Nóbrega et al.
Nativa, Sinop, v. 10, n. 2, p. 177-182, 2022.
181
utilizado como como parâmetro resposta ao ajuste osmótico
provocado pelo teor de água nos tecidos foliares.
A alocação de fitomassa nos diferentes órgãos da planta
aumentou em função da aplicação foliar de N, mesmo em
salinidade acima de 5,4 dS m-1, indicando que o N auxiliou na
capacidade das plantas se ajustarem osmoticamente ao meio
salino. O N é um elemento que atua estimulando a produção
de compostos osmoprotetores, reduzindo os danos
promovidos pelo estresse salino. Dentre os efeitos benéficos
do N, pode-se citar a sua atuação na síntese de clorofilas,
ácido nucleicos, proteínas, aminoácidos e metabolitos
secundários como prolinas, betaínas e glicina que
proporcionam maior tolerância a salinidade (DE LA
TORRE-GONZÁLEZ et al., 2020).
O aumento linear na área foliar específica e razão de área
foliar é um indicativo de que o manjericão roxo, consegue
desenvolver mecanismos que aumenta a tolerância das
plantas a salinidade. Assim, os efeitos danosos promovidos
pelo estrese salino, resultam em alteração fisiológicas que
induzem a uma maior produção e acúmulo de metabolitos
secundários, levando ao aumento da área foliar especifica
(WASTERNACK, 2007). De acordo com Souza et al. (2020)
o aumento da razão de área foliar em função do estresse
salino, é um indicativo de que a maior parte do
fotoassimilados produzidos pela planta foi utilizado na
formação do aparelho fotossintético em resposta a elevada
salinidade.
Já em relação a diminuição do índice de esclerofilia em
função do aumento da CEa, é resultado das alterações
morfofisiológicas promovidas pelos efeitos do estresse
salino. Uma série de modificações no desenvolvimento
vegetal é desencadeado pela salinidade, afetando processos
bioquímicos, fisiológicos e morfológicos (LOFTI et al.,
2018). Isto em função do aumento do potencial osmótico do
solo, resultando em redução da disponibilidade e absorção de
água pela planta, toxicidade de íons como Na+ e Cl- e
desequilíbrio nutricional (LI et al., 2019; NAVEED et al.,
2020).
A aplicação foliar de N foi benéfica proporcionando
elevação dos valores na área foliar especifica e a razão de área
foliar das plantas de manjericão. O N é um elemento
envolvido em diversos processos fisiológicos, dentre eles a
expansão celular (VIEIRA et al., 2016), o que pode
potencializar o crescimento vegetativo, modificando as
características morfométricas na cultura agrícolas. O
aumento na AFE e RAF em função da adubação nitrogenada
também foi constatado por Dartora et al. (2013) em plantas
de couve da Malásia (Brassica campestris var. chinensis L.) e por
Lima et al. (2018) em erva cidreira (Lippia alba (Mill) N. E.
Brown).
5. CONCLUSÕES
A adubação de N foliar reduz os efeitos do estresse salino
causados pela água de irrigação sobre a alocação de fitomassa
da raiz, caule e folha, na suculência foliar e no índice de
produção de fitomassa da parte aérea do Manjericão Roxo.
As doses foliares de N e a salinidade da água induzem o
aumento da área foliar especifica e a razão de área foliar do
manjericão roxo.
6. AGRADECIMENTOS
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - Brasil (CAPES) – Código Financeiro 001, pelo
financiamento da parcial da pesquisa.
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