Nativa, Sinop, v. 11, n. 2, p. 251-258, 2023.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v11i2.15376
ISSN: 2318-7670
Ação profilática do isotônico feito a partir das cascas do fruto da
Oenocarpus bacaba
Mart. (Arecaceae) contra o estresse oxidativo induzido por
ciclofosfamida em camundongos
Valéria Dornelles Gindri SINHORIN1,2* , Tatiane Cordeiro LUIZ2, Luana Baldissera2,
Ana Paula Simões da CUNHA2, Weslley Bressan dos SANTOS3, Ana Júlia Lopes BRAGA3,
Marina Mariko SUGUI2,3 , Dênia Mendes de Sousa VALLADÃO2,3
1Instituto de Ciências da Naturais, Humanas e Sociais, Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop, MT, Brasil.
2Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop, MT, Brasil.
3 Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop, MT, Brasil.
*E-mail: valeria.sinhorin@ufmt.br
Submetido em 25/04/2023; Aceito em 10/08/2023; Publicado em 17/08/2023.
RESUMO: O isotônico é uma bebida esportiva destinada a atletas. De modo geral apresenta corantes sintéticos
na sua composição, e estes por sua vez podem trazer malefícios a saúde e ao meio ambiente, por isso tem se
discutido a substituição de corantes sintéticos por corantes de fonte naturais. Este estudo teve como objetivo
investigar o efeito profilático do isotônico produzido a partir da casca do fruto Oenocarpus bacaba sobre o estresse
oxidativo em camundongos induzidos pela ciclofosfamida (CYP), bem como avaliação da atividade
antimutagênica. Os animais receberam 15 dias de tratamento com o isotônico (solução 2%) e injeção
intraperitoneal de CYP (100 mg kg-1) ou soro fisiológico (0,9%) no 15º dia e eutanásia no 16° dia para retirada
do fígado e da medula óssea para análises. O isotônico causou alterações positivas nos antioxidantes enzimático
(superóxido dismutase, SOD) e não enzimático (ácido ascórbico, ASA), mas promoveu a redução da glutationa
reduzida (GSH) e foi antimutagênico no teste do micronúcleo. O estudo mostrou que o isotônico foi benéfico
contra eventos oxidativos e preveniu danos ao DNA.
Palavras-chave: antimutagênica; antioxidante; antocianinas; fruto amazônico; nutracêutica.
Prophylactic action of isotonic made from the peels of
Oenocarpus bacaba
Mart.
(Arecaceae) fruit against oxidative stress induced by cyclophosphamide in mice
ABSTRACT: Isotonic is a sports drink intended for athletes. In general, it has synthetic dyes in its composition,
and these, in turn, can harm health and the environment, so the replacement of synthetic dyes by natural source
dyes has been discussed. This study aimed to investigate the prophylactic effect of the isotonic produced from
the peel of the Oenocarpus bacaba fruit on oxidative stress in mice induced by cyclophosphamide (CYP), as well
as to evaluate the antimutagenic activity. The animals received 15 days of isotonic treatment (solution 2%) and
intraperitoneal injection of CYP (100 mg kg-1) or saline solution (0.9%) on the 15th day and euthanasia on the
16th day to remove the liver and bone marrow for analyses. The isotonic caused positive changes in enzymatic
(superoxide dismutase, SOD) and non-enzymatic (ascorbic acid, ASA) antioxidants, but promoted the
reduction of glutathione (GSH) and was antimutagenic in the micronucleus test. The study showed that isotonic
protects against oxidative events and prevents DNA damage.
Keywords: antimutagenic; antioxidant; anthocyanins; Amazonian fruit; nutraceuticals.
1. INTRODUÇÃO
O isotônico é uma bebida esportiva muito consumida por
atletas e é constituída por água, sais minerais e carboidratos.
Sua função é repor eletrólitos e reidratar praticantes de
exercícios físicos mais intensos durante ou após atividade
física. Os eletrólitos mais importantes para o organismo são,
o Sódio (Na), Cloreto (Cl-), Potássio (K), Cálcio (Ca),
Magnésio (Mg) e o Fósforo (P). Além disso, o isotônico
possui substâncias semelhantes a fluídos corporais e
osmolaridade similar à do tecido hematopoiético, o que
facilita sua absorção e restauração hídrica (BRITO;
MARINS, 2005).
Os corantes sintéticos estão presentes em boa parte dos
alimentos industrializados e em bebidas, como os isotônicos
e, estes são aplicados com intuito de modificar a cor natural
para que este seja melhor aceito pelo mercado consumidor.
Também se justifica o uso dos corantes artificiais por
apresentarem menores custos e maior estabilidade
(CONSTANT et al., 2002). Entretanto, há uma preocupação
quando se trata dos corantes sintéticos, pois sua função é
apenas estética, o tem valor nutritivo e estudos vem
demonstrando seu potencial alergênico, tóxico, mutagênico
(HAMERSKY et al., 2013) e carcinogênico (POLÔNIO;
PERES, 2009). Além disso, podem levar a broncoconstrição
e hiperatividade em crianças (ANASTÁCIO et al., 2016).
Ainda, podendo causar danos ambientais através dos
efluentes gerados pela indústria alimentícia, onde essas
substâncias são capazes de alterar o pH de cursos d’água,
Ação profilática do isotônico feito a partir das cascas do fruto da Oenocarpus bacaba Mart. (Arecaceae ...
Nativa, Sinop, v. 11, n. 2, p. 251-258, 2023.
252
depleção do Oxigênio dissolvido e modificação na vida
aquática local (MARMITT et al., 2010).
Na perspectiva de substituir os corantes sintéticos
presentes nos isotônicos por uma alternativa mais saudável,
um movimento “verde” para utilizar corantes naturais
presentes em uma grande variedade de espécies vegetais,
onde é naturalmente produzido pelo vegetal e encontrado no
metabolismo secundário como as antocianinas (MARÇO et
al., 2008).
As antocianinas vêm sendo estudadas como uma fonte de
corante natural para uso em alimentos, sendo elas as
responsáveis pelos tons que vão desde a coloração vermelha
ao azul (LOPES et al., 2007). Sua ação vai muito além de
corante, pois a esses pigmentos também são atribuídas
funções farmacológicas, como ação antidiabética, anticâncer,
anti-inflamatória, antimicrobiana, bem como na prevenção
de doenças cardiovasculares. Além disso, por ser um
antioxidante, pode atuar sobre o estresse oxidativo
eliminando os radicais livres, fornecendo proteção contra a
clivagem do DNA, dentre outras biomoléculas e a
diminuição da peroxidação lipídica (KHOO et al., 2017).
A flora Amazônica ainda é pouco explorada, quanto a
espécies frutíferas em que o grupo de antocianinas é utilizado.
Os frutos amazônicos são então uma proposta para substituir
os corantes sintéticos, tal como o Oenocarpus bacaba (O.
bacaba), conhecida popularmente por “bacaba”, inserida entre
as espécies do gênero Oenocarpus. O. bacaba é uma espécie de
palmeira que apresenta grande potencial econômico devido a
exploração do palmito e dos seus frutos, além da sua
utilização como corante natural. Seus frutos apresentam cor
púrpura quando maduros e atualmente têm despertado
interesse por estudos com atividade antioxidante devido a
presença de compostos fenólicos (CARVALHO et al., 2016;
CORRÊA et al., 2018).
Além disso, a indústria de processamento de sucos de
frutas gera grande volume de resíduos como cascas e
sementes, subprodutos que podem conter em seus extratos
quantidades consideráveis de compostos bioativos (GOOT
et al., 2016; BATAGLION et al., 2015) que podem ser
agregados a usos medicinais e garantir menores desperdícios,
aumentando seu valor para aqueles que buscam um melhor
desempenho, como os praticantes de esportes e atividades
físicas intensas, e para uma dieta mais saudável.
Pensando em suas propriedades como corante natural em
isotônicos e seu potencial antioxidante, a espécie O. bacaba foi
utilizada para o preparo de uma formulação a partir de suas
cascas e posterior avaliação antioxidante, sendo administrada
em camundongos para investigar a quimioproteção sobre
ciclofosfamida. Vale ressaltar que, até o momento, não
trabalhos usando esse fruto com ação antioxidante em testes
in vivo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Produtos químicos
Ciclofosfamida (CP) - Baxter, Triton X-100, albumina de
soro bovino, peróxido de hidrogênio (H2O2), glutationa
reduzida (GSH), ácido 2-tiobarbitúrico (TBA), 5,5'-ditiobis
(ácido 2-nitrobenzoico) (DTNB), reagente de Bradford,
ácido tricloroacético (TCA), fosfato de potássio monobásico,
fosfato de potássio dibásico, fosfato de sódio monobásico,
fosfato de sódio dibásico, sal dissódico do ácido
etilenodiaminatetracético (EDTA), trisaminometano (Tris),
malondialdeído (MDA), dodecil sulfato de sódio (SDS), 2,4
dinitrofenil-hidrazina (DNPH), todos adquiridos da Sigma-
Aldrich (St. Louis, EUA). Os solventes utilizados para os
testes foram todos de grau P.A - ACS da Merck.
2.2. Matéria-prima e procedimentos iniciais
Uma amostra vegetal de O. bacaba foi coletada,
herborizada e identificada. A exsicata foi depositada no
Herbário Acervo Biológico da Amazônia Meridional
(ABAM), Câmpus de Sinop, Estado do Mato Grosso, Brasil,
sob o número de registro Voucher 6673.
Os frutos foram coletados na zona rural do município de
Tabaporã, Mato Grosso, Brasil, sob as coordenadas
geográficas (latitude: -11.2278, longitude: -56.8139) e foram
transportados para o Laboratório de Controle de Qualidade
da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus de Sinop,
onde foram lavados, sanitizados e enxaguados. Após o
processo de limpeza dos frutos, as cascas foram retiradas e
levadas à estufa com circulação forçada de ar, a
aproximadamente 40 ºC, por 36 h, com o objetivo de eliminar
a umidade. Após esse período, as amostras foram trituradas
em moinho analítico e em seguida, foram armazenados a -20
ºC.
2.3. Preparo do extrato da casca de
O. bacaba
O extrato da casca de O. bacaba foi obtido de acordo com
Porfírio et al. (2019). A produção utilizou cerca de 5 g de
casca processada. Inicialmente, o material foi triturado em
processador para alimentos e adicionado solução
hidroetanólica 70% (v/v) (1:2 cascas/solventes), seguida de
acidificação com solução aquosa de ácido cítrico 6% (m/v),
até pH 2,0. Essa suspensão foi mantida em repouso com
ausência de luz e em refrigeração (4 ºC ± 1 ºC) por 24 h. O
extrato foi então filtrado em tecido de nylon e concentrado
até a eliminação total do solvente em estufa de circulação de
ar forçado a 40 ºC. Seu armazenamento foi feito em frasco
âmbar, em temperatura de refrigeração (4 ºC), até análises.
2.4. Formulação e preparo da bebida isotônica
Para a elaboração da bebida isotônica, foram realizados
testes preliminares, em laboratório, com várias misturas de
sais, extrato concentrado de casca de bacaba e aromatizantes,
de modo a obter uma bebida de concentração osmótica
dentro dos padrões da legislação de bebidas para atletas
(BRASIL, 2010).
O preparo da formulação base da bebida isotônica
procedeu-se conforme Santos et al. (2013), no qual fez-se a
dissolução dos ingredientes em água deionizada, a saber: 0,3
g de cloreto de sódio, 40 g de sacarose, 0,2 g citrato de sódio,
22 g de maltodextrina sem sabor e 0,7 g de ácido cítrico para
cada litro da bebida.
2.5. Animais e protocolo experimental
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética no Uso
de Animais (CEUA) - UFMT sob o número de protocolo
23108.724839/2017-91. Foram utilizados camundongos
machos Swiss, peso médio 30 40 g. Durante o período de
aclimatação (2 semanas) e todo o período experimental, os
animais foram mantidos em caixas de polietileno e grades de
aço inoxidável e permaneceram sob condições controladas
de temperatura (22 ± 2 ºC), umidade relativa (55 ± 10%),
ciclo claro (12 horas claro/escuro), dieta com ração comercial
e água filtrada ad libitum. Os animais receberam tratamento
via oral (água ou isotônico - 300 μL) por 15 dias consecutivos
Sinhorin et al.
Nativa, Sinop, v. 11, n. 2, p. 251-258, 2023.
253
e uma injeção intraperitoneal de ciclofosfamida (CYP) ou
NaCl 0,9% no 15º dia. A droga usada para indução de danos
ao DNA a CYP, foi administrada na concentração de 100
mg kg-1 em dose única (CASANOVA et al., 2017). Quanto
ao isotônico (ISO), foi administrado uma concentração de
2% da casca de O. Bacaba. Para os testes in vivo, foram
utilizados 4 grupos com 8 animais cada (Figura 1):
Figura 1. Delineamento experimental para avaliação de efeitos
antioxidantes e antimutagênicos.
Figure 1. Experimental design to evaluate antioxidant and
antimutagenic effects.
Após 24 h ao tratamento com CYP ou NaCl 0,9%, os
animais foram anestesiados intraperitonealmente com
cetamina 50 mg kg-1, xilaxina 20 mg kg-1 e acepromazina 20
mg kg-1, e então foram eutanasiados para retirada do fêmur
(coleta de medula óssea para esfregaço) e fígado, que foi
congelado a -80 ºC para realização das análises bioquímicas.
2.6. Teste de micronúcleo
2.6.1. Preparo das amostras e lâminas
Após a eutanásia dos animais, foram retirados os fêmures
para coleta de medula óssea e confecção de esfregaços,
conforme metodologia proposta por MacGregor et al.
(1987).
2.6.2. Análise das lâminas
Foi avaliada a frequência de eritrócitos policromáticos
micronucleados (PCEMN) para verificação de danos ao
DNA. Para isso, foram analisados 2.000 eritrócitos
policromáticos por animal, com 1.000 células em cada lâmina
(lidas em duplicata), conforme metodologia de MacGregor et
al. (1987). A observação foi realizada sob teste cego usando
microscópio óptico com ampliação de 1.000x.
Para verificar o percentual de redução de danos, ou seja,
a diminuição da frequência média de células micronucleadas,
foi utilizada a fórmula proposta por de Manoharan; Banerjee
(1985) e Waters et al. (1990), como mostrado abaixo
(Equação 1):
(%) 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜 = (      )
(     ) 𝑥 100 (01)
em que: freq em= frequência de Micronúcleos em: A = corresponde
ao grupo CYP (controle positivo); B = grupo de análise (grupo
recebendo o isotônico e CYP) e C = grupo controle negativo.
2.7. Análises bioquímicas
2.7.1. Atividade da superóxido dismustase (SOD)
A atividade da SOD nas amostras de homogeneizados de
fígado foi determinada à 26 ºC, fazendo uma curva de
substrato (enzima presente) contendo tampão glicina 50 mM
e bitartarato de adrenalina. A velocidade de formação de
adrenocromo foi monitorada espectofotometricamente a 480
nm, sendo o resultado expresso UI SOD. mg proteína-1
(MISRA; FRIDOVICH, 1972).
2
.7.2. Atividade da catalase (CAT)
Foi utilizado um meio reacional contendo 1,0 mL de
tampão fosfato de potássio (TFK) 50 mM (pH 7,0), 0,025 mL
de homogeneizado de fígado e 0,025 mL de H2O2 0,3 M. A
mudança da absorbância do H2O2 no tempo de 60 s foi
monitorada por espectrofotometria a 240 nm e a atividade da
CAT expressa em µmol H2O2 consumido min-1 mg proteína-
1 (NELSON; KIESOW, 1972).
2.7.3. Atividade da glutationa-S-transferase (GST)
A atividade da GST foi quantificada em homogeneizado
de fígado por meio da formação de S-2,4-dinitrofenil
glutationa em espectrofotômetro, lida em 340 nm e
monitorada em intervalos de 10 segundos durante 1 minuto,
e a atividade expressa em μmol GS-DNB min-1 mg proteína-
1 (HABIG et al., 1974).
2.7.4. Concentração de glutationa reduzida (GSH)
Para homogeneização do tecido hepático usou-se sal
dissódico de EDTA e no preparo final das amostras
adicionou-se o ácido tricloroacético (TCA) 50% (m/v). Para
a leitura das amostras uma alíquota foi acrescida de Tris 0,4
M (Trizma) pH 8,9 e DTNB (ácido 5,5 ditiobis-2-
nitrobenzoico). A formação do ânion tiolato de anilida foi
avaliada em 412 nm e comparada a uma curva padrão de
GSH. O resultado foi expresso em µmol GSH mg proteína-1
(SEDLACK; LINDSAY, 1968).
2
.7.5. Quantificação de substâncias reativas do ácido
tiobarbitúrico (TBARS)
Amostras de fígado foram incubadas (30 min, 100 ºC)
num meio reacional contendo TCA 10% (m/v) e TBA 0,67%
(m/v). A leitura foi realizada a 535 nm após resfriamento e
centrifugação (10 min à 4000 rpm). Os resultados foram
comparados a uma curva de calibração de MDA 0,03 mM e
a quantidade de peroxidação lipídica foi expressa em nmol
MDA mg proteína-1 (BUEGE; AUST, 1978).
2.7.6. Determinação de ácido ascórbico (ASA)
O meio reacional continha a amostra de fígado, TCA e
DNPH em meio ácido, que foram incubados em banho
maria a 37 ºC por 3 horas. Após, houve interrupção da reação
pela adição de H2SO4 65% (v/v) e a leitura
espectrofotométrica a 520 nm foi realizada e comparada com
uma curva de calibração do padrão analítico de ASA. O
resultado foi expresso em µmol ASA g-1 tecido (ROE, 1954).
2.7.7. Concentração de proteínas carboniladas
(Carbonil)
Os homogeneizados foram preparados em Tris/HCl 10
mM (pH 7,4), no processo são formados pellets que
posteriormente são ressuspensos em tampão de desnaturação
(SDS) para leitura em 370 nm. Os resultados foram expressos
em nmol de carbonil mg proteína-1 (YAN et al., 1995).
2.7.8 Conteúdo proteico
O conteúdo proteico das análises foi determinado pelo
método de Bradford (1976) com leituras em 595 nm sendo o
0
15
°
Dia
Controle
NaCl (0.9%)
-
1)
Eutanasia
n = 8 animais/grupo
16
°
Dia
Á
gua
Isotônico
CYP
ISO + CYP
ISO
Ação profilática do isotônico feito a partir das cascas do fruto da Oenocarpus bacaba Mart. (Arecaceae ...
Nativa, Sinop, v. 11, n. 2, p. 251-258, 2023.
254
padrão analítico para construção da curva de calibração a
albumina bovina e os resultados expressos em mg proteína-1.
2.8. Análise estatística
Os resultados bioquímicos obtidos (média ± desvio
padrão) foram analisados por análise de variância (ANOVA),
seguida do teste de Tukey para verificar as diferenças entre os
grupos experimentais. Em todos os casos, foi estabelecido
um nível de significância para rejeição da hipótese nula de 5%
(P < 0,05). Para o teste do micronúcleo, foi utilizado o teste
do qui-quadrado de acordo com Pereira et al. (1991).
3. RESULTADOS
3.1. Parâmetros bioquímicos enzimáticos
Na Tabela 1 estão apresentados os resultados das
atividades de três enzimas antioxidantes analisadas no tecido
hepático. Respectivamente, a SOD apresentou aumento
significativo (P < 0,05) nos grupos CYP, ISO+CYP e no
grupo ISO em relação ao controle. Neste último grupo,
houve uma diminuição significativa (P < 0,05) da atividade
desta enzima quando comparado ao grupo ISO + CYP. Nas
análises da atividade da CAT houve apenas uma diminuição
significante (P < 0,05) de sua atividade no grupo CYP em
comparação com o controle. Quanto a atividade da enzima
GST não houve diferenças significativas entre os grupos.
Tabela 1. Efeito profilático do ISO feito a partir de casca de O.
bacaba (solução 2%) no estresse oxidativo induzido por CYP (100
mg kg-1) para avaliação de antioxidantes enzimáticos no tecido
hepático.
Table 1. Prophylactic effect of ISO made from O. bacaba bark (2%
solution) on CYP-induced oxidative stress (100 mg kg-1) for
evaluation of enzymatic antioxidants in liver tissue.
Tratamentos SOD
(UI SOD mg proteína-1)
CAT
(µmol H2O2
consumido min-1
mg proteína-1)
GST
(μmol GS-DNB min-1
mg proteína-1)
Controle
11,45 ± 1,50 3,49 ± 0,52 0,66 ± 0,14
CYP
15,20 ± 1,87* 2,84 ± 0,23* 0,71 ± 0,13
ISO + CYP
15,85 ± 1,29* 3,08 ± 0,37 0,59 ± 0,13
ISO
13,73 ± 0,64*# 3,48 ± 0,64 0,67 ± 0,14
Anova seguida pelo teste de Tukey (n = 8). *P <0,05 comparado ao controle.
# P <0,05 comparado ao grupo ISO + CYP.
3.2. Parâmetros bioquímicos não enzimáticos e
avaliação de danos oxidativos
Foram avaliados parâmetros não enzimáticos e
marcadores do estresse oxidativo, onde foi verificado um
decréscimo significante (P < 0,05) no conteúdo da GSH nos
grupos CYP, ISO + CYP e ISO comparados com o grupo
controle (Tabela 2A). A vitamina C (ASA) teve aumento
significativo P < 0,05) no grupo ISO + CYP comparado com
grupo controle e com o grupo CYP (Tabela 2A). Não houve
diferenças significativas no marcador de proteínas
carboniladas e da peroxidação lipídica (TBARS) (Tabela 2B).
3.3. Avaliação Antimutagênica
Na análise da medula óssea para verificar a frequência de
eritrócitos policromáticos micronucleados (PCEMN), foi
observado um aumento significativo na quantidade de
micronúcleos (MN) no grupo CYP em relação ao grupo
controle e uma diminuição significativa (P < 0,001) na
frequência de MN no grupo ISO + CYP comparando com
grupo CYP, sugerindo uma atividade antimutagênica. Por
outro lado, também foi observado um aumento significativo
no grupo tratado somente com o isotônico (ISO) em relação
ao grupo controle, mostrando um potencial mutagênico.
Tabela 2A. Efeito profilático do ISO feito a partir de casca de O.
bacaba (solução 2%) no estresse oxidativo induzido por CYP (100
mg kg-1) para avaliação de marcadores não enzimáticos no tecido
hepático, GSH e ASA.
Table 2A. Prophylactic effect of ISO made from O. bacaba bark (2%
solution) on oxidative stress induced by CYP (100 mg kg-1) for
evaluation of non-enzymatic markers in liver tissue, GSH and ASA.
Tratamentos
GSH ASA
(µmol. min-1.mg proteína-1)
(µmol ASA. g-1 tecido)
Controle
52,22 ± 9,45 0,32 ± 0,03
CYP
36,11 ± 6,54* 0,37 ± 0,03
ISO + CYP
27,49 ± 5,93* 0,43 ± 0,06*#
ISO
23,32 ± 4,89* 0,38 ± 0,04
Anova seguida pelo teste de Tukey (n = 8). *P <0,05 comparado ao controle.
# P <0,05 comparado ao grupo CYP.
Tabela 2B. Efeito profilático do ISO feito a partir de casca de O.
bacaba (solução 2%) no estresse oxidativo induzido por CYP (100
mg kg-1) para avaliação de marcadores de danos lipídico e proteico
no tecido hepático, TBARS e Carbonil.
Table 2B. Prophylactic effect of ISO made from O. bacaba bark (2%
solution) on oxidative stress induced by CYP (100 mg kg-1) for the
evaluation of markers of lipid and protein damage in liver tissue,
TBARS and Carbonil.
Tratamentos
TBARS Carbonil
(nmol MDA mg proteína-1)
(µmol Carbonil g-1 tecido)
Controle
7,57 ± 0,87 2,50 ± 0,43
CYP
9,08 ± 2,04 2,33 ± 0,50
ISO + CYP
8,55 ± 1,85 2,85 ± 0,71
ISO
6,49 ± 1,33 2,56 ± 0,53
Anova seguida pelo teste de Tukey (n = 8). P >0,05.
Tabela 3. Frequência de eritrócitos policromáticos micronucleados
(PCEMN) em medula óssea de camundongos Swiss machos tratados
com isotônico elaborado a partir de casca de O. bacaba e
ciclofosfamida.
Table 3. Frequency of micronucleated polychromatic erythrocytes
(PCEMN) in bone marrow of male Swiss mice treated with isotonic
made from O. bacaba bark and cyclophosphamide.
Tratamentos
PCE analisados
PCEMN
% De Redução
Controle
a
15.600
559
CYP
b
15.500
1179
ISO + CYP
15.800
979**
32,25
ISO
15.000
613*
a Controle negativo; b Controle positivo, 100 mg.kg-1. *P < 0,05; **P <
0,001. Teste do Qui-quadrado (n = 8).
4. DISCUSSÃO
A geração contínua de radicais livres cumpre funções
biológicas relevantes. Vale ressaltar que seus benefícios
ocorrem quando estão em concentrações moderadas, sua
participação acontece em mecanismos de defesa durante
processo infeccioso, no relaxamento vascular, na sinalização
celular e na apoptose (BARBOSA et al., 2010; WU et al.,
2013). No metabolismo aeróbico é comum a formação de
espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (ERO e ERN), o
fato é que se verificou que muitas doenças estão associadas
ao estresse oxidativo (EGEA et al., 2017). O estresse
oxidativo conduz à oxidação de biomoléculas, e, em
consequência, favorece o desenvolvimento de algumas
doenças tais como, aterosclerose, diabetes, obesidade,
envelhecimento, doenças neurodegenerativas, doenças
cardiovasculares e até o câncer (FIRUZI et al., 2011). Para
Sinhorin et al.
Nativa, Sinop, v. 11, n. 2, p. 251-258, 2023.
255
combater danos oxidativos, nosso organismo desenvolveu
um sistema de defesa antioxidante enzimático e não
enzimático que ajuda no equilíbrio redox, no entanto uma
extensa produção de espécies reativas pode sobrecarregar
esses mecanismos de defesa (BIRBEN et al., 2012).
No campo da medicina preventiva, tem-se pesquisado
novos meios para combater os danos causados pelas espécies
reativas e, nessa perspectiva, este trabalho avaliou o potencial
antioxidante e antimutagênico de um isotônico preparado
usando como corante natural as substâncias obtidas das
cascas de O. bacaba para tratar camundongos submetidos a
estresse oxidativo induzido pela droga mutagênica
ciclofosfamida.
No que tange os resultados obtidos, a CYP induziu a
diminuição significativa na dose de 100 mg kg-1 (P < 0,05) na
atividade da enzima da catalase no tecido hepático, isso
porque o aumento das espécies reativas causados pela CYP
demanda muito das enzimas antioxidantes, podendo
acarretar na diminuição das mesmas (ANGIE et al., 2014).
Igualmente foi observada a diminuição significativa (P <
0,05) do conteúdo da GSH no tecido hepático, substância
esta reconhecida como o antioxidante mais afetado pelos
metabólitos tóxicos da ciclofosfamida, pois liga-se à acroleína
(metabólito gerado pela CYP) de forma irreversível,
inativando-a (MOGHE et al., 2015). O decréscimo da
catalase e da GSH está de acordo com outros trabalhos,
como de Nafees et al. (2015), com ratos Wistar na dose de
150 mg kg-1 e Basu et al. (2015) que trataram camundongos
Swiss com CYP na dose de 25 mg kg-1 obtendo as mesmas
diminuições.
Contudo, a atividade da SOD teve aumento significativo
(P < 0,05) no grupo CYP, um efeito inesperado, pois diante
de situações de estresse oxidativo as enzimas primárias, como
é caso da SOD, tendem a sofrer uma depleção devido uma
sobrecarga no sistema redox (FAHMY et al., 2016). No
entanto, outro trabalho teve a mesma resposta no tecido
hepático (CASANOVA et al., 2017) em camundongos
tratados utilizando a mesma dose de 100 mg kg-1. É
importante destacar que neste mesmo trabalho, os valores
encontrados para as atividades da SOD em diferentes tecidos
tiveram diferentes desfechos. Como é o caso das análises dos
eritrócitos em que houve uma diminuição da SOD, mas na
medula óssea houve um aumento desta atividade, isso mostra
que é possível diferentes tecidos reagirem de modo distinto,
podendo elevar a produção da SOD para combater os efeitos
nocivos das espécies reativas.
Em adição, o teste de micronúcleo apontou um aumento
significativo (P < 0,05) do número de micronúcleos em
eritrócitos policromáticos no grupo CYP em comparação ao
controle, resultado observado nos trabalhos de nosso
grupo de pesquisa (BARBOSA et al., 2018; GODOY et al.,
2019; DA CUNHA et al., 2022; LUIZ et al., 2020a, 2020b;
BRAGANTE et al., 2022) em células da medula óssea de
camundongos nas doses variando de 25 à 100 mg kg-1. Os
resultados mostram que dano no DNA induzido pela
CYP, isso porque ao ser metabolizada no fígado pelas
enzimas do citocromo P450 e após uma série de reações, são
formadas a mostarda fosforamida e acroleína, ambos
metabólitos ativos que tem grande citotoxicidade, além da
mostarda fosforamida causar reticulação no DNA
(MADONDO et al., 2016).
Neste trabalho, verificou-se que o isotônico provocou o
aumento significativo da atividade da SOD, teve uma
tendência a diminuir os níveis do TBARS e aumentou os
níveis de ASA. Sendo que além desses benefícios atribuídos
ao isotônico, ele também foi capaz de atenuar o conteúdo da
GSH.
O aumento da atividade enzimática da SOD no grupo
ISO + CYP e no grupo ISO, mostra que as antocianinas
presentes na bebida podem além de inibir a ação oxidativa
das espécies reativas, proteger a enzima da depleção causada
pelo estresse oxidativo (KHOO et al., 2017). Nossos achados
frente a análise de TBARS demonstrou uma tendência a
queda neste marcador, mesmo em comparação ao controle
sugerindo que mesmo havendo alguma produção fisiológica,
este isotônico, devido aos seus constituintes, poderia
proteger da lipoperoxidação, mas que não foi
estatisticamente significativa em função do tamanho
amostral. Ao que se refere a presença das antocianinas, os
frutos podem se apresentar na cor púrpura quando maduros
(CARVALHO et al., 2016), mas podendo variar os tons que
vão desde a coloração vermelha até a coloração azul (LOPES
et al., 2007). Ainda, no trabalho de Finco et al. (2012) fizeram
análises fitoquímicas na mesma espécie, a Oenocarpus bacaba
Mart, e foi encontrada uma grande quantidade de
antocianinas, flavonoides e compostos fenólicos em análises
do extrato do fruto dessa palmeira, o que a torna muito
promissora no combate ao estresse oxidativo.
Em adição, houve um aumento do ácido ascórbico (ASA)
nos grupos ISO + CYP e uma tendência ao aumento no
grupo ISO, algo positivo que o ASA é um importante
antioxidante não enzimático presente em muitos alimentos.
Este também é conhecido como vitamina C, é uma vitamina
hidrossolúvel que apresenta atuação como antioxidante,
eliminando os radicais livres, como o radical hidroxila e
oxigênio singlete que causam danos nos tecidos
(YIMCHAROEN et al., 2019). Além disso, desempenha um
papel em muitas reações enzimáticas, incluindo aquelas que
levam à síntese de aminoácidos e colágeno, é utilizado como
cofator de enzimas, e entre outros papéis na estimulação
imunológica, (PEHLIVAN, 2017). A vitamina C ou ácido
ascórbico é uma vitamina que está naturalmente presente em
muitas frutas, como é caso da O. bacaba, tal como descrito na
literatura (SANTOS et al., 2015). Não obstante, contribuiu
para o aumento deste importante antioxidante no organismo
dos animais teste.
Ademais o isotônico foi antimutagênico no teste de
micronúcleo, pois limitou a ação da CYP quando usado no
pré-tratamento dos camundongos, reforçando ainda mais o
fato de que a substituição de corantes sintéticos para corantes
de fonte natural, tem efeitos positivos sobre saúde e ao meio
ambiente, além de apresentar função terapêutica. Sugere-se
que uma maior concentração deste fruto na formulação tenha
maiores ganhos na proteção do organismo, em consequência,
uma maior biodisponibilidade de antocianinas, que a
presença destes e de outros compostos é
comprovadamente eficaz em vários aspectos da saúde
humana (RAMIREZ-TORTOSA et al., 2001). Não na
literatura, até o momento, trabalhos que envolvam esse fruto
ou alguma espécie do mesmo gênero que tenha sido feito
teste de mutagenicidade para efeito de comparação. Porém,
há um estudo que demonstra que a Vitamina C pode exercer
efeito antimutagênico por eliminação de radicais livres em
células humanas (fibroblastos) irradiadas com raio-X
(HARADA et al., 2008). Outra justificativa para essa linha de
raciocínio é o estudo realizado por Neri-Numa et al. (2013)
Ação profilática do isotônico feito a partir das cascas do fruto da Oenocarpus bacaba Mart. (Arecaceae ...
Nativa, Sinop, v. 11, n. 2, p. 251-258, 2023.
256
com o fruto da planta Eugenia stipitata, conhecido por ser rico
em Vitamina C, terpenos, compostos voláteis e fibras,
avaliando em seus resultados o efeito antimutagênico e
antioxidante do fruto em comparação à um grupo tratado
com Ciclofosfamida. Os autores avaliaram que a E. stipitata
não apresentou atividade mutagênica em nenhuma das
concentrações testadas, mas todos os grupos tratados com o
extrato apresentaram atividade antimutagênica quando
comparadas ao controle positivo de CYP (P < 0,05). O que
nos faz sugerir que a presença da Vitamina C pode ter
influência em parte nesse efeito antimutagênico do isotônico.
5. CONCLUSÕES
O estudo mostrou que mesmo em baixo teor, os
antioxidantes naturais presentes no isotônico feito a partir de
cascas do fruto da O. bacaba, apresenta benefícios contra
eventos oxidativos tais como os desencadeados pela
Ciclofosfamida. Portanto, o uso deste corante natural
apresenta benefícios que vão muito além do estético, aroma
e sabor, podendo agir como alimento nutracêutico. Porém,
mais estudos são necessários para compreender a atividade
antioxidante e antimutagênica deste vegetal e na formulação
proposta usando testes in vivo.
6. REFERÊNCIAS
ANASTÁCIO, L. B.; OLIVEIRA, D. A.; DELMASCHIO,
C. R.; ANTUNES, L. M. G.; CHEQUER, F. M. D.
Corantes alimentícios amaranto, eritrosina b e tartrazina,
e seus possíveis efeitos maléficos à saúde humana.
Journal of Applied Pharmaceutical Science, v. 2, N.
3, p. 16-30, 2016.
ANGIE, M. B.; PAKA, D.; NTENTIE, G.; NGONDI, D.;
ENYONG, O. Protective effect of hydroethanolic
extracts of Solanum scabrum and Cola verticillata against
cyclophosphamide induced toxicity in female rats.
Journal of Food Research, v. 3, n. 3, p. 18-30, 2014.
https://doi.org/10.5539/jfr.v3n3p18
BARBOSA, K. B. F.; COSTA, N. B. F.; ALFENAS, R. C.
G.; PAULA, S. O.; MINIM, V. P. R.; BRESSAN, J.
Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores
modulatórios. Revista de Nutrição, v. 23, n. 4, p. 629-
643, 2010. https://doi.org/10.1590/S1415-
52732010000400013
BARBOSA, F. G.; SUGUI, M. M.; SINHORIN, V. D. G.;
BICUDO, R. C.; MOURA, F. R.; SINHORIN, A. P. First
phytochemical and biological study of the ethanolic
extract from leaves of Capirona decorticans (Rubiaceae).
Acta Amazonica, v. 48, n. 4, p. 338-346, 2018.
https://doi.org/10.1590/1809-4392201703483
BASU, A.; BHATTACHARJEE, A.; SAMANTA, A.;
BHATTACHARYA, S. Prevention of
cyclophosphamide-induced hepatotoxicity and
genotoxicity: Effect of an cysteine based oxovanadium
(IV) complex on oxidative stress and DNA damage.
Environmental Toxicology and Pharmacology, v. 40,
n. 3, p. 747-757, 2015.
https://doi.org/10.1016/j.etap.2015.08.035
BATAGLION, G. A.; SILVA, F. M. A.; EBERLIN, M. N.;
KOOLEN, H. H. F. Determination of the phenolic
composition from Brazilian tropical fruits by UHPLC-
MS/MS. Food Chemistry, v. 180, p. 280-287, 2015.
https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2015.02.059
BIRBEN, E.; SAHINER, U. M.; SACKESEN, C.;
ERZURUM, S.; KALAYCI, O. Oxidative stress and
antioxidant defense. World Allergy Organization
Journal, v. 5, p. 9-19, 2012.
https://doi.org/10.1097/WOX.0b013e3182439613
BRADFORD, M. M. A rapid and sensitive method for the
quantification of microgram quantities of protein utilizing
the principle of protein-dye binding. Analytical
Biochemistry, v. 72, p. 248-254, 1976.
https://doi.org/10.1006/abio.1976.9999
BRAGANTE, W.; SINHORIN, V. D. G.; SUGUI, M. M.;
DA CUNHA, A. P. S.; DOS SANTOS, W. B.;
SINHORIN, A.P. In vivo mutagenic effects and oxidative
stress parameters evaluation of cypermethrin and
benzoate of emamectin and their mixtures in female mice.
Journal Of Environmental Science And Health Part
b - Pesticides Food Contaminants And Agricultural
Wastes, v. 1, n. 1, p. 1-9, 2022.
https://doi.org/10.1080/03601234.2022.2045841
BRASIL_ANVISA. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Resolução RDC 18, de 27 de abril de 2010.
Dispõe sobre alimentos para atletas. Diário oficial da
união; Poder executivo, de 28 de abril de 2010.
BRITO, C. J.; MARINS, J. C. B. Caracterização das práticas
sobre hidratação em atletas da modalidade de ju no
estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Ciência
e Movimento, v. 13, n. 1, p. 59-74, 2005.
https://doi.org/10.18511/rbcm.v13i2.626
BUEGE, J. A.; AUST, S. D. Microsomal lipid peroxidation.
Methods in Enzymology, v. 52, p. 302-309, 1978.
https://doi.org/10.1016/s0076-6879(78)52032-6
CARVALHO, A. V.; SILVEIRA, T. F.; SOUSA, S. H. B.;
MORAES, M. R.; GODOY, H. T. Phenolic composition
and antioxidant capacity of bacaba-de-leque (Oenocarpus
distichus Mart.) genotypes. Journal of Food
Composition and Analysis, v. 54, p. 1-9, 2016.
https://doi.org/10.1016/j.jfca.2016.09.013
CASANOVA, N. A.; SIMONIELLO, M. F.; NIGRO, M. M.
L.; CARBALLO, M. A. Modulator effect of watercress
against cyclophosphamide-induced oxidative stress in
mice. Medicina, v. 77, n. 3, p. 201-206, 2017.
CONSTANT, P. B. L.; STRINGHETA, P. C.; SANDI, D.
Corantes alimentícios. Boletim CEPPA, v. 20, p. 203-
220, 2002. https://doi.org/10.5380/cep.v20i2.1248
CORRÊA, B. M.; BALDISSERA, L.; BARBOSA, F. R. B.;
RIBEIRO, E. B.; ANDRIGHETTI, C. R.; AGOSTINI,
J. S.; VALLADÃO, D. M. S. Centesimal and mineral
composition and antioxidant activity of the bacaba fruit
peel. Bioscience Journal, v. 35, n. 2, p. 509-517, 2019.
https://doi.org/10.14393/BJ-v35n2a2019-41868
DA CUNHA, A. P. S.; BRAGA, A. J. L.; KAEFER, U. Q. S.;
SUGUI, M. M.; SINHORIN, V. D. G. Análise do extrato
aquoso da jabuticaba frente ao status redox e mutagênese
em camundongos. Nativa, v. 10, n. 1, p. 83-89, 2022.
https://doi.org/10.31413/nativa.v10i1.13435
EGEA, J.; FABREGAT, I.; FRAPART, Y. M.; et al. Review
article: European contribution to the study of ROS: A
summary of the findings and prospects for the future
from the COST action BM1203 (EU-ROS). Redox
Biology, v. 13, p. 94-162, 2017.
https://doi.org/10.1016/j.redox.2017.05.007
FAHMY, S. R.; AMIEN, A. I.; ABD-ELGLEEL, F. M.;
ELASKALANY, S. M. Antihepatotoxic efficacy of
Sinhorin et al.
Nativa, Sinop, v. 11, n. 2, p. 251-258, 2023.
257
Mangifera indica L. polysaccharides against
cyclophosphamide in rats. Chemico-Biological
Interactions, v. 244, p. 113-120, 2016.
https://doi.org/10.1016/j.cbi.2015.11.009
FINCO, F. B. A.; KAMMERER, D. R.; CARLE, R.;
TSENG, R. W.-H.; BOSER, S.; GRAEVE, L.
Antioxidant activity and characterization of phenolic
compounds from bacaba (Oenocarpus bacaba mart), Fruit
by HPLC-DAD-MS. Journal of Agricultural and Food
Chemistry, v. 60, p. 7665-7673, 2012.
https://doi.org/10.1021/jf3007689
FIRUZI, O.; MIRI, R.; TAVAKKOLI, M.; SASO, L.
Antioxidant therapy: Current status and future prospects.
Current Medicinal Chemistry, v. 18, p. 3871-3888,
2011. https://doi.org/10.2174/092986711803414368
GODOY, B. S. A.; SINHORIN, V. D. G.; CASTOLDI, L.;
SUGUI, M. M.; BICUDO, R. C.; SINHORIN, A. P. First
phytochemical study and biological activity of the leaves
ethanolic extract from Cissus spinosa Cambess. Scientia
Medica, v. 30, p. 1-17, 2020.
https://doi.org/10.15448/1980-6108.2020.34860
GOOT, A. J.; PELGROM, P. J. M.; BERGHOUT, J. A. M.;
GEERTS, M. E. J.; JANKOWIAK, L.; HARDT, N. A.;
BOOM, R. M. Concepts for further sustainable
production nof foods. Journal of Food Engineering, v.
168, p. 42-51, 2016.
https://doi.org/10.1016/j.jfoodeng.2015.07.010
HABIG, W. H.; PABST, M. J.; JACOBY, W. B. Glutathione
S-transferase, the first enzymatic step in mercapturic acid
formation. Journal of Biological Chemistry, v. 249, n.
22, p. 7130-7139, 1974.
HARADA, T.; KASHINO, G.; SUZUKI, K.; MATSUDA,
N.; KODAMA, S.; WATANABE, M. Different
involvement of radical species in irradiated and bystander
cells. International Journal of Radiation Biology, v.
84, p. 809-814, 2008.
https://doi.org/10.1080/09553000802360844
HAMERSKI, L.; SOMNER, G.V.; TAMAIO, N. Paullinia
cupana Kunth (Sapindaceae): A review of its
ethnopharmacology, phytochemistry and pharmacology.
Journal of Medicinal Plants Research, v.7, n. 30, p.
2221-2229, 2013. DOI: 10.5897/JMPR2013.5067
KHOO, H. E.; AZLAN, A.; TANG, S. T.; LIM, S. M.
Anthocyanidins and anthocyanins: colored pigments as
food, pharmaceutical ingredients, and the potential health
benefits. Food & Nutrition Research, v. 61, e1361779,
2017. https://doi.org/10.1080/16546628.2017.1361779
LOPES, T. J.; XAVIER, M. F.; QUADRI, M. G. N.;
QUADRI, M. B. Antocianinas: Uma breve revisão das
características estruturais e da estabilidade. Revista
Brasileira de Agrociência, v. 13, n. 2, p. 291-297, 2007.
LUIZ, T. C.; CUNHA, A. P. S.; AGUIAR, D.; SUGUI, M.
M.; BICUDO, R. C.; SINHORIN, A. P.; SINHORIN, V.
D. G. Antioxidant potential of Carica papaya Linn
(Caricaceae) leaf extract in mice with cyclophosphamide
induced oxidative stress. Scientia Medica, v. 30, n. 1, p.
1-15, 2020. https://doi.org/10.15448/1980-
6108.2020.1.34702
LUIZ, T. C.; RIALTO, L. H.; MOURA, F. R.; AGUIAR, D.
H.; SUGUI, M. M.; BICUDO, R. C.; SINHORIN, A. P.;
SINHORIN, V. D. G. Chemoprotective effect of leaf
extracts of Cecropia distachya Huber (Urticaceae) in mice
submitted to oxidative stress induced by
cyclophosphamide. Journal of Social, Technological
and Environmental Science, v. 9, n. 2, p. 103-127,
2020. https://doi.org/10.21664/2238-
8869.2020v9i2.p103-127
MACGREGOR, J. T.; HEDDLE, J. A.; HITE, M.;
MARGOLIN, B. H.; RAMEL, C.; SALAMONE, M. F.;
TICE, R. R.; WILD, D. Guidelines for the conduct of
micronucleus assays in mammalian bone marrow
erythrocytes. Mutation Research, v. 189, p. 103–112,
1987. https://doi.org/10.1016/0165-1218(87)90016-4
MADONDO, M. T.; QUINN, M.; PLEBANSKI, M. Low
dose cyclophosphamide: Mechanisms of T cell
modulation. Cancer Treatment Reviews, v. 42, p. 3-9,
2016. https://doi.org/10.1016/j.ctrv.2015.11.005
MANOHARAN, K.; BANERJEE, M. R. β-Carotene
reduces sister chromatid exchange induce chemical
carcinogens in mouse mammary cells in organ culture.
Cell Biology International Reports, v. 8, p. 783-789,
1985. https://doi.org/10.1016/0309-1651(85)90096-7
MARÇO, P. H.; POPPI, R. J. Procedimentos analíticos para
identificação de antocianinas presentes em extratos
naturais. Química Nova, v. 31, p. 1218-1223, 2008.
https://doi.org/10.1590/S0100-40422008000500051
MARMITT, S.; PIROTTA, L.V; STÜLP, S. Aplicação de
fotólise direta e UV/H2O2 a efluente sintético contendo
diferentes corantes alimentícios. Química Nova, v. 33,
n. 2, p. 384-388, 2010. https://doi.org/10.1590/S0100-
40422010000200027
MISRA, H. P.; FRIDOVICH, I. The role of superoxide
anion in the auto-oxidation o epinephrine and a simple
assay for superoxide dismutase. Journal of Biological
Chemistry, v. 247, p. 3170-3175, 1972.
MOGHE, A.; GHARE, S.; LAMOREAU, B.;
MOHAMMAD, M.; BARVE, S.; MCCLAIN, C.; JOSHI-
BARVE, S. Molecular Mechanisms of Acrolein Toxicity:
Relevance to Human Disease. Toxicological Sciences,
v. 143, p. 242-255, 2015.
https://doi.org/10.1093/toxsci/kfu233
NAFEES, S.; RASHID, S.; ALI, N.; RASAN, S.K.;
SULTANA, S. Rutin ameliorates cyclophosphamide
induced oxidative stress and inflammation in Wistar rats:
Role of NFjB/MAPK pathway. Chemical Biological
Interactions, v. 23, p.98-107, 2015.
https://doi.org/10.1016/j.cbi.2015.02.021
NELSON, D. P.; KIESOW, L. A. Enthalphy of
decomposition of hydrogen peroxide by catalase at 25 °C
(with molar extinction coefficients of H2O2 solution in
the UV). Analytical Biochemistry, v. 49, p. 474–478,
1972. https://doi.org/10.1016/0003-2697(72)90451-4
NERI-NUMA, I. A.; CARVALHO-SILVA, L. B.;
MORALES, J. P.; MALTA, L. G.; MURAMOTO, M. T.;
FERREIRA, J. E. M.; CARVALHO, J. E. Evaluation of
the antioxidant, antiproliferative and antimutagenic
potential of araçá-boi fruit (Eugenia stipitata McVaugh -
Myrtaceae) of the Brazilian Amazon Forest. Food
Research International, v. 50, p. 70-76, 2011.
https://doi.org/10.1016/j.foodres.2012.09.032
PEHLIVAN, E. F. Vitamin C: An Antioxidant Agent.
Edited by Amal H. Hamza. 2017. Disponível em:
<https://www.intechopen.com/books/vitamin-
c/vitamin-c-an-antioxidant-agent> Acesso em: abril de
2020. https://doi.org/10.5772/intechopen.69660.
Ação profilática do isotônico feito a partir das cascas do fruto da Oenocarpus bacaba Mart. (Arecaceae ...
Nativa, Sinop, v. 11, n. 2, p. 251-258, 2023.
258
PEREIRA, B. C. A. Teste estatístico para comparar
proporções em problemas de citogenética. In:
RABELLO-GAY, M. N.; RODRIGUES, M. A. R.;
MONTELEONE NETO, R. (Orgs). Mutagênese,
carcinogênese e teratogênese: métodos e critérios de
avaliação. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de
Genética, 1991. p.113-121.
POLÔNIO, M. L. T.; PERES, F. Consumo de aditivos
alimentares e efeitos à saúde: desafios para a saúde
pública brasileira. Caderno de Saúde Pública, v. 25, p.
1653-1666, 2009. https://doi.org/10.1590/S0102-
311X2009000800002
PORFÍRIO, M. C. P.; GONCALVES, M. S.; BORGES, M.
V.; LEITE, C. X. D. S.; SANTOS, M. R. C.; SILVA, A.
G. D.; FONTAN, G. C. R.; LEÃO, D. J.; JESUS, R. M.;
GUALBERTO, S. A.; LANNES, S. C. S; SILVA, M. V.
Development of isotonic beverage with functional
attributes based on extract of Myrciaria jabuticaba (Vell)
Berg. Food Science Technology, v. 40, n. 3, p .614-620,
2019. https://doi.org/10.1590/fst.14319
RAMIREZ-TORTOSA, C.; ANDERSEN, O. M.;
GARDNER, P. T.; MORRICE, P. C.; WOOD, S. G.;
DUTHIE, S. J.; COLLINS, A. R.; DUTHIE, G. G.
Anthocyanin-rich extract decreases indices of lipid
peroxidation and DNA damage in vitamin e-depleted
rats. Free Radical Biology and Medicin, v. 31, p. 1033-
1037, 2001. https://doi.org/10.1016/s0891-
5849(01)00618-9
ROE, J. H. Chemical determination of ascorbic,
dehydroascorbic, and diketogulonic acids. In: GLICK, D.
(Ed). Methods of Biochemical Analysis, v.1. New
York: Interscience, 1954. p. 115-139.
https://doi.org/10.1002/9780470110171.ch5
SANTOS, E. S. M.; ALVES, R. M.; LIMA, C. S. Elaboração
tecnológica e aceitação sensorial de bebida isotônica
orgânica de tangerina (Citrus reticulata Blanco). Revista do
Instituto Adolfo Lutz, v. 72, p. 87-92, 2013.
SANTOS, M. F. G.; MAMEDE, R. V. S.; RUFINO, M. S.
M.; BRITO, E. S.; ALVES, R. E. Amazonian native palm
fruits as sources of antioxidant bioactive compounds.
Antioxidants, v. 4, p. 591-602, 2015.
https://doi.org/10.3390/antiox4030591
SCHMID, W. The micronucleous test for cytogenetic
analysis. In Hollaender, A. (Ed.) Chemical mutagenesis:
principles and methods for their detection. New York:
Plenum Press, v. 4, p. 31-53, 1976.
https://doi.org/10.1007/978-1-4684-0892-8_2
SEDLACK, J.; LINDSAY, R. H. Estimation of total,
protein-bound, and nonprotein sulfhydryl groups in
tissue with Ellman’s reagent. Analytical Biochemistry,
v. 25, p. 192–205, 1968. https://doi.org/10.1016/0003-
2697(68)90092-4
WU, T.; HE, M.; ZANG, X.; ZHOU, Y.; QIU, T.; PAN, S.;
XU, X. A structure-activity relationship study of
flavonoids as inhibitors of E. coli by membrane
interaction effect. Biochimica et Biophysica Acta, v.
1828, p. 2751-2756, 2013.
https://doi.org/10.1016/j.bbamem.2013.07.029
YAN, L. J.; TRABER, M. G.; PACKER, L.
Spectrophotometric method for determination of
carbonyls in oxidatively modified apolipoprotein B of
human low-density lipoproteins. Analytical
Biochemistry, v. 228, p. 349-351, 1995.
https://doi.org/10.1006/abio.1995.1362
YIMCHAROEN, M.; KITTIKUNNATHUM, S.;
SUKNIKORN, C.; NAK-ON, W. YEETHONG, P.;
ANTHONY, T. G.; BUNPO. P. Effects of ascorbic acid
supplementation on oxidative stress markers in healthy
women following a single bout of exercise. Journal of
the International Society of Sports Nutrition, v. 16, n.
2, p. 1-9, 2019. https://doi.org/10.1186/s12970-019-
0269-8
WATERS, M. D.; BRADY, A. L.; STACK, H. F.;
BROOKMAN, H. E. Antimutagenic profiles for some
model compounds. Mutation Research, v. 238, p. 57-
85, 1990. https://doi.org/10.1016/0165-1110(90)90039-
e
Agradecimentos: Os autores agradecem a Universidade Federal de
Mato Grosso pelo suporte logístico, Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) pela concessão
de bolsas de estudo para A.P.S.C., W.B.S. e A.J.L.B.
Contribuição dos autores: V.D.G.S. - orientadora, metodologia,
análise estatística, correção escrita, leitura científica, submissão,
redação final e publicação; T.C.L. e A.J.L.B. - metodologia, atividade
experimental e escrita; A.P.S.C e W.B.S. - metodologia, atividade
experimental, análise estatística; L.B - coleta vegetal, produção do
extrato; M.M.S. - coleta de dados, análise estatística, leitura
científica; D.M.S.V. - coleta vegetal, produção do extrato, leitura
científica.
Revisão por comitê institucional: Não se aplica.
Comitê de Ética: Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética
no Uso de Animais (CEUA) - UFMT sob o número de protocolo
23108.724839/2017-91.
Disponibilização de dados: Os dados da pesquisa serão
disponibilizados mediante solicitação através do e-mail da autora
correspondente.
Conflito de Interesse: Os autores declaram que não existem
conflitos de interesse com outros pesquisadores ou instituições.