Regeneração natural de Mora paraensis (Ducke) Ducke em uma floresta de várzea
Nativa, Sinop, v. 10, n. 2, p. 244-249, 2022.
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A distribuição dos regenerantes em relação aos pontos
cardeais possui resultados semelhantes aos encontrados por
demais autores, como Vianna e Jardim (2013), que
constataram que a direção dos pontos cardeais não
influenciou de forma significativa a regeneração natural de
uma comunidade de floresta de terra firme, bem como por
Santos; Jardim (2012), que constataram que os valores de
regeneração encontrados para Vouacapoua americana não
tiveram influência significativa da direção.
Tais resultados corroboram a hipótese de que a dispersão
de sementes não sofre influência dos pontos cardeais, tanto
em nível de comunidade quanto de espécie.
Este tipo de distribuição torna-se interessante para
sobrevivência da espécie, visto que, com a dispersão de
sementes semelhante entre os pontos há maior
probabilidade de que alguma semente venha a germinar em
ambiente mais propício ao seu desenvolvimento.
O presente resultado contrasta com o encontrado por
Santana (2000), que encontrou uma diferença de até 38%
entre os transectos, estudando a distribuição espacial de
Aniba rosaeodora (Pau-Rosa).
5. CONCLUSÕES
A população de M. paraensis na área estudada apresentou
padrão de distribuição agregado. A espécie possui grande
abundância de regenerantes, distribuídos de forma
semelhante entre os pontos cardeais e que tendem a se
concentrar próximos à planta-mãe. No entanto, ainda não
estão bem definidas as forças ambientais que moldam estes
padrões. Para isso, seria interessante que novos trabalhos
focassem na influência dos fatores bióticos e abióticos na
estrutura populacional e distribuição espacial de
regenerantes, tanto de Mora paraensis como de outras espécies
de área de várzea.
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