Nativa, Sinop, v. 10, n. 4, p. 566-576, 2022.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v10i4.14540 ISSN: 2318-7670
Variação espacial dos atributos físicos e estoques de carbono do solo
em plantio de
Schizolobium amazonicum
na Amazônia
Geilton Costa ATAIDES1, André Henrique Bueno NEVES2, Cássio Marques Moquedace dos
SANTOS3, Alaíde de Oliveira CARVALHO2, Kenia Michele de Quadros TRONCO4,
Rogerio Gonçalves TEIXEIRA4, Vinícius Lima PEREIRA4, Marta Silvana Volpato SCOTTI4,
Fábio Régis de SOUZA4, Rafael Rodolfo de MELO5, Adriano Reis Prazeres MASCARENHAS4*
1Centro de Estudos Rioterra, Porto Velho, RO, Brasil.
2Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil.
3Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil.
4Universidade Federal de Rondônia, Rolim de Moura, RO, Brasil.
5Universidade Federal do Semi-Árido, Mossoró, RN, Brasil.
*E-mail: adriano.mascarenhas@unir.br
(ORCID: 0000-0002-8984-5573; 0000-0003-0764-9403; 0000-0002-7663-4524; 0000-0002-6993-0180; 0000-0003-0873-9582;
0000-0002-1838-4732; 0000-0001-8299-1765; 0000-0001-5979-3218; 0000-0002-5830-458X; 0000-0001-6846-2496; 0000-0002-7554-3590)
Submetido em 01/10/2022; Aceito em 07/12/2022; Publicado em 14/12/2022.
RESUMO: Plantios de árvores proporcionam aumento dos estoques de carbono do solo, mas estudos
envolvendo espécies nativas da Amazônia são incipientes. Objetivou-se avaliar a variação espacial dos atributos
físicos e estoque de carbono orgânico no solo em plantio de paricá. Na área de estudo, coletaram-se amostras
de solo nas profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm e os parâmetros analisados foram: textura do solo,
macroporosidade, microporosidade, densidade aparente do solo, resistência mecânica do solo à penetração,
teores e os estoques de carbono orgânico do solo. Interpolou-se os dados pelo inverso do quadrado da distância.
A variação espacial dos atributos físicos do solo no plantio foi influenciada pela textura. Houve baixa amplitude
da variação espacial dos teores e estoques de carbono orgânico do solo. O plantio de paricá apresentou
eficiência na fixação de carbono no solo em profundidade.
Palavras-chave: silvicultura; sequestro de carbono; física do solo; mudança climática.
Spatial variation of physical attributes and soil carbon stocks in a
Schizolobium amazonicum
plantation in the amazon
ABSTRACT: Tree plantations provide an increase in soil carbon stocks, but studies involving native
Amazonian species are incipient. The objective was to evaluate the spatial variation of physical attributes and
soil organic carbon stock in a paricá plantation. In the study area, soil samples were collected at depths of 0 to
20 cm and 20 to 40 cm and the parameters analyzed were: soil texture, macroporosity, microporosity, soil bulk
density, mechanical soil resistance to penetration, and soil organic carbon content and stocks. The data were
interpolated by the inverse of the square of the distance. The spatial variation of soil physical attributes at
planting was influenced by texture. There was a low range of spatial variation in soil organic carbon content
and stocks. Paricá planting was efficient in fixing soil carbon at depth.
Keywords: silviculture; carbon sequestration; soil physics; climate change.
1. INTRODUÇÃO
O avanço do desmatamento e o aumento da
concentração de gases do efeito estufa na atmosfera ressaltam
a necessidade de reformulação do modelo tradicional de
produção agropecuária. Com isso, pesquisas no setor
florestal que visam o desenvolvimento de tecnologias para
potencializar a capacidade de fixação de carbono na biomassa
e no solo possuem grande destaque (MAYER et al., 2020).
Inserem-se nesse contexto os sistemas conservacionistas
de produção como, os sistemas agroflorestais, sistema de
plantio direto e o plantio de florestas. Esses sistemas
baseiam-se nos princípios de manutenção dos mecanismos
que potencializam a fixação de carbono (FORNARA et al.,
2018). O solo é o sistema que mais armazena carbono,
alcançando valores duas vezes maiores que a biomassa
florestal (RUMPEL et al., 2020).
O carbono armazenado no solo encontra-se em
diferentes frações com maiores e menores persistências a
depender do manejo, essa dinâmica está relacionada à
cobertura vegetal (SMITH, 2012). Cultivos que
proporcionem a cobertura constante do solo e aporte
periódico de material vegetal sob a superfície, ocasionam
efeitos positivos na persistência do estoque de carbono
orgânico do solo (SMITH et al., 2016). O cultivo de florestas
é capaz de atender às expectativas de maiores aportes de
carbono e manutenção da qualidade do solo (GOMES et al.,
2019).
No Brasil, as florestas plantadas são majoritariamente
representadas por espécies exóticas, principalmente, dos
gêneros Eucalyptus e Pinus, cujas áreas plantadas são de 5,67 e
1,57 milhões de ha, respectivamente (IBÁ, 2021). Por
consequência disso, poucas pesquisas trazem informações
Ataides et al.
Nativa, Sinop, v. 10, n. 4, p. 566-576, 2022.
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voltadas ao cultivo de espécies tropicais nativas
(ALBRECHT; KANDJI, 2003).
As espécies nativas, podem gerar maior valor agregado
aos produtos e potencializar serviços ecossistêmicos,
principalmente em ambientes tropicais, onde encontram-se
as florestas mais biodiversas do mundo (STEEGE et al.,
2016). O paricá (Schizolobium amazonicum) enquadra-se nessas
características, pois é uma espécie nativa da Amazônia e vem
ganhando espaço na silvicultura nacional, com
aproximadamente 90 mil ha de área plantada (IBÁ, 2021).
O paricá possui rápido crescimento, alto potencial de
produção, baixa exigência nutricional, alta adaptabilidade,
além de ser excelente fonte de matéria-prima para confecção
de painéis de madeira laminada (VIDAURRE et al., 2012).
Porém, estudos voltados sobre a variação das propriedades
físicas e estoque de carbono do solo em plantios dessa
espécie são incipientes (NEVES et al., 2022).
Estudos voltados para essa espécie podem subsidiar
tomadas de decisão referentes ao manejo do solo nesses
plantios, contribuir no aumento de área plantada, incremento
de sua produtividade e prestando serviços ambientais, por
meio da fixação de carbono e melhoria das propriedades
químicas, físicas e biológicas do solo (CÂNDIDO et al.,
2015). Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a variação
espacial dos atributos físicos e estoques de carbono no solo
em monocultivo de paricá com seis anos de idade.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Caracterização da área de estudo
O trabalho foi realizado em plantio comercial de paricá,
localizado às margens da rodovia estadual RO-010 (Figura 1).
O clima da região é do tipo Am, conforme a classificação de
Köppen-Geiger (ALVARES et al., 2013).
A pluviosidade anual situa-se entre 1900 e 2200 mm, a
umidade relativa do ar entre 65 e 80% e temperatura média
mensal entre 24 e 26 °C. O solo predominante na área é o
Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, bem drenado e com
textura argilosa (SANTOS et al., 2018).
A área do plantio é de 42 ha e foi implantado no ano de
2012 por meio de semeadura em cova, no espaçamento de 3
x 3 m (1111 árvores ha-1). Para o plantio do paricá, dessecou-
se a pastagem presente, realizou-se subsolagem e aplicou-se
adubação em cova, utilizando-se (g planta-1): 213, 144 e 134
de N, P e K, respectivamente. Também se realizou calagem
em área total, utilizando-se a dose de 1,5 ton ha-1.
Figura 1. Localização, altitude e distribuição dos pontos de coleta do solo no plantio comercial de paricá (Schizolobium amazonicum), Rolim de
Moura, Rondônia, Brasil.
Figure 1. Location, altitude and distribution of soil collection points in the commercial plantation of paricá (Schizolobium amazonicum), Rolim
de Moura, Rondônia, Brazil.
2.2. Amostragem do solo
Para amostragem do solo, demarcou-se,
sistematicamente, 50 pontos com equidistância de 70 m
(Figura 1). As amostras foram coletadas entre dezembro e
janeiro de 2018. Para determinação das propriedades físicas e
o carbono do solo, coletou-se amostras deformadas e
indeformadas nas camadas de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm,
empregando-se a metodologia descrita por Mascarenhas et al.
(2017).
2.3. Atributos físicos do solo
A textura (teores de areia, silte e argila), macroporosidade
do solo (MAP), microporosidade do solo (MIP) e densidade
aparente do solo (DS) foram determinadas conforme as
metodologias de Donagema et al. (2011) e Mascarenhas et al.
(2017). Para obter a resistência mecânica do solo à penetração
(RP), utilizou-se penetrômetro eletrônico, aplicando-se a
tensão sob velocidade constante. No momento deste ensaio,
as umidades do solo nas camadas de 0 até 20 cm e de 20 até
40 cm, eram de 15,82 % e 16,03%, respectivamente.
Para ter parâmetros comparativos, foram coletadas
amostras de solo em área de pastagem (Brachiaria sp.) e
fragmento de floresta nativa, adjacentes à área de estudo,
utilizando-se os mesmos procedimentos apresentados
anteriormente.
2.4. Teores e estoques de carbono orgânico do solo
Para a determinação dos teores de carbono orgânico do
solo (COS), empregou-se a metodologia adaptada para
condições amazônicas de Rodrigues et al. (2016). A partir dos
teores de COS e DS, foram calculados os estoques de
carbono orgânico do solo (ECOS) para as camadas de 0 a 20
cm e de 20 a 40 cm, conforme as diretrizes apresentadas por
Veldkamp (1994).
Variação espacial dos atributos físicos e estoques de carbono do solo em plantio de Schizolobium amazonicum na Amazônia
Nativa, Sinop, v. 10, n. 4, p. 566-576, 2022.
568
2.5. Variação espacial dos atributos físicos e estoque de
COS
Com os dados dos atributos físicos e estoques de carbono
do solo, foram gerados mapas para analisar sua distribuição
espacial. Utilizou-se o software SIG ArcGIS Desktop versão
10.5, com licença educacional sob o número de registro
EVA346750770 (ESRI, 2018). Os dados de textura, DS,
MAP, MIP, RP, COS e ECOS foram interpolados pelo
método IDW (inverso do quadrado da distância).
Distribuíram-se os dados em cincos classes com
intervalores de 1/4 desvios-padrão, para facilitar a
interpretação dos mapas. Os dados foram analisados com
estatística descritiva e correlação de Pearson com teste de
significância T student a 5% de probabilidade. As análises
foram realizadas com auxílio do software livre R (R CORE
TEAM, 2020).
3. RESULTADOS
Com base na análise granulométrica da área de estudo é
possível classificar o solo como argiloso, pois os teores de
argila situaram-se entre 35 e 60% nas profundidades de 0 até
20 cm e de 20 até 40 cm (Figura 2).
Figura 2. Textura do solo para o plantio de paricá (Schizolobium
amazonicum) em diferentes profundidades, Rolim de Moura,
Rondônia, Brasil.
Figure 2. Soil texture for paricá (Schizolobium amazonicum) planting at
different depths, Rolim de Moura, Rondônia, Brazil.
Em relação à macroporosidade do solo (MAP), nas
diferentes profundidades os valores encontrados variaram
~30% entre os valores máximo e mínimo. Os menores
valores foram obtidos na camada de 0 até 20 cm, enquanto
que na camada de 20 até 40 cm a MAP foi 0,02 m3 m-3 menor
do que na camada superior (Figura 3).
Os maiores valores para MIP na profundidade entre 0 e
20 cm estão localizados na região centro-nordeste e centro-
oeste do plantio. Já na camada mais profunda (20 até 40 cm),
os maiores valores foram encontrados na porção centro-
norte da área do estudo (Figura 4). Observou-se diferenças
pequenas entre os valores máximo e mínimo para MIP
(<0,05 m3 m-3).
Ao comparar-se os valores de MAP e MIP obtidos no
plantio de paricá com as análises realizadas em diferentes
coberturas do solo, verificou-se que os valores de MAP
apresentaram-se da seguinte maneira: floresta nativa>
paricá> pastagem, isto indica a sensibilidade da MAP ao uso
e manejo do solo (Figura 5).
Na área do plantio de paricá, observou-se que ao se
aumentar a profundidade a densidade aparente do solo (DS)
foi reduzida. A mesma tendência foi observada para
resistência mecânica do solo à penetração (RP). Os maiores
valores observados na camada de 0 até 20 cm se encontram
na região sudoeste do plantio e os maiores valores de DS na
profundidade de 20 até 40 cm, nas regiões sudeste do plantio
(Figura 6).
As tendências apresentadas anteriormente também foram
observadas para o solo de pastagem e de floresta natural.
Comparando-se os resultados de DS da área do paricá com
as demais áreas de referência (Figura 7), os valores
observados na floresta nativa foram superiores na camada
subsuperficial.
Sobre a resistência mecânica à penetração do solo (RP), o
valor médio observado para a camada de 0 até 20 cm foi de
942,9 kPa enquanto que para camada de 20 até 40 cm, a
média foi de 1413,5 kPa. Nas análises comparativas com
pastagem e floresta nativa, os menores valores foram
observados na floresta nativa e os maiores valores para área
de pastagem.
Figura 3. Distribuição espacial da macroporosidade do solo (MAP) em plantio de paricá (Schizolobium amazonicum), Rolim de Moura,
Rondônia, Brasil. A. Profundidade 0-20 cm. B. Profundidade 20-40 cm.
Figure 3. Spatial distribution of soil macroporosity (MAP) in a paricá (Schizolobium amazonicum) plantation, Rolim de Moura, Rondônia, Brazil.
A. Depth 0-20 cm. B. Depth 20-40 cm.
Ataides et al.
Nativa, Sinop, v. 10, n. 4, p. 566-576, 2022.
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Figura 4. Distribuição espacial da microporosidade do solo (MIP) em plantio de paricá (Schizolobium amazonicum), Rolim de Moura, Rondônia,
Brasil. A. Profundidade 0-20 cm. B. Profundidade 20-40 cm.
Figure 4. Spatial distribution of soil microporosity (MIP) in a paricá (Schizolobium amazonicum) plantation, Rolim de Moura, Rondônia, Brazil.
A. Depth 0-20 cm. B. Depth 20-40 cm.
Figura 5. Macroporosidade do solo (MAP) e microporosidade do solo (MIP) para plantio de paricá (Schizolobium amazonicum), pastagem e
floresta natural em diferentes profundidades, Rolim de Moura, Rondônia, Brasil.
Figure 5. Soil macroporosity (MAP) and soil microporosity (MIP) for paricá (Schizolobium amazonicum) plantation, pasture and natural forest
at different depths, Rolim de Moura, Rondônia, Brazil.
Figura 6. Distribuição espacial da densidade do solo (DS) em plantio de paricá (Schizolobium amazonicum), Rolim de Moura, Rondônia, Brasil.
A. Profundidade 0-20 cm. B. Profundidade 20-40 cm.
Figure 6. Spatial distribution of soil density (DS) in a paricá (Schizolobium amazonicum) plantation, Rolim de Moura, Rondônia, Brazil. A.
Depth 0-20 cm. B. Depth 20-40 cm.
Variação espacial dos atributos físicos e estoques de carbono do solo em plantio de Schizolobium amazonicum na Amazônia
Nativa, Sinop, v. 10, n. 4, p. 566-576, 2022.
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Figura 7. Densidade do solo (DS) e resistência mecânica do solo à penetração (RP) para o plantio de paricá (Schizolobium amazonicum),
pastagem e floresta natural em diferentes profundidades, Rolim de Moura, Rondônia, Brasil.
Figure 7. Soil density (DS) and mechanical soil resistance to penetration (RP) for paricá (Schizolobium amazonicum) plantation, pasture and
natural forest at different depths, Rolim de Moura, Rondônia, Brazil.
Na Figura 8, encontram-se os coeficientes de correlação
de Pearson entre as variáveis estudadas. As correlações
inversamente proporcionais mais fortes foram observadas
entre MAP, porosidade total (PT) e DS, e entre teor de areia
e DS foi observada a correlação diretamente proporcional
mais forte. Também foi observada forte correlação entre os
valores de RP e teores de argila. As correlações entre RP, DS
e teores de areias foram fracas (< 0,5).
Os valores de COS foram muito próximos entre as
profundidades analisadas (Figura 9). Em relação ao estoque
de carbono no solo (ECOS), os resultados encontrados na
área de estudo apresentaram, entre as camadas analisadas,
decréscimos por volta de 20% e 30% da superfície para
subsuperfície nos teores de COS e ECOS, respectivamente.
Ao se comparar os resultados do plantio de paricá com as
áreas de pastagem e floresta natural, foi possível observar que
os valores de COS e COT foram maiores,
independentemente da camada analisada. No entanto,
considerando apenas as camadas em cada ambiente, os
valores de COS e COT foram ligeiramente maiores na
camada de 0 até 20 cm (Figura 10).
Figura 8. Matriz de correlação de Pearson entre os atributos físicos, teor e estoque de carbono orgânico do solo, em plantio comercial de
paricá (Schizolobium amazonicum), em Rolim de Moura, Rondônia, Brasil.
Figure 8. Pearson's correlation matrix between physical attributes, content and stock of soil organic carbon, in a commercial plantation of
paricá (Schizolobium amazonicum), in Rolim de Moura, Rondônia, Brazil.
MIP = Microporosidade do solo; DS = Densidade do solo; ECOS = Estoque de carbono orgânico do solo; COS = Teor de carbono orgânico do solo; MAP = Macroporosidade do
solo; PT = Porosidade total do solo; RP = Resistência mecânica do solo a penetração; *, **, *** = Significante a 5%, 1% e 0,1% de probabilidade pelo teste de T student,
respectivamente.
MIP = Soil microporosity; DS = Soil density; ECOS = Soil organic carbon stock; COS = Soil organic carbon content; MAP = Soil macroporosity; PT = Total soil porosity; RP
= Soil mechanical resistance to penetration; *, **, *** = Significant at 5%, 1% and 0.1% probability by T student test, respectively.
Ataides et al.
Nativa, Sinop, v. 10, n. 4, p. 566-576, 2022.
571
Figura 9. Distribuição espacial e vertical dos teores de carbono orgânico do solo (COS) e estoques de carbono orgânico do solo (ECOS)
em plantio de paricá (Schizolobium amazonicum), Rolim de Moura, Rondônia, Brasil. A e C. Profundidade 0-20 cm. B e D. Profundidade 20-
40 cm.
Figure 9. Spatial and vertical distribution of soil organic carbon (COS) contents and soil organic carbon stocks (ECOS) in a paricá
(Schizolobium amazonicum) plantation, Rolim de Moura, Rondônia, Brazil. A and C. Depth 0-20 cm. B and D. Depth 20-40 cm.
Figura 10. Teor de carbono orgânico do solo (COS) e estoque de carbono orgânico do solo (ECOS) para plantio de paricá (Schizolobium
amazonicum), pastagem e floresta natural em diferentes profundidades, Rolim de Moura, Rondônia, Brasil.
Figure 10. Soil organic carbon content (COS) and soil organic carbon stock (ECOS) for paricá (Schizolobium amazonicum) plantation, pasture
and natural forest at different depths, Rolim de Moura, Rondônia, Brazil.
Variação espacial dos atributos físicos e estoques de carbono do solo em plantio de Schizolobium amazonicum na Amazônia
Nativa, Sinop, v. 10, n. 4, p. 566-576, 2022.
572
4. DISCUSSÃO
As pequenas variações observadas para os parâmetros de
textura entre as duas camadas analisadas estão dentro do
esperado, pois as frações granulométricas do solo diferem em
profundidade (Thomas et al., 2021). A leve redução dos
teores de areia e silte e o ligeiro aumento do teor de argila em
profundidade ocorrem por ão da água pluviométrica, que
dispõe essas partículas em suspensão arrastando-as para
camadas mais profundas (RENNE et al., 2019). Esses
processos são intensificados na região do estudo, pois o
índice pluviométrico anual é superior 2100 mm (ALVARES
et al., 2013).
A textura do solo da área estudada apresenta
características favoráveis ao crescimento do paricá, pois a
espécie expressa bom crescimento em solos argilosos, com
maior capacidade para armazenar água (GOMES et al., 2010).
Verificou-se também que a distribuição espacial da textura no
solo é homogênea em relação aos teores de argila, exceto nas
regiões localizadas a noroeste e sudeste do plantio.
Esses resultados estão atrelados aos teores de areia
encontrados, uma vez que as regiões do plantio onde existem
maiores quantidades de macroporos coincidiram com as
mesmas regiões que expressaram maiores teores de areia. As
partículas de areia possuem maior granulometria e seu arranjo
no solo tende a aumentar a macroporosidade (GALDOS et
al., 2019). Os valores de MAP observados na área de estudo,
em ambas as camadas, estão próximos aos limites
considerados críticos para o desenvolvimento radicular das
plantas que é de 0,10 m3 m-3 (SILVA et al., 2005). Em regiões
com clima tropical existe maior consumo de O2, por isso é
sugerido que valores de MAP sejam próximos de 0,20 m3 m-
3 (JONG VAN LIER, 2001).
Em solos argilosos, sob condições adequadas de manejo,
é desejável que MAP esteja situada entre 0,15 m3 m-3 e 0,25
m3 m-3. Em solos submetidos às práticas de manejo e
conservação ineficientes (intensa utilização e exposição do
solo e intenso tráfego de máquinas agrícolas), os valores de
MAP podem sofrer reduções drásticas (ZHANG; SCHAAP,
2019).
Em relação à MIP, Mascarenhas et al. (2017), Kimura et
al. (2017) e Spliethoff et al. (2022) observaram aspectos
semelhantes aos do presente trabalho em seus estudos. Os
autores reportaram que a MIP é influenciada por processos
de formação do solo e material de origem. No entanto,
salientaram que as práticas de manejo e conservação do solo
podem aumentar a proporção de microporos devido à
redução de macroporos induzida pelo aumento da densidade.
A MIP está diretamente relacionada com a retenção de
água no solo (AULER et al., 2017). Maiores valores de
microporos somados à textura argilosa encontrada no estudo,
são os principais fatores de armazenamento e disponibilidade
de água para as plantas em épocas de seca ou de estresse
hídrico.
A distribuição da porosidade considerada ideal deve
conter 33,33% de macroporos e 66,66% de microporos
(PHAM et al., 2019). Na área de estudo, os valores
encontrados foram 78,72% de MIP e 21,28% de MAP na
camada de 0 a 20 cm. Para profundidade entre 20 e 40 cm, a
proporção entre MIP e MAP foi de 76 e 24%,
respectivamente.
A área de pastagem considerada como parâmetros de
comparação é de pecuária extensiva desde a década de 1970,
e, conforme relatos dos proprietários, em seu manejo não
foram executadas ao longo dos anos práticas de conservação
para manutenção da qualidade dos atributos físicos do solo.
Devido ao pisoteio animal, ocorre a compactação do
solo, diminuição da MAP e redução da infiltração de água no
perfil. Esses fatores aumentam o escoamento superficial e
intensificam o processo de erosão do solo (BONETTI et al.,
2018), indicando que o plantio de paricá contribui
positivamente para conservação do solo.
Os resultados encontrados para DS estão abaixo dos
valores considerados críticos para solos argilosos, pois
podem ser considerados restritivos para o desenvolvimento
radicular das plantas quando acima de 1,45 g cm-3 (SUZUKI
et al., 2012). Conforme apresentado, a área de estudo era
ocupada por pastagens e durante o preparo para o plantio de
paricá ocorreu o revolvimento do solo. Isso, provavelmente,
ocasionou a ruptura da compactação na subsuperfície que,
consequentemente, refletiu na redução de DS na camada de
20 até 40 cm (TORMENA et al., 2002). Este resultado
também explica a maior porosidade observada para esta
camada.
Os maiores valores de DS observados na camada de 20
até 40 cm estão relacionados aos maiores teores de areia,
mesmo existindo aporte constante de material orgânico por
meio da folhagem, galhos e troncos da vegetação nativa
(MARCOLIN; KLEIN, 2011). Além disso, para a pastagem,
os menores valores de DS também estão vinculados às
características do sistema radicular fasciculado das gramíneas.
Estudos relatam que em profundidades superiores a 40 cm,
plantas de Brachiaria sp. apresentam crescimento agressivo e
grande volume de rizosfera, esses fatores contribuem para
redução da densidade do solo e aumento da macroporosidade
(LOUW-GAUME et al., 2017; HUOT et al., 2020).
A DS e RPo consideradas as propriedades com maior
importância para o manejo e estudos de qualidade física do
solo (BENEVENUTE et al., 2020), visto que se
correlacionam com a textura, umidade, matéria orgânica,
macroporosidade e microporosidade (ARÉVALO-
HÉRNANDEZ et al., 2019). Esse comportamento também
foi observado na área de estudo, conforme apresentado na
Figura 8. Esse efeito restringe o desenvolvimento radicular
das plantas e reduzem a aeração do solo, pois há diminuição
dos poros maiores e redução da capacidade de
armazenamento e infiltração de água, causando murcha
permanente nas plantas (SCHJØNNING et al., 2016).
Os resultados encontrados para RP na área de estudo
estão abaixo dos valores considerados críticos para
desenvolvimento radicular. Oliveira et al. (2015) indicaram
que valores de RP acima de 2000 kPa podem oferecer
limitação ao crescimento e desenvolvimento radicular. A RP
é diretamente proporcional aos teores de argila, ou seja,
quando se aplica pressão em solos argilosos, a transmissão da
resistência à penetração é maior nas camadas mais profundas
(DUARTE et al., 2020). A estrutura do solo influencia nos
valores de RP, sendo assim, solos argilosos com estrutura
adequada, tendem a apresentar melhores condições para o
desenvolvimento radicular, com menores valores de DS e RP
(CORTEZ et al., 2018). Espera-se que os maiores valores de
COS estejam localizados nas camadas mais superficiais do
solo e diminuam com o aumento da profundidade
(DENARDIN et al., 2014), explicando os resultados
apresentados na Figura 10.
Por outro lado, os valores médios dos ECOS evidenciam
mais carbono em subsuperfície, que pode ser explicado pelo
preparo da área para plantio, pois, houve revolvimento do
Ataides et al.
Nativa, Sinop, v. 10, n. 4, p. 566-576, 2022.
573
solo. Dessa forma, é possível que a fitomassa presente
anteriormente tenha sido incorporada nas camadas mais
profundas do solo. Além disso, o sistema radicular do paricá
é superficial (MASCARENHAS et al., 2021), acarretando
maior acúmulo de carbono no solo por meio das raízes
secundárias (VICENTE et al., 2016).
Acrescenta-se ainda que os ECOS em camadas mais
profundas do solo são de elevada importância devido às suas
características perenes, pois maiores ECOS em camdas
profundas, o geralmente representadas por carbono
orgânico associado aos minerais e protegidos fisicamente por
agregados (THAKUR; GEISEN, 2019), essa persistência,
contribui de forma direta com a mitigação das mudanças
climáticas (JANSSON; HOFMOCKEL, 2020).
Registrou-se para COS e ECOS, baixa correlação com os
demais atributos analisados (Figura 8). Sabe-se que o carbono
influencia na qualidade do solo, principalmente na formação
de agregados (ZHOU et al., 2020). Comparando-se os
resultados, observou-se que COS e ECOS seguiram o
seguinte comportamento: floresta nativa> pastagem>
plantio de paricá (Figura 10). Os menores valores
encontrados no plantio de paricá, podem estar conectados às
características da espécie.
O paricá é uma leguminosa, geralmente essas plantas
estabelecem baixa relação C/N no solo, facilitando a
decomposição do material orgânico pela biota (ROSSI et al.,
2020; SABAGH et al., 2020). Isso acelera o processo de
ciclagem e reciclagem, reduzindo o volume de serrapilheira
depositado na superfície do solo (GUÉB et al., 2020).
Mesmo assim, os valores encontrados estão em consonância
com a literatura. Por exemplo, Lemos et al. (2016) estudando
o efeito do cultivo de paricá em solo na região amazônica,
encontraram teores de COS entre 5,3 e 14 g kg-1.
O acúmulo de fitomassa na cobertura do solo é
dificultado na região Amazônica, devido às altas
temperaturas e umidade relativa o processo de decomposição
do material orgânico é acelerado, dificultando o acúmulo de
COS (KESKIN et al., 2019). Áreas recém convertidas para
outros sistemas de manejo, com histórico de pastagens
degradadas, necessitam de períodos mais longos para elevar
o COS a valores próximos de florestas nativas, dependendo
da influência da qualidade e quantidade de material orgânico
fornecido pelas plantas e as características climáticas
(IWATA et al., 2012).
A explicação para os teores de COS na pastagem terem
sido maiores que os encontrados no plantio de paricá, está
relacionada ao sistema radicular das gramíneas que se renova
intensamente nas camadas superficiais, proporcionando
maior acúmulo de matéria orgânica do solo (GAZOLLA et
al., 2015). É comum que esses teores estejam associados ao
carbono de baixa massa molecular, com cadeias mais simples
e menos perenes no solo, evoluindo com facilidade para CO2
(KIM et al., 2016).
Os altos valores de COS e ECOS encontrados na floresta
nativa eram esperados, pois, o aporte vegetal biodiverso
sob a superfície do solo favorece a diversidade de toda cadeia
trófica, equilibrando o ecossistema e armazenando carbono
no perfil do solo (THAKUR; GEISEN, 2019).
Com base nos resultados, pode-se observar que o plantio
de florestas com espécies nativas é benéfico do ponto de vista
da fixação de carbono no solo especialmente em
subsuperfície. Durante o cultivo o revolvimento do solo é
mínimo e aporte de biomassa é constante, por meio de podas
e desbastes, renovação de folhas e crescimento radicular.
Além disso, mesmo após a colheita das árvores ao final do
ciclo de produção, este efeito perdura, pois, os resíduos
florestais como tocos e raízes permanecem no solo para
serem convertidos em carbono fixado durante a
decomposição.
5. CONCLUSÕES
A variação espacial da microporosidade,
macroporosidade e densidade do solo no plantio de paricá foi
influenciada pela variação da textura do solo. Os parâmetros
físicos apresentaram-se adequados ao crescimento do paricá,
quando comparado com a floresta nativa e a pastagem, em
escala de qualidade.
A variação espacial dos teores e estoques de carbono
orgânico do solo no plantio de paricá em cada camada
analisada foi pequena. Os resultados demonstraram que o
plantio de paricá é eficiente na fixação de carbono em
profundidade no solo. Recomenda-se o aprofundamento de
pesquisas com o uso do paricá em sistemas integrados de
produção agropecuária visando maior entendimento desta
prática na prestação de serviços ambientais e diversificação
de renda dos produtores rurais na Amazônia.
6. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Lano da Amazônia LTDA pela
disponibilidade da área e pelo fornecimento de árvores para
desenvolvimento deste estudo. Agradecemos também à
Universidade Federal de Rondônia pela disponibilização de
insumos, equipamentos, infraestrutura e recursos humanos.
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