Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. p. 92-99 jan./fev. 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i1.9528 ISSN: 2318-7670
Importância dos sistemas agroflorestais na composição de renda de
agricultores familiares: estudo de caso no município de Belterra, Pará
Darielly Melize Carneiro COSTA1, Daniela PAULETTO1*
1Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, PA, Brasil.
*E-mail: paulettoflorestal@gmail.com
(ORCID: 0000-0003-3173-6240; 0000-0003-1855-6077)
Recebido em 13/01/2020; Aceito em 31/01/2021; Publicado em 24/02/2021.
RESUMO: O Sistema Agroflorestal (SAF) é uma forma de diversificar a produção ao utilizar várias atividades
e culturas em uma mesma área, envolvendo culturas agrícolas, essências florestais e, em alguns casos,
envolvendo atividade pecuária. A análise econômica de projetos é uma atividade detalhada que requer elaborar
planilhas de receitas e despesas de todas as atividades por meio do acompanhamento da produtividade de cada
componente do sistema. Este estudo teve como objetivo realizar uma avaliação econômica de dois sistemas
agroflorestais e avaliar sua importância financeira para os produtores. O estudo foi realizado em dois sistemas
agroflorestais localizados no município de Belterra-PA nos anos de 2015 a 2017. A coleta de dados junto aos
produtores foi baseada em entrevistas, com aplicação de questionário. No SAF 1 verificou-se que 96% da renda
é oriunda da pimenta-do-reino, equivalendo a um total de R$ 50.135,46. O SAF 2 segue a mesma tendência de
rentabilidade do SAF 1, sendo a pimenta-do-reino a cultura que impulsionou economicamente este sistema,
com a produção em grãos, correspondendo a R$ 29.744,00 (66% da renda total do SAF 2). Os maiores custos
nos SAFs 1 e 2 foram atribuídos a aquisição de insumos (NPK, esterco de galinha, esterco de gado e materiais
para irrigação diversos) para o cultivo da pimenta-do-reino. Ressalta-se o uso de mão de obra, com preparo da
área e tratos culturais, foi intenso nas duas propriedades, correspondendo a mais de 60% do total dos custos
totais nos dois SAFs. O rendimento financeiro com atividades exercidas além do cultivo e manutenção dos
SAFs 1 e 2 diversificam e complementam a remuneração dos produtores. Considera-se que os SAFs 1 e 2 são
de extrema importância para os produtores avaliados, uma vez que geram renda e contribuem para a segurança
alimentar e subsistência das famílias. O acompanhamento mensal, para aplicação de questionário de
monitoramento da renda, mostrou ser viável a obtenção de dados confiáveis perante o estreitamento de
confiança e atenção as atividades de exercidas.
Palavras-chave: agricultura familiar, viabilidade econômica, cultivo consorciado.
Income composition by family farmers and the importance of agroforestry systems:
case study in Belterra, Pará, Brazil
ABSTRACT: The Agroforestry System (SAF) is a way to diversify production by using various activities and
crops in the same area, involving agricultural crops, forest essences and, in some cases, involving livestock
activities. Economic analysis of projects is a detailed activity that requires preparing income and expense
spreadsheets for all activities by monitoring the productivity of each component of the system. This study
aimed to carry out an economic evaluation of two agroforestry systems and to assess their financial importance
for producers. The study was carried out in two agroforestry systems located in the municipality of Belterra-
PA in the years 2015 to 2017. The data collection from the producers was based on interviews, with the
application of a questionnaire. In SAF 1, it was found that 96% of the income comes from black pepper,
equivalent to a total of R $ 50,135.46. SAF 2 follows the same profitability trend as SAF 1, with black pepper
being the crop that economically boosted this system, with grain production, corresponding to R $ 29,744.00
(66% of SAF 2's total income). The highest costs in SAFs 1 and 2 were attributed to the acquisition of inputs
(NPK, chicken manure, cattle manure and various irrigation materials) for the cultivation of black pepper. The
use of labor, with preparation of the area and cultural treatments, was intense in both properties, corresponding
to more than 60% of the total total costs in the two SAFs. The financial income from activities carried out in
addition to the cultivation and maintenance of SAFs 1 and 2 diversify and complement the remuneration of
producers. SAFs 1 and 2 are extremely important for the producers evaluated, since they generate income and
contribute to food security and subsistence for families. The monthly follow-up, for the application of an
income monitoring questionnaire, proved to be viable to obtain reliable data in view of the strengthening of
confidence and attention to the activities performed.
Keywords: family farming; economic viability; intercropping cultivation.
1. INTRODUÇÃO
Em sua maioria a região amazônica não possui
características fisiográficas e edafoclimáticas ideais para
práticas agrícolas convencionais. Neste âmbito, buscam-se
alternativas para se reverter essa situação que tragam para a
Amazônia o desenvolvimento sustentável com custos sociais,
Costa; Pauletto
Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. 92-99, jan./fev. 2021.
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econômicos e ambientais mínimos e possibilidades
econômicas para essas famílias (SERRÃO; HOMMA, 1991).
Segundo Abdo et al. (2008) os sistemas agroflorestais
(SAFs) constituem-se sistemas de uso e ocupação do solo
vistos como uma técnica alternativa de cultivo e uso da terra,
onde plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras)
são manejadas em associação com plantas herbáceas, culturas
agrícolas e/ou forrageiras e/ou em integração com animais,
em uma mesma unidade de manejo, de acordo com um
arranjo espacial e temporal, com alta diversidade de espécies
e interações ecológicas entre estes componentes. Com isso
estes sistemas diversificam a produção ao utilizar várias
atividades e culturas em uma mesma área, visando à
maximização de renda (SOUZA et al., 2007) e geram receitas
para o agricultor, contribuindo para minimizar perdas com
possíveis prejuízos de safras (OLIVEIRA, 2017).
A característica mais importante de um SAF deve ser a
estabilidade ou sustentabilidade ecológica. Esta
sustentabilidade resulta da diversidade biológica promovida
pela presença de diversas espécies vegetais e/ou animais, que
exploram nichos diversificados dentro do sistema. A
multiestratificação de espécies de diferentes usos, que
exploram os perfis verticais e horizontais da paisagem nos
SAF, otimizam o máximo aproveitamento da energia solar
(MACEDO, 2000).
Estudos na Amazônia atestam a rentabilidade econômica
dos SAFs com a associação de espécies agrícolas, florestais e
frutíferas (SILVA, 2016; OLIVEIRA, 2017; ARCO-
VERDE, 2008; MENDES, 2003), mas, no entanto, por
serem cultivos mais complexos apresentam mais riscos do
ponto de vista econômico (BENTES-GAMA et al., 2005).
Dessa forma o estudo econômico de SAFs se configura uma
ferramenta importante para tomada de decisão quanto a
arranjos de espécies e investimentos nesta modalidade.
A análise econômica de projetos é uma atividade
detalhada que requer elaborar planilhas de receitas e despesas
das atividades. As receitas do projeto são medidas através do
cálculo da produtividade de cada componente do sistema
(agrícola, florestal ou animal), sabendo que as receitas advêm
de produtos comercializados dos SAFs. Nestes sistemas
podem ocorrer espécies que geram um ou mais produtos,
além de produtos que vem de uma ou mais espécies, e que
precisam ser analisados e tratados de forma adequada
(ARCO-VERDE; AMARO 2014).
A rentabilidade das áreas e o bem-estar dos agricultores
se devido a melhores condições de vida dessas populações,
bem como ao potencial econômico de espécies cultivadas na
Amazônia, as escolhas para introdução em SAF e as
oportunidades de mercado e preços de cada uma. Com isso,
justifica-se fazer análises econômicas de SAFs, observando
seus produtos e sua comercialização dentro da agricultura
familiar e a rentabilidade para este grupo.
Este estudo teve como objetivo realizar uma avalição
econômica de dois sistemas agroflorestais e sua importância
para os produtores avaliados.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Áreas de estudo
As áreas em análise situam-se no município de Belterra
na mesorregião do Baixo Amazonas no estado do Pará. De
acordo com a classificação de Köppen o clima no município
de Belterra é do tipo Am, com altitute média de 130 metros,
com estação menos chuvosa nos meses de agosto a
dezembro e precipitação média anual de 2.200 milímetros
(ALVARES et al., 2013).
As médias climáticas para o período estudado foram de
27°C de temperatura (máximas de 34,5°C e mínimas de 22°C)
de acordo com os dados disponibilizados pelo Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET, 2016). A caracterização
da vegetação típica da área é de Floresta Ombrófila Densa
(CORDEIRO, 2004).
O estudo foi realizado em dois SAFs (SAF1 e SAF2)
inseridos em propriedade de agricultores familiares no
município de Belterra, Pará. O SAF1 localiza-se nas
coordenadas Sul 3°31’35” e Oeste 54°52’16”, as margens da
Rodovia BR 163. O plantio possui uma área de 1 hectare
inserido em uma propriedade de 100 hectares. O histórico de
uso da área onde atualmente está instalado o SAF1, baseia-se
no corte raso da vegetação, queima e criação de gado durante
cinco anos. No ano de 2012 foi implantado o SAF composto
por cumaru (Dipteryx odorata (Aublet.) Willd.), cupuaçu
(Theobroma grandiflorum Willd.ex Spreng. Schum), açaí (Euterpe
oleracea Mart.), graviola (Annona muricata), banana (Musa sp.) e
pimenta-do-reino (Piper nigrum L.). Ressalta-se que houve
plantação de macaxeira (Manihot sp.) nos primeiros dois anos
nas entrelinhas do plantio perene.
O SAF 2 está localizado no travessão Galiléia nas
coordenadas Sul 3°28’23” e Oeste 44°48’17” também com
acesso pela Rodovia Cuiabá-Santarém (BR 163), em uma
propriedade de 100 hectares. No ano de 2012 foram
implantados 1 ha de forma consorciada dos seguintes
cultivos: cumaru (Dipteryx odorata (Aublet.) Willd.), andiroba
(Carapa guianensis Aubl.), pimenta-do-reino (Piper nigrum L.),
açaí (Euterpe oleracea Mart.) e moringa (Moringa oleifera Lam.),
sendo que nos três primeiros anos houve plantações anuais
de macaxeira (Manihot sp) e abacaxi (Ananas sp). Nos 15 anos
que antecederam a implementação do sistema agroflorestal a
área foi utilizada para criação de gado de corte.
Para a obtenção de dados para esta pesquisa realizou-se
acompanhamentos mensais nas áreas de SAFs, iniciando em
agosto de 2015, durante dois anos. A coleta de dados junto
aos produtores foi baseada em entrevistas, com aplicação de
questionário (Apêndice A) para acompanhamento da
produção do SAF.
As informações de campo foram registradas no software
Excel 2013, dando suporte para a catalogação da entrada de
dados para a realização da análise financeira e cálculos dos
custos dos SAF.
A metodologia utilizada para a realização da análise
financeira considerou as atividades de mão-de-obra, os
insumos requeridos para os SAF, o custo da manutenção dos
sistemas e a venda dos produtos.
3. RESULTADOS
Na Tabela 1 observa-se a distribuição da renda acumulada
em períodos (chuvoso e seco) considerando a distribuição
das chuvas no município de Belterra, onde observa-se que os
maiores valores estão concentrados no período chuvoso,
indicando que a sazonalidade influencia na produtividade dos
sistemas e na renda dos produtores.
O SAF 1 apresentou renda média mensal de R$ 1.686,66
e R$ 1.683,66 nos anos de 2016 e 2017, respectivamente,
totalizando uma renda acumulada em 2 anos de R$ 52.293,45
conferindo medianas com os seguintes valores: ago/dez 2015
= 816,66, jan/jul 2016= 1166,66, ago/dez 2016= 226,66,
jan/ago2017= 193,33. Este produtor, além da produção no
sistema agroflorestal, exerce atividades complementares
como venda de ovos de galinha e polpa de maracujá de
Importância dos sistemas agroflorestais na composição de renda de agricultores familiares ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. 92-99, jan./fev. 2021.
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plantios em outras áreas externas ao SAF.
Tabela 1. Renda acumulada em sistemas agroflorestais por período
(seco e chuvoso) no município de Belterra, Pará.
Table 1. Accumulated income in agroforestry systems per period
(dry and rainy) in the municipality of Belterra, Pará.
Ano Mês Período
SAF1
SAF2
Renda (R$)
2015
Ago a dez
Seco
18.584,11
28.000,00
2016
Jan a jul
Chuvoso
16.833,33
4.285,00
2016
Ago a dez
Seco
3.406,66
1.500,00
2017
Jan a jul
Chuvoso
9.061,33
9.744,00
2017
Jul a Ago
Seco
4.408,00
1.610,00
Soma
52.293,45
45.139,00
O SAF 2 apresentou renda média mensal de R$ 482,08 e
R$ 1.419,25 nos anos de 2016 e 2017, respectivamente
resultando em mediana em ago/dez 2015 = 880,00, Jan/jul
2016= 1435,00, ago/dez 2016= 1500,00 e Jan/ago2017=
1660,00. Este produtor exerce outras atividades agrícolas
como venda de doces de frutas, de peixes, cultivo em
monocultura de feijão, melancia e macaxeira e
comercialização de mudas de açaí.
Quanto a renda mensal dos SAFs por hectare (Figura 1),
observa-se que os valores oscilaram ao longo dos meses do
período estudado (agosto/2015 a agosto/2017) sendo as
maiores rendas registradas nos meses de agosto/2015,
maio/2016 e maio/2017.
Os resultados dos SAFs 1 e 2 indicam um
comportamento de certa forma semelhantes, visto que nos
dois sistemas, os rendimentos mais elevados estão
diretamente ligados a venda de pimenta-do-reino em estoque
e seu valor de mercado (R$ 9,00 a R$ 25,00 /kg) no período
estudado.
Quando avaliada a renda por espécie nos SAFs (Figura 2),
observa-se em ambos, o protagonismo do cultivo e venda de
grãos de pimenta-do-reino na composição da renda.
Figura 1. Renda mensal por ha dos SAFs 1 e 2 no período de agosto de 2015 a agosto de 2017, no município de Belterra, Pará.
Figure 1. Monthly income per ha of SAFs 1 and 2 from August 2015 to August 2017, in the municipality of Belterra, Pará.
Figura 2. Renda acumulada das espécies por hectare em SAFs no município de Belterra no período de dois anos.
Figure 2. Accumulated species income per hectare in SAFs in the municipality of Belterra over a two-year period.
No SAF1 grande parte (96%) da renda é oriunda da
pimenta-do-reino, que equivaleu a um total de R$ 50.135,46
enquanto os demais produtos somaram 4% do faturamento,
onde destaca-se a banana com uma renda de R$1.484,66. No
SAF 2 a pimenta-do-reino correspondeu a 66% da renda total
do sistema (R$ 27.744,00), a moringa processada em pó 20%
(R$ 8.870,0) e a venda de mudas de pimenta-do-reino a 14%
da renda total do SAF (R$ 6.525,00).
Destaca-se que no SAF 1 dentre as espécies implantadas,
apenas banana, cupuaçu, graviola e pimenta-do-reino
obtiveram retorno financeiro até agosto de 2017. No entanto
para a espécie graviola, observou-se uma renda considerada
baixa (R$ 286,66 por hectare).
A pimenta-do-reino, por sua vez, apresentou os valores
mais expressivos com renda bruta total de R$ 50.135,00 no
período de dois anos de estudo, sendo, portanto, a principal
cultura do SAF 1. Nesse contexto, o mês de maior venda foi
em agosto de 2015, no valor de R$ 12.000,00 e preço de
venda R$ 22,50 ao quilograma de fruto seco. No mês de
maior colheita da pimenta-do-reino foram contratados 10
trabalhadores para 15 dias de colheita, totalizando R$
3.000,00 como despesas de mão-de-obra para esta atividade.
O SAF 2 (Figura 2) segue a mesma tendência de
rentabilidade do SAF 1, sendo a pimenta-do-reino a cultura
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
Renda (R$)
Mês-Ano
SAF 1 SAF 2
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
Banana Cupuaçu Graviola Moringa Pimenta do Reino
(Mudas)
Pimenta do Reino
(Fruto)
Receitas (R$)
SAF 1 SAF 2
Costa; Pauletto
Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. 92-99, jan./fev. 2021.
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que impulsiona este sistema economicamente com a
produção em grãos e venda de mudas no valor de R$ 6.525,00
(14% da renda total do SAF 2) em dois anos de pesquisa.
Assim como no SAF 1 o mês que obteve maior sucesso na
renda da pimenta-do-reino foi agosto de 2015, na ordem de
R$ 25.000,00. Nesse sistema, destaca-se ainda, a moringa
processada, com renda de R$ 8.870,00.
A Figura 3 representa o percentual dos os custos totais
em cada SAF e a participação de seus componentes onde
destaca-se, com maior dispensa de valores, os custos com
tratos culturais (SAF2) e insumos (SAF1). Na disposição
destes custos não foram contabilizadas a depreciação de
máquinas e equipamentos.
Os custos totais no SAF 1 foram R$ 17.125,50, com 84%
(R$14.641,50) concentrados no primeiro ano de
monitoramento (ago/2015 a ago/2017). Para este sistema do
valor total investido em dois anos, 40% foi gasto com
insumos (fertilizante NPK 10-10-10, cama de frango e
esterco de gado, materiais para irrigação como mangueiras e
tubos) correspondendo a R$ 6.882,50. Os tratos culturais
(poda, capina, coroamento, roçagem) corresponderam a 32%
(R$ 5.536,00) enquanto custos com colheita corresponderam
a 20% (R$ 3.350,00) e, por fim, a limpeza da área
correspondeu a 8% (R$ 1.357,00).
No SAF 2 os custos totalizaram R$ 5.121,00. O primeiro
ano de monitoramento, assim como no SAF 1, também foi o
que demandou maiores recursos (R$ 3.536,00 - 69% do gasto
total). no segundo ano foram gastos R$ 1.585,00,
correspondendo a 31% do capital investido. No valor total
aplicado na área, 47% desses custos foram com tratos
culturais (R$ 2.423,00), 35% com insumos (R$1.773,00) e
18% de gastos com limpeza e preparo da área (R$ 925,00).
Outro fato constado neste trabalho foi o acentuado uso
de mão de obra para realizar atividades como limpeza e
preparo de área, colheita e tratos culturais. No SAF 1 os
gastos com preparo de área, tratos culturais e colheita
somaram 60% do custo total do SAF, enquanto no SAF 2, o
custo com mão de obra no preparo de área e limpeza,
juntamente com tratos culturais, somaram 65% do referido
sistema.
Com base na diferença entre receitas versus custos,
observa-se que os sistemas apresentam alta rentabilidade. O
SAF1 no período estudado apresentou renda de R$
52.293,47, tendo despesas totais de R$ 17.125,50, vindo a ter
um saldo positivo de R$ 35.167,97, praticamente o dobro do
valor investido. Ressalta-se, no entanto, que este fluxo de
caixa apresentado não contabilizou o valor da terra e a
depreciação de máquinas e equipamentos e sim, somente
receitas e custos da produção agroflorestal. no SAF2 a
renda total foi de R$ 45.139,00, com despesas de R$ 5.121,00
resultando em saldo de R$ 36.997,00, praticamente seis vezes
o valor investido no sistema. Este produtor teve poucos
gastos com mão de obra externa, tendo em vista que o serviço
no SAF foi realizado com mão de obra familiar, fazendo com
que as despesas do produtor do SAF2 fossem bem menores
que gasto do produtor do SAF1.
A receita das atividades agrícolas realizadas na
propriedade do SAF 1, porém em área externa a este sistema,
no período estudado, foi de R$ 1.419,50 (Figura 4). A maior
parte deste valor (75%) dessa renda foi obtida em 2016, que
equivale a R$ 1.062,50 e 25% o ano de 2017. Neste sistema o
mês de maior renda foi abril/2016, com a venda de galinha
caipira e ovos com faturamento total mensal de R$ 500,00,
seguido de julho/2017 (R$ 237,00) com a venda de maracujá
e, por fim, setembro/2016 novamente com venda de ovos e
galinha caipira, faturando R$ 230,00.
Figura 3. Percentual de custos em sistemas agroflorestais no período de 2 anos no município de Belterra, Pará.
Figure 3. Percentage of costs in agroforestry systems over a 2-year period in the municipality of Belterra, Pará.
Figura 4. Renda com atividades na propriedade, exceto da atividade no sistema agroflorestal, em dois sistemas no município Belterra.
Figure 4. Income from activities on the property, except from activity in the agroforestry system, in two systems in the municipality of
Belterra.
0
10
20
30
40
50
Limpeza de área Colheita Tratos culturais Insumos
Custos (%)
SAF1 SAF2
0
1000
2000
3000
4000
5000
Maracujá Galinha e ovos Outros Peixe Melância Macaxeira e
mand.
Doce de frutas Iogurte de
frutas
Banana
Receitas (R$)
Produtos comercializados
SAF1 SAF2
Importância dos sistemas agroflorestais na composição de renda de agricultores familiares ...
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Para a propriedade, onde está inserido o SAF2, os
rendimentos com atividades, exceto no sistema agroflorestal,
alcançou R$ 42.118,00 no período estudado (Figura 4). Dessa
renda total, 83% (R$ 35.072,00) foi obtida no segundo ano
de pesquisa (Set/2016 a Ago/2017) e 17% no primeiro ano
(R$ 7.046,00). Nota-se a contribuição de monoculturas nesta
composição de renda com destaque para a banana e melancia,
que renderam R$ 25.380,00 e R$ 2.414,00, respectivamente.
Fora do SAF 2 também foram detectadas outras receitas
oriundas de subprodutos processados como iogurte e doces
de frutas, com valor total de R$ 3.320,00 e R$ 2.931,00
respectivamente. Além disso, nas proximidades desse mesmo
sistema, o produtor mantém uma criação de peixes que gerou
rendimentos de R$ 2.185,00 em 2016 e R$ 570,00 em 2017.
Outro dado levantado foi a complementação da renda
familiar através dos benefícios sociais auferidos pelo
Governo Federal como Bolsa Família e Bolsa Verde,
presentes junto ao produtor do SAF1. No período estudado
estes benefícios corresponderam a R$ 4.418,00 sendo que
deste total 66% foi de bolsa família (R$ 2.918,00) e 33,9 %
correspondeu a bolsa verde (R$ 1.500,00), distribuídos da
seguinte forma: em 2015 (R$ 1.160,00), 2016 (R$ 2.274,00) e
em 2017 (R$ 984,00). Esse repasse de benefícios proporciona
ao produtor segurança na aquisição de bens para uso na sua
propriedade.
4. DISCUSSÃO
A renda mensal por hectare nos SAFs 1 e 2, evidencia
uma contribuição muito positiva da espécie pimenta-do-
reino, principalmente devido ao valor de mercado praticado
para esta espécie no período estudado (R$ 9,00 a R$ 25,00
/kg). Valores semelhantes foram observados no estudo de
Oliveira et al. (2017) em Tomé-Açu-PA, que ao analisar um
SAF nessa região registrou para a pimenta-do-reino de preço
de R$ 35,00/kg em 2015 e R$ 20,00/kg em 2016. Alves
(2017), em seu estudo do comportamento das exportações
entre 2005 a 2015, destaca o Brasil como o terceiro maior
produtor mundial de pimenta-do-reino, produção de 42.312
a 80.316 t/ano, sendo inferior apenas a Vietnã e Indonésia.
Neste cenário destaca-se ainda o estado do Pará como o
maior produtor de pimenta-do-reino no Brasil, seguido pelos
estados do Espírito Santo e Bahia.
Em relação a renda das espécies nos sistemas (SAF 1 e
SAF 2), o baixo desempenho econômico do cupuaçu no
período estudado pode ser explicado pelo fato da cultura
ainda estar nos seus primeiros anos de produção, onde é
esperado aumento da produção. Estudo de Arco-Verde
(2008), realizado em Boa Vista, Roraima, mostram que o
cupuaçu obteve produtividade de 39 kg por hectare no sexto
ano de plantio, atingindo receita de R$ 460,00 por ha.
O valor de renda reduzido da espécie graviola presente
no SAF 1, justifica-se por ser um plantio monitorado de 3 a
5 anos, visto que de acordo com Silva; Garcia (1999) a cultura
da graviola só tem valores de produtividade mais incipiente a
partir do terceiro ano de plantio. Outro fato registrado no
presente estudo foi a ocorrência da broca da graviola,
fazendo com que tivesse produção prejudicada a partir do
primeiro ano. Esta patologia é considerada a praga mais
prejudicial à gravioleira, pois ataca a polpa, empupa o fruto
ainda na planta, ou no solo, o que acarreta frutos retorcidos
com manchas irregulares (OLIVEIRA, 2011). Além disso,
algumas dificuldades técnicas dificultam a produtividade da
graviola como falta de insetos polinizadores nos pomares
necessitando de polinização artificial (CAVALCANTE,
2000). Ainda com relação a dificuldades técnicas no cultivo
de graviola, Pinto et al. (2001) afirma que a graviola é uma
espécie exigente em relação água. A junção destas
especificidades pode ter causado a baixa produção de graviola
no SAF1.
Nos dois sistemas analisados a pimenta-do-reino do SAF
1, demonstrou retorno a curto prazo desta cultura ao
produtor. Isso também foi evidenciado no estudo de
Sanguino et al. (2007), ao estudar um SAFs em Tailândia-PA,
onde constatou que a pimenta-do-reino apresenta elevado
potencial econômico, possuindo mercado garantido no
primeiro ano de implantação do sistema produtivo.
Resultados semelhantes também foram constatados por
Oliveira et al. (2017), que ao analisar economicamente um
SAF em Tomé-Açu, no Pará, pôde observar rápido retorno
com a presença de pimenta-do-reino, ao demonstrar altas
receitas no segundo ano de implantação, na ordem de R$
17.500,00 (2015) a R$ 40.000 (2016).
No que diz respeito à rentabilidade dos SAFs destaca-se
um cenário promissor, pois os sistemas mantêm a associação
da pimenta-do-reino com espécies frutíferas perenes e
florestais como cupuaçu e cumaru, estando de acordo com
Mendes (2003), que destaca essa associação como tendo os
melhores retornos líquidos num horizonte futuro.
No período da pesquisa (2015 a 2017) o preço da
pimenta-do-reino esteve competitivo no mercado afetando
diretamente as práticas e investimentos dos produtores. No
entanto, em período posterior houve redução dos valores de
venda o que resultou, por parte dos produtores, no
cessamento da aplicação de adubação e irrigação em suas
plantações. Segundo a Companhia Nacional de
Abastecimento – CONAB (2019) o preço praticado para este
produto, em 2019, foi de R$ 6,08 a R$ 6,18 o quilograma. De
acordo com Carneiro-Junior et al. (2017), uma relação
positiva direta entre o preço da pimenta-do-reino e a
quantidade ofertada, ou seja, quando o preço sobe a
quantidade ofertada também se eleva. Dessa forma a grande
oscilação de oferta acompanha os preços e a produção.
No SAF 2, a moringa processada gerou uma renda que
representa 20% do total obtido. Essa espécie apresenta
diversos usos, além de ser resistente a diversas condições
edafoclimáticas, principalmente a condições de pouca
disponibilidade de água (VASCONCELOS, 2013). De
acordo com Silva et al. (2018a) a moringa é considerada uma
espécie potencial para a suplementação alimentar humana,
tendo em vista as propriedades nutricionais de seus
componentes (folhas, flores e sementes) onde sua forma
processada pode ser adicionada em diversas receitas de pães,
bolos e saladas, se tornando uma alternativa de consumo para
populações mais carentes. A moringa também representa
uma forma alternativa na remoção de partícula e
microrganismos em suspensão aquosa, sendo uma opção
importante no processo de potalização da água
(FRIGHETTO et al., 2007).
Quanto aos custos totais por sistema e participação dos
seus componentes, observa-se, em ambos os SAFs, que o
custo com insumos representou um percentual alto, com
valores de 40% no SAF 1 e 35% no SAF 2. Essa tendência
pode ser explicada pelo fato de os dois consórcios serem
compostos majoritariamente com a cultura da pimenta-do-
reino que é um cultivo que requer investimento neste quesito.
Estudo de Cardoso et al. (2018) sobre a viabilidade de
Costa; Pauletto
Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. 92-99, jan./fev. 2021.
97
pequenos cultivos de pimenta-do-reino em Tomé-Açu, Pará,
mostrou que os gastos com insumos representaram 70% dos
custos totais de implantação. Este fato também concorda
com Homma et al. (2004), que concluíram que a cultura da
pimenta-do-reino requer investimento inicial alto, pois, trata-
se de uma espécie exigente de nutrientes. Para Serrano (2017)
o custo de implantação da cultura da pimenta-do-reino é
considerado oneroso, com valores em torno de R$ 15.000,00
a R$ 25.000,00/ha em função de sua exigência nutricional,
necessidade de irrigação e de tutores para sustentação da
planta.
O elevado uso de mão de obra destinada as atividades dos
sistemas, corrobora com o que foi verificado nos SAFs
estudados por Bentes-Gama et al. (2005) em Machadinho
d’Oeste, RO, onde o uso de mão de obra chegou a compor
70% dos custos totais dos sistemas.
Pode-se observar que os custos totais dos SAFs ainda são
altos, pois o horizonte estudado correspondeu ao terceiro a
quinto ano de implantação dos sistemas. Em relação a isso
Arco-Verde (2008) destaca que os maiores custos ocorrem
nos três primeiros anos de implantação do SAF, por ser a fase
mais onerosa. Também o estudo de Silva et al. (2018b), ao
fazer a análise de viabilidade econômica de SAFs em Novo
Progresso Pará, destaca que nos três primeiros anos os
maiores gastos são com preparo de área e insumos.
Além da renda obtida com os SAfs, no decorrer da
pesquisa observou-se que a renda extra do produtor
mantenedor do SAF1 é oriunda de atividades realizadas no
quintal agroflorestal que é mantido nas redondezas da casa
do proprietário. Segundo Lunz (2007) o quintal agroflorestal
é também conhecido como horto caseiro ou pomar, é
formado pela associação de espécies florestais, agrícolas,
medicinais e ornamentais, juntamente com a criação de
animais ao redor da residência, tendo como objetivo fornecer
renda e serviços, sendo muito comum em pequenas
propriedades rurais na Amazônia, onde as espécies frutíferas
têm papel fundamental.
Como destaque de renda extra ao sistema agroflorestal
tem-se, no SAF1, a venda de galinha caipira e ovos. Neste
sentido Souza (2016), em estudo sobre a criação de galinhas
em quintais agroflorestais, concluiu que esta atividade é uma
alternativa viável para agricultores familiares, possibilitando o
uso de carne e ovos para o autoconsumo, além de geração de
renda com a venda desses produtos. Também se destaca a
venda de maracujá nesta propriedade, onde, como citado por
Almeida; Gama (2014), em levantamento sobre quintais
agroflorestais em Santarém - Pará, existe demanda média de
produção de maracujá pelos produtores.
A renda mensal com atividades extra ao SAF1 mostrou
valores próximos ao do estudo de Miranda (2012), que ao
avaliar quintais no nordeste paraense, atestou que a renda
mensal dos produtores foi de R$ 357,33, contribuindo com a
alimentação e geração de renda.
No SAF 2 o sucesso da renda da monocultura da banana
pode ser explicado pelo fato de ocupar o segundo lugar no
Brasil em área colhida, produção e consumo por habitante
(IBGE, 2008). Historicamente a cultura da banana se destaca
no Pará desde os anos 1990, com extrema relevância social e
econômica para agricultores do estado, sendo que em 2017 o
Pará ficou na quinta colocação como maior produtor no
Brasil (IBGE, 2017).
A monocultura de melancia, que também obteve êxito na
renda neste trabalho, é considerado de alta rentabilidade pois
como avaliado por Ramos et al. (2015), em consorcio entre
monoculturas de melancia e mandioca, atestaram valores na
ordem de R$ 8.500,00 por hectare em dois anos de plantio.
Rendas obtidas de subprodutos processados fora dos
sistemas, como ocorre no SAF 2 (iogurte e doces de frutas)
são comuns em propriedades rurais, pois gera segurança
alimentar e auxilia nas despesas fixas e geralmente é feito por
mulheres (CANUTO, 2017).
Quanto a renda oriunda da venda de peixes, De-Sá et al.
(2008), ao realizarem um diagnóstico da piscicultura praticada
por pequenos produtores no baixo Acre, atestou renda
líquida anual de R$ 6.128,00, proporcionando elevada
remuneração para o produtor.
Em relação a renda complementar, adquirida por meio de
benefícios sociais do Governo Federal, Nascimento et al.
(2016) afirmaram que o bolsa família influencia diretamente
a vida de seus beneficiários e aumenta o poder aquisitivo
deles. De acordo com Britto (2010), ao estudar propriedades
rurais no município de Pacajá-PA, a renda oriunda do bolsa
família possibilita a aquisição de bens e produtos nas
atividades da unidade de produção familiar. O programa da
Bolsa Verde colabora com práticas sustentáveis em
propriedades rurais, além de aumentar a renda do produtor e
ajudar em práticas que venham a melhorar o meio ambiente
(MACIEL; KHAN, 2015) e faz uma união da geração de
renda para o produtor aliadas a práticas de preservação
ambiental (CALORIO; ONCALA, 2017).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Houve a predominância da cultura da pimenta-do-reino
nos sistemas agroflorestais avaliados, o que faz com que este
cultivo sustente os sistemas de forma majoritária em virtude
da sua alta produtividade e excelente valor de mercado. No
entanto, se evidencia a necessidade de um estudo econômico
a longo prazo nos dois sistemas, de maneira a se mensurar o
comportamento financeiro não só da pimenta-do-reino, mas
também dos outros cultivos, que no presente estudo, ainda
não estão em anos de produtividade mais acentuada.
No SAF 2 a moringa se mostrou uma espécie promissora
em virtude da sua alta rentabilidade econômica e do
aproveitamento de seus derivados (folhas, flores e sementes).
Os maiores custos nos SAFs 1 e 2 foram com insumos,
tendo em vista a predominância da pimenta-do-reino nos
sistemas, cultura que é exigente de insumos. O uso de mão
de obra com preparo da área e tratos culturais foi alto nas
duas propriedades e corresponderam a mais de 60% dos
custos totais nos dois SAFs.
A renda com atividades, além dos SAFs 1 e 2,
diversificaram e complementaram a remuneração dos
produtores em suas áreas, além de terem contribuído para o
autoconsumo.
Considera-se que os SAFs 1 e 2 são de extrema
importância para os produtores avaliados, uma vez que
geram renda e contribuem para o seu desenvolvimento social
e econômico.
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APÊNDICE A
Questionário Avaliativo dos SAFs
1. Produtos colhidos/produzidos no mês (quantidade
por área ou por planta)
2. Qual a forma de comercialização? (natura,
processado, desidratado, secagem, etc)
3. Valor de venda dos produtos?
4. Compradores da produção? Existe contrato?
Quantidade estipulada por mês/safra?
5. Forma de transporte e custo de transporte?
6. Origem da produção (pastagem, SAF, extrativismo,
quintal, roçado, etc)
% destes produtos destinados comercio
% destes produtos destinada consumo
% destes produtos desperdiçada/estragada
7. Renda do mês: benefícios, vendas, serviços
esporádicos, outras entradas. Realizou algum
trabalho extra propriedade rural? Qual foi a renda?
8. Custos mensais de manutenção (poda, capina,
roçagem, irrigação, troca de tutor, etc.) anotar a
quantidade de dias ou horas gastas ou combustível?
9. Adubação: se houve adubação? Qual tipo?
Quantidade? Custo? Oriundo da propriedade? Ou
foi troca/compra com outro proprietário
10. Houve mão de obra terceirizada? Quantos dias?
Qual o valor pago? A contratação foi em razão de
qual cultura?
11. Houve redução ou aumento da mão-de-obra
familiar no mês?
12. Houve alguma mudança no recebimento de
benefícios?