Nativa, Sinop, v. 10, n. 1, p. 74-82, 2022.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v10i1.12966 ISSN: 2318-7670
Comportamento fenológico das espécies
Jacaranda
mimosifolia
D. Don
(jacarandá-mimoso) e
Ligustrum
lucidum
W. T. Aiton (ligustro)
na arborização urbana
Maiara Resende ARAÚJO1, Rafael Marian CALLEGARO1*, Cibele Rosa GRACIOLI1,
Joice Aline FREIBERG2
1Universidade Federal do Pampa, São Gabriel, RS, Brasil.
2Programa de Pós-graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil.
*E-mail: rafaelm.callegaro@gmail.com
(ORCID: 0000-0002-6082-4242; 0000-0003-4858-5186; 0000-0002-4457-6744; 0000-0001-9086-9882)
Recebido em 10/09/2021; Aceito em 28/02/2022; Publicado em 15/03/2022.
RESUMO: O presente estudo constitui uma revisão bibliográfica sobre os aspectos fenológicos de duas
espécies arbóreas exóticas amplamente utilizadas em ambientes urbanos. Jacaranda mimosifolia D. Don.
(jacarandá-mimoso) é uma espécie caducifólia que tende a perder as folhas no inverno, com brotação entre
outubro e novembro. A floração, atrativo ornamental da espécie, ocorre entre setembro e março, enquanto a
frutificação pode ser visualizada durante a maior parte do ano. Em contraste, Ligustrum lucidum W.T.Aiton
(ligustro) é considerada perene (sempre-verde). Nesta, o surgimento de botões florais e a antese podem ocorrer
em todos os meses do ano ou períodos menores. A antese tem maior intensidade entre novembro e janeiro,
época do ano em que a abundância do pólen potencialmente alergênico pode afetar a saúde da população. Tem
frutificação abundante e mais intensa de maio a agosto, comportamento fenológico que facilita a dispersão
zoocórica e contribui para o potencial de invasão do ligustro em ambientes naturais. Esta espécie é condicionada
por variáveis como fotoperíodo, temperatura e precipitação em pelo menos uma fenofase. Novas pesquisas
sobre o comportamento fenológico das espécies jacarandá-mimoso e ligustro são importantes para elucidar a
progressão das fenofases e as possíveis relações com variáveis ambientais e condições de cultivo na arborização
urbana.
Palavras-chave: dendrologia; silvicultura urbana; paisagismo; fenofases; variáveis ambientais.
Phenological performance of
Jacaranda
mimosifolia
D. Don (jacaranda)
and
Ligustrum
lucidum
W.T.Aiton (privet) species in urban trees
ABSTRACT: This study constitutes of a review on phenological aspects of two exotic species widely used in
urban environments. Jacaranda mimosifolia D. Don. (jacaranda) is a deciduous species that tends to lose its leaves
in winter, with sprouting between October and November. Flowering, the best ornamental attraction of this
species, occurs between September and March, while fruiting can be seen along the year. In contrast, Ligustrum
lucidum W.T.Aiton (privet) is a perennial species. The flower bud’s emergence and anthesis of this species occur
whether along the year or during shorter periods. Anthesis is higher between November and January, which is
the time of the year when population’s health can be affected by the potentially allergenic pollen. Privet has
abundant fruiting from May to August, which is a phenological behavior that facilitates zoochoric dispersion,
and may contributes to the invasion’s potential, typical for this species in natural environments. Privet can be
conditioned by variables such as photoperiod, temperature and precipitation, in at least, one of its phenological
phases. New researches on the phenological behavior of jacaranda and privet species are important to clarify
the progression on phenological phases, to investigate the possible interactions with environmental variables
and growing conditions in urban trees.
Keywords: dendrology; urban forestry; landscape; phenophases; environmental variables.
1. INTRODUÇÃO
A fenologia tem como finalidade determinar a progressão
sazonal dos eventos do ciclo de vida, como floração,
frutificação (OLIVEIRA et al., 2016a) e mudanças foliares,
buscando identificar as causas de sua ocorrência em relação
aos condicionantes bióticos e abióticos (BRITO NETO et
al., 2018). O estudo das fenofases é uma atividade realizada
desde o começo das civilizações visando compreender as
épocas de disponibilidade de frutos, bem como a dispersão
de sementes que podem ser utilizadas para recuperação de
áreas degradadas (ANDREIS et al., 2005).
Variáveis abióticas como temperatura do ar, precipitação
pluviométrica, umidade do ar, fotoperíodo, solo e variáveis
bióticas como pragas e doenças estão relacionadas com as
fenofases (FERRERA et al., 2017). Alguns desses fatores são
considerados locais (exemplo: fotoperíodo e solo)
(FERRERA et al., 2017) e, por conseguinte, poderão
apresentar variações conforme as características dos
ambientes urbanos. Ademais, as condições das ruas no
espaço urbano podem impactar negativamente no
desenvolvimento das árvores, interferindo na duração das
mudanças foliares (ORZECHOWSKA-SZAJDA et al.,
2020). Diante dos diversos fatores que podem afetar as
fenofases, é necessário investigar como os fatores locais e
regionais condicionam as progressões fenológicas, pois,
segundo Santos; Fisch (2013), o conhecimento sobre o
Araújo et al.
Nativa, Sinop, v. 10, n. 1, p. 74-82, 2022.
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comportamento fenológico das espécies utilizadas na
arborização urbana ainda é considerado incipiente.
A arborização é essencial para a melhoria da qualidade de
vida da população. Quando bem planejada e efetuada, traz
vários benefícios para o ambiente, tais como amenização do
microclima, criação de sombra, diminuição de poluentes no
ar, diminuição da poluição sonora e embelezamento da
paisagem, entre outros (LIMA et al., 2018). A escolha das
espécies é uma importante etapa do planejamento da
arborização urbana. Recomenda-se que as espécies nativas
sejam priorizadas (CUPERTINO; EISENLOHR, 2013),
pois interagem com a fauna regional (LOCASTRO et al.,
2017), possibilitam o estabelecimento de corredores
ecológicos (SOUSA et al., 2014; MONTREZOR;
BERNARDINI, 2019) e reforçam os valores culturais
associados (PINHEIRO et al., 2020). Além disso, o uso de
espécies nativas minimiza o risco de invasão biológica
associado às espécies exóticas (SOUZA e SILVA et al., 2020).
A contaminação biológica por espécies exóticas invasoras
é uma das maiores ameaças à biodiversidade e aos serviços
ecossistêmicos (RAI; SINGH, 2020). No entanto, as espécies
alóctones podem contribuir para o paisagismo e arborização
das cidades, desde que sejam considerados critérios como o
potencial de invasão biológica. Diversas espécies exóticas
têm sido utilizadas na arborização urbana, entre essas o
ligustro e o jacarandá-mimoso (BRAGA et al., 2020;
FREITAS et al., 2020). Ambas são amplamente utilizadas
compor a arborização de diferentes ambientes. A espécie
jacarandá-mimoso possui como principais atrativos a
floração ornamental e a mudança foliar, além do uso
potencial da madeira, enquanto o ligustro tem atraído atenção
pela folhagem perene de superfície brilhosa, floração vistosa
e rusticidade no plantio (BACKES; IRGANG, 2004).
Contudo, as espécies exóticas necessitam ser monitoradas
e uma das estratégias de monitoramento pode ser a avaliação
fenológica, que permite identificar, por exemplo, a época de
dispersão dos frutos. Nesse contexto, o presente estudo teve
como objetivo coletar e sistematizar informações sobre
pesquisas fenológicas com enfoque nas espécies Ligustrum
lucidum W.T.Aiton (ligustro) e Jacaranda mimosifolia D. Don.
(jacarandá-mimoso).
2. 2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Metodologia
Este trabalho refere-se a uma pesquisa bibliográfica
sistemática e narrativa. Inicialmente, a revisão bibliográfica
baseou-se na abordagem sistemática, por meio de buscas nas
bases Scielo (Web of Science) e Google Acadêmico. Foram
estabelecidos os termos de busca “fenologia” e “arborização
urbana”, os quais foram pesquisados conjuntamente com o
nome científico das espécies (Ligustrum lucidum ou Jacaranda
mimosifolia). Essas buscas foram realizadas para o período
2011 2021, com os termos em português e inglês
(“phenology”, “urban forest” e “urban trees”). Para J.
mimosifolia foram identificados 29 estudos, sendo 12 artigos
científicos. Para L. lucidum, identificou-se 122 estudos, sendo
65 artigos científicos, dos quais três foram incluídos na
revisão.
Diante da quantidade incipiente de bibliografias, outras
publicações foram incluídas seguindo uma abordagem
narrativa, por meio da pesquisa de termos relacionados com
as espécies-alvo e/ou fenologia, sem restrições do ano de
publicação: Ligustrum lucidum; Jacaranda mimosifolia; ligustro;
alfeneiro; jacarandá-mimoso; fenologia; fenologia urbana;
fenologia florestal; espécies exóticas na arborização urbana;
espécies exóticas invasoras; fenologia Ligustrum lucidum; e
fenologia Jacaranda mimosifolia. O termo “fenología” também
foi utilizado em conjunto com o nome científico da espécie
para buscar publicações em espanhol. A critério dos autores,
outras ferramentas de busca da internet e a pesquisa em livros
foram utilizadas. A revisão em livros impressos não foi
expandida para o acervo físico disponível nas bibliotecas da
UNIPAMPA devido às restrições do período de pandemia
da COVID-19. Ao final, foram efetivamente incluídos na
revisão 13 estudos sobre a espécie J. mimosifolia e 20 estudos
sobre L. lucidum, dentre livros, artigos científicos, trabalhos
de conclusão de curso e dissertações.
2.2. Características e fenologia da espécie jacarandá-
mimoso
Jacaranda mimosifolia D. Don, conhecida como jacarandá-
mimoso, é uma espécie arbórea pertencente à família
Bignoniaceae (SILVA FILHO et al., 2018). É considerada
caducifólia (Tabela 1), possui porte médio (até 20 m de altura)
(Figura 1A), com copa de forma variável (exemplo: elíptica e
arredondada) (Figura 1B e 1C) e não densa (Figura 1F), folhas
caducifólias, compostas, grandes e bipinadas (Figura 1D),
possuindo os foliólulos pequenos de até 1,0 cm de
comprimento (BACKES; IRGANG, 2004; BIONDI;
ALTHAUS, 2005). As flores de coloração variável entre lilás-
claro e violeta ocorrem em inflorescências terminais, os
frutos maduros são lenhosos e achatados, com sementes
aladas (COSTA et al., 2011; SILVA FILHO et al., 2018),
progredindo da coloração verde em frutos novos (Figura 1E)
para a cor marrom em frutos maduros (BIONDI;
ALTHAUS, 2005).
Essa espécie é nativa de países da América do Sul como
Argentina, Paraguai e Bolívia (LORENZI et al., 2003). No
sul do Brasil é utilizada para compor a arborização
(BACKES; IRGANG, 2004; SALVI et al., 2011) e
ornamentar praças, calçadas e jardins (Figura 1A, 1B e 1C),
além de ter potencial uso da madeira na marcenaria
(BACKES; IRGANG, 2004). O plantio do jacarandá-
mimoso na arborização viária torna-se possível desde que seja
considerada a adequação do seu porte ao tamanho das
calçadas (BIONDI; ALTHAUS, 2005), entre outros
aspectos. Entre as características atrativas, Backes; Irgang
(2004) ressaltaram a beleza ornamental da sua floração
(Figura 1B), as mudanças fenológicas e os tapetes formados
com as flores caídas.
A produção de mudas do jacarandá-mimoso ocorre
através do uso de sementes (LORENZI et al., 2003). Este
aspecto evidencia a importância de conhecer as progressões
fenológicas ocorrentes em árvores da espécie, visto que a
coleta de sementes é essencial para a sua propagação. Para
que a coleta aconteça de forma efetiva, é imprescindível
avaliar o período de amadurecimento dos frutos visando a
obtenção de sementes viáveis.
Na pesquisa bibliográfica foram encontradas publicações
que abordaram aspectos fenológicos da espécie jacarandá-
mimoso em ambientes urbanos no Brasil (BIONDI;
ALTHAUS, 2005; CROCE et al., 2012), além de uma
pesquisa realizada na Argentina (CARNELOS et al., 2019).
Nessas publicações constam informações sucintas sobre as
mudanças foliares, floração, frutificação e época para coleta
de sementes.
Comportamento fenológico das espécies Jacaranda mimosifolia D. Don (jacarandá-mimoso) e Ligustrum lucidum ...
Nativa, Sinop, v. 10, n. 1, p. 74-82, 2022.
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Tabela 1. Possíveis ocorrências mensais das fenofases da espécie Jacaranda mimosifolia (jacarandá-mimoso) obtidas por pesquisa bibliográfica.
Table 1. Possible occurrences per month of the phenological phases of Jacaranda mimosifolia species (jacaranda), obtained by bibliographical
review.
Fenofase/Progressão
*
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez
Fonte
Queda foliar
1; 2
Brotação
3
2
Floração
4
5; 6
Frutificação
4
7
*: as cores diferentes que preenchem as células indicam ocorrências das respectivas fenofases; 1= Biondi; Althaus (2005); 2= Croce et al. (2012); 3= Carnelos
et al. (2019); 4= Backes; Irgang (2004); 5= Silva Filho et al. (2018); 6= Lorenzi et al. (2003); 7= Figueiredo (2007).
Figura 1. Exemplares e características de Jacaranda mimosifolia (jacarandá-mimoso) cultivada em ambientes urbanos de Santa Maria - RS, em
julho/2021 (A, C, D e E) e novembro/2021 (B), e em Santiago - RS, em julho/2019 (F): arborização no canteiro central da Avenida
Presidente Vargas (A); área privada - árvore com flores e frutos maduros (B); passeio público (C); folhas (D); frutos novos (E) e copa de
uma árvore localizada na Praça Moisés Viana (F). Fonte: Elaborado por Rafael Marian Callegaro (2021).
Figure 1. Specimens and characteristics of Jacaranda mimosifolia (jacaranda) cultivated in urban environments of Santa Maria - RS, in July/2021
(A, C, D and E) and November/2021 (B), and in Santiago - RS, in July/2019 (F): arborization at the central plot of Avenida Presidente
Vargas (A), private area - tree with flowers and ripe fruits (B), public sidewalk (C), leaves (D), unripe fruits (E) and canopy of a tree located
at Praça Moisés Viana (F). Source: Prepared by Rafael Marian Callegaro (2021).
Quanto à mudança foliar (Tabela 1), o jacarandá-mimoso
é considerado uma espécie caducifólia, isto é, perde todas as
folhas em determinada época do ano (SILVA FILHO et al.,
2018), com tendência a perder suas folhas durante a estação
do inverno (BIONDI; ALTHAUS, 2005; CROCE et al.,
2012), estação que se estende entre o fim do mês de junho
até o mês de setembro. Em relação à brotação (ou
surgimento de folhas novas) da espécie, Carnelos et al. (2019)
verificaram a ocorrência desta fenofase entre outubro e
novembro, na cidade de Buenos Aires (Argentina). As
informações sobre as mudanças foliares desta espécie são
controversas, uma vez que a queda foliar pode ocorrer
durante o inverno (BIONDI; ALTHAUS, 2005), enquanto
em Santa Maria/RS e Santiago/RS as copas de exemplares
do jacarandá-mimoso encontram-se providas de folhas no
mês de julho (Figura 1A, 1C, 1D, 1E e 1F). Pelo fato de ser
amplamente utilizada na arborização urbana (BACKES;
IRGANG, 2004), o conhecimento da mudança foliar do
jacarandá-mimoso pode facilitar o planejamento dos
municípios quanto aos serviços de varrições e podas
Araújo et al.
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(SANTOS; FISCH, 2013). Portanto, faz-se necessário
realizar pesquisas fenológicas sobre a espécie em diferentes
regiões e condições de cultivo, visando avaliar os períodos da
queda foliar.
Diante da ausência de informações detalhadas sobre as
progressões das fenofases em referências bibliográficas, as
informações de floração e frutificação presentes na Tabela 1
foram interpretadas segundo Morellato et al. (1989), sendo
floração o período em que as flores estão na progressão
antese e frutificação o período em que ocorrem frutos
maduros. A floração do jacarandá-mimoso ocorre durante a
primavera (BACKES; IRGANG, 2004), o verão (LORENZI
et al., 2003; SILVA FILHO et al., 2018) ou em ambas as
estações (CROCE et al., 2012). Essas informações sugerem
que as flores podem ser observadas por um longo período do
ano, entre setembro e março, ou se restringirem a alguns
meses. No Rio Grande do Sul, a floração da espécie foi
visualizada no mês de novembro em municípios como Santa
Maria (Figura 1B), Cruz Alta e Ibirubá (CALLEGARO, R.
M.; FREIBERG, J. A. observação pessoal). Nesse contexto,
compreender o período de ocorrência e os fatores
condicionantes da floração torna-se mais relevante ao passo
que se considera esta fenofase o principal atrativo da espécie
(BACKES; IRGANG, 2004).
Após observar a fenologia de espécies no Campus da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em
Seropédica/RJ, Figueiredo (2007) constatou a presença de
frutos do jacarandá-mimoso em diferentes progressões entre
os meses de outubro e julho, com os frutos maduros
concentrados no período de janeiro a março. Tal resultado é
corroborado parcialmente por Backes; Irgang (2004), em que
os autores citaram o verão como o período de frutificação.
Nas Figuras 1C e 1E podem ser visualizados exemplares da
espécie com frutos novos durante o mês de julho/2021, em
diferentes ambientes urbanos, e a ocorrência de frutos
maduros no mês de novembro/2021 na cidade de Santa
Maria/RS (Figura 1B).
A precisão dos dados fenológicos sobre a maturação dos
frutos tem implicação prática para a propagação das espécies,
visto que a coleta de sementes viáveis é crucial para a
produção de mudas. A coleta de sementes de jacarandá-
mimoso no estado de São Paulo ocorre de junho a julho
(FIGLIOLIA, 1995). Na cidade de Curitiba/PR, a coleta
pode ser realizada entre julho e setembro (COBALCHINI,
2004 apud BIONDI; ALTHAUS, 2005). Em locais onde não
existem esses registros torna-se necessário observar as
progressões da frutificação (fruto novo, maduro e dispersão
de sementes) visando identificar o período ideal para a coleta.
Para o jacarandá-mimoso, que possui frutos deiscentes e
sementes aladas (SILVA FILHO et al., 2018), a coleta dos
frutos antes da dispersão anemocórica das sementes
diminuiria as perdas de sementes.
Enfatiza-se que o conhecimento da fenologia do
jacarandá-mimoso é fundamental para subsidiar a sua
utilização na arborização de paisagens urbanas e rurais, bem
como possibilitar a implantação de povoamentos visando
obter madeira que, de acordo com Backes; Irgang (2004), é
utilizada na marcenaria. Os usos atuais e potenciais do
jacarandá-mimoso, somados ao fato de que a espécie não é
considerada invasora de ambientes naturais (OLIVEIRA-
NEVES et al., 2016), tornam o jacarandá-mimoso mais
interessante para a silvicultura do que a espécie ligustro,
também muito utilizada na arborização (LORENZI et al.,
2003).
2.3. Características e fenologia da espécie ligustro
Ligustrum lucidum W.T. Aiton, popularmente conhecida
como ligustro ou alfeneiro, é uma espécie de origem chinesa,
pertencente à família Oleaceae (ARAGÓN; GROOM, 2003).
O ligustro é uma árvore perenifólia (Tabela 2), de porte
médio (6 a 12 m) (Figura 2A, 2B e 2C), com copa globosa
constituída por folhas simples, opostas, coriáceas e de
superfície verde brilhante (RODERJAN; BARDDAL, 1998;
SILVA FILHO et al., 2018). Pode ser cultivada em todo o
território brasileiro, sendo a espécie mais cultivada na
arborização viária nas regiões sul e sudeste (LORENZI et al.,
2003). É considerada uma espécie ornamental por sua
floração vistosa e pelo brilho das folhas (Figura 2D), além de
ser rústica no ambiente urbano (BACKES; IRGANG, 2004).
A floração do ligustro é constituída por inflorescências
densas, cônicas e de coloração branca (Figura 2F), e os frutos
(Figura 2G) são drupas numerosas, arredondadas e de cor
roxa (SILVA FILHO et al., 2018). Todavia, a floração tratada
como característica ornamental também é, segundo Biondi;
Althaus (2005), causa de reclamações na cidade de Curitiba -
PR por provocar alergia nas pessoas. Sobre este assunto,
Mani et al. (2015) identificaram sete proteínas IgE reativas
para a espécie L. lucidum, o que pode auxiliar no
desenvolvimento de estratégias para o tratamento de
pacientes sensíveis ao pólen alergênico.
Outro aspecto a ser observado sobre o ligustro é o
potencial da espécie em se tornar invasora de ambientes
naturais, condição verificada por pesquisas em diferentes
formações vegetais do sul do Brasil, por exemplo, na Floresta
Ombrófila Mista (FOM) (RODRIGUES et al., 2015;
NUNES et al., 2018; NOGUEIRA et al., 2020), transição
entre FOM e Floresta Estacional Semidecidual (JUNG et al.,
2018), Floresta Estacional (HUMMEL et al., 2014; ZERWES
et al., 2020), entre outras tipologias. A invasão da espécie
ligustro também foi observada em países vizinhos como
Uruguai e Argentina (FERNANDEZ et al., 2020).
Alguns fatores citados como possíveis condicionantes da
propagação natural da espécie ligustro são: capacidade de
germinar e sobreviver em diferentes habitats florestais;
crescer sob condições de sombra e em ambientes de alto grau
de perturbação, com taxa de crescimento acelerada e alta
capacidade de rebrota (ARAGÓN; GROOM, 2003;
HUMMEL et al., 2014; FERNANDEZ et al., 2020);
produção abundante de sementes (Figura 2) e a eficiente
dispersão zoocórica (HUMMEL et al., 2014; FERNANDEZ
et al., 2020), realizada por pássaros (Figura 2H), entre outros.
Esses fatores poderão influenciar de forma distinta a
regeneração natural da espécie conforme as características de
cada habitat.
A fenologia da espécie ligustro foi tema de pesquisas nas
quais as fenofases foram abordadas com maior
detalhamento, identificando-se variações temporais nas
progressões das folhas, flores e frutos, e a influência de
variáveis meteorológicas (exemplo: precipitação e
temperatura) sobre o comportamento fenológico (Tabela 2).
A emissão de folhas novas (Figura 2E) no ligustro ocorre
durante todos os meses do ano (Tabela 2). Milani (2013)
constatou que esta fenofase se concentrou nos meses de
agosto, outubro ou agosto e setembro respectivamente no
primeiro, segundo e terceiro ano do monitoramento
fenológico. Contudo, a autora também observou que, a
depender do ano, a frequência pode variar entre os meses.
Em fragmentos florestais na cidade de Curitiba - PR, Oliveira
et al. (2016b) e Nogueira et al. (2020) observaram as maiores
Comportamento fenológico das espécies Jacaranda mimosifolia D. Don (jacarandá-mimoso) e Ligustrum lucidum ...
Nativa, Sinop, v. 10, n. 1, p. 74-82, 2022.
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intensidades em outubro e novembro e ausência de folhas
novas em um ou dois meses do ano. Nas condições da
pesquisa realizada por Nogueira et al. (2020), houve aumento
da emissão de folhas novas à medida que a duração do dia do
mês atual e a irradiância solar dos meses anteriores
aumentaram.
Figura 2. Exemplares e características de Ligustrum lucidum (ligustro) cultivada em ambientes urbanos de Santa Maria - RS, em julho/2021
(A, B, C, D, G e H) e outubro/2021 (E), e em ambiente rural no município de Ibirubá - RS, em novembro/2021 (F): arborização no Largo
da Locomotiva (A); passeio público (B); área privada (C); folhas maduras (D); folhas novas e maduras (E); inflorescência com botões florais
e antese (F); frutos maduros (G) e avifauna consumidora dos frutos (Turdus rufiventris) (H). Fonte: Elaborado por Rafael Marian Callegaro
(2021).
Figure 2. Specimens and characteristics of Ligustrum lucidum (privet) cultivated in urban environments of Santa Maria - RS, in July/2021 (A,
B, C, D, G e H) and October/2021 (E), and in rural environment in the municipality of Ibirubá, in November/2021 (F): arborization at the
Largo da Locomotiva (A), public sidewalk (B), private area (C), mature leaves (D), young and mature leaves (E), inflorescence with flower
buds and anthesis (F), ripe fruits (G) and fruits being consuming by birds (Turdus rufiventris) (H). Source: Prepared by Rafael Marian Callegaro
(2021).
Árvore perenifólia (SILVA FILHO et al., 2018), o
ligustro apresenta folhas maduras (FIGURA 2D e 2E)
durante todo o ano (MILANI, 2013; OLIVEIRA et al.,
2016b), mantendo-as, segundo Milani (2013), de um ciclo
para o outro, o que permite a realização da fotossíntese em
diferentes condições ambientais. Em Curitiba - PR, o período
de maior intensidade ocorreu de janeiro a junho e a menor
intensidade em novembro, quando houve a maior emissão de
folhas jovens (OLIVEIRA et al., 2016b).
Quanto ao estádio final da fenofase vegetativa, a queda
das folhas velhas tende a se concentrar nas estações outono
e inverno (abril - agosto) (MILANI, 2013; OLIVEIRA et al.,
2016b). Essa queda foliar é considerada baixa, constante ao
longo do ano e não descaracteriza o aspecto sempre-verde
(perene) da copa do ligustro (NOGUEIRA et al., 2020),
sendo a renovação foliar, troca de folhas velhas por novas,
fundamental para o ciclo vegetativo da espécie (MILANI,
2013). Na sua pesquisa, a autora também pontuou que a
presença de manchas pretas nas folhas indicava a senescência
destes órgãos.
Acrescenta-se que a manutenção da copa repleta de
folhas nas diferentes épocas do ano agrega o potencial de
sombreamento às características da espécie, a qual, segundo
Backes; Irgang (2004), é amplamente utilizada pelo aspecto
ornamental da floração e pelo brilho das folhas. Todavia, a
espécie tem potencial de invadir ambientes naturais, com
consequências ecológicas negativas, por exemplo, diminuição
da biodiversidade de árvores nativas e mudanças na ciclagem
de nutrientes em florestas (HOYOS et al., 2010).
O surgimento de botões florais em árvores da espécie
ligustro pode ocorrer em todos os meses do ano
(NOGUEIRA et al., 2020), de junho a janeiro (OLIVEIRA
et al., 2016b) ou apenas nos meses de outubro a dezembro
(MILANI, 2013). As três pesquisas supracitadas foram
realizadas na região metropolitana de Curitiba - PR, onde os
picos desta fenofase ocorreram entre novembro e janeiro
(Tabela 2). Apenas Nogueira et al. (2020) constataram
influência de variáveis ambientais, sendo o comprimento do
dia do mês atual e o comprimento do dia dos dois meses
anteriores os fatores que influenciaram de forma positiva e
negativa a fenofase botão floral, respectivamente. Este
resultado sugere que a transição no comprimento do dia, de
dias menores para dias com duração mais longa, pode
estimular o início do florescimento.
Após o desenvolvimento de botões florais ocorre a
progresão antese (flor aberta). Em Curitiba - PR, Nogueira et
al. (2020) observaram a maior ocorrência da antese entre
dezembro e janeiro e baixa porcentagem de árvores com
flores abertas nos outros meses. Situação similar foi
observada por Oliveira et al. (2016b) em Curitiba - PR e
Araújo et al.
Nativa, Sinop, v. 10, n. 1, p. 74-82, 2022.
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Milani (2013) em Araucária - PR, porém com ausência de
antese em parte do ano. Essas pesquisas o corroboradas
por Backes; Irgang (2004), Silva Filho et al. (2018) e Lorenzi
et al. (2003), para os quais a antese ocorre da primavera ao
verão na região sul e em outras regiões brasileiras. Em uma
floresta ripária do Rio da Prata, Província de Buenos Aires,
Argentina, Montaldo (1993) visualizou flores abertas em
dezembro e janeiro, enquanto Ferreras et al. (2008)
detectaram a fenofase em fevereiro e março na região do
Chaco, Província de Córdoba na Argentina.
Tabela 2. Possível ocorrência mensal das fenofases da espécie Ligustrum lucidum (ligustro) obtidas por pesquisa bibliográfica.
Table 2. Possible occurrences per month of the phenological phases of Ligustrum lucidum species (privet), obtained by bibliographical review.
Fenofase/Progressão
*
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
Fonte
Folha nova
+
+
1
+
+
+
2
+
3
Folha madura
2
+
+
+
+
+
3
Folha velha
+
+
2
+
+
+
3
Botão floral
+
1
+
2
+
+
3
Antese
(flor aberta)
+
+
1
+
2
+
+
3
4
5; 6
7
8
Fruto verde
(imaturo)
+
+
+
+
1
+
+
2
+
+
+
3
8
Fruto maduro
+
+
+
1
2
+
+
+
+
3
4
7
8
Fruto velho
3
*: as cores diferentes que preenchem as células indicam ocorrências das respectivas fenofases; +: pico da fenofase; 1= Nogueira et al. (2020); 2= Milani
(2013); 3= Oliveira et al. (2016b); 4= Backes; Irgang (2004); 5= Silva Filho et al. (2018); 6= Lorenzi et al. (2003); 7= Montaldo (1993); 8= Ferreras et al.
(2008).
No estudo de Nogueira et al. (2020) o comprimento do
dia do mês atual influenciou positivamente a ocorrência da
antese, resultado também observado por Milani (2013).
Apesar das referências indicarem a concentração da antese
nas estações da primavera e do verão (Tabela 2) e que os
picos ocorreram no período mais quente do ano
(NOGUEIRA et al., 2020), as pesquisas de Nogueira et al.
(2020), Milani (2013) e Oliveira et al. (2016b) não
encontraram influência significativa da temperatura sobre a
antese quando considerado todo o período de
monitoramento. Contudo, Milani (2013) constatou
correlação positiva e significativa da antese com as
temperaturas média e máxima no primeiro ano, precipitação
no segundo e fotoperíodo no terceiro ano da pesquisa. Essas
informações indicam que o comprimento do dia
(fotoperíodo) regula a abertura das flores do ligustro e que
em anos específicos outras variáveis poderão atuar (exemplo:
precipitação e temperatura).
Com a progressão da fenofase reprodutiva, surgem os
frutos verdes nas árvores de ligustro (Tabela 2). Na região
metropolitana de Curitiba - PR, os frutos verdes (imaturos)
ocorrem em períodos contínuos, mas com duração distinta
(MILANI, 2013; OLIVEIRA et al., 2016b; NOGUEIRA et
al., 2020), com os picos da fenofase observados entre os
meses de janeiro e abril. Ferreras et al. (2008) visualizaram
frutos verdes do ligustro em Córdoba, Argentina, de março a
maio, um período mais restrito, porém coincidente com a
ocorrência da fenofase avaliada por pesquisas realizadas no
Brasil.
A fenofase supracitada precede o surgimento de frutos
maduros, os quais podem ocorrer em todos os meses do ano
(NOGUEIRA et al., 2020), entre seis a oito meses
(MONTALDO, 1993; MILANI, 2013; OLIVEIRA et al.,
2016b) ou períodos inferiores a seis meses (BACKES;
IRGANG, 2004). Todas as bibliografias identificaram a
presença de frutos maduros nos meses maio e junho, tanto
no Brasil quanto na Argentina. O pico desta fenofase ocorre
de maio a agosto, na sequência do período de maior
concentração dos frutos verdes (Tabela 2). Apenas Oliveira
et al. (2016b) avaliaram a progressão de frutos velhos, ao
pesquisarem o comportamento do ligustro em uma floresta
em Curitiba - PR, onde constataram esta fenofase de maio a
novembro, diminuindo ao final do inverno.
Variáveis ambientais podem influenciar as progressões de
frutificação do ligustro, como verificaram Nogueira et al.
(2020) em Curitiba - PR, onde as fenofases da frutificação
tiveram influência da duração do dia dos dois meses
anteriores. Nesta pesquisa, foi verificada tendência oposta,
Comportamento fenológico das espécies Jacaranda mimosifolia D. Don (jacarandá-mimoso) e Ligustrum lucidum ...
Nativa, Sinop, v. 10, n. 1, p. 74-82, 2022.
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isto é, os frutos verdes foram influenciados positivamente e
os frutos maduros negativamente pela duração do dia dos
dois meses anteriores. Em Araucária - PR, o fotoperíodo
também teve correlação positiva com frutos verdes e negativa
com a fenofase de frutos maduros (MILANI, 2013). Segundo
a autora, os fatores ambientais regulam e intensificam os
processos de maturação, o que pode explicar, em parte, a
influência distinta de determinada variável em fenofases
subsequentes. As correlações encontradas podem indicar
uma plasticidade fenotípica e, em relação à temperatura
mínima, a aptidão da espécie para ambientes de clima frio
(MILANI, 2013).
Em contraste, Oliveira et al. (2016b) não encontraram
correlação das variáveis analisadas (precipitação e
temperatura) com a fenofase frutos verdes em Curitiba - PR.
Estes autores obtiveram correlações negativas e significativas
entre os frutos maduros e as temperaturas média e máxima,
bem como entre os frutos velhos e as temperaturasnima,
média e máxima. Tais correlações altas e negativas para os
frutos maduros evidenciaram que a maturação dos frutos
ocorre quando as temperaturas são mais baixas.
De maneira geral, a frutificação do ligustro pode ocorrer
durante todo o ano (NOGUEIRA et al., 2020) ou por longos
períodos (MILANI, 2013), característica que, segundo
Oliveira et al. (2016b), tende a facilitar a invasão do ligustro
no ambiente de Floresta com Araucária. A possível ausência
de barreiras ecológicas com relação à temperatura, inclusive
a sua adaptação às temperaturas baixas, pode favorecer a
colonização de ambientes naturais (MILANI, 2013).
Adicionalmente, a frutificação do ligustro na estação fria,
enquanto a maior parte das nativas frutifica na estação quente
(HOYOS et al., 2010), evidencia uma diferença fenológica
que pode contribuir para o sucesso no estabelecimento de
espécies invasoras (MILANI, 2013).
Conforme Nogueira et al. (2020), as diferenças
fenológicas do ligustro e das espécies nativas da Floresta com
Araucária podem reduzir a competição e facilitar a dispersão
eficiente. Outros fatores relacionados com perturbações
naturais ou antrópicas, que causam redução de espécies e
indivíduos arbóreos, podem catalisar a invasão do ligustro
(NUNES et al., 2018). Considerando a plasticidade ambiental
relatada para o ligustro, essas informações referentes a
Floresta com Araucária, poderão ser aplicadas com ressalvas
a ambientes de outras regiões fitoecológicas com clima
semelhante. Entretanto, inferências sobre o potencial invasor
da espécie ligustro em determinado local demandarão a
realização de pesquisas ecológicas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão bibliográfica das espécies evidencia uma
abordagem mais detalhada das fenofases do ligustro em
detrimento do jacarandá-mimoso, para o qual ainda
carência de informações referentes a influência de variáveis
ambientais sobre as fenofases. A maior ênfase dos estudos no
ligustro relaciona-se ao impacto dessa espécie nos ambientes
naturais e urbanos, como espécie invasora e, em parte, ao seu
potencial risco à saúde pública por meio do pólen alergênico.
Portanto, novas pesquisas sobre o comportamento
fenológico das espécies são importantes para elucidar a
progressão das fenofases e as possíveis relações com variáveis
ambientais e condições de cultivo. O conhecimento das
variações fenológicas do ligustro e do jacarandá-mimoso
também possibilita a realização de um planejamento e gestão
mais assertivos da arborização urbana com estas espécies.
4. AGRADECIMENTOS
À FAPERGS pelo financiamento da Bolsa de Iniciação
Cientifica à primeira autora e à UNIPAMPA por viabilizar as
atividades da pesquisa.
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