de realização pessoal |
3,406 |
3,000 |
1,057 |
0,310 |
Disponibilidade
de vagas no mercado de trabalho |
3,250 |
3,000 |
1,061 |
0,326 |
Possibilidades
salariais |
3,219 |
3,000 |
1,053 |
0,327 |
Fonte.
Dados da pesquisa
Como
demonstrado na Tabela 6, a média para estudar e trabalhar ficou em 4,125
considerada muito importante para a escolha do curso, se for considerado o
desvio padrão e a mediana a classificação fica como extremamente importante. Os
alunos são considerados como estudantes trabalhadores que buscam o acesso ao
ensino superior. Essa característica é predominante no perfil do discente de
contabilidade, estudar e trabalhar faz parte da rotina desse estudante.
Quanto à
pergunta sobre a realização pessoal, a média ficou em 3,406 e a mediana 3,000,
ou seja, consideram como importante este item para a escolha do curso. Os
resultados indicam, que os alunos buscaram o curso como objetivo de realização
pessoal. Converge com os achados na literatura de evasão.
Sobre à
disponibilidade de vagas no mercado, a média ficou em 3,250 e a mediana 3,000,
ou seja, os respondentes consideram como importante este item para a escolha do
curso. Os dados, inferem que os alunos buscaram o curso devido à
disponibilidade de vagas no mercado, ou seja, expectativa de empregabilidade na
área.
Por fim,
quanto às possibilidades salariais, a média ficou em 3,219 e a mediana 3,000,
ou seja, a remuneração e considerada um fator relevante no momento da escolha
do curso. Este quesito, obteve a menor nota em relação ao item estudar e trabalhar
ao mesmo tempo.
A
seguir, na Tabela 7, foram apresentados os dados motivacionais quanto à
qualidade da universidade.
Tabela 7. Aspectos motivacionais para a escolha
do curso: qualidade da universidade
Aspecto
motivacional |
Média |
Mediana |
Desvio
padrão |
Variação |
Por
ser uma universidade pública |
4,375 |
5,000 |
0,927 |
0,212 |
Qualidade
reconhecida dos cursos que oferece |
3,906 |
4,000 |
0,947 |
0,243 |
O
corpo docente da Unioeste |
3,594 |
4,000 |
0,996 |
0,277 |
As
disciplinas ofertadas no curso de Ciências Contábeis |
3,281 |
3,000 |
0,976 |
0,297 |
Fonte.
Dados da pesquisa
Como
demonstrado na Tabela 7, a média para estudar em uma universidade pública ficou
em 4,375 considerada muito importante para a escolha do curso, se for
considerado a mediana 5,000 a classificação fica como extremamente importante.
Ademais, o coeficiente de variação foi considerado baixo entre as respostas,
portanto os alunos optaram pelo curso devido a sua gratuidade.
Quanto à
pergunta sobre a qualidade dos cursos oferecidos pela instituição, a média ficou
em 3,906 considerada importante, com um desvio padrão de 0,947, a mediana
atingiu a nota 4,000, os alunos consideram muito importante este item para a
escolha do curso. A qualidade do curso ofertado, é um fator de relevância
observado a ser observado na escolha do curso, uma vez que os docentes são
observados com certa relevância.
Sobre o
corpo docente, a média ficou em 3,594 considerada como importante, com um
desvio padrão de 0,996, a mediana atingiu a nota 4,000, ou seja, consideram
como muito importante este item para a escolha do curso. Além disso, o
coeficiente de variação foi considerado baixo entre as respostas, portanto os
alunos buscaram o curso pela qualidade dos docentes.
Quanto
às disciplinas ofertadas, a média ficou em 3,281, com o desvio padrão de 0,976
a mediana ficou em 3,000, ou seja, os respondentes consideraram como importante
este item é para a escolha do curso. O coeficiente de variação foi considerado
o mais baixo entre as respostas. Os motivos observados para a escolha do curso
corroboram com a literatura de evasão.
Na
Tabela 8, última categoria motivacional, quanto à infraestrutura da
universidade, a média quanto a localização da universidade ficou em 3,344,
mesmo com o desvio padrão considerado alto e a mediana 3,500 também ficou
considerada importante este item para a escolha do curso. Estes inferem que os
alunos acham importante a localização da universidade.
Esse
resultado assemelha-se aos de Durso (2015) evidenciou, que grande parte dos
participantes da etapa qualitativa do estudo não se identificou com os docentes
do curso de Ciências Contábeis da IES analisada.
Tabela 8. Aspectos motivacionais para a escolha
do curso: infraestrutura da universidade
Aspecto
motivacional |
Média |
Mediana |
Desvio
padrão |
Variação |
Localização
da Universidade |
3,344 |
3,500 |
1,471 |
0,440 |
Estrutura
de apoio da Universidade |
2,906 |
3,000 |
1,155 |
0,398 |
Infraestrutura
da Universidade (salas de aula, biblioteca, laboratórios, projetores
multimídia) |
2,906 |
3,000 |
1,155 |
0,398 |
Fonte.
Dados da pesquisa
Quanto à
pergunta sobre a estrutura de apoio da universidade, a média ficou em 2,906
considerada pouco importante, com um desvio padrão de 1,155 a mediana atingiu a
nota 3,000, ou seja, consideram como importante este item para a escolha do
curso. Os dados exprimem a importância da estrutura e apoio da instituição as
atividades de ensino.
Outro
quesito, quanto à infraestrutura da universidade, tais como qualidade das salas
de aula, biblioteca e laboratório, a média ficou em 2,906 considerada pouco
importante, com um desvio padrão de 1,155 a mediana atingiu a nota 3,000, ou
seja, consideram como importante este item para a escolha do curso. O
coeficiente de variação foi considerado baixo entre as respostas, portanto os
alunos pesquisados entendem como importante a infraestrutura de apoio da
instituição. No entanto a tabela 10 infere maior importância para a localização
da instituição.
Motivações
para a desistência do curso
Nesta
terceira fase foram apresentados os dados quanto à motivação para a desistência
do curso de Ciências Contábeis. As informações foram divididas em três
categorias, condições sociais, pedagógicas e infraestrutura, avaliadas com base
na seguinte escala: 1 (nenhuma influência); 2 (pouca influência); 3 (moderada
influência); 4 (alguma influência) e 5 (total influência).
Os dados
foram submetidos ao teste de pesquisa descritiva no software XLSTAT,
para extrair os valores da média, mediana, desvio padrão e o coeficiente de variação. A seguir, na Tabela 9, foram apresentados os
dados quanto às condições sociais que motivaram a desistência do curso dos
alunos evadidos no período.
Tabela 9. Aspectos motivacionais para a desistência do
curso: Condições sociais
Estatística |
Média |
Mediana |
Desvio
padrão |
Variação |
Escolha
equivocada da carreira |
3,344 |
3,500 |
1,513 |
0,452 |
Adaptação
e integração com a instituição e/ou o curso |
2,594 |
2,000 |
1,656 |
0,638 |
Vida
acadêmica e exigências do mercado de trabalho incompatíveis |
2,344 |
2,000 |
1,383 |
0,590 |
Dificuldades
financeiras |
1,563 |
1,000 |
0,998 |
0,639 |
Ter
sido admitido por outro curso de graduação |
1,438 |
1,000 |
1,116 |
0,777 |
Fonte.
Dados da pesquisa
Como
demonstrado na Tabela 9, a média quanto à escolha equivocada na carreira ficou
em 3,344, mesmo com o desvio padrão considerado alto de 1,513, a mediana ficou
em 3,500, ou seja, os alunos consideram como moderada influência deste item
para a desistência do curso. Os dados da
Tabela 9 inferem que a escolha equivocada da carreira obteve a maior nota sobre
os motivos desistência, respondendo por mais de 45% da evasão observados na
Unioeste.
Quanto à
pergunta sobre a adaptação
e integração com a instituição e/ou o curso, a média
ficou em 2,594, mesmo com um desvio padrão de 1,656 a mediana atingiu a nota
2,000, ou seja, as médias apresentadas consideram como inferem influência deste
item para a desistência do curso.
Na
pergunta sobre a incompatibilidade entre a vida acadêmica e as exigências do
mercado de trabalho a média ficou em 2,344 considerada pouca
influência, com um desvio padrão de 1,383 a mediana atingiu a nota 2,000, ou
seja, consideram como pouca influência este item para a desistência do curso.
Além disso, há tendência dos alunos em conciliar o trabalho e o estudo na área
contábil.
Já na
pergunta sobre as dificuldades
financeiras, a média ficou em 1,563, com um
desvio padrão de 0,998 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, estes dados
exercem influência nas estatísticas de evasão. Como foi verificado em outros
momentos deste estudo, a maioria dos alunos estão no mercado de trabalho e
mesmo assim apresentam dificuldades financeiras, esta reposta confirma que a
prioridade dos alunos é o trabalho. Ademais, 51,3 % são solteiros e residem com
os pais. Fatos que também corroboram para influência do quesito desistência.
Quanto à
admissão em outro curso de graduação, a média ficou em 1,438, com um desvio
padrão de 1,116 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, os dados inferem que
poucos alunos fizeram matricula em outro curso de graduação após evadir do
curso de contabilidade. Entre os quesitos observados, apenas a escolha
equivocada da carreira demonstrou
influência moderada na desistência do curso.
Como
demonstrado na Tabela 10 a seguir, a média quanto às metodologias adotadas
pelos docentes ficaram em 2,345, mesmo com o desvio padrão considerado alto de
1,340, a mediana ficou em 2,000, ou seja, os alunos consideram como pouca
influência deste item para a desistência do curso. Revise a afirmação. Portanto,
a metodologia também tem influenciado de forma substancial na desistência do
curso, corroborando com os achados na revisão de literatura.
Tabela 10. Aspectos motivacionais para a
desistência do curso: condições pedagógicas
Estatística |
Média |
Mediana |
Desvio
padrão |
Variação |
Metodologia
adotada pelos docentes |
2,375 |
2,000 |
1,340 |
0,564 |
Dificuldade
para acompanhar o curso |
2,219 |
1,000 |
1,408 |
0,635 |
Métodos
de avaliação aplicados |
2,063 |
1,500 |
1,321 |
0,641 |
Relacionamento
com os docentes |
1,906 |
1,000 |
1,259 |
0,660 |
Currículo
do curso desatualizado |
1,625 |
1,000 |
0,927 |
0,570 |
Fonte.
Dados da pesquisa
Quanto à
pergunta sobre as dificuldades para acompanhar o curso,
a média ficou em 2,219, classificada como pouca influência, com um desvio
padrão de 1,408 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, considera como nenhuma
influência este item para a desistência do curso.
Esse
resultado assemelha-se aos de Lopes et al. (2017), que aponta as dificuldades
financeiras enfrentadas pelos alunos, falta de vocação para atuar na área
contábil, problemas com a escolha do curso, motivação dos docentes, entre
outras, como fatores que podem estar contribuindo para a evasão. No entanto não
constituem causas de evasão no entendimento dos respondentes, o fato da maioria
dos cursos serem noturnos, de grande parte dos alunos residirem distante das
IES e uma possível existência de problemas de relacionamento entre professores
e alunos.
Também
assemelha-se ao estudo de Cunha, Nascimento e Durso (2016) que identificaram
que os estudantes que ingressaram significativamente entusiasmados com o curso,
apesar de haver indícios de que a escolha do curso não foi um processo bem
orientado. Exatamente por essa razão, a frustração que o estudante poderia ter
ao perceber suas expectativas frustradas o faria se sentir desmotivado, o que
poderia influenciá-los a abandonar o curso no futuro. Portanto, a convicção de
uma escolha, e o entusiasmo resultante, não significa que o indivíduo mostrará
as atitudes e habilidades que concretizarão suas pretensões profissionais e,
diante dos obstáculos que colocarão à prova esta certeza e a força do seu
comprometimento poderão ruir e resultar em evasão.
Na
pergunta sobre os métodos de avaliação do curso, a média ficou em 2,063
considerada pouca influência, com um desvio padrão de 1,321 a mediana atingiu a
nota 1,500, ou seja, consideram como nenhuma influência este item para a
desistência do curso. Há evidências que os critérios de avaliação não
contribuem para a desistência do curso, esses dados divergem dos encontrados na
literatura.
Na
pergunta sobre o relacionamento com os docentes, a média ficou em 1,906, com um desvio padrão de 1,259 a mediana atingiu a nota
1,000, ou seja, os alunos consideram como nenhuma influência deste item para a
desistência do curso.
Ainda,
quanto ao currículo desatualizado, a média ficou em 1,625, com um desvio padrão
de 0,927 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, os alunos consideram como
nenhuma influência deste item para a desistência do curso, os alunos
pesquisados entendem que o currículo desatualizado teve a menor nota neste
eixo. Esses dados corroboram com os achados de Biazus (2004), que constatou que
os discentes consideravam o currículo divergente do que exigia o mercado de
trabalho.
Esse
resultado assemelha-se aos de Silva et al. (2020) que destacaram que o
estudante, ao iniciar a vida universitária, carrega consigo as características
anteriores ao ingresso e essas passam a refletir na sua integração ao novo
ambiente. Verificou-se que as variáveis relacionadas ao período
pré-universitário (contexto familiar, atributos individuais e escolaridade
anterior) têm forte influência na evasão.
Na
Tabela 11, a seguir, foram apresentados os últimos dados motivacionais quanto
condições da infraestrutura da universidade.
Tabela 11. Aspectos motivacionais para a
desistência do curso: condições de infraestrutura
Estatística |
Média |
Mediana |
Desvio
padrão |
Variação |
Estrutura
de apoio ao ensino, laboratórios, equipamentos de informática, outros |
1,906 |
1,500 |
1,155 |
0,606 |
Acervo
bibliográfico desatualizado |
1,781 |
1,000 |
1,138 |
0,639 |
Fonte.
Dados da pesquisa
Como
demonstrado na Tabela 11, a média quanto à estrutura de apoio ao ensino,
laboratórios, equipamentos de informática, outros; ficou em 1,906, mesmo com o desvio padrão considerado de 1,155, a
mediana ficou em 1,500, ou seja, os alunos consideram como nenhuma influência
deste item para a desistência do curso. Inferem esses dados que os alunos
consideram adequada a estrutura dos cursos de Ciências Contábeis. Embora esse
quesito vai em desencontro com a questão anterior.
Por fim, quanto ao acervo
bibliográfico desatualizado, a média ficou em 1,781, com um desvio padrão de
1,138 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, os alunos consideram como
nenhuma influência deste item para a desistência do curso. Portanto os
alunos pesquisados entendem que o acervo disponível nas bibliotecas não tem
influência na desistência do curso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo identificar
os fatores (variáveis) que poderiam determinar a evasão de estudantes do curso
de Ciências Contábeis da Unioeste no período de 2010 à 2015. Para este fim, os
resultados foram segregados em três partes: perfil dos respondentes, motivos
para escolha e fatores que determinaram à evasão. Os achados no decorrer da pesquisa corroboram
com as pesquisas anteriores, o Instrumento das Causas da Evasão (ICE), proposto por Biazus (2004),
reúne todos os motivos que premeiam a evasão no ensino superior, e, estabelece
uma sistemática de avaliação do processo de ensino-aprendizagem para o ensino
superior com ênfase em Cursos de Ciências Contábeis, com o propósito de
diagnosticar as causas da evasão identificadas na literatura. No entanto as divergências encontradas referem-se ao fato de alguns
evasores já possuírem outra graduação. Quanto ao perfil dos alunos
evasores, o estudo constatou que 65,6% são do gênero masculino e 34,4% do sexo
feminino, verificou-se que 56,3% ingressaram na universidade através de cotas,
56,3% já frequentaram cursos superiores antes do curso de Ciências Contábeis e
62,5% não frequentam atualmente outro curso superior. Ainda, 91% dos ex-alunos
trabalham 8 horas diárias, demonstrando a tendência em conciliar o trabalho e o
estudo na área contábil.
O resultado do estudo aponta que entres os
fatores que contribuíram para a escolha do curso foi a gratuidade do ensino, porém
um dado relevante e que quase 50% dos evasores ingressaram pelo sistema de
cotas e aproximadamente 65% não ingressaram em outro curso de graduação. A
qualidade do curso e as condições de estudar e trabalhar são fortemente
observados no momento da escolha do curso. O mercado de trabalho, as
possibilidade salariais, realização pessoal, estrutura de apoio também são
relevantes para a escolha do curso. No entanto, as principais evidências identificadas
que influenciam de forma negativa as estatísticas de evasão, são; a admissão em
outro curso de graduação, dificuldade de acompanhar o curso, currículo
desatualizado e métodos de avaliação, dificuldade financeira e relacionamento
com docentes. A pesquisa também evidenciou fatores observados pelos discentes
que não influenciam a evasão.
Com
exceção da escolha equivocada da carreira, as demais condições sociais, as
condições pedagógicas e de infraestrutura não afetam significativamente a
desistência no curso. Fato que remete a outros aspectos e a complexidade para
compreender e gerenciar a evasão no ensino superior, como a motivação
intrínseca dos alunos, a procrastinação, o comportamento da geração Y ou Z, que
não se identificam com a realidade ou com o presente, como salienta (BAUMAN,
2007).
A falta de informações cadastrais permeou
entre as dificuldades para o contato com os discentes evadidos; cadastro
incompleto, sem endereço de e-mail, e, ou telefone, assim reduzindo o número da
amostra. Ressalta-se que o método utilizado para a análise dos resultados pode
ser replicado em outros cursos e instituições de ensino superior, no entanto os
resultados encontrados neste estudo podem variar de acordo com a função de
outros fatores que podem afetar os fenômenos de desistências que não foram
analisados.
Conclui-se
que, de maneira geral, os fatores que contribuem para a evasão nos cursos de
ciências contábeis analisados nesta pesquisa condizem com Biazus (2004), Gaioso
(2006), Silva et al. (2020), Cunha, Nascimento e Durso (2016), Lopes et al.
(2017) e Durso (2015). Destacando que as variáveis escolha equivocada do curso, identificação com os docentes, condição de estudar e trabalhar ao
mesmo tempo e aspectos pré-universitário (contexto
familiar, atributos individuais e escolaridade anterior) têm forte influência
na evasão.
Ressalta-se
ainda que os resultado da pesquisa são semelhantes aos de Durso (2015) que
pesquisou as causas da evasão em uma IES pública no estado de Minas Gerais. No
entanto, com cenário atual em 2020 (pandemia), provavelmente, o fator
financeiro poderá vir a ser uma das causas da evasão também em instituições de
ensino públicas.
Sugere-se que pesquisas futuras aprofundem as
análises buscando interpretar e compreender a evasão discente em todos os
cursos da Unioeste, segregadas por área de formação. Além de estudos em IES
privadas como fonte de comparação das motivações para a evasão.
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