Densidade de plantas e os efeitos nas características agronômicas, temperatura e umidade do solo ...
Nativa, Sinop, v. 11, n. 1, p. 101-107, 2023.
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precipitação, e pelas variações da temperatura do ar e da
radiação solar, que contribuem para o aquecimento do solo,
principalmente nas primeiras camadas do solo.
Em estudo com coberturas, Oliveira et al. (2019)
observaram que a presença da cobertura na superfície do solo
atuou como isolante térmico, causando modificações na
quantidade de energia necessária para o aquecimento deste
solo. Sendo que, o uso de cobertura evita a perda de água por
evaporação, contribuindo assim para o desenvolvimento das
plantas (PAIVA; ARAÚJO, 2012). Além disso, segundo
Seidel et al. (2014) a inclusão de forrageiras em sistemas de
cultivos de grãos e ou florestas altera as propriedades físicas
e químicas do solo, promovendo mudanças na sua qualidade;
principalmente aumentando a estabilidade dos agregados, o
que resulta em aumento da macroporosidade do solo e
capacidade de infiltração.
Quanto à umidade do solo (Tabela 6), não se observou
diferenças entre os tratamentos testados, porém, se verificou
uma tendência de redução na umidade conforme a
profundidade do solo. Isso já era esperado, pois, a incidência
da radiação e a propagação do calor ocorrem, primeiramente,
nas camadas superficiais. Por isso, estas tendem a ter seu teor
de umidade reduzido de forma mais rápida, em comparação
com as camadas mais profundas, sofrendo com o processo
de evaporação.
No entanto, a presença da cobertura pode aumentar a
umidade no solo, uma vez que diminui a evaporação da água,
aumentando o acúmulo da mesma e, desta forma, favorecer
o manejo das culturas em épocas com baixos índices de
precipitação e altas temperaturas (MASSAD et al., 2014). Isso
porque, o manejo da cobertura do solo influencia nos
processos de aquecimento e resfriamento do mesmo,
refletindo diretamente na umidade do solo, tornando
importante o controle das oscilações da temperatura, visto
que esta atua diretamente no desenvolvimento vegetal
(PAIVA; ARAÚJO, 2012).
5. CONCLUSÕES
As variáveis produtividade, massa de cem grãos, número
de grãos por espiga e altura do milho não sofreram influência
da população de plantas de braquiária no consórcio milho-
braquiária.
O aumento da população de plantas de braquiária no
consórcio proporcionou aumento da produção de massa
fresca da braquiária.
Com relação às características do solo, a presença da
braquiária provocou redução na temperatura, independente
da população de plantas, às 12:00 horas. Porém, a população
de plantas de braquiária não influenciou na umidade do solo
nas profundidades avaliadas.
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