Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 147-156, mar./abr. 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i2.9432 ISSN: 2318-7670
Eficiência de gongocompostos obtidos a partir de diferentes resíduos vegetais
e sistemas de produção no desenvolvimento de mudas de alface
Luiz Fernando de Sousa ANTUNES1, Rafael Girelli de SOUZA1, Julia de Lima KRAHENBUHL2,
Guilherme Rocha DIAS2, Dione Galvão da SILVA3, Maria Elizabeth Fernandes CORREIA3
1Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seroédica, RJ, Brasil.
2Permacultor(a) urbano(a), São Sebastião, SP, Brasil.
3Embrapa Agroecologia, Seropédica, RJ, Brasil.
*E-mail: luizfernando.ufrrj.agro@gmail.com
(Orcid: 0000-0001-8315-4213; 0000-0002-1562-4380; 0000-0002-7855-5407; 0000-0002-3173-3229;
0000-0002-2310-1854; 0000-0003-1919-6659)
Recebido em 29/11/2019; Aceito em 23/02/2021; Publicado em 23/04/2021.
RESUMO: O uso do gongocomposto pode contribuir para suprir a crescente demanda por substratos
destinados à produção de mudas de hortaliças em ambientes rurais e urbanos. Nesse contexto, objetivou-se
com este trabalho verificar a eficiência dos gongocompostos obtidos em dois diferentes sistemas de produção,
situados em regiões de ambientes distintos (estados do RJ e SP) e com a utilização de resíduos orgânicos e
espécies de diplópodes diferentes entre si, na produção de mudas de alface. Inicialmente foi realizada uma
minuciosa caracterização dos substratos avaliados, caracterizando as propriedades físicas, físico-químicas e
químicas. O desempenho dos diferentes substratos na produção de mudas de alface foi avaliado por meio da
semeadura de alface crespa cultivar Grand Rapids em bandejas de poliestireno expandido de 200 células. As
mudas foram avaliadas aos 30 dias após a semeadura. Os gongocompostos produzidos no estado do RJ e SP
apresentam diferenças em suas propriedades físicas, físico-químicas e químicas. No entanto, ambos produziram
mudas de alface com qualidade semelhante, cujos parâmetros fitotécnicos foram superiores ao substrato
comercial. Pode-se concluir que ambos os gongocompostos são eficientes como substrato na produção de
mudas de alface, os quais podem ser produzidos em ambientes rurais e urbanos, atendendo à necessidade atual
por insumos agrícolas sustentáveis.
Palavras-chave: resíduos agrícolas e urbanos; diplópodes; gongocompostagem; substratos orgânicos;
horticultura.
Efficiency of millicomposts obtained from different vegetable residues and
production systems in the development of lettuce seedlings
ABSTRACT: The use of millicompost can contribute to the growing demand for substrates for vegetable
seedling production in rural and urban environments. In this context, the objective of this work was to verify
the efficiency of millicomposts obtained in two different production systems, located in regions of different
environments (states of RJ and SP) and with the use of organic residues and different species of diplopods, in
the production of lettuce seedlings. Initially, a thorough characterization of the evaluated substrates was
performed, characterizing the physical, physicochemical and chemical properties. The performance of different
substrates in the production of lettuce seedlings was evaluated by sowing crisp lettuce cultivar Grand Rapids in
200-cell expanded polystyrene trays. The seedlings were evaluated at 30 days after sowing. Millicomposts
produced in the states of RJ and SP show differences in their physical, physicochemical and chemical properties.
However, both produced similar quality lettuce seedlings, whose phytotechnical parameters were superior to
the commercial substrate. It can be concluded that both millicomposts are efficient as a substrate in the
production of lettuce seedlings, which can be produced in rural and urban environments, meeting the current
need for sustainable agricultural inputs.
Keywords: agricultural and urban wastes; diplopods; millicomposting; organic substrates; horticulture.
1. INTRODUÇÃO
As hortaliças estão diariamente na mesa dos brasileiros.
Entre as folhosas, a alface (Lactuca sativa L.) é a preferida e
mais consumida no país devido ao seu sabor e valor
nutricional, sendo fonte de fibras, vitaminas e sais minerais,
que são conservados pois a mesma é predominantemente
consumida in natura nas saladas ou em lanches (MAIA, 2019).
A alface pertence à família das Asteráceas, tendo como
provável centro de origem as regiões amenas do
Mediterrâneo (FIORINI et al., 2016). É uma planta de ciclo
curto e possibilita sua produção durante o ano todo, a
depender do clima da região e cultivar utilizada, garantindo
um rápido retorno financeiro ao produtor (MILHOMENS et
al., 2015). Os solos mais adequados para o seu cultivo são os
de textura média, com boa capacidade de retenção de água e
valores de pH entre 6,0 a 6,8, facilitando o desenvolvimento
radicular e a absorção de nutrientes. A temperatura ideal varia
de 12 a 22ºC, para boa produção de folhas e cabeças
(FILGUEIRA, 2008).
De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, a
produção brasileira de alface no período de referência 2016-
2017 foi de 908.186 toneladas, das quais 65,19% foram
Eficiência de gongocompostos obtidos a partir de diferentes resíduos vegetais e sistemas de produção ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 147-156, mar./abr. 2021.
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produzidas na região Sudeste, seguida pelas produções das
regiões: Sul com 12,87%, Centro-Oeste com 10,95%,
Nordeste com 8,21% e Norte com 2,77% (IBGE, 2017).
Devido as características como a praticidade no cultivo,
ciclo rápido, boa produtividade e com amplo mercado
consumidor, a alface é uma cultura de importância
econômica considerável, que a utilização de fácil manejo e
sem necessidade de uma tecnologia mais rebuscada são
elementos que fazem da cultura um dos carros chefe da
agricultura familiar (BARROS et al., 2016).
Para se alcançar máximo potencial produtivo da cultura,
a qualidade das mudas é de fundamental importância, onde a
mesma será obtida quando se utilizar um substrato capaz
de suprir todas as necessidades da planta enquanto muda
(ANTUNES et al., 2018).
O substrato deve apresentar propriedades físicas
(umidade, macroporos e microporos), físico-químicas
(condutividade elétrica e pH), químicas (nutrientes e
capacidade de troca catiônica) e biológicas (ausência de
patógenos) (NADAI et al., 2015), garantindo a obtenção de
mudas com qualidade superior, as quais exibirão quando
transplantadas ao campo, elevados índices de pegamento,
graças à formação de raízes robustas e torrão íntegro,
permitindo a formação de estandes mais uniformes e ganhos
na produtividade final (ANTUNES et al., 2018).
No mercado existem diversos tipos de substratos
comerciais, sendo eles provenientes de fontes minerais,
organominerais ou orgânicas (ANTUNES et al., 2019a).
Sabe-se também que o custo do substrato para produção de
mudas, impacta diretamente no valor final da produção
(SANTOS et al., 2018). Deste modo, a utilização de resíduos
orgânicos gerados ao longo da cadeia produtiva, com a
finalidade de se obter um substrato de qualidade e baixo
custo, pode ser uma excelente opção para reduzir esses
custos, maximizando o lucro do produtor e contribuindo no
aumento da qualidade do vegetal (CORREA et al., 2019).
Ainda pouco conhecida e difundida no meio científico e
entre os produtores de hortaliças rurais e urbanos, a
gongocompostagem tem se mostrado como uma
biotecnologia alternativa, viável e rentável, que visa oferecer
ao agricultor uma nova opção de reaproveitamento de seus
resíduos orgânicos, aprimorando a ciclagem dos nutrientes
dentro da propriedade, além de proporcionar economia,
dispensando a aquisição de substratos comerciais.
A gongocompostagem consiste em um processo
diferente da compostagem clássica, o exibindo durante a
transformação dos resíduos a elevação de temperatura, pois
através da atividade biológica dos diplópodes, organismos
decompositores da fauna do solo (conhecidos como
gongolos ou piolhos-de-cobra), ocorre a fragmentação dos
resíduos lignocelulósicos de relações C/N superiores a 30 em
partes menores, o que aumenta suas superfícies específicas,
resultando na obtenção de gongocompostos estáveis entre
120 e 180 dias (ANTUNES, 2017; ANTUNES et al., 2019b).
As pesquisas na área da gongocompostagem ainda são
bem pontuais no mundo, sendo desenvolvidas na Índia e no
Brasil, apenas. Os indianos verificaram que o
gongocomposto proporcionou melhores performances na
produção de pimenta vermelha em vaso (RAMANATHAN;
ALAGESAN, 2012) e Senthilkumar et al. (2018) observaram
uma melhor germinação das sementes e crescimento das
mudas de cinco diferentes espécies florestais. No Brasil os
resultados também confirmam a qualidade do
gongocomposto como substrato orgânico, possibilitando a
obtenção de mudas de hortaliças e ornamentais de qualidade
(ANTUNES et al., 2018; ANTUNES et al., 2019a).
Nesse contexto, objetivou-se com este trabalho
caracterizar as propriedades físicas, físico-químicas e
químicas dos gongocompostos produzidos em dois
diferentes sistemas de produção, situados em regiões de
ambientes distintos e com a utilização de resíduos orgânicos
e espécies de diplópodes diferentes. Posteriormente,
verificou-se a eficiência dos gongocompostos obtidos nas
diferentes áreas através da produção de mudas de alface em
bandejas de poliestireno expandido.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Produção do gongocomposto no município de
Seropédica – RJ
A gongocompostagem foi conduzida na área
experimental do Sistema Integrado de Produção
Agroecológica SIPA, localizado na Fazendinha Km 47,
Seropédica-RJ, no período de março a agosto de 2017. O
clima da região é do tipo Aw, segundo a classificação de
Köppen, com chuvas concentradas entre novembro e março,
temperatura média anual de 23,9 °C e precipitação anual
média de 1.213 mm (OLVEIRA JÚNIOR et al., 2014)
Foram utilizados anéis de concreto, com altura de 0,5 m
e largura de 1 m, com capacidade para receber 400 litros de
resíduos (Figura 1-A). Na primeira etapa, os resíduos foram
quantificados e depositados no interior dos três anéis, a uma
altura de aproximadamente 40 centímetros. O processo de
gongocompostagem foi realizado a partir da mistura de
resíduos de Bauhinia sp. (folhas de pata-de-vaca), Paspalum
notatum (aparas de grama), Musa sp. (folhas de bananeira) e
papelão picado (pedaços 5 cm), cujas proporções dos
materiais foram de 180 litros, 135 litros, 90 litros e 45 litros
para cada resíduo, respectivamente. Logo após foram
molhados e misturados a fim de se obter homogeneidade.
(Figura 1-B).
Figura 1. Anel de concreto com adição de 400 litros de resíduos (A);
resíduos devidamente preparados para a gongocompostagem (B);
quantificação e adição dos gongolos nos anéis contendo os resíduos
(C); Início do processo de gongocompostagem e proteção dos anéis
(D).
Figure 1. Concrete ring with addition of 500 liters of waste (A);
wastes properly prepared for gong composting (B); quantification
and addition of gongols in rings containing residues (C); beginning
of the gong-composting process and protection of the rings (D).
Na segunda etapa, cada anel recebeu uma quantidade
aproximada de 2,2 litros de diplópodes da espécie Trigoniulus
corallinus, que equivale a uma população de aproximadamente
Antunes et al.
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149
3.960 indivíduos adultos (Figura 1-C), os quais foram
coletados manualmente em canteiros de minhocultura, em
composteiras e em gramado contendo aparas recentes.
Os anéis foram cobertos com sombrite para impedir que
os gongolos fugissem ao subir pela parede do anel ou ainda
impedir a entrada de algo indesejado no anel, o que poderia
prejudicar o processo de gongocompostagem (Figura 1-D).
Houve a necessidade de observar a umidade do material
contido nos anéis durante todo o processo, sendo que a
manutenção desta umidade foi realizada com adição de água
via regador (aproximadamente quatro litros por anel de
concreto) semanalmente ou quando necessário, para mantê-
la em torno de 50-60%, de modo a manter o ambiente
estivesse propício à sobrevivência dos gongolos, preservando
a continuidade do processo de compostagem.
O gongocomposto foi obtido aos 180 dias após o início
de todo processo supracitado, através do peneiramento em
malha de 2 mm (Figura 2) e posteriormente armazenado em
sacos plásticos, até que houvesse sua destinação à produção
de mudas de hortaliças.
Figura 2. Processo de retirada e peneiramento do gongocomposto
obtido aos 180 dias, produzido a partir de folhas de pata-de-vaca,
aparas de grama, folhas de bananeira e papelão picado.
Figure 2. Process of removal and sieving of millicompost obtained
at 180 days, produced from Bauhinia sp. leaves, grass clippings,
Musa sp. leaves and shredded cardboard.
2.2. Produção do gongocomposto no município de São
Sebastião - SP
A gongocompostagem foi realizada em uma propriedade
urbana no bairro de Boiçucanga, na cidade de São Sebastião
– SP, litoral norte do estado de São Paulo. O clima da região
é do tipo Am, segundo a classificação de Köppen, sendo
caracterizado como tropical com chuvas excessivas e inverno
seco, temperatura média anual de 24,8 °C e precipitação anual
média de 1.507 mm (MILANESI, 2016).
O processo de gongocompostagem adotado na
propriedade urbana é conduzido pelos permacultores
urbanos Guilherme Rocha Dias e Julia de Lima Krahenbuhl,
os quais adaptaram a metodologia da pesquisa estabelecida
na Embrapa Agrobiologia. Este processo é dividido em três
etapas: a pré-compostagem, compreendida pelas etapas 1 e 2,
durando entre 20 e 30 dias.
A primeira etapa compreende a chegada dos resíduos na
propriedade, onde são triturados e posteriormente
depositados em baias para organizar o processo de
compostagem. Os resíduos utilizados no processo são
provenientes de podas urbanas, existindo grande diversidade
local, mas variando predominantemente entre Musa sp.
(folhas de bananeira), Heliconia sp. (folhas de heliconia),
Alpinia purpurata (folhas de alpinia), Hedychium coronarium (lírio
do brejo) e Malvaviscus arboreus (hibiscos). Na segunda etapa
os resíduos são transferidos para uma segunda baia,
devidamente coberta para protegê-los da chuva. Nessa fase o
volume dos resíduos está bem reduzido devido ao próprio
processo de compostagem iniciado e à perda de umidade. Na
terceira etapa ocorre o processo controlado de
gongocompostagem, onde os resíduos provenientes das fases
anterior (Figura 3-A) são acondicionados nas caixas plásticas
de 60 L (Figura 3-B).
Figura 3. Resíduos de poda urbana pré-compostados (A); caixa com
capacidade de 60 litros de resíduos para gongocompostagem (B);
gongocomposto e gongolo da espécie Rhinocricus padbergi (C);
peneiramento do gongocomposto e retenção dos gongolos após
cerca de 45 dias de gongocompostagem (D); gongocomposto
ensacado e pronto para ser comercializado na região (E).
Figure 3. Precomposted urban pruning wastes (A); box with a
capacity of 60 liters of wastes for millicomposting (B); millicompost
and millipede of the species Rhinocricus padbergi (C); millicompost
sievied and retention of millipedes after about 45 days of
millicomposting (D); millicompost bagged and ready to be marketed
in the region (E).
Os diplópodes utilizados no processo são nativos do
ambiente de Mata Atlântica e pertencem a espécie Rhinocricus
padbergi. Eles são adicionados nas caixas e/ou recolocados
após o processo de peneiramento do material já compostado
(Figuras 3-C e 3-D). A quantidade utilizada em cada caixa é
de aproximadamente 0,2 L, o que equivale a
aproximadamente 350 indivíduos adultos. Todo o
processamento dos resíduos até a obtenção do
gongocomposto dura cerca de 80 a 120 dias (Figura 3-E).
2.3. Caracterização das propriedades físicas, físico-
químicas e químicas do gongocomposto
As propriedades físicas avaliadas foram as seguintes:
macroporosidade, microporosidade, porosidade total,
capacidade de retenção de água a 10 cm de coluna d’água e
densidade volumétrica, obtidas pelo método da mesa de
tensão, utilizando anéis metálicos de 100 mL e tensão de 60
cm de coluna d’água (BRASIL, 2008; TEIXEIRA et al.,
2017).
As análises de pH foram realizadas em solução de água
destilada (5:1 v/v) e a condutividade elétrica foi determinada
no mesmo extrato aquoso obtido para a medição do pH, de
acordo com o método descrito por BRASIL (2008). Vale
ressaltar que foram feitas três repetições para todos os
parâmetros avaliados. Os teores totais de N, P, K, Ca e Mg
Eficiência de gongocompostos obtidos a partir de diferentes resíduos vegetais e sistemas de produção ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 147-156, mar./abr. 2021.
150
dos substratos foram analisados e fornecidos pelo laboratório
da Embrapa Agrobiologia por meio de digestão das amostras
(TEIXEIRA et al., 2017).
2.4. Produção das mudas de alface
O experimento foi conduzido em casa de vegetação do
Sistema Integrado de Produção Agroecológica SIPA,
localizado na Fazendinha Km 47, Seropédica-RJ, no período
de 01 a 30 de setembro de 2017.
Foram utilizadas bandejas de poliestireno expandido de
200 células para realizar a semeadura de alface do tipo crespa
cultivar Grand Rapids TBR da marca ISLA, colocando de duas
a três sementes por célula.
Os tratamentos consistiram de três substratos orgânicos:
1) Gongocomposto, produzido em Seropédica, conforme
descrito no item 2.1; 2) Gongocomposto produzido em São
Sebastião, conforme descrito no item 2.2; 3) Substrato
comercial Biomix®orgânico, constituído por ou fibra de
coco, casca de pinus moída e compostada, Bokashi (aditivo
orgânico com macro e micronutrientes) e composto orgânico
fórmula Biomix®, tido como controle.
Aos sete dias após a semeadura, realizou-se o desbaste na
bandeja, mantendo apenas uma planta por célula. Aos 30 dias
após a semeadura, retirou-se de forma aleatória dez mudas de
alface por unidade experimental (bandeja) e foram avaliados
os seguintes parâmetros fitotécnicos: massa fresca da parte
aérea (MFPA), massa seca da parte rea (MSPA), massa
fresca de raízes (MFR), massa seca de raízes (MSR), altura da
planta (AP), número de folhas (NF), vigor da muda (VM) e a
estabilidade do torrão (ET). Após a pesagem da massa fresca
da parte aérea e das raízes, essas foram separadas
individualmente em sacos de papel e mantidas em estufa de
circulação de ar forçada a 65 °C por 72 horas, afim de se
determinar a massa seca das mesmas.
O vigor das mudas (VM) foi determinado através da
metodologia adaptada de Franzin et al. (2005), classificando
como: Nota 1: ótimo vigor, mero de folhas 4, altura
maior que 5 cm e ausência visual de deficiência nutricional;
Nota 2: vigor bom, número de folhas 4, altura 5 cm e
início de amarelado não proeminente nas folhas basais; Nota
3: vigor regular, número de folhas 4, altura 5 cm;
deficiência nutricional expressa por um amarelecimento
proeminente que se estende para além das folhas basais ou
outro sintoma intrínseco; Nota 4: vigor ruim, deficiência
nutricional bem destacada, expressa por problemas na altura
(≤ 5 cm), número de folhas reduzido (≤ 4 folhas) e
amarelecimento intenso ou outro sintoma intrínseco.
A estabilidade do torrão (ET) foi determinada por uma
metodologia adaptada de Gruszynski (2002), classificando
como: Nota 1: Baixa estabilidade, 50% ou mais do torrão fica
retido no recipiente na retirada da muda e o torrão não
permanece coeso; Nota 2: Entre 30 a 50% do torrão fica
retido no recipiente na retirada da muda, porém o torrão não
permanece coeso; Nota 3: Regular, entre 15 a 30% do torrão
fica retido no recipiente na retirada da muda, porém não
permanece coeso; Nota 4: Boa estabilidade, o torrão é
destacado completamente do recipiente com até 90% de
coesão e perda máxima de até 10% do substrato.
2.5. Análises estatísticas
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente
casualizado, com três tratamentos (substratos) e quatro
repetições (bandejas) para cada tratamento.
Para a análise dos dados foi realizada a avaliação da
homogeneidade das variâncias dos erros pelo teste de Bartlett
e da normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk. Os dados foram
submetidos à análise de variância, com a aplicação do teste F
e posteriormente submetidos ao teste de Tukey (p≤0,05) com
o auxílio do programa livre RBio (BHERING, 2017).
3. RESULTADOS
3.1. Propriedades físicas dos substratos
As características físicas dos substratos foram analisadas
e seguem apresentadas na Tabela 1. Os percentuais de
macroporos presentes em todos os substratos foram
semelhantes, não havendo diferença significativa O
Gongocomposto RJ apresentou maior microporosidade que
os substratos Gongocomposto SP e Biomix®. a porosidade
total não diferiu entre os gongocompostos, os quais exibiram
percentuais superiores ao substrato comercial (16,89% e
13,67 % a mais para os Gongocompostos de RJ e SP,
respectivamente).
A capacidade de retenção de água seguiu o mesmo padrão
que a microporosidade, sendo que o Gongocomposto RJ
exibiu percentuais superiores aos demais substratos na
capacidade de reter água à uma altura de 10 centímetros de
coluna d´água.
a densidade volumétrica seguiu o inverso, onde o
substrato Biomix® foi 16% mais denso que o
Gongocomposto SP e 52,63% mais denso que o
Gongocomposto RJ.
Tabela 1. Análises físicas dos substratos orgânicos utilizados na produção de mudas de alface crespa cv. Grand Rapids: percentuais de
macroporosidade, microporosidade, porosidade total, capacidade de retenção de água à tensão de 10 cm (CRA10 cm) e densidade volumétrica.
Table 1. Physical analyzes of organic substrates used in the production of curly lettuce seedlings cv. Grand Rapids: percent macroporosity,
microporosity, total porosity, water holding capacity at 10 cm tension (CRA10 cm) and volumetric density.
Substratos Macroporos Microporos Porosidade total CRA10 cm
mL 50 cm-3
Densidade volumétrica
(kg m-3)
---------------------- % -----------------------
Gongocomposto RJ 18,67 a 73,44 a 92,11 a 36,72 a 190 c
Gongocomposto SP 21,94 a 67,63 b 89,57 a 33,82 b 250 b
Biomix® orgânico 18,34 a 60,46 c 78,80 b 30,23 c 290 a
CV (%) 9,44 2,62 1,52 2,63 2,10
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Tukey (p≤0,05).
3.2. Propriedades físico-químicas e químicas dos
substratos
As características físico-químicas dos substratos foram
analisadas e estão presentes na Tabela 2. O valor de pH do
Gongocomposto RJ foi superior aos encontrados nos
substratos Gongocomposto SP e Biomix®. A condutividade
elétrica (CE) não apresentou diferença entre os
Antunes et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 147-156, mar./abr. 2021.
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gongocompostos do RJ e SP, mas diferiram do substrato
Biomix®, cuja a condutividade foi 43,75 % menor.
O valor da relação C/N foi semelhante nos
gongocompostos, mas foi superior a 20 no substrato
Biomix® e conteúdo de carbono total presente neste
substrato foi superior aos apresentados pelos
gongocompostos.
Os teores totais dos macronutrientes N, P, K, Ca e Mg
dos substratos estão apresentados na Tabela 2. O
Gongocomposto RJ apresentou as maiores médias para
todos os teores de macronutrientes avaliados. Os teores de P
e Mg não diferiram entre o Gongocomposto SP e substrato
comercial Biomix®, porém o Gongocomposto SP registrou
teores superiores de N e Ca, enquanto o Biomix® apenas foi
superior a ele no conteúdo de K.
3.3 Avaliação dos parâmetros fitotécnicos das mudas de
alface
Os parâmetros fitotécnicos avaliados nas mudas de alface
produzidas nos diferentes substratos orgânicos estão
contidos na Tabela 3. As mudas produzidas nos diferentes
gongocompostos apresentaram médias semelhantes no valor
da massa fresca de parte aérea (MFPA), massa seca de parte
aérea (MSPA), massa fresca de raiz (MFR), massa seca de raiz
(MSR), altura de plantas (AP), número de folhas (NF) e vigor
de mudas (VM). Entretanto se mostraram muito superiores
às mudas obtidas com o uso do substrato Biomix® (Figura 3).
O substrato comercial exibiu média superior apenas na
estabilidade do torrão (ET), seguido pelo Gongocomposto
RJ e de SP (Tabela 3).
Tabela 2. Análises do potencial hidrogeniônico (pH), condutividade elétrica (CE), relação C/N, conteúdo de carbono total e teores de
macronutrientes totais dos substratos orgânicos utilizados na produção de mudas de alface crespa cv. Grand Rapids.
Table 2. Analysis of the hydrogenic potential (pH), electrical conductivity (EC), C/N ratio, total carbon content and total macronutrient
contents of organic substrates used in the production of curly lettuce cv. Grand rapids.
Substratos pH CE
(dS m-1)
Relação
C/N
C N P K Ca Mg
--------------------------------- g kg-1 --------------------------------
Gongocomposto RJ 7,34 a 0,68 a 15,23 b 325,04 b 23,26 a 2,96 a 4,78 a 31,69 a 4,48 a
Gongocomposto SP 6,85 b 0,69 a 14,60 b 291,10 c 19,94 b 1,63 b
1,89 c 21,81 b
3,04 b
Biomix® orgânico 6,69 c 0,48 b 41,92 a 354,34 a 7,75 c 1,53 b
2,39 b
9,03 c 2,73 b
CV (%) 0,85 2,88 2,02 3,12 3,71 6,99 2,97 7,86 6,46
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Tukey (p≤0,05).
Tabela 3. Valores médios da massa fresca de parte aérea (MFPA), massa seca de parte aérea (MSPA), massa fresca de raiz (MFR), massa
seca de raiz (MSR), altura de plantas (AP), número de folhas (NF), vigor de mudas (VM) e estabilidade do torrão de mudas de alface crespa
cv. Grand Rapids produzidas nos diferentes substratos orgânicos.
Table 3. Average values of shoot fresh weight, shoot dry weight, root fresh mass, root dry mass, plant height, number of leaves, seedling
vigor and stability of the of curly lettuce cv. Grand rapids produced on different organic substrates.
Substratos MFPA MSPA MFR MSR AP
(cm) NF VM ET
mg planta-1
Gongocomposto RJ 779,50 a 47,94 a 144,50 a 9,23 a 8,60 a 3,78 a 1,8 b 1,95 ab
Gongocomposto SP 740,50 a 44,83 a 130,00 a 9,70 a 8,82 a 3,88 a 1,9 b 1,78 b
Biomix® orgânico 279,50 b 24,36 b 77,75 b 6,97 b 5,75 b 3,30 b 3,05 a 2,15 a
CV (%) 29,23 26,38 37,95 23,29 15,55 11,50 37,64 24,97
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Tukey (p≤0,05).
4. DISCUSSÃO
4.1. Propriedades físicas dos substratos
As propriedades físicas de um substrato são consideradas
mais importantes que as propriedades químicas devido às
relações entre o ar e água, que não podem ser alteradas
durante a cultura, visto que após o acondicionamento do
substrato nos recipientes, torna-se difícil qualquer mudança.
as características químicas podem ser mais facilmente
ajustadas posteriormente. (KRATZ et al., 2013).
A densidade volumétrica é de extrema importância para
interpretar outras propriedades do substrato, tais como
porosidade, espaço de aeração e disponibilidade de água
(FERMINO, 2014). Além disso, o conhecimento do valor da
mesma tem várias aplicações, no que se refere ao cultivo em
recipientes, servindo como parâmetro para o manejo da
irrigação e na análise de nutrientes (com referência à massa
da amostra), a qual é indispensável para a interpretação dos
laudos e recomendações práticas. (FERMINO; KÄMPF,
2012).
Fermino (2014) estabelece como referência para
substratos utilizados em bandejas, valores de densidade
volumétrica entre 100 e 300 kg m-3; para vasos de até 15 cm
de altura, de 250 a 400 Kg m-3; vasos de 20 a 30 cm, de 300 a
500 Kg m-3; vasos maiores, de 500 a 800 Kg m-3. Sendo assim,
os Gongocompostos do RJ e de SP, bem como o substrato
comercial Biomix®orgânico apresentaram valores dentro dos
padrões aceitáveis para substratos em bandeja. Entretanto,
ressalta-se que o Gongocomposto RJ apresentou menor
densidade entre os três substratos. Isso pode ter ocorrido
devido à natureza dos materiais utilizados no processo de
gongocompostagem, bem como pelo tamanho dos péletes
fecais dos gongolos, que essas partículas são esféricas e
medem cerca de 1,85 mm, aumentando a porosidade do
substrato. o Gongocomposto de SP é obtido por uma
etapa de pré-compostagem, favorecendo uma maior taxa de
decomposição dos materiais de poda urbana, aumentando
sua densidade, a qual é influenciada pelas características de
cada resíduo empregado no processo.
Maggioni et al. (2014) destacam que os substratos com
menores densidades proporcionam maior porosidade,
melhor drenagem e menor restrição física ao crescimento e
desenvolvimento das plantas, corroborando com os
resultados obtidos nos Gongocompostos do RJ e de SP, os
quais foram menos densos e apresentaram maiores
percentuais de porosidade total. A porosidade total é, de
acordo com mpf (2005), de extrema importância para o
Eficiência de gongocompostos obtidos a partir de diferentes resíduos vegetais e sistemas de produção ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 147-156, mar./abr. 2021.
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crescimento das plantas, visto que a alta concentração de
raízes formadas nos recipientes exige elevado fornecimento
de oxigênio e rápida remoção do gás carbônico formado.
Gonçalves; Poggiani (1996) estabeleceram faixas
adequadas para as características físicas dos substratos. Para
a porosidade total, os autores consideram como adequados
percentuais que variam entre 75 a 85%. O Gongocomposto
RJ e o Gongocomposto SP ficaram um pouco acima do
limite estipulado (92% e 89%, respectivamente), sendo o
substrato Biomix® o único dentro da faixa especificada
(78,80%). Os resultados corroboram com os mesmos
encontrados por Antunes et al. (2018), na produção de
gongocompostos de diferentes tempos de obtenção e sua
utilização como substrato na produção de alface em sistema
orgânico. Entretanto, Carrijo et al. (2002) afirmam que os
substratos utilizados no cultivo de hortaliças devem
apresentar porosidade total acima de 85%.
Quanto à microporosidade, todos os substratos
orgânicos apresentaram valores acima da faixa considerada
adequada (45-55%) segundo Gonçalves; Poggiani (1996). A
microporosidade é responsável pela retenção de água no
substrato, que quando eleva-se consideravelmente, acaba por
gerar um menor volume de substrato explorado,
consequentemente menor absorção de água e nutrientes,
os quais são de extrema importância para o crescimento e
desenvolvimento das mudas (MAGGIONI et al., 2014).
Embora os resultados tenham ficado acima do recomendado,
eles não foram capazes de influenciar negativamente o
desenvolvimento das mudas.
Gonçalves; Poggiani (1996) consideram a faixa de 35-
45% como sendo a adequada para macroporosidade. No
entanto, todos os substratos apresentaram macroporosidade
inferior a faixa proposta, apresentando de 18 a 22%. Estes
resultados foram inferiores aos obtidos por Antunes et al.
(2019), utilizando gongocomposto como substrato de mudas
de girassol ornamental, evidenciando um teor de macroporos
de aproximadamente 29%. Entretanto os resultados obtidos
foram considerados médios pelos mesmos autores e além
disso, os mesmos foram estatisticamente equivalentes, não
sendo fator determinante para a diferença no
desenvolvimento das mudas.
Gonçalves; Poggiani (1996) consideram como níveis
adequados de capacidade de retenção de água, valores entre
20 - 30 mL 50 cm-3. Deste modo, os três substratos ficaram
um pouco acima dos níveis adequados de retenção de água
descritos por estes autores. Vale ressaltar que, como
mencionado anteriormente, a retenção de água está
diretamente ligada ao teor de microporos, justificando assim,
a pequena acentuação nesse índice.
4.2. Caracterização físico-química e química dos
substratos
Segundo Ludwig et al. (2014), mais importante do que os
próprios teores de nutrientes do substrato, é o valor de pH
do substrato, pois o mesmo afeta principalmente a absorção
dos macronutrientes e micronutrientes. Valores de pH abaixo
de 5,8 podem ocasionar toxicidade às plantas, já que aumenta
a disponibilidade de ferro e manganês, além de reduzir a
disponibilidade de nitrogênio, potássio, cálcio, magnésio e
boro (STÖCKER et al., 2016), enquanto que em valores de
pH acima de 6,5 pode-se esperar deficiências de fósforo,
ferro, manganês, zinco e cobre (KRATZ et al., 2014).
Kratz; Wendling (2013) relatam que se tratando da
utilização de substratos orgânicos, sem a adição de solo na
sua composição, a recomendação é trabalhar com um
intervalo de pH de 4,4 a 6,2. Todos os substratos
apresentaram valores de pH acima do recomendado pelos
autores, variando de 6,69 a 7,34. Entretanto, estes valores não
foram capazes de influenciar negativamente o
desenvolvimento e tampouco a qualidade das mudas,
corroborando com Costa (2014), o qual relata que a alface é
uma espécie que tolera valores de pH de 6,5 a 7,5, sendo bem
adaptada a solos alcalinos.
A condutividade elétrica (CE) indica a concentração de
sais presentes na solução (água destilada + substrato) e nos
fornece a estimativa de salinidade presente nos substratos.
Segundo Minami; Salvador (2010), valores de CE acima de
3,4 dS m-1 são considerados muito altos para substratos,
valores de 2,25 a 3,39 dS m-1 são altos, valores de 1,8 a 2,24
dS m-1 são ligeiramente altos, valores de 0,5 a 1,79 dS m-1 são
moderados, valores entre 0,15 e 0,49 dS m-1 são baixos e
valores inferiores a 0,14 dS m-1 são considerados muito
baixos.
Os gongocompostos apresentaram valores superiores de
condutividade elétrica quando comparados ao substrato
comercial Biomix® e se enquadram na faixa considerada
moderada. o substrato Biomix® apresentou valor de CE
menor, estando na categoria de baixa CE. Isso pode ter sido
ocasionado pelo tempo de processamento dos resíduos
utilizados na compostagem pelos gongolos, resultando em
valores aceitáveis. Resultados similares foram obtidos por
Antunes et al. (2019) avaliando o desenvolvimento do
Helliantus annus na fase de mudas e de vaso com o uso do
gongocomposto. Além disso, Antunes et al. (2018) verificou
que o gongocomposto com maior tempo de compostagem
apresentou um aumento na CE, diminuição da relação C/N
e C orgânico, atribuída à atividade biológica presente nos
péletes fecais e associativas aos gongocompostos,
ocasionando a mineralização e disponibilização dos
nutrientes.
A relação C/N é um parâmetro importante na
caracterização dos substratos, indicando como os materiais
orgânicos se encontram no final do processo de
compostagem (DA ROS et al., 2015). A instrução normativa
61 do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(BRASIL, 2020) destaca que a relação C/N não pode
ultrapassar a 20 e o teor de nitrogênio total deve ser no
mínimo de 5,0 g kg -1 para compostos orgânicos.
O substrato Biomix® apresentou relação C/N de 41,92,
considerada alta para uma adequada mineralização dos
nutrientes, podendo haver, a princípio, à imobilização do N
mineralizado (ANTUNES et al., 2019a). No entanto, esse
resultado se em decorrência dos componentes da sua
formulação, como a casca de pinus, que possui alta relação
C/N, influenciando no valor final desta relação. Os
gongocompostos apresentaram valores médios de relação
C/N de 14,60 (SP) e 15,23 (RJ), demonstrando que estes se
encontram estabilizados e capazes de disponibilizar os
nutrientes necessários às plantas, atendendo às normas
estabelecidas pelo MAPA. Essa menor relação C/N se
devido à natureza dos materiais utilizados no processo de
compostagem e a preferência dos diplópodes por materiais
mais palatáveis, sendo aqueles que tem relação C/N mais
baixas e com maiores níveis de macronutrientes como
nitrogênio, fósforo, potássio e magnésio, os quais o
importantes à sua nutrição, constituição e manutenção
metabólica (ANTUNES et al., 2019b).
Antunes et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 147-156, mar./abr. 2021.
153
Dias et al. (2010) afirmam que com o aumento do tempo
de compostagem, ocorre diminuição do teor de matéria
orgânica (MO) do composto, sendo o teor de carbono (C)
um ótimo parâmetro para avaliar o grau de humificação dos
compostos orgânicos. Schmitz et al. (2002) relatam que 50 a
60% da matéria orgânica é constituída por carbono e os
teores ideais de carbono orgânico para substratos usados em
recipientes devem ficar acima de 25%, desta maneira, todos
os substratos utilizados neste trabalho se enquadram,
variando seus teores de 29 a 35% (Tabela 2).
Os teores de nitrogênio presentes nos gongocompostos
foram 2,5 e três vezes maiores (SP e RJ, respectivamente)
quando comparado ao teor contido no substrato Biomix®, o
que fora capaz de proporcionar um melhor desenvolvimento
das mudas de alface. Apesar de haver uma pequena diferença
nos teores de N entre os gongocompostos (16,65% a mais
para o RJ em relação ao de SP), os mesmos produziram
mudas cujos parâmetros fitotécnicos não se diferenciaram
estatisticamente entre si.
Comparando um composto orgânico processado por
diplópode (H. haydeniana) com outros substratos que
utilizaram solo, vermicomposto e solo+esterco, Apurva et al.
(2014) também observaram superioridade nutricional do
gongocomposto em N, P, K, Ca e Mg. Antunes et al. (2016)
também observaram o enriquecimento nutricional do
gongocomposto com cálcio e magnésio, o qual fora eficaz na
produção de mudas de alface cultivar Regina 2000. Segundo
Foloni et al. (2013), o potássio (K) aumenta a efetividade do
nitrogênio, além de ser um elemento fundamental no
desenvolvimento vegetal, capaz de incrementar a
translocação de carboidratos nas plantas e aprimorar a
absorção de água pelas mesmas. Os resultados deste trabalho
corroboram com a afirmação do autor supracitado, já que os
maiores índices de massa seca de parte aérea e de raízes foram
obtidos no gongocomposto RJ, que é o substrato com
maiores níveis de nitrogênio (23,26 g kg-1) e potássio (4,78 g
kg-1).
Gonçalves; Poggiani (1996) também estabeleceram faixas
de valores adequados das características químicas dos
substratos, bem como níveis adequados de macronutrientes.
A concentração de fósforo considerada ideal varia de 0,40 a
0,80 g kg-1, estando acima dos níveis considerados adequados
nos três substratos, sendo 2,96 g kg-1 para o Gongocomposto
RJ, 1,63 g kg-1 para o Gongocomposto SP e 1,53 g kg-1 para
o substrato comercial Biomix®. Para potássio considera-se
adequado níveis variando de 1,17 a 3,91 g kg-1, estando
dentro desta faixa o Gongocomposto SP e Biomix®, o
Gongocomposto RJ exibiu veis considerados altos. Os
níveis de cálcio ficaram acima dos níveis considerados
adequados (2,00 a 4,00 g kg-1) para os três substratos, sendo
que o gongocomposto RJ apresentou valores bem acima dos
recomendados, sendo de 31,69 g kg-1, o gongocomposto SP
registrou 21,81 g kg-1 e o Biomix® apresentou 9,03 g kg-1 de
cálcio. Os teores de magnésio recomendados situam-se na
faixa de 6,07 a 12,16 g kg-1, no entanto, ficaram abaixo do
recomendado para os três substratos.
Reafirma-se que apesar de ambos gongocompostos
serem muito superiores em nutrientes quando comparados
ao substrato comercial Biomix®, existe uma diferença
nutricional significativa entre ambos (Tabela 2), embora isso
não tenha refletido de forma a gerar diferenças estatísticas na
fase de produção de mudas. A variabilidade nos teores de
nutrientes pode explicada pela diversidade e peculiaridade
dos materiais utilizados no processo de gongocompostagem,
que provavelmente continham mais nutrientes. de se
considerar que, na gongocompostagem do RJ, 40% do
volume da mistura dos resíduos era composta por folhas de
pata de vaca (Bauhinia sp. -espécie leguminosa), o que
proporcionou a obtenção de um gongocomposto
ligeiramente mais rico em nutrientes do que o
Gongocomposto SP, embora ambos tenham sido eficazes na
produção de mudas, cujos parâmetros seguem discutidos a
seguir.
4.3. Avaliação dos parâmetros fitotécnicos das mudas de
alface
Os gongocompostos proporcionaram a obtenção de
mudas de alface com qualidade superior ao substrato
comercial (Tabela 3 e Figura 3). A massa fresca da parte aérea
(MFPA) das mudas oriundas do gongocomposto RJ e SP
exibiram médias cujos percentuais foram de 278% e 265%
maiores, respectivamente, quando comparados às médias
obtidas pelas mudas produzidas com o substrato comercial
Biomix®. A massa seca da parte aérea (MSPA) seguiu o
mesmo padrão, cujos acúmulos representaram 96% e 84% a
mais que no substrato Biomix®.
A massa fresca das raízes (MFR) do Gongocomposto RJ
e do Gongocomposto SP foram 86% e 67% superiores
(respectivamente) a MFR alcançada pelo substrato Biomix®.
A massa seca das raízes (MSR) foi 32% e 39%,
respectivamente, superior à média obtida pelo substrato
orgânico comercial.
De acordo com Furlan et al. (2007) há melhor formação
de mudas em substratos alternativos quando comparados aos
substratos comerciais, obtendo maior acúmulo de massa seca
da parte aérea e da raiz, corroborando com os resultados do
presente trabalho.
Figura 3. Mudas de alface crespa cv. Grand Rapids produzidas nos
diferentes substratos orgânicos aos 30 dias após a semeadura.
Figure 3. Seedlings of curly lettuce cv. Grand Rapids produced on
different organic substrates 30 days after sowing.
O maior aporte de nutrientes contidos nos
gongocompostos promoveu os aumentos da massa fresca e
seca de parte aérea e das raízes, corroborando com os
resultados obtidos por Antunes et al. (2018), que
confirmaram que a qualidade das mudas de alface crespa
produzida no gongocomposto e transplantadas a campo foi
capaz de influenciar positivamente no desempenho
agronômico da cultura.
Estes resultados reafirmam a eficiência destes substratos
orgânicos quando comparados aos substratos comerciais,
que nem sempre apresentam uma quantidade satisfatória de
Eficiência de gongocompostos obtidos a partir de diferentes resíduos vegetais e sistemas de produção ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 147-156, mar./abr. 2021.
154
nutrientes necessários à fase inicial de desenvolvimento das
mudas, demandando ao produtor de mudas incluir na sua
rotina de trabaho a adubação de cobertura nas bandejas.
Ramanathan; Alagesan (2012) ao compararem a eficiência
do vermicomposto e gongocomposto gerados aos 60 dias,
oriundos de restos de flores, na produção de pimenta em
vasos, obtiveram os melhores parâmetros de altura de
plantas, número de folhas, área foliar, número e peso de
frutos no gongocomposto. Resultados similares foram
apresentados neste trabalho, onde ambos gongocompostos
não apresentaram diferença estatística entre si, mas
apresentaram superioridade na altura da planta, número de
folhas e vigor da muda, exceto na estabilidade do torrão,
onde o substrato comercial Biomix® apresentou melhor
estabilidade. Esta maior estabilidade pode ser devido à
natureza do material empregado na formulação do substrato,
enquanto que a superioridade dos gongocompostos
apresentando maiores médias em todos os demais aspectos
pode ter relação indireta com o efeito hormonal que as
substâncias húmicas presentes em substratos orgânicos
exercem sobre as plantas, além da qualidade químicas e físicas
destes substratos (CORDEIRO et al., 2010; AGUIAR, 2011;
ANILKUMAR et al., 2012).
Estudos futuros deverão estar direcionados na
caracterização das substâncias húmicas (SH) contidas nestes
gongocompostos, a fim de elucidar quais são as frações
predominantes destas SH: se ácidos fúlvicos ou ácidos
húmicos, e como estes agem no estímulo vegetal da alface e
de outras olerícolas em fase de mudas. Ademais, a
necessidade de estudar o microbioma destes
gongocompostos, pois bactérias e fungos presentes nos
gongocompostos podem estar promovendo o crescimento e
sanidade às mudas de hortaliças.
5. CONCLUSÕES
Ambos os gongocompostos apresentam propriedades
físicas, físico-químicas e químicas favoráveis à sua utilização
como substrato na produção de mudas de alface, cujas
qualidades foram similares entre si e superiores ao substrato
comercial, tido como controle.
Ademais, o gongocomposto pode ser produzido em
ambientes rurais e urbanos, atendendo à necessidade atual
por insumos de produção sustentáveis.
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