
Fagundes et al.
Nativa, Sinop, v. 11, n. 2, p. 292-296, 2023.
295
A análise citoquímica evidenciou a presença de amido e
lipídeo como substância reserva do grão de pólen de S.
occidentalis. O amido é uma substância de reserva de grande
importância para a manutenção da viabilidade do grão de
pólen, uma vez que ele é convertido em glicose, frutose,
sacarose e pectinas, que aumentam a sua resistência em
ambientes hostis (RODRÍGUEZ-GARCÍA et al., 2003;
PACINI et al., 2006). Já o lipídeo tem como característica
manter os grãos de pólens unidos ao estigma, protegendo
contra a perda de água (PACINI; HESSE, 2005). Segundo
Baker; Baker (1979), as espécies que possuem os grãos de
pólen com lipídeos, geralmente têm como agentes
polinizadores abelhas e moscas.
Ao investigarem a biologia reprodutiva de S. obtusifolia e
S. occidentalis, Teixeira et al. (2016), observaram como
visitantes florais abelhas, vespas, formigas e moscas, sendo as
espécies de abelhas as principais polinizadoras. É possível
que S. occidentalis siga o mesmo padrão de polinizadores destas
espécies, devido a característica citoquímica do seu grão de
pólen, no entanto, trabalhos de biologia floral podem gerar
melhores respostas a respeito desse aspecto da espécie.
5. CONCLUSÕES
O alto índice meiótico para a espécie Senna occidentalis
indica estabilidade meiótica, que também está refletida na alta
viabilidade polínica, permitindo considerar os genótipos
estudados como organismos citologicamente estáveis.
O pólen da espécie apresenta amido e lipídeo como
material de reserva, evidenciando que a mesma possui
estratégias para a manutenção da viabilidade e para a adesão
dos grãos de pólen ao tubo polínico, respectivamente.
Todos os corantes utilizados foram eficientes para
realizar as análises descritas no presente estudo, para espécie
Senna occidentalis e podem ser aplicados em estudos
posteriores.
6. REFERÊNCIAS
ALEXANDER, M. P. A. Versatile stain for pollen fungi,
yeast and bacteria. Stain Technology, v. 55, n. 1, p. 13-
18, 1980. https://doi.org/10.3109/10520298009067890
ALEXANDER, M. P. Differential staining of aborted and
nonaborted pollen. Stain Technology, v. 44, n. 3, p. 117-
122, 1969.
ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.;
GONÇALVES, J. L. M.; SPAROVEK, G. Köppen’s
climate classification map for Brazil. Meteorologische
Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.
https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507
ARYA, S.; SAINI, J.; SINGH, S. Antidiabetic activities of
Cassia occidentalis. Recent Research in Science and
Technology, v. 5, n. 1, p. 51-53, 2013.
BAKER, H. G.; BAKER, I. Starch in angiosperm pollen
grains and its evolutionary significance. American
Journal of Botany, v. 66, n. 5, p. 591-600, 1979.
https://doi.org/10.1002/j.1537-2197.1979.tb06262.x
BIONDO, E.; MIOTTO, S. T. S.; SCHIFINO-
WITTMANN, M. T. Citogenética de espécies arbóreas
da subfamília Caesalpinioideae: Leguminosae do sul do
Brasil. Ciência Florestal, v. 15, n. 3, p. 241-248. 2005.
https://doi.org/10.5902/198050981861
CABRAL, J. C.; ROSSI, A. A. B.; KLEIN, M. E.; VIEIRA,
F. S.; GIUSTINA, L. D. Estimativa da viabilidade
polínica em acessos de Theobroma cacao L. baseada em
testes calorimétricos. Enciclopédia Biosfera, v. 9, n. 17
p. 2780-2788, 2013.
CÂNDIDO, A. C. D. S.; SCHMIDT, V.; LAURA, V. A.;
FACCENDA, O.; HESS, S. C.; SIMIONATTO, E.;
PERES, M. T. L. P. Potencial alelopático da parte aérea
de Senna occidentalis (L.) Link (Fabaceae, Caesalpinioideae):
bioensaios em laboratório. Bioensaios em laboratório.
Acta Botanica Brasilica, v. 24, n. 1, p. 235-242, 2010.
https://doi.org/10.1590/S0102-33062010000100025
CRUZ, C. D. Genes - a software package for analysis in
experimental statistics and quantitative genetics. Acta
Scientiarum. v. 35, n. 3, p. 271-276, 2013.
https://doi.org/10.4025/actasciagron.v35i3.21251
DAFNI, A. Ecologia da polinização: uma abordagem
prática. 1 ed. New York: Imprensa da Universidade de
Oxford, 1992. 250p.
FERREIRA, K. Citogenética e palinologia das famílias
Caesalpinioideae e Faboideae (Fabaceae) do sul de
Minas Gerais. 112f. Dissertação [Mestrado em Genética
e Melhoramento de Plantas] - Universidade Federal de
Lavras, Lavras, 2009.
FRESCURA, V. D. S.; LAUGHINGHOUSE, I. V.;
CANTO-DOROW, T. S.; TEDESCO, S. B. Pollen
viability of Polygala paniculata L. (Polygalaceae) using
different staining methods. Biocell, v. 36, n. 3, p. 143-
145, 2012.
GOTTSBERGER, G.; GOTTSBERGER, I. S. Evolution of
flower strictures and pollination in neotropical Cassinae
(Caesalpiniaceae) species, Physton, v. 28, n. 2, p. 293-
320, 1988.
GUERRA, M.; SOUZA, M. J. Como observar
cromossomos: um guia de técnicas em citogenética
vegetal, animal e humana. Ribeirão Preto: FUNPEC,
2002. 131p.
HORNER, H. T.; PALMER, R. G. Mechanisms of genetic
male sterility. Crop Science, v. 35, p. 1527-1535. 1995.
https://doi.org/10.2135/cropsci1995.0011183X003500
060002x
KISSMANN, K. G.; GROTH, D. Plantas infestantes e
nocivas. Weeds and harmful plants. Editora BASF, v. 2,
1999. 978p.
LIRA, G. Conhecendo o Estado de Mato Grosso – IV
Microrregião de Alta Floresta, Mato Grosso, 2011. p.
38
LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres,
aquáticas, parasitas e tóxicas. 3 ed. Nova Odessa:
Plantarum. 2002. 608p.
LOVE, R. A. Estudos citológicos preliminares de trigos
rio-grandenses. Porto Alegre: Secretaria do Estado dos
Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio. 1949.
23p.
NDE, A. L.; CHUKWUMA, C. I.; ERUKAINURE, O. L.;
CHUKWUMA, M. S.; MATSABISA, M. G.
Ethnobotanical, phytochemical, toxicology and anti-
diabetic potential of Senna occidentalis (L.) link; A review.
Journal of Ethnopharmacology, v. 283, e114663, 2022.
https://doi.org/10.1016/j.jep.2021.114663
PACINI, E.; GUARNIERI, M.; NEPI, M. Pollen
carbohydrates and water content during development,
presentation, and dispersal: a short review. Protoplasma,
v. 228, n. 1-3, p.73-77, 2006.
https://doi.org/10.1007/s00709-006-0169-z