v. 4, n. 3, Setembro-Dezembro/2020

Evasão no ensino superior: Uma análise dos alunos de ciências contábeis da Universidade Estadual do Oeste do Paraná

 

Roberto Francisco de Souza

robertofsouzajr@gmail.com

https://orcid.org/0000-0001-9776-9139

http://lattes.cnpq.br/7229026673672315

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Salvador - Bahia, Brasil

 

Leila Aparecida Scherer Weiss

leila_weiss@hotmail.com

https://orcid.org/0000-0002-6479-6525

http://lattes.cnpq.br/9310589645545239

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Cascavel - Paraná, Brasil

 

 Sergio Moacir Fabriz

sergiomoacirfabriz@gmail.com

https://orcid.org/0000-0002-1130-4822

http://lattes.cnpq.br/7097316359371117

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Foz do Iguaçu - Paraná, Brasil

 

Sidnei Celerino da Silva

sidneicelerino@yahoo.com.br

http://orcid.org/0000-0002-0944-6231

http://lattes.cnpq.br/0351991318658544

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Cascavel - Paraná, Brasil

 

RESUMO

Este artigo aborda a evasão na educação superior, tendo como objetivo identificar os fatores que poderiam determinar a evasão de estudantes do curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), no período de 2010 à 2015. A pesquisa desenvolvida é classificada como descritiva, elaborada por meio de levantamento e com abordagem predominantemente quantitativa dos dados. Para desenvolvimento da pesquisa foram levantados junto à secretaria acadêmica os alunos evadidos no período, enviados 103 questionários e obteve-se a percepção de 31,06% dos respondentes. Como resultado, pode-se observar o fator que mais impacta na escolha do curso é a gratuidade do ensino, bem como a qualidade do curso e as condições de estudar e trabalhar são fortemente observados no momento da escolha do curso e quanto a evasão é a escolha equivocada na carreira como também a admissão em outro curso de graduação, dificuldade de acompanhar o curso, currículo desatualizado e métodos de avaliação, dificuldade financeira e relacionamento com docentes.

 

Palavras-chave: Evasão. Ensino Superior. Ciências Contábeis.

Evasion in higher education: An analysis of students of accounting sciences from the University of the west of Paraná

 

ABSTRACT

This article addresses evasion in higher education, aiming to identify the factors that could determine the evasion of students in the Accounting Sciences course at the State University of Western Paraná (Unioeste), in the period from 2010 to 2015. The research developed is classified as descriptive, elaborated through a survey and with a predominantly quantitative approach to the data. For the development of the research, students who dropped out in the period were surveyed at the academic secretariat, 103 questionnaires were sent and 31.06% of the respondents were perceived. As a result, one can observe the factor that most impacts the choice of the course is the gratuity of the teaching, as well as the quality of the course and the conditions of studying and working are strongly observed when choosing the course and how much evasion is the mistaken choice in career as well as admission to another undergraduate course, difficulty following the course, outdated curriculum and assessment methods, financial difficulty and relationship with teachers.

 

Keywords: Evasion. University education. Accounting Sciences

 

Submissão:09/05/2020

Nova Submissão - Correções: 01/07/2020

Aceito: 29/07/2020

Publicado: 30/09/2020

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

A evasão é apontada por diversos autores como Rosa (1995), Braga, Miranda-Pinto e Cardeal (1997), Veloso e Almeida (2002), Silva Filho, Motejunas, Hipólito e Lobo. (2007), Baggi e Lopes (2011), Violin (2012), Carneiro, Silva e Bizarria (2014), Cunha, Luca, Lima, Cornacchione Jr. e Ott (2015) como sendo uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas instituições e a busca por possíveis causas tem sido objeto de diversos estudos. De acordo com Silva Filho et al. (2007), este é um problema que acaba por afetar o sistema educacional de diversos países, ocorrendo desperdícios sociais, acadêmicos e econômicos, pois no setor público são investidos recursos que acabam por não apresentar retorno, e no setor privado é uma grande fonte de perdas de receitas. Nas categorias administrativas pública e privada a evasão causa prejuízo, pois são fontes de ociosidade tanto de professoreis, funcionários, equipamentos e de espaço físico.

Segundo Carneiro et al. (2014), a evasão se torna um grande problema para a sociedade em geral; para os estudantes, devido ao fato de gerar prejuízos de ordem pessoal, profissional e financeira; para as universidades, pois compromete a eficiência das instituições e para a sociedade a medida que esta reduz o retorno social esperado que está diretamente ligado à formação dos profissionais de nível superior.

A evasão e os problemas por ela gerados exigem medidas críticas e ações efetivas dos profissionais envolvidos no processo de educação. São necessários conhecimentos sobre as carências deste sistema educacional, lembrando das responsabilidades das escolas e docentes quanto ao nível de evasão (VIOLIN, 2012). Para Violin (2012), o aluno não pode ser visto como único responsável pela desistência, pois existem outros fatores que os influenciam como, as condições sociais, a família, o sistema educacional e a própria universidade, sendo que esta pode afetar a imagem, a autoestima e a confiança do estudante.

Estudiosos pesquisam as causas da evasão, entre eles Veloso e Almeida (2002), Pereira (2003), Cavalcanti et al. (2010) e Lobo (2012). Veloso e Almeida (2002) apontam que a evasão é um fenômeno institucional, causado pela ausência de políticas que priorizem a permanência dos alunos nos cursos, no entanto, em alguns casos, problemas enfrentados durante o ensino médio acabam por refletir no desempenho das disciplinas do curso superior, influenciando no abandono. Ainda, segundo os mesmos autores, outro fator que pode influenciar os alunos para a desistência está ligado a escolha do curso, que por muitas vezes é feita de forma equivocada, e quando não atende as expectativas dos estudantes, este busca um novo curso.

Pereira (2003) teve como objetivo identificar quais fatores influenciam na decisão do acadêmico de abandonar os estudos, sendo verificado que os elementos que mais influenciam a evasão são aqueles internos à instituição, como a infra-estrutura, acervo bibliográfico desatualizado, métodos de avaliação e deficiência didático-pedagógica dos docentes, e os externos que são inerentes aos estudantes como, as dificuldades financeiras e a escolha equivocada do curso.

Cavalcanti et al. (2010) analisaram os motivos do ingresso e evasão dos acadêmicos do Curso de Odontologia de uma instituição pública estadual, a vocação, o prestigio e a remuneração estão elencados como principais motivos para escolha do curso, já o corpo docente, a estrutura física e a estrutura curricular foram citados como responsáveis pela insatisfação dos discentes.

Lobo (2012) apresenta em seu estudo as causas mais frequentes da evasão como a inadaptação do ingressante ao estilo do ensino superior, a falta de maturidade, a formação básica deficiente, as dificuldades financeiras, a irritação com a precariedade dos serviços oferecidos pelas instituições, as decepções com a pouca motivação e atenção dos professores, as dificuldades com transporte, a alimentação e ambientação nas instituições, as mudanças de curso e mudanças de residência.

Diante da lacuna apresentada surge a seguinte questão de estudo: quais são os fatores que impactam na evasão de alunos do curso de ciências contábeis da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – (Unioeste)? O objetivo geral do presente estudo é analisar quais fatores contribuem para a evasão no curso de Ciências Contábeis da Unioeste. Para atingir o objetivo geral da pesquisa foram necessários o cumprimento dos seguintes objetivos específicos: (a) quantificar a taxa de evasão do curso, (b) coletar as percepções dos alunos efetivamente evadidos e, (c) avaliar quais os fatores são determinantes no processo de evasão junto aos alunos efetivamente evadidos.

Esta pesquisa apresenta como delimitação o tema evasão na educação superior, particularmente na graduação em Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel, Foz do Iguaçu e Marechal Cândido Rondon, abrangendo o período correspondente aos anos de 2010 à 2015, para que seja possível a superação dos desafios impostos por este problema, bem como destacar a importância de estudos que contribuam e facilitam a tomada de decisão pedagógica e administrativa na educação superior, buscando assim, aumentar a qualidade do ensino e aprendizagem.

REFERENCIAL TEÓRICO

                 

Nesta seção apresenta-se uma incursão teórica sobre a representatividade do superior e da área contábil e os resultados de estudos sobre a evasão no ensino superior.

 

Representatividade do Ensino Superior e da Área Contábil no Brasil

A definição das regras por parte do Governo Federal visando à abertura de Instituições de Ensino Superior (IES) e cursos, especialmente a regulamentação da lei que permitia a constituição de IES com finalidades lucrativas, promoveu um crescimento no ensino superior (MARTINS, 2007). De acordo com o Censo de Educação Superior realizado pelo MEC, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em 2013 o Brasil possui 2.391 instituições, 32.049 cursos, 7.305,977 matriculas e 321.700 docentes em exercício.

Os impactos da expansão da educação superior podem ser observados a partir das características de escolaridade entre as gerações mais recentes no Brasil. Apesar de expressivos avanços entre gerações, considerando diferentes dimensões (renda, cor ou raça, sexo e região geográfica), fica claro que as políticas de inclusão em curso precisam ser mantidas e ampliadas para garantir igualdade de oportunidades educacionais para todos os brasileiros (MEC/INEP, 2013). Também fica evidente que a educação dos brasileiros está centralizada, na iniciativa privada, resultado dos programas de incentivo a educação no Brasil, que embora fragilizado consegue atender grande parte da população.

O curso de Ciências Contábeis é direcionado pela Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Ensino Superior (CNE/CES) nº 10, de 16 de Dezembro de 2004, sendo um dos cursos mais procurados. De acordo com dados do Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2015) a área contábil representa quase 5% de todos os cursos de graduação no país, foram 328.031 alunos matriculados em 2013, o que significa que um em cada vinte estudantes do nível superior pretende se formar Contador, distribuídos nos mais de mil cursos de Contabilidade existente no Brasil. Conforme o INEP (2013), no ano de 2011 existiam 1074 cursos e Contabilidade, entretanto, em 2013, o INEP divulgou apenas 885 no ranking do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).

 

Estudos sobre Evasão no Ensino Superior

Nas palavras de Adachi (2009), o marco inicial de estudo sobre a evasão no ensino superior brasileiro ocorreu no ano de 1995, ano em que o MEC e as universidades públicas brasileiras manifestaram grande preocupação com o assunto, e estabeleceram a Comissão Especial para o Estudo da Evasão pela Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC, 1996). A partir da realização dos estudos pela Comissão Especial para Estudo da Evasão, tornou-se possível perceber as principais causas da evasão sendo: uma relacionada aos estudantes, outras relacionadas aos cursos e as instituições e, por último, outras de ordem mais conjuntural, voltada para questões socioculturais e econômicas.

Veloso e Almeida (2002), pesquisaram a evasão nos cursos de graduação na Universidade Federal de Mato Grosso, no entanto sob a ótica dos Coordenadores de curso, a Coordenação de Administração Escolar, a Coordenação de processamento de dados e a Pró- Reitoria de Graduação. Pereira (2003) pesquisou os fatores que influenciam a decisão do acadêmico de abandonar o sistema de ensino superior no Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas.

Matias (2003) fez uma reflexão sobre as condições de ingresso, permanência e evasão, já, Biazus (2004) identificou os principais indicadores que influenciam o aluno a evadir-se dos cursos de graduação, especificamente do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Maria e da Universidade Federal de Santa Catarina, propôs um modelo, o, Instrumento das Causas da Evasão (ICE), que estabelece uma sistemática de avaliação do processo de ensino-aprendizagem para o ensino superior com ênfase em Cursos de Ciências Contábeis. Gaioso (2006), apontou as causas da evasão na visão dos dirigentes e discentes. Teixeira (2006) estudou a desistência de alunos em IES privadas na cidade de Foz do Iguaçu-PR. Bardagi (2007) estudou a evasão e comportamento vocacional de universitários: estudos sobre o desenvolvimento de carreiras na graduação.  Martins (2007), estudou a evasão de alunos nos cursos de graduação em uma instituição de ensino superior. Silva Filho et al. (2007), estudou a evasão no ensino superior Brasileiro. Fialho (2008), investigou as causas da evasão dos alunos de graduação da Faculdade Santo Agostinho entre 2005 e 2007. Adachi (2009) analisou a evasão em cinco cursos de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, no período de 2000 a 2007.

Andriola (2009) pesquisou os fatores associados à evasão discente na universidade federal do Ceará (ufc) de acordo com as opiniões de docentes e de coordenadores de cursos. Silva (2009) estudou a evasão nos cursos de licenciatura na UENF, no período de 2003 a 2007. Baggi (2010) analisou a produção teórica que aborda a evasão e a sua relação com a avaliação a partir da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) entre 2008-2009. Palácio (2012), analisou as políticas de acesso e permanência do estudante da Universidade Federal do Ceará (UFC). Pereira Júnior (2012), estudou os motivos que levam o discente a evasão. Amaral (2013) estudou a evasão discente no ensino superior: no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (Campus Sobral).  Cunha et al. (2014) estudaram as razões e influências para a evasão universitária: um estudo com estudantes ingressantes nos cursos de Ciências Contábeis de instituições públicas federais da Região Sudeste. Cunha et al. (2015) fez um levantamento sobre a evasão na última década de evasão nos cursos brasileiros de graduação em Administração de Empresas e Ciências Contábeis.

Veloso e Almeida (2002) afirmam que a evasão de estudantes é um fenômeno complexo, comum às instituições universitárias no mundo contemporâneo. Gaioso (2006) descreve que as causas apontadas em sua pesquisa são parecidas e comuns na maioria das cidades brasileiras, apesar da dimensão territorial e das diferenças socioeconômicas regionais, ocorrendo uma uniformidade de razões declaradas, tanto pelos gestores, quanto pelos estudantes. Segundo o autor, as causas na visão dos dirigentes educacionais e alunos são as apresentadas no Quadro 1. A evasão está presente na maioria das áreas acadêmicas, inclusive nos cursos de contabilidade, conforme Cunha et al. (2014), os trabalhos relacionados à área contábil ainda são incipientes, mesmo a literatura sobre o assunto identificando que há similaridades nas questões relativas ao abandono do curso superior entre as diversas áreas do saber, torna-se fundamental averiguar quais as causas que levam os estudantes de graduação em Ciências Contábeis a abandonarem o curso antes de sua conclusão.

 

 

 

 

 

Quadro 1. Principais causas da evasão na visão dos dirigentes e alunos

Visão dos dirigentes de instituições

Visão dos alunos

Falta de orientação vocacional e desconhecimento da metodologia do curso; deficiência da educação básica; busca de herança profissional; mudança de endereço problemas financeiros; horário de trabalho incompatível com o de estudo; e a concorrência entre as IES privadas.

Falta de orientação vocacional e imaturidade; reprovações sucessivas problemas financeiros; falta de perspectivas de trabalho; ausência de laços afetivos na universidade; busca de herança profissional; e ainda, falta de um referencial na família.

Fonte. Gaioso (2006)

 

Noronha, Carvalho e Santos (2001) realizaram a primeira pesquisa sobre o Perfil dos alunos evadidos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade campus Ribeirão Preto e a avaliação do tempo de titulação dos alunos atualmente matriculados. Os autores observaram que os motivos mais frequentes para evasão foram: ajustamento do aluno com o curso ou decepção; vocação; oportunidades profissionais pequenas do curso; dificuldades acadêmicas; estímulos sociais e estímulos econômicos; e ainda, status profissional que a carreira possuía.

Biazus (2004), em seu trabalho, identificação dos principais indicadores de influência à evasão dos cursos de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), elaborou uma proposta de criação de um Instrumento das Causas da Evasão (ICE) nos cursos de Contabilidade, partindo inicialmente de um modelo de diagnóstico com objetivo de levantar as causas da evasão tendo duas categorias ou dimensões: externas e internas, a partir de estudos realizado pelo MEC (1997).

Segundo Biazus (2004), a categoria interna é composta por três componentes da instituição, ligados diretamente aos cursos estudados, que são: atitude comportamental, motivos institucionais e requisitos didáticos pedagógicos, que se desdobram em outros indicadores prováveis das causas da evasão no ensino superior, vide Quadro 2.

Quadro 2. Dimensões Internas

Atitude comportamental

Motivos institucionais

Requisitos didático-pedagógicos

Falta de respeito dos professores para com os alunos; impontualidade dos professores; didática dos professores ineficiente; forma inadequada com que os professores falam do curso; e a orientação insuficiente da Coordenação do Curso, quando solicitadas informações.

Laboratórios insuficientes com relação aos equipamentos de informática e conexão com a internet; existência de greves, com prejuízos do calendário escolar; falta de programa de apoio mais amplo aos alunos carentes; aspectos inadequados das salas de aulas ao ensino (físicos, didáticos, recursos audiovisuais); biblioteca insuficiente com relação a livros, periódicos, revistas etc.; e a falta da Empresa Júnior para a prática do curso.

Currículo inadequado às exigências/interesses do mercado de trabalho; pouca ênfase nas disciplinas profissionalizantes; cadeia rígida de pré-requisitos; sistema de avaliação das disciplinas inadequado; falta de associação entre a teoria e a prática nas disciplinas; pouca motivação por parte dos professores; inadequação entre os conteúdos das disciplinas; e a concentração da grade curricular em um único turno.

Fonte. Biazus (2004)

 

Já a dimensão externa, segundo Biazus (2004), é composta por quatro componentes: vocação pessoal; características individuais; conjunturais e sóciopolíticos-econômicos, cuja categoria tem por finalidade detectar problemas de ordem pessoal, vocacional, mercado de trabalho, financeira, dificuldades ambientais e sócio-culturais, conforme Quadro 3.

 

Quadro 3. Dimensões externas

Vocação pessoal

Componentes conjunturais

Componente características individuais

Componente Sócio-Político-Econômico

Estar cursando paralelamente outro curso superior; desconhecimento prévio sobre o curso; mudança de interesse, opção de vida e/ou indecisão profissional;

Mudança de residência/domicílio; mudança do estado civil; pressão familiar sobre a indicação do curso; responsabilidade econômica no sustento da família.

Não ter atendido minhas expectativas; discriminação racial; problemas de saúde ou falecimento

 

Carga horária semanal de trabalho; falta de apoio da organização onde trabalha; trancamento total do curso; falta de tempo para estudar; mudança no horário de trabalho; não estava adequado com o meu trabalho; não existe integração entre a universidade e as empresas (estágio supervisionado); dificuldades de acompanhamento do curso.

Fonte. Biazus (2004)

 

Biazus (2004) conclui que através destas duas dimensões, interna e externa e seus desdobramentos através dos indicadores e componentes as instituições terão condições de monitorar as principais causas da evasão e o grau de participação de cada uma.

Segundo Kruger Jr., Mello, Diniz, Santos, Neuenfeldt e Barbosa (2011), as evasões nas IES brasileiras ultrapassam o índice de 20%, resultando em perdas financeiras de aproximadamente R$ 9 bilhões em 2009. Destacam, ainda, que na região norte do pais a evasão foi menos expressiva no período de 2001 a 2005 e que as demais regiões demonstram taxas semelhantes a nacional. De acordo Silva Filho et al. (2007) cursos da área de Ciências Exatas aparecem como vilões na relação evasão versus cursos superiores.

Os mesmos autores apontam que dentre os Estados, os que possuem maior taxa evasão são os Estados do Rio de Janeiro, seguido do Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Amapá e Rondônia.

 

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

 

Quanto aos objetivos, a pesquisa se classifica como descritiva, porque buscou através de um levantamento identificar quais os motivos que levaram a desistência dos alunos do curso de Ciência Contábeis, sem interferir na realidade pesquisada. Além disso, a abordagem do estudo foi predominantemente quantitativa. Apresentem alguns detalhes que justificam a abordagem quantitativa (informem o software e o uso de estatística descritiva).  Segundo Gil (2012), o método de levantamento consiste na interrogação direta as pessoas que deseja-se conhecer, mediante a análise quantitativa dos dados.

A abrangência do estudo alcançou os três campus da Unioeste que oferecem o curso de Ciências Contábeis localizados nas cidades de, Cascavel, Foz do Iguaçu e Marechal Cândido Rondon, no entanto esses campus atendem grande parte das cidades da região oeste do estado do Paraná.

Este estudo foi desenvolvido em duas etapas. Primeiramente foi realizada uma pesquisa documental retrospectiva junto a Secretaria Acadêmica da instituição pesquisada, utilizando-se de dados referentes a evasão dos alunos, referente ao período de 2010 a 2015. Na segunda etapa, empreendeu-se uma pesquisa de campo para o levantamento dos dados, efetuada por meio de questionários, adaptado de Violin (2012) e Pereira (2003), destinadas aos alunos já evadidos.

Este questionário foi enviado por meio eletrônico aos alunos existentes no cadastro do sistema acadêmico da instituição. Foram levantados 235 alunos evadidos, sendo que os questionários enviados atingiram a 103, que possuíam o e-mail cadastrado corretamente. O percentual de respostas foi de 31,06% em relação aos respondentes que receberam o e-mail.

 

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

 

A apresentação, análise e interpretação dos dados foi dividida em três partes: apresenta o perfil dos estudantes, na segunda os motivos para a escolha do curso e a terceira os motivos para a desistência.

 

Perfil dos respondentes

Na primeira etapa foram analisados o perfil dos respondentes dos questionários, com ênfase no local do curso, idade, sexo, estado civil, filhos, com quem reside, se exerce alguma atividade remunerada, qual atividade exerce, a participação na renda familiar, onde cursou o ensino médio, o ano de ingresso no curso de Ciências Contábeis, o ano da desistência do curso, a forma de ingresso, se tinha iniciado e qual curso superior anterior ao curso de contábeis e, ainda, se frequenta algum curso superior atualmente.

Após a coleta dos dados, o percentual dos respondentes foi de 43,8% de Cascavel, 18,8% de Foz do Iguaçu e 37,5% de Marechal Cândido Rondon, distribuídos conforme identificado na Tabela 1.

 

Tabela 1. Sexo e Estado Civil dos entrevistados

Sexo/Estado civil

Solteiro (a)

Casado (a)

Vivendo com companheiro (a)

Separado (a)

Viúvo (a)

Total

Masculino

(31,2%)

(31,2%)

(3,1%)

-

-

(65,6%)

Feminino

(21,9%)

(6,3%)

(6,3%)

-

-

(34,4%)

Total

(53,1%)

(37,5%)

(9,4%)

-

-

(100,0%)

Fonte. Dados da pesquisa

 

Quanto ao sexo e estado civil, apresentados na Tabela 1, pode-se verificar que 65,6% são do sexo masculino e 34,4% do feminino e a maioria dos desistentes são solteiros. Observou-se também a concentração de evasores para a geração Y. A atividade profissional e o tempo dedicado ao trabalho é apresentado na Tabela 2.

 

 

 

Tabela 2. Atividade profissional e tempo diário destinado as atividades

Tempo

Atividade

Área Contábil

Outra área

Total

Até 4 horas por dia

-

-

-

Até 8 horas por dia

(22%)

(69%)

(91%)

Até 6 horas por dia

-

(6%)

(6%)

Eventual (freelancer)

-

-

-

Desempregado

-

(3%)

(3%)

Total

(22%)

(78%)

(100%)

Fonte. Dados da pesquisa

 

Observa-se na Tabela 2 que 91% dos entrevistados trabalham oito horas por dia e 6% trabalham seis horas ao dia, o que demonstra que os alunos evadidos, trabalhavam e estudavam ao mesmo tempo, podendo ser caracterizado como trabalhador-estudante ou estudante-trabalhador. Ainda, 78% trabalham em atividades profissionais distintas a área contábil. Neste momento foi levantado o período de ingresso e desistência, dados demonstrados na Tabela 3.

 

Tabela 3. Período de ingresso e desistência

Descrição

Período

Antes de 2010

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Qual ano ingressou no curso de Ciências Contábeis

(31,3%)

(18,8%)

(12,5%)

(25,0%)

(9,4%)

(3,1%)

-

Qual ano desistiu do curso de Ciências Contábeis

-

(25,0%)

(18,8%)

(15,6%)

(28,1%)

(6,3%)

(6,3%)

Fonte. Dados da pesquisa

 

A maioria dos ingressos ocorreu antes de 2010 e no ano de 2012. Quanto ao percentual da desistência houve variação no período, em 2013 foi de 28,1%, o maior índice de desistentes, já em 2014 e 2015 o índice foi de 6,3%.

Outra informação levantada foi sobre a frequência nos cursos superiores, anterior ou posterior ao início do curso de Ciências Contábeis, conforme Tabela 4. Dos respondentes, 56,3% já haviam frequentando um curso superior e, ainda, 62,5% não estão frequentando um curso superior atualmente.

 

Tabela 4. Realização de outro curso superior

 

Frequentou outro curso superior

Sim

Não

(56,3%)

(48,3%)

Atualmente frequenta outro curso superior

(37,5%)

(62,5%)

Fonte. Dados da pesquisa

 

Quanto à forma de ingresso ficou evidenciado que 96,9% ingressou na instituição por meio do vestibular, este percentual alto provavelmente está vinculado ao sistema da universidade que começou a utilizar o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2014. Também, a instituição pesquisada adota sistema de cotas para alunos de escola pública e 56,30% dos respondentes ingressaram por este sistema.

 

 

Tabela 5. Formas de ingresso

Cotas

Forma de seleção

Sim

Não

Vestibular

Transferência

Convênio

Enem

(56,3%)

(48,3%)

(96,9%)

-

-

(3,1%)

Fonte. Dados da pesquisa

 

Motivações para a escolha do curso

Na segunda fase foram apresentados os dados quanto à motivação para a escolha do curso de Ciências Contábeis. As informações foram divididas em três categorias de motivação, condições sociais, qualidade da universidade e infraestrutura da universidade, mensuradas por meio de escala de importância com as seguintes alternativas: 1 (sem importância); 2 (pouco importante); 3 (importante); 4 (muito importante) e 5 (extremamente importante).

Os dados foram submetidos ao teste de pesquisa descritiva no software XLSTAT, para extrair os valores da média, mediana, desvio padrão e o coeficiente de variação.  A seguir na Tabela 6 foram apresentados os dados quanto às condições sociais que motivaram a escolha do curso dos alunos evadidos no período.

 

Tabela 6. Aspectos motivacionais para a escolha do curso: condições sociais

Aspecto motivacional

Média

Mediana

Desvio padrão

Variação

Condição de estudar e trabalhar ao mesmo tempo

4,125

5,000

1,139

0,276

Possibilidade de realização pessoal

3,406

3,000

1,057

0,310

Disponibilidade de vagas no mercado de trabalho

3,250

3,000

1,061

0,326

Possibilidades salariais

3,219

3,000

1,053

0,327

Fonte. Dados da pesquisa

 

Como demonstrado na Tabela 6, a média para estudar e trabalhar ficou em 4,125 considerada muito importante para a escolha do curso, se for considerado o desvio padrão e a mediana a classificação fica como extremamente importante. Os alunos são considerados como estudantes trabalhadores que buscam o acesso ao ensino superior. Essa característica é predominante no perfil do discente de contabilidade, estudar e trabalhar faz parte da rotina desse estudante.

Quanto à pergunta sobre a realização pessoal, a média ficou em 3,406 e a mediana 3,000, ou seja, consideram como importante este item para a escolha do curso. Os resultados indicam, que os alunos buscaram o curso como objetivo de realização pessoal. Converge com os achados na literatura de evasão.

Sobre à disponibilidade de vagas no mercado, a média ficou em 3,250 e a mediana 3,000, ou seja, os respondentes consideram como importante este item para a escolha do curso. Os dados, inferem que os alunos buscaram o curso devido à disponibilidade de vagas no mercado, ou seja, expectativa de empregabilidade na área.

Por fim, quanto às possibilidades salariais, a média ficou em 3,219 e a mediana 3,000, ou seja, a remuneração e considerada um fator relevante no momento da escolha do curso. Este quesito, obteve a menor nota em relação ao item estudar e trabalhar ao mesmo tempo.

A seguir, na Tabela 7, foram apresentados os dados motivacionais quanto à qualidade da universidade.

 

Tabela 7. Aspectos motivacionais para a escolha do curso: qualidade da universidade

Aspecto motivacional

Média

Mediana

Desvio padrão

Variação

Por ser uma universidade pública

4,375

5,000

0,927

0,212

Qualidade reconhecida dos cursos que oferece

3,906

4,000

0,947

0,243

O corpo docente da Unioeste

3,594

4,000

0,996

0,277

As disciplinas ofertadas no curso de Ciências Contábeis

3,281

3,000

0,976

0,297

Fonte. Dados da pesquisa

 

Como demonstrado na Tabela 7, a média para estudar em uma universidade pública ficou em 4,375 considerada muito importante para a escolha do curso, se for considerado a mediana 5,000 a classificação fica como extremamente importante. Ademais, o coeficiente de variação foi considerado baixo entre as respostas, portanto os alunos optaram pelo curso devido a sua gratuidade.

Quanto à pergunta sobre a qualidade dos cursos oferecidos pela instituição, a média ficou em 3,906 considerada importante, com um desvio padrão de 0,947, a mediana atingiu a nota 4,000, os alunos consideram muito importante este item para a escolha do curso. A qualidade do curso ofertado, é um fator de relevância observado a ser observado na escolha do curso, uma vez que os docentes são observados com certa relevância.

Sobre o corpo docente, a média ficou em 3,594 considerada como importante, com um desvio padrão de 0,996, a mediana atingiu a nota 4,000, ou seja, consideram como muito importante este item para a escolha do curso. Além disso, o coeficiente de variação foi considerado baixo entre as respostas, portanto os alunos buscaram o curso pela qualidade dos docentes.

Quanto às disciplinas ofertadas, a média ficou em 3,281, com o desvio padrão de 0,976 a mediana ficou em 3,000, ou seja, os respondentes consideraram como importante este item é para a escolha do curso. O coeficiente de variação foi considerado o mais baixo entre as respostas. Os motivos observados para a escolha do curso corroboram com a literatura de evasão.

Na Tabela 8, última categoria motivacional, quanto à infraestrutura da universidade, a média quanto a localização da universidade ficou em 3,344, mesmo com o desvio padrão considerado alto e a mediana 3,500 também ficou considerada importante este item para a escolha do curso. Estes inferem que os alunos acham importante a localização da universidade.

Esse resultado assemelha-se aos de Durso (2015) evidenciou, que grande parte dos participantes da etapa qualitativa do estudo não se identificou com os docentes do curso de Ciências Contábeis da IES analisada.

 

Tabela 8. Aspectos motivacionais para a escolha do curso: infraestrutura da universidade

Aspecto motivacional

Média

Mediana

Desvio padrão

Variação

Localização da Universidade

3,344

3,500

1,471

0,440

Estrutura de apoio da Universidade

2,906

3,000

1,155

0,398

Infraestrutura da Universidade (salas de aula, biblioteca, laboratórios, projetores multimídia)

2,906

3,000

1,155

0,398

Fonte. Dados da pesquisa

 

Quanto à pergunta sobre a estrutura de apoio da universidade, a média ficou em 2,906 considerada pouco importante, com um desvio padrão de 1,155 a mediana atingiu a nota 3,000, ou seja, consideram como importante este item para a escolha do curso. Os dados exprimem a importância da estrutura e apoio da instituição as atividades de ensino.

Outro quesito, quanto à infraestrutura da universidade, tais como qualidade das salas de aula, biblioteca e laboratório, a média ficou em 2,906 considerada pouco importante, com um desvio padrão de 1,155 a mediana atingiu a nota 3,000, ou seja, consideram como importante este item para a escolha do curso. O coeficiente de variação foi considerado baixo entre as respostas, portanto os alunos pesquisados entendem como importante a infraestrutura de apoio da instituição. No entanto a tabela 10 infere maior importância para a localização da instituição.

 

Motivações para a desistência do curso

Nesta terceira fase foram apresentados os dados quanto à motivação para a desistência do curso de Ciências Contábeis. As informações foram divididas em três categorias, condições sociais, pedagógicas e infraestrutura, avaliadas com base na seguinte escala: 1 (nenhuma influência); 2 (pouca influência); 3 (moderada influência); 4 (alguma influência) e 5 (total influência).

Os dados foram submetidos ao teste de pesquisa descritiva no software XLSTAT, para extrair os valores da média, mediana, desvio padrão e o coeficiente de variação.  A seguir, na Tabela 9, foram apresentados os dados quanto às condições sociais que motivaram a desistência do curso dos alunos evadidos no período.

 

Tabela 9. Aspectos motivacionais para a desistência do curso: Condições sociais

Estatística

Média

Mediana

Desvio padrão

Variação

Escolha equivocada da carreira

3,344

3,500

1,513

0,452

Adaptação e integração com a instituição e/ou o curso

2,594

2,000

1,656

0,638

Vida acadêmica e exigências do mercado de trabalho incompatíveis

2,344

2,000

1,383

0,590

Dificuldades financeiras

1,563

1,000

0,998

0,639

Ter sido admitido por outro curso de graduação

1,438

1,000

1,116

0,777

Fonte. Dados da pesquisa

 

Como demonstrado na Tabela 9, a média quanto à escolha equivocada na carreira ficou em 3,344, mesmo com o desvio padrão considerado alto de 1,513, a mediana ficou em 3,500, ou seja, os alunos consideram como moderada influência deste item para a desistência do curso.  Os dados da Tabela 9 inferem que a escolha equivocada da carreira obteve a maior nota sobre os motivos desistência, respondendo por mais de 45% da evasão observados na Unioeste.

Quanto à pergunta sobre a adaptação e integração com a instituição e/ou o curso, a média ficou em 2,594, mesmo com um desvio padrão de 1,656 a mediana atingiu a nota 2,000, ou seja, as médias apresentadas consideram como inferem influência deste item para a desistência do curso.

Na pergunta sobre a incompatibilidade entre a vida acadêmica e as exigências do mercado de trabalho a média ficou em 2,344 considerada pouca influência, com um desvio padrão de 1,383 a mediana atingiu a nota 2,000, ou seja, consideram como pouca influência este item para a desistência do curso. Além disso, há tendência dos alunos em conciliar o trabalho e o estudo na área contábil.

Já na pergunta sobre as dificuldades financeiras, a média ficou em 1,563, com um desvio padrão de 0,998 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, estes dados exercem influência nas estatísticas de evasão. Como foi verificado em outros momentos deste estudo, a maioria dos alunos estão no mercado de trabalho e mesmo assim apresentam dificuldades financeiras, esta reposta confirma que a prioridade dos alunos é o trabalho. Ademais, 51,3 % são solteiros e residem com os pais. Fatos que também corroboram para influência do quesito desistência.

Quanto à admissão em outro curso de graduação, a média ficou em 1,438, com um desvio padrão de 1,116 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, os dados inferem que poucos alunos fizeram matricula em outro curso de graduação após evadir do curso de contabilidade. Entre os quesitos observados, apenas a escolha equivocada da carreira demonstrou   influência moderada na desistência do curso.

Como demonstrado na Tabela 10 a seguir, a média quanto às metodologias adotadas pelos docentes ficaram em 2,345, mesmo com o desvio padrão considerado alto de 1,340, a mediana ficou em 2,000, ou seja, os alunos consideram como pouca influência deste item para a desistência do curso. Revise a afirmação. Portanto, a metodologia também tem influenciado de forma substancial na desistência do curso, corroborando com os achados na revisão de literatura.

 

Tabela 10. Aspectos motivacionais para a desistência do curso: condições pedagógicas

Estatística

Média

Mediana

Desvio padrão

Variação

Metodologia adotada pelos docentes

2,375

2,000

1,340

0,564

Dificuldade para acompanhar o curso

2,219

1,000

1,408

0,635

Métodos de avaliação aplicados

2,063

1,500

1,321

0,641

Relacionamento com os docentes

1,906

1,000

1,259

0,660

Currículo do curso desatualizado

1,625

1,000

0,927

0,570

Fonte. Dados da pesquisa

 

Quanto à pergunta sobre as dificuldades para acompanhar o curso, a média ficou em 2,219, classificada como pouca influência, com um desvio padrão de 1,408 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, considera como nenhuma influência este item para a desistência do curso.

Esse resultado assemelha-se aos de Lopes et al. (2017), que aponta as dificuldades financeiras enfrentadas pelos alunos, falta de vocação para atuar na área contábil, problemas com a escolha do curso, motivação dos docentes, entre outras, como fatores que podem estar contribuindo para a evasão. No entanto não constituem causas de evasão no entendimento dos respondentes, o fato da maioria dos cursos serem noturnos, de grande parte dos alunos residirem distante das IES e uma possível existência de problemas de relacionamento entre professores e alunos.

Também assemelha-se ao estudo de Cunha, Nascimento e Durso (2016) que identificaram que os estudantes que ingressaram significativamente entusiasmados com o curso, apesar de haver indícios de que a escolha do curso não foi um processo bem orientado. Exatamente por essa razão, a frustração que o estudante poderia ter ao perceber suas expectativas frustradas o faria se sentir desmotivado, o que poderia influenciá-los a abandonar o curso no futuro. Portanto, a convicção de uma escolha, e o entusiasmo resultante, não significa que o indivíduo mostrará as atitudes e habilidades que concretizarão suas pretensões profissionais e, diante dos obstáculos que colocarão à prova esta certeza e a força do seu comprometimento poderão ruir e resultar em evasão.

Na pergunta sobre os métodos de avaliação do curso, a média ficou em 2,063 considerada pouca influência, com um desvio padrão de 1,321 a mediana atingiu a nota 1,500, ou seja, consideram como nenhuma influência este item para a desistência do curso. Há evidências que os critérios de avaliação não contribuem para a desistência do curso, esses dados divergem dos encontrados na literatura.

Na pergunta sobre o relacionamento com os docentes, a média ficou em 1,906, com um desvio padrão de 1,259 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, os alunos consideram como nenhuma influência deste item para a desistência do curso.

Ainda, quanto ao currículo desatualizado, a média ficou em 1,625, com um desvio padrão de 0,927 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, os alunos consideram como nenhuma influência deste item para a desistência do curso, os alunos pesquisados entendem que o currículo desatualizado teve a menor nota neste eixo. Esses dados corroboram com os achados de Biazus (2004), que constatou que os discentes consideravam o currículo divergente do que exigia o mercado de trabalho.

Esse resultado assemelha-se aos de Silva et al. (2020) que destacaram que o estudante, ao iniciar a vida universitária, carrega consigo as características anteriores ao ingresso e essas passam a refletir na sua integração ao novo ambiente. Verificou-se que as variáveis relacionadas ao período pré-universitário (contexto familiar, atributos individuais e escolaridade anterior) têm forte influência na evasão.

Na Tabela 11, a seguir, foram apresentados os últimos dados motivacionais quanto condições da infraestrutura da universidade.

 

Tabela 11. Aspectos motivacionais para a desistência do curso: condições de infraestrutura

Estatística

Média

Mediana

Desvio padrão

Variação

Estrutura de apoio ao ensino, laboratórios, equipamentos de informática, outros

1,906

1,500

1,155

0,606

Acervo bibliográfico desatualizado

1,781

1,000

1,138

0,639

Fonte. Dados da pesquisa

 

Como demonstrado na Tabela 11, a média quanto à estrutura de apoio ao ensino, laboratórios, equipamentos de informática, outros; ficou em 1,906, mesmo com o desvio padrão considerado de 1,155, a mediana ficou em 1,500, ou seja, os alunos consideram como nenhuma influência deste item para a desistência do curso. Inferem esses dados que os alunos consideram adequada a estrutura dos cursos de Ciências Contábeis. Embora esse quesito vai em desencontro com a questão anterior.

            Por fim, quanto ao acervo bibliográfico desatualizado, a média ficou em 1,781, com um desvio padrão de 1,138 a mediana atingiu a nota 1,000, ou seja, os alunos consideram como nenhuma influência deste item para a desistência do curso. Portanto os alunos pesquisados entendem que o acervo disponível nas bibliotecas não tem influência na desistência do curso.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Este trabalho teve como objetivo identificar os fatores (variáveis) que poderiam determinar a evasão de estudantes do curso de Ciências Contábeis da Unioeste no período de 2010 à 2015. Para este fim, os resultados foram segregados em três partes: perfil dos respondentes, motivos para escolha e fatores que determinaram à evasão.  Os achados no decorrer da pesquisa corroboram com as pesquisas anteriores, o Instrumento das Causas da Evasão (ICE), proposto por Biazus (2004), reúne todos os motivos que premeiam a evasão no ensino superior, e, estabelece uma sistemática de avaliação do processo de ensino-aprendizagem para o ensino superior com ênfase em Cursos de Ciências Contábeis, com o propósito de diagnosticar as causas da evasão identificadas na literatura. No entanto as divergências encontradas referem-se ao fato de alguns evasores já possuírem outra graduação. Quanto ao perfil dos alunos evasores, o estudo constatou que 65,6% são do gênero masculino e 34,4% do sexo feminino, verificou-se que 56,3% ingressaram na universidade através de cotas, 56,3% já frequentaram cursos superiores antes do curso de Ciências Contábeis e 62,5% não frequentam atualmente outro curso superior. Ainda, 91% dos ex-alunos trabalham 8 horas diárias, demonstrando a tendência em conciliar o trabalho e o estudo na área contábil.

O resultado do estudo aponta que entres os fatores que contribuíram para a escolha do curso foi a gratuidade do ensino, porém um dado relevante e que quase 50% dos evasores ingressaram pelo sistema de cotas e aproximadamente 65% não ingressaram em outro curso de graduação. A qualidade do curso e as condições de estudar e trabalhar são fortemente observados no momento da escolha do curso. O mercado de trabalho, as possibilidade salariais, realização pessoal, estrutura de apoio também são relevantes para a escolha do curso. No entanto, as principais evidências identificadas que influenciam de forma negativa as estatísticas de evasão, são; a admissão em outro curso de graduação, dificuldade de acompanhar o curso, currículo desatualizado e métodos de avaliação, dificuldade financeira e relacionamento com docentes. A pesquisa também evidenciou fatores observados pelos discentes que não influenciam a evasão.

Com exceção da escolha equivocada da carreira, as demais condições sociais, as condições pedagógicas e de infraestrutura não afetam significativamente a desistência no curso. Fato que remete a outros aspectos e a complexidade para compreender e gerenciar a evasão no ensino superior, como a motivação intrínseca dos alunos, a procrastinação, o comportamento da geração Y ou Z, que não se identificam com a realidade ou com o presente, como salienta (BAUMAN, 2007).

A falta de informações cadastrais permeou entre as dificuldades para o contato com os discentes evadidos; cadastro incompleto, sem endereço de e-mail, e, ou telefone, assim reduzindo o número da amostra. Ressalta-se que o método utilizado para a análise dos resultados pode ser replicado em outros cursos e instituições de ensino superior, no entanto os resultados encontrados neste estudo podem variar de acordo com a função de outros fatores que podem afetar os fenômenos de desistências que não foram analisados.

Conclui-se que, de maneira geral, os fatores que contribuem para a evasão nos cursos de ciências contábeis analisados nesta pesquisa condizem com Biazus (2004), Gaioso (2006), Silva et al. (2020), Cunha, Nascimento e Durso (2016), Lopes et al. (2017) e Durso (2015). Destacando que as variáveis escolha equivocada do curso, identificação com os docentes, condição de estudar e trabalhar ao mesmo tempo e aspectos pré-universitário (contexto familiar, atributos individuais e escolaridade anterior) têm forte influência na evasão.

Ressalta-se ainda que os resultado da pesquisa são semelhantes aos de Durso (2015) que pesquisou as causas da evasão em uma IES pública no estado de Minas Gerais. No entanto, com cenário atual em 2020 (pandemia), provavelmente, o fator financeiro poderá vir a ser uma das causas da evasão também em instituições de ensino públicas.

 Sugere-se que pesquisas futuras aprofundem as análises buscando interpretar e compreender a evasão discente em todos os cursos da Unioeste, segregadas por área de formação. Além de estudos em IES privadas como fonte de comparação das motivações para a evasão.

 

 

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