Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 563-566, 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i5.13216 ISSN: 2318-7670
Malte de variedades de amaranto
Patrícia Monique CRIVELARI-COSTA1* & Aloisio BIANCHINI1
1Universidade do Estado de Mato Grosso, Sinop, MT, Brasil.
2Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil.
*E-mail: patriciacrivellari@gmail.com
(Orcid: 0000-0002-6362-617X; 0000-0002-1225-45X)
Recebido em 12/12/2021; Aceito em 17/12/2021; Publicado em 18/12/2021.
RESUMO: Objetivou-se obter e avaliar o malte de amaranto, das espécies Amaranthus cruentus, com as
variedades BRS Alegria e Verde, e Amaranthus caudatus, com a variedade Inca, produzidas no cerrado mato-
grossense. Foi realizado teste de germinação com alternância no fotoperíodo. A qualidade do malte produzido
foi avaliada pela análise do poder diastático e o rendimento. Observou-se, pela análise de fotoblastismo, que a
variedade Verde é fotoblástica neutra e BRS Alegria e Inca são pouco tolerantes à luz constante. O poder
diastático, medido pelo índice WK variou em função da temperatura e variedades sendo que a variedade Inca
teve maior rendimento e poder diastático (187,4 WK) à temperatura de 25 °C; a temperatura de 25 °C produziu
maltes com maior poder diastático, da ordem de 168,4 WK; A variedade BRS Alegria teve menor poder
diastático, sendo menos indicada para a produção de malte para fins cervejeiros. Os resultados foram
satisfatórios para a produção de bebidas lácteas maltadas, no entanto, para fins cervejeiros, novos ensaios de
maltagem devam ser conduzidos, na tentativa de elevar o poder diastático do malte deste pseudocereal para
valores próximos do mínimo recomendado para este fim, que é de 220 WK.
Palavras-chave: Amaranthus cruentus; Amaranthus caudatus; BRS Alegria; fotoblastismo; poder diastático.
Amaranth varieties malt
ABSTRACT: The objective of this study was to obtain and evaluate malt amaranth, of the species Amaranthus
cruentus, with BRS Alegria and Verde varieties, and Amaranthus caudatus, with Inca variety. Germination test was
performed with alternating photoperiod. The quality of the malt produced was evaluated by analyzing the
diastatic power and the yield. It was observed, by the analysis of photoblastism, that the Verde variety is
photoblastic neutral and BRS Alegria and Inca are poorly tolerant to constant light. Diastatic power, measured
by the WK index, varied as a function of temperature and varieties, with the Inca variety having higher yields
and diastatic power (187.4 WK) at a temperature of 25 °C; the temperature of 25 °C produced malts with
greater diastatic power, in the order of 168.4 WK; The BRS-Alegria variety had lesser diastatic power, being
less suitable for the production of malt for brewing purposes. The results were satisfactory for the production
of malted dairy beverages, however, for brewing purposes, new malting tests should be conducted, in an attempt
to raise the diastatic power of the malt of this pseudocereal to values close to the minimum recommended for
this purpose, which is 220 WK.
Keywords: Amaranthus cruentus; Amaranthus caudatus; BRS Alegria; photoblastism; diastatic power.
1. INTRODUÇÃO
O amaranto é um pseudocereal da classe das
dicotiledôneas, pertencente ao gênero Amaranthus, família
Amaranthaceae e é conhecido como uma promissora matéria-
prima pelo seu excepcional valor nutricional, além de não
conter glúten em sua estrutura, o que permite o
desenvolvimento de formulações de alimentos para pacientes
com doença celíaca (PAGAMUNICI et al., 2014). As plantas
pertencentes a essas espécies, adapta-se rapidamente a
condições ambientais adversas, como déficit hídrico e altas
temperaturas e são fáceis de cultivar (SILVA et al., 2019;
ZHANG et al., 2019).
A incorporação do sementes de amaranto como
ingrediente em preparações culinárias e produtos alimentícios
tem sido explorada por apresentar o atrativo de possuir alta
densidade calórica e baixa viscosidade, esta última a partir do
processamento com formação de malte de amaranto, obtido
através da germinação da semente (FERREIRA et al., 2007;
MOTTA et al., 2019).
Os processos germinativos são resultados das
características fisiológicas da própria semente e das condições
ambientais do agroecossistema, promovendo uma sequência
de atividades metabólicas, que resulta na retomada do
desenvolvimento do eixo embrionário (BEWLEY et al.,
2012). Sementes de diferentes espécies apresentam respostas
diferenciadas à germinação quanto à temperatura e
luminosidade ideal (SILVA et al., 2020), o que também
acontece para as espécies de plantas do gênero Amaranthus
(CARVALHO; CHRISTOFFOLETI, 2007).
O malte é o produto da germinação controlada de
qualquer cereal, tendo como objetivo a ativação e a produção
de enzimas que atuarão na transformação do amido em
açúcares, sendo a principal matéria-prima da cerveja
(KUNZE, 2006). O processo de maltagem basicamente
consiste de uma etapa inicial de umidificação dos grãos,
denominado maceração, seguido de etapa controlada de
germinação, onde se ativa o sistema enzimático. Após,
Malte de variedades de amaranto
Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 563-566, 2021.
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quando o processo atinge um determinado ponto de
germinação, o processo é cessado através da secagem.
O poder diastático é o parâmetro que mede a atividade da
α-amilases e β-amilases, ou seja, ele avalia a capacidade dessas
enzimas em quebrar o amido; sendo um parâmetro de
qualidade do malte (HOYLE et al., 2020). São relatados
valores padrão para o poder diastático de no nimo 220
WK; valores muito baixos podem gerar problemas na etapa
de brasagem e os valores elevados podem influenciar o grau
de fermentação (KUNZE, 2006).
Alguns autores pesquisaram sobre malte de amaranto
(FERREIRA et al., 2007; NABUUMA et al., 2013; MOTTA
et al., 2019), no entanto estudos ainda são escassos. Neste
sentido, o presente trabalho teve como objetivo obter e
avaliar o malte de diferentes variedades de amaranto
(Amaranthus cruentus e Amaranthus caudatus), produzidas no
cerrado mato-grossense.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido na Universidade Federal de
Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso. A pesquisa foi realizada
em duas etapas, sendo a primeira no Laboratório de
Sementes para estudo da germinação e produção do malte. A
segunda parte, onde determinou-se o poder diastático dos
maltes produzidos, foi realizada no Laboratório de Físico-
química de Alimentos.
Foram utilizadas sementes das espécies Amaranthus
cruentus, com as variedades BRS Alegria e Verde, e Amaranthus
caudatus, com uma variedade denominada Inca, produzidas na
Fazenda Experimento da Universidade Federal do Mato
Grosso, Santo Antônio do Leverger, Mato Grosso,
coordenadas geográficas 15°50’48” S e 56°03’52” W, altitude
de 140 m.
A variedade BRS Alegria foi selecionada por sua
adaptação ao clima do Cerrado brasileiro (SILVA et al.,
2019). Suas sementes são de aproximadamente 1,0 mm e sãos
ricas em aminoácidos essenciais. A variedade Verde é uma
derivada da BRS Alegria, selecionada devido à coloração das
nervuras dos cotilédones verdes, diferenciando-se do BRS
Alegria de nervuras avermelhadas. A variedade denominada
Inca, foi selecionada devido à suas características em relação
a espécie, diferenciando-se das outras duas, e é uma variedade
estudada na Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT
desde 2009.
O teste de germinação foi realizado conforme a
recomendação do Manual de Regras para a Análise de
Sementes (BRASIL, 2009). As sementes passaram por um
processo de limpeza, em que foram mergulhadas em solução
de hipoclorito de sódio (NaClO), por um minuto, e lavadas
com água destilada antes de iniciar o processo de germinação
para a evitar a contaminação.
Foram utilizadas caixas de germinação (gerbox), com
substrato mata-borrão, utilizando-se 50 sementes espaçadas
uniformemente. Para manter o ambiente controlado foi
usada uma estufa incubadora tipo BOD (Biochemical Oxygen
Demand) com controle eletrônico de temperatura e
luminosidade, mantendo-se a temperatura em 25 ºC
(CARVALHO; CHRISTOFFOLETI, 2007) e exposição das
sementes a luz controlada com três fotoperíodos, de 0, 12 e
24 horas.
Para o teste de germinação, considerou-se delineamento
inteiramente casualizado (DIC), com esquema fatorial 3x3,
sendo três variedades de amaranto (BRS Alegria, Verde e
Inca) e três fotoperíodos (0, 12 e 24 horas), com cinco
repetições; utilizou-se o programa estatístico Assistat versão
7.7 pt para a análise dos dados.
O teste de germinação precedeu a produção de malte pois
serviam de base para a maltagem, uma vez que eles avaliam
as condições mais adequadas de luz e a viabilidade das
sementes (KUNZE, 2006).
O experimento de produção de malte foi realizado em
duas condições de temperatura, em 20 °C (BRASIL, 2009) e
25 °C (CARVALHO; CHRISTOFFOLETI, 2007), para as
três variedades de amaranto. A produção do malte envolveu
o preparo da matéria prima, a maceração, a germinação, a
secagem e a crivagem e foi obtida conforme o fluxograma
adaptado de Phiarais e Arendt (2008).
As sementes foram pesadas, na quantidade de 200 g,
inseridas em uma embalagem de tecido com malha fina,
conhecido como saco de filó, e passaram pelo processo de
limpeza como descrito. Para a maceração, ou embebição,
utilizou-se uma bomba de ar de oxigênio, ou aerador, com as
sementes suspensas através do saco, para que houvesse
melhor ação do aerador, e foi adicionada água destilada
suficiente para cobrir todas as sementes. A maceração foi
realizada de acordo com o método das sementes submersas
(BASKIN; BASKIN, 2014), com duração de 10 horas.
Para a fase de germinação da maltagem, as sementes
maceradas foram espalhadas sobre bandejas forradas por
papel manteiga e cobertas por filme PVC, para manter o
ambiente saturado e reduzir a perda de água pelas sementes.
Foi realizado revolvimento e umedecimento da massa de
semente a cada 24 horas. As sementes ficaram nesse processo
por 64 h para temperatura de 20 °C e 48 h para a temperatura
de 25 °C, em que se obteve a mesma taxa de germinação, com
fotoperíodo de 12 horas, levando em consideração o teste de
germinação realizado previamente.
Para a secagem, o malte verde foi distribuído sobre uma
peneira com malha de 0,85 mm, em aço inoxidável, e levado
à estufa de circulação forçada à temperatura de 50 °C durante
36 h. A crivagem foi realizada utilizando-se a mesma peneira,
com a esfrega manual para a retirada das radículas.
Calculou-se o rendimento de acordo com a massa final e
a massa inicial (200 g) do malte, considerando as perdas por
umidade e processos germinativos. A umidade foi realizada
pelo método direto, em estufa de circulação forçada, à 105
°C, por 24 h (BRASIL, 2009). A qualidade dos maltes
produzidos foi realizada por meio da análise do poder
diastático, conforme metodologia da Analytica EBC (2006).
Para a produção de malte, considerou-se delineamento
inteiramente casualizado (DIC), com esquema fatorial 3x2,
sendo três variedades de amaranto (BRS Alegria, Verde e
Inca) e duas temperaturas de maltagem (20 e 25 °C), com três
repetições. Os resultados foram submetidos à ANOVA e ao
teste de Tukey, ou regressão não linear, conforme o caso,
sempre que o teste “F” apresentou significância.
3. RESULTADOS
Na Tabela 1 são apresentados os resultados do teste de
germinação das sementes com diferentes fotoperíodos. Para
todas sementes avaliadas, foi verificada germinação próxima
da máxima, acima de 80% para o fotoperíodo de 12 horas.
As menores taxas de germinação foram as obtidas nos
tratamentos com presença de luz por 24 horas, com nível
crítico para a variedade BRS Alegria, de 16%.
Observou-se que A. cruentus var. Verde apresentou
porcentagem de germinação elevada indiferentemente do
tempo de exposição à luz, ou seja, germinam tanto na
Crivelari-Costa & Bianchini
Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 563-566, 2021.
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presença como em ausência de luminosidade, com valores
acima de 90% (Tabela 1).
Tabela 1. Teste de germinação (%) das sementes de Amaranthus
cruentus, var. BRS Alegria e Verde, e A. caudatus, var. Inca, com
diferentes fotoperíodos.
Table 1. Seed germination test of Amaranthus cruentus, var. BRS
Alegria and Verde, and A. caudatus, var. Inca, with different
photoperiods.
Variedades
Fotoperíodo
Média
0 h
12 h
24 h
BRS Alegria
62,5 bB
16,0 cC
52,8 C
Verde
97,5 aA
97,5 aA
90,0 aA
95,0 A
Inca
91,0 aA
91,5 aA
44,5 bB
75,7 B
Média
88,1 a
85,7 a
50,7 b
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na linha, ou maiúscula, na coluna,
não diferem estatisticamente (Tukey, p > 0,05).
Means followed by the same lowercase letter, in the line, or uppercase, in the
column, do not differ statistically (Tukey, p > 0.05).
Tanto a BRS Alegria, quanto a Inca, tiveram sua
germinação reduzida pela presença de luz por 24 horas, de 16
e 44,5%, respectivamente; ainda, a BRS Alegria apresentou
uma queda na germinação quando em ausência de
luminosidade, demonstrando a necessidade da alternância do
fotoperíodo, enquanto que a Inca manteve sua germinação
próxima a máxima (Tabela 1).
O resultado do rendimento obtido no processo de
maltagem das diferentes variedades de amaranto estudadas se
encontra na Tabela 2. Foram calculados os valores de
umidade na proporção de 12,31%, 7,94% e 7,71% para BRS
Alegria, 11,25%, 8,17% e 8,37% para Verde e 10, 67%, 7,60%
e 7,75% para a Inca, para grãos, malte seco à 20 °C e malte
seco à 25 °C, respectivamente.
Tabela 2. Rendimento (%) do malte de Amaranthus cruentus, var. BRS
Alegria e Verde, e A. caudatus, var. Inca, em duas diferentes
temperaturas de maltagem.
Table 2. Yield (%) of malt from Amaranthus cruentus, var. BRS Alegria
e Verde, and A. caudatus, var. Inca, at two different malting
temperatures.
Variedades
Temperatura de maltagem
Média
20 °C
25 °C
BRS Alegria
83,5 aA
84,2 aA
83,8 A
Verde
80,7 bB
85,6 aA
83,2 A
Inca
82,7 aA
79,7 bB
81,2 B
Média
82,3
83,2
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na linha, ou maiúscula, na coluna,
não diferem estatisticamente (Tukey, p > 0,05).
Means followed by the same lowercase letter, in the line, or uppercase, in the
column, do not differ statistically (Tukey, p > 0.05).
Para a BRS Alegria, em ambas as temperaturas, o
rendimento foi estatisticamente igual; para a Verde, o
rendimento foi favorecido à temperatura de 25 °C, e, para a
Inca, à 20 °C se obteve maior rendimento. De forma geral,
os rendimentos dos maltes produzidos foram maiores que
80%, representando menos que 20 % de perdas.
Em relação ao poder diastático do malte produzido,
valores maiores foram encontrados à temperatura de 25 °C,
independente da variedade; A Inca foi a que apresentou o
maior poder diastático entre os materiais estudados,
independente da temperatura. A BRS Alegria teve menor
valor médio entre os tratamentos e a Verde ficou prejudicada
à 20 °C, tendo o menor valor de poder diastático entre os
tratamentos (Tabela 3).
Tabela 3. Poder diastático (WK) do malte de Amaranthus cruentus,
var. BRS Alegria e Verde, e A. caudatus, var. Inca, em duas diferentes
temperaturas de maltagem.
Table 3. Diastatic power (WK) of malt from Amaranthus cruentus, var.
BRS Alegria e Verde, and A. caudatus, var. Inca, at two different
malting temperatures.
Variedades
Temperatura de maltagem
Média
20 °C
25 °C
BRS Alegria
113,8 bB
140,2 aC
127,0 B
Verde
100,3 bC
177,5 aB
138,9 B
Inca
132,1 bA
187,4 aA
159,7 A
Média
115,4 b
168,4 a
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na linha, ou maiúscula, na coluna,
não diferem estatisticamente (Tukey, p > 0,05).
Means followed by the same lowercase letter, in the line, or uppercase, in the
column, do not differ statistically (Tukey, p > 0.05).
4. DISCUSSÃO
A germinação acima de 80%, encontrados no
fotoperíodo de 12 horas, indica boa qualidade e viabilidade
das sementes (BRASIL, 2009). Na ausência e presenta total
de luz, a germinação não fica eficiente principalmente para a
var. BRS Alegria. Em outras espécies do gênero Amaranthus
(A.hybridus, A. retroflexus, A. viridis, A. deflexus e A. spinosus),
maiores taxas e velocidades de germinação também foram
obtidas com alternância de luminosidade (CARVALHO;
CHRISTOFFOLETI, 2007).
No entanto, para a variedade Verde, esta alternância de
luminosidade não fez diferença, mantendo germinação acima
dos 90%, portanto, esta pode ser denominada de fotoblástica
neutra (BEWLEY et al., 2012). Da mesma forma, Silva et al.
(2020) concluíram que a luz não foi um fator que promoveu
variações na germinação das sementes de Macroptilium
lathyroides, que pode germinar de forma satisfatória tanto na
presença quanto na ausência de luz.
Para a variedade Inca, a ausência de luz permitiu uma alta
germinação, o que indica que mesmo enterradas no solo, elas
germinariam eficientemente. Lessa et al. (2013) relatam
germinação mesmo na ausência de luminosidade em
sementes de Emilia coccinea, afirmando que este pode ser um
fator indicativo de fotoblastismo preferencial.
O processo de maltagem apresenta perdas de diferentes
fontes de forma que a massa de malte produzida é inferior à
massa de sementes que entraram no processo (PHIARAIS;
ARENDT, 2008).
Os valores de poder diastático obtidos chegaram, em
média, a 168,4 WK, à 25 °C, inferior ao sugerido pela
literatura de 220 WK (KUNZE, 2006).
O malte de amaranto apresentou poder diastásico inferior
e pode não ser capaz de realizar a conversão de todo amido
presente nos grãos no processo de brasagem (KUNZE,
2006). Isto sugere que novos ensaios de maltagem devam ser
conduzidos, na tentativa de elevar o poder diastásico do
malte deste pseudocereal para valores próximos do mínimo
recomendado para fins cervejeiros. No entanto, os resultados
indicam que possibilidade de uso de malte de amaranto
para produção de bebidas maltadas.
Os resultados obtidos neste trabalho são semelhantes aos
encontrados por Nabuuma et al. (2013), que conseguiram,
em maltagem de amaranto (Amaranthus caudatus) até 72 horas,
maiores quantidades de amido hidrolisado, da ordem de
46,35% ± 4,31, com malte obtido após 48 horas de
germinação.
Malte de variedades de amaranto
Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 563-566, 2021.
566
5. CONCLUSÕES
As menores taxas de germinação foram obtidas nos
tratamentos com presença de luz por 24 horas. As maiores
germinações foram com fotoperíodo de 12 horas. A
variedade Verde é fotoblástica neutra. A variedade Inca é
fotoblástica positiva “preferencial”. A BRS Alegria apresenta
necessidade de alternância de luz.
Considerando as condições em que ocorreu a maltagem
de Amaranthus cruentus, variedades BRS Alegria e Verde, e A.
caudatus, variedades Inca: altos rendimentos foram
encontrados, acima de 80%; a temperatura de 25 °C produziu
o maior poder diastático, independente da variedade; A.
caudatus var. Inca apresentou maior poder diastático,
independente da temperatura; A. cruentus cv. BRS alegria teve
menor poder diastático, sendo menos indicada para a
produção de malte de amaranto. A variedade Inca apresentou
maior poder diastático dentre os materiais estudados, em 25°
C, de 187,4 WK.
6. AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) pelo financiamento desta pesquisa.
7. REFERÊNCIAS
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