Nativa, Sinop, v. 10, n. 2, p. 211-218, 2022.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v10i2.13099 ISSN: 2318-7670
Avaliação fitossociológica de um fragmento florestal em área urbana
na transição Cerrado – Floresta Amazônica
Francisco Jailson de Araújo GOMES 1, Thiago Pereira MENDES 1, Lailson Dantas SILVA1,
Rhyann Sthefanno ALVES1, Raysa Valéria Carvalho SARAIVA1, Diego Pereira SANTOS1,
Tiago Massi FERRAZ1, José Roberto Pereira de SOUSA1, Fábio Afonso Mazzei Moura de Assis FIGUEIREDO1*
1Departamento de Zootecnia, Universidade do Estado do Maranhão, São Luís, MA, Brasil.
E-mail: figueiredo.uema@gmail.com
(ORCID: 0000-0001-8382-1944; 0000-0002-9369-3672; 0000-0002-2244-9656; 0000-0001-7668-5841;
0000-0002-0893-7338; 0000-0003-4967-8245; 0000-0002-9840-3523; 0000-0002-9212-1103; 0000-0002-6904-9828)
Recebido em 21/10/2021; Aceito em 13/05/2022; Publicado em 06/06/2022.
RESUMO: O objetivo do estudo foi avaliar a composição florística de um fragmento de floresta ombrófila
aberta urbana localizado na transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica. O estudo foi realizado em um
fragmento urbano aberto de floresta ombrófila localizado no estado do Maranhão, Nordeste do Brasil.
Quatorze parcelas de 10 x 50 m foram estabelecidas: sete parcelas de borda e sete parcelas de núcleo. Foram
levantadas 394 árvores com diâmetro à altura do peito ≥ 10 cm, pertencentes a 55 espécies e 26 famílias. As
famílias mais representativas foram Fabaceae, Arecaceae, Malvaceae, Annonaceae e Bignoniaceae. Attalea
speciosa ocorreu em todas as parcelas. A análise de agrupamento sugeriu uma similaridade razoável entre os
gráficos de borda e núcleo. Nossos resultados mostram que o fragmento contém uma comunidade de plantas
de transição do Cerrado e da Floresta Amazônica e que a comunidade de plantas está em um estágio sucessional
intermediário.
Palavras-chave: fitogeografia; riqueza florística; floresta ombrófila aberta; Amazônia legal.
Phytosociological evaluation of an urban forest fragment
in a Cerrado - Amazon Forest transition
ABSTRACT: We aim to evaluate the floristic composition of an urban open ombrophilous forest fragment
located in transition between Cerrado and Amazon Forest. The study was carried out in an urban open
ombrophilous forest fragment located in the state of Maranhão, Northeast Brazil. Fourteen 10 x 50 m plots
were established: seven edge plots and seven core plots. We surveyed 394 trees with diameter at breast height
≥ 10 cm, belonging to 55 species and 26 families. The most representative families were Fabaceae, Arecaceae,
Malvaceae, Annonaceae, and Bignoniaceae. Attalea speciosa occurred in all plots. The cluster analysis suggesting
a reasonable similarity between the edge and core plots. Our results show that the fragment contains a
transitional plant community of the Cerrado and Amazon Forest. Our findings suggest the plant community is
in early to intermediate successional stage.
Keywords: phytogeography; floristic richness; open ombrophilous forest; Amazon legal.
1. INTRODUÇÃO
As florestas são essenciais para o suporte da vida nos
ecossistemas terrestres (JHARIYA et al., 2019), a elas são
associados valores ambientais (PEREIRA et al., 2018),
sociais, econômicos (PORRO et al., 2018) e culturais
(FLORIANI et al., 2019). Fornecem diferentes serviços
ambientais, dentre os quais destacam-se o sequestro de
carbono, proteção de mananciais de água para abastecimento
(WATSON et al., 2018), conservação de margens de
hidrovias, conservação da biodiversidade e o fornecimento
de polinizadores e inimigos naturais de pragas e doenças para
cultivos agrícolas (VIANA, 2002).
Por outro lado, a utilização de novas tecnologias e o uso
desordenado dos recursos naturais tem causado mudanças na
cobertura vegetal, no entanto, sem levar em consideração os
impactos ambientais. Fatores como o crescimento
populacional, transformações do uso da terra, incêndios
florestais, urbanização, dentre outros, tem reduzido as
florestas à fragmentos cada vez menores e ocasionam
distúrbios em sua dinâmica (MCDOWELL et al., 2020). A
fragmentação florestal tem contribuído diretamente com o
processo de perda de habitas e erosão da biodiversidade,
formando fragmentos florestais desconectados, de diferentes
tamanhos e formas (DA SILVA et al., 2019), reduzindo a
autossustentabilidade nesses ambientes (DE JESUS et al.,
2015).
O território maranhense é composto pelos biomas
Amazônico, Cerrado e Caatinga, o que lhe atribui grande
diversidade morfológica e ambiental (COSTA et al., 2020;
SOUSA et al., 2020). Por sua extensão territorial o estado
apresenta ainda formações típicas como a Mata de Cocais e
Baixada. O Estado aparece, no cenário nacional, como uma
das áreas de maior diversidade animal e vegetal (DIAS et al.,
2009).
O conhecimento da organização estrutural das
populações de espécies arbustivas-arbóreas, por meio de