Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 605-611, 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i5.12260 ISSN: 2318-7670
Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela
comunidade de Nacuale, no Parque Nacional das Quirimbas, Moçambique
Alexandre Jacinto MUCHAIA1*, Salvador José António NANVONAMUQUITXO2
1Bioserve Limitada, Pemba, Cabo Delgado, Moçambique.
2Faculdade de Ciências Naturais da Universidade Lúrio, Pemba, Cabo Delgado, Moçambique.
*E-mail: alexandremuchaia@gmail.com
(ORCID: 0000-0001-5536-8644; 0000-0001-9354-5760)
Recebido em 28/06/2021; Aceito em 17/12/2021; Publicado em 28/12/2021.
RESUMO: A presente pesquisa teve como objectivo fazer o levantamento Etnobotânico de plantas com poder
medicinal utilizadas pela comunidade de Nacuale no Distrito de Ancuabe, Cabo Delgado, Moçambique. Foram
realizadas entrevistas com 88 chefes de agregados familiares com propósito de compreender além do perfil
socio -económico, as principais plantas usadas para o tratamento de doenças mais frequentes da comunidade
desta localidade. As plantas citadas como medicinal foram identificadas e organizadas em função dos valores
de concordância de uso principal-CUPc. Por sua vez, foi determinada a diversidade de plantas medicinais usadas
na região, bem como as doenças para a qual cada uma das plantas é usada. Cerca de 45% da população que vive
na localidade de Nacuale é pobre (rendimento familiar inferior a 15 $/mês). As principais actividades de renda
são a agricultura familiar (68%), caça (20%) e pequenos negócios (12%). O difícil acesso aos serviços de saúde
convencional faz com que a maioria das populações optem pela medicina tradicional para tratamento de
doenças. A Mangifera indica Wall (46,0%), Afizelia quanzensis Welw (37,5%), Moringa oleífera Lam (29,2%) e Carica
papaya L (20,8%) foram as espécies mais citadas dentre as utilizadas para o tratamento de doenças. As
populações demonstraram ainda ter conhecimento de diversas espécies de plantas medicinais da região
(H’=3,04 e J’=0,93), enquanto que as doenças comumente tratadas com recurso destas plantas são a malária
(20%), dores de estomago (18 %), dores de cabeça (16%) e reumatismo (13%). Na localidade de Nacuale, o uso
da medicina tradicional é ainda uma opção viável pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde convencional,
agravado pelo baixo nível de escolaridade, pobreza e aspectos socioculturais. As plantas são usadas para
tratamento de doenças mais frequentes nessa região.
Palavra chaves: etnobotânica; plantas medicinais; Cabo Delgado - Moçambique.
Ethnobotanical assessment of medicinal plants used by the
community of Nacuale, in the Quirimbas National Park, Mozambique
Abstract: The objective of the present research was to conduct an ethnobotanical survey of plants with
medicinal uses in the village of Nacuale in Ancuabe District, Cabo Delgado, Mozambique. 88 households were
interviewed with the purpose of understanding, in addition to the socio-economic profile, the most common
plants used for the treatment of the community's most frequent diseases in this village. The plants cited as
medicinal were identified and organized according to the values of concordance of principal use-CUPc. In
addition, the diversity of medicinal plants used in the region was determined, as well as the diseases for which
each of the plants is used. About 45% of the population living in Nacuale is low-income (household income
less than 15 $/month). The main income generating activities are subsistence farming (68%), hunting (20%)
and small businesses (12%). The difficult access to conventional health services makes most of the population
opt for traditional medicine for the treatment of diseases. Mangifera indica Wall (46.0%), Afizelia quanzensis Welw
(37.5%), Moringa oleifera Lam (29.2%), Carica papaya L (20.8%) were cited as the species most used for the
treatment of these diseases. The populations also demonstrated knowledge of several species of medicinal
plants of the region (H'=3.04 and J'=0.93), and the diseases commonly treated with these plants are malaria
(20%), stomach aches (18%), headaches (16%) and rheumatism (13%). Thus, in the village of Nacuale the use
of traditional medicine is still a viable option due to the difficulty of access to conventional health services,
recorded by the low level of education, poverty, and socio-cultural aspects. The plants are used to treat the
most frequent diseases in the region.
Keywords: ethnobotany; medicinal plants; Cabo Delgado - Mozambique.
1. INTRODUÇÃO
As plantas medicinais são todos os vegetais que contêm
na sua estrutura ou em seus órgãos, substâncias que podem
ser terapêuticas e/ou utilizadas como matéria-prima na
síntese de compostos químicos farmacêuticos (WORLD
HEALTH ORGANIZATION–WHO, 2002).
O uso de plantas medicinais para além de ser uma prática
milenar, tem apoiado as comunidades no enfrentamento de
diversos obstáculos do processo evolutivo até aos dias actuais
(AGOSTINHO; DA SILVA, 2012). Esta relação entre as
plantas e o homem, comumente denominada por
etnobotânica (FONSECA-KRUEL; PEIXOTO, 2004;
Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela comunidade de Nacuale, no Parque Nacional das Quirimbas...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 605-611, 2021.
606
GIRALDI, 2010), tem sido orientada por uma série de
conhecimentos acumulados ao longo do tempo e que são
transmitidos oralmente entre as gerações (CATELLUCCI et
al., 2000).
Actualmente a etnobotânica tornou-se mais expressiva na
medicina, principalmente em regiões menos desenvolvidas,
como na África, em que cerca de 80% da população utiliza a
medicina tradicional para suprir as suas necessidades de saúde
(CUNNINGHAM, 1993; HOSTETTMANN et al., 2000;
WHO, 2002).
Em Moçambique, as pesquisas relacionadas com plantas
medicinais começaram a apresentar maior expressão nos
anos 70, com a criação do Gabinete de Investigação da
Medicina Tradicional no Ministério da Saúde (MISAU), e nas
décadas de 80 à 90 com a criação da Associação de Médicos
Tradicionais de Moçambique - AMETRAMO
(AGOSTINHO; DA SILVA, 2012). Em 2008, foi criado o
Centro de Investigação e Desenvolvimento em
Etnobotânica, com a finalidade de expandir os cuidados de
saúde e garantir o acesso seguro, racional e sustentável das
plantas medicinais (CONDE et al., 2014).
Embora a criação destes núcleos tenha despertado
interesses em pesquisas nesta temática (OLSEN, 2006;
ERNESTO, 2006; SERRANO et al., 2008; PINTÃO;
SILVA, 2008; GOMES; SILVA, 2009; SIMBINE, 2013), os
estudos até então realizados, se concentram mais nas regiões
Sul e Centro do país, criando ainda uma enorme lacuna de
informações sobre plantas medicinais utilizadas pelas
comunidades da região Norte, como é o caso da localidade
de Nacuale no Distrito de Ancuabe, na Província de Cabo
Delgado.
Nacuale, apresenta uma rede sanitária pouco abrangente
para a comunidade rural (MAE, 2014), sendo o uso de plantas
medicinais extremamente importante para o tratamento de
doenças. No entanto, nesta região, como na maioria da região
Norte do país, ainda não existem registos documentais sobre
as plantas usadas para tratamento de doenças.
Segundo Castro; Ferreira (2001), as pesquisas sobre
plantas medicinais permitem que a informação sobre esta
temática, que é passada de geração para geração de forma
oral, seja documentada, reduzindo assim a possibilidade de
extinção de conhecimento sobre o uso de inúmeras espécies,
muitas das quais ainda desconhecidas pela ciência. Por esta
razão, Agostinho (2016) afirma que estes estudos devem ser
considerados urgentes e de extrema importância,
principalmente em regiões onde ainda é usada a medicina
tradicional.
Esse artigo objectivou apresentar o levantamento
etnobotânico de plantas com poder medicinal utilizadas pela
comunidade de Nacuale (Parque Nacional das Quirimbas),
no Distrito de Ancuabe, Província de Cabo Delgado, Norte
de Moçambique.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Caracterização da área de estudo
O estudo foi realizado na localidade de Nacuale (nas
comunidades de Ungura, Miegane e Muela) no Distrito de
Ancuabe, região Sul da zona tampão do bloco A, do Parque
Nacional das Quirimbas (MINISTERIO DE
ADMINISTRAÇÃO ESTATAL-MAE, 2014). O Parque
está localizado na região norte de Moçambique com uma área
estimada em cerca de 750639 ha, dos quais 80% representam
habitats de terra firme e os restantes 20% habitats marinhos
e ilhéus (PARQUE NACIONAL DAS QUIRIMBAS-PNQ,
2016).
Figure 1. Localização da área de estudo na zona tampão do PNQ
no distrito de Ancuabe província de Cabo Delgado- Moçambique
Figure 1. Location of the study area in the buffer zone of the PNQ
in the district of Ancuabe province of Cabo Delgado- Mozambique
A região apresenta clima semi-árido e sub-húmido seco,
com duas épocas (chuvosa e seca) bem definidas; a
precipitação média anual varia de 800 a 1200 mm e as
temperaturas médias anuais variam entre 20º a 25º C. A
região possui vários rios, quase na sua maioria de regime
intermitentes, sendo considerados como principais o rio
Muaguide, o rio Montepuez e o rio Megaruma (MAE, 2014).
O tipo florestal característico desta região é comumente
denominado por Miombo. Miombo é um termo coloquial
típico da região subsaariana da África, usado para caracterizar
a tipologia florestal dominada por espécies da família
Fabaceae, com maior enfoque nas espécies do nero
Brachystegia, Jubernardia e Isoberlina
(NANVONAMUQUITXO et al., 2019).
De acordo com Bandeira et al. (2007), as principais
espécies dominantes nesta região são: Cenostigma tocantinum
Ducke, Milletia stuhlmanni Taub, Afzelia quanzensis Welw,
Pterocarpus angolensis DC, Aniba rosaeodora Ducke, Caesalpinia
leiostachya (Benth.) Ducke, Khaya nyasica Stapf ex Baker f., Albizia
gummifera C.A.Sm., Adansonia digitata L, Sterculia appendiculata
K.Schum., Bombax rhodognaphalon, Bombax rhodognaphalon
K.Schum., Cordyla africana Lour., Annona senegalensis pers e
Combretum zeyheri Sond. A fauna da região é bastante
diversificada, podendo se encontrar com frequência grupo de
carnívoros, répteis, anfíbios, herbívoros e aves (MAE, 2014).
A agricultura é a principal actividade económica para a
maior parte das comunidades desta região, sendo
caracterizada por uma produção de pequena escala, somente
para atender as necessidades básicas do agregado familiar. As
principais culturas agrícolas resultantes desta actividade são
mandioca, milho, mapira, feijões, amendoim e ameixoeira
(INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA-INE,
2013).
2.2. Coleta de dados
A colecta de dados seguiu o processo de amostragem
estratificada, sendo que cada comunidade foi considerada
como sendo um estrato, conforme Monteiro (2012). Foi
considerado o tamanho da população de 1105 agregados
familiares, sendo determinado o tamanho da amostra pela
equação 1, conforme recomendações de Richardson (1999).
Muchaia & Nanvonamuquitxo
Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 605-611, 2021.
607
n = ∗∗∗
()∗∗ (01)
em que: n-Tamanho mínimo da amostra; N- Tamanho da
população; z - Valor crítico obtido a partir do nível de confiança de
95% (1,96); ε - Erro de estimação (5%); p- Proporção da amostra
com a característica pesquisada (50%); q- Proporção da amostra sem
a característica pesquisada (50%).
Dentro de cada estrato, aplicou-se a técnica de bola de
neve para selecção dos agregados, como recomendado por
Baldin; Munhoz (2011) e Vinuto (2014). Dos agregados
familiares seleccionados, apenas os seus chefes foram
submetidos a uma entrevista através de um questionário
constituídos por duas seções de questões. A primeira seção
foi composta por questões que definiam o perfil socio-
económico dos agregados familiares entrevistados e a
segunda seção foi composta por questões que visavam obter
informações sobre as plantas medicinais usadas para
tratamento das doenças no agregado familiar.
2.3. Análise de dados
A caracterização do perfil sócio-económico dos
agregados familiares da área de estudo compreendeu a
apresentação de informações referentes ao tamanho médio
de agregados, principais fontes de renda e nível de
escolaridade, bem como sua relação com o uso de plantas
medicinais.
A selecção das plantas medicinais mais utilizadas pelas
comunidades da área de estudos foi baseada na aplicação da
técnica de concordância de uso principal corrigido (CUPc),
que relaciona a concordância de uso principal (CUP) e o
factor de correcção (FC) (VENDRUSCOLO; MENTZ,
2006) conforme equação 2.
CUPc = CUP x FC (02)
em que: CUP = º      
º       é X 100 e
FC = º      é
º        
As principais plantas medicinais utilizadas pela
comunidade de acordo com o valor de CUPc foram
apresentadas em uma tabela categórica conforme a ordem
decrescente dos valores de CUPc.
As plantas citadas pelos agregados familiares como sendo
as mais usadas para fins medicinais foram identificadas até ao
nível de espécie, através de guias de identificação botânica
comumente na região (DHARANI, 2002; BANDEIRA et al.,
2007; DHARANI; YENESEW, 2010; VAN WYK; VAN
WYK , 2013). A grafia e a validação dos nomes científicos
das espécies identificadas foram conferidas e actualizadas
taxonomicamente com base nas informações do
International Plant Names Index (versão on-line 2020) e as
abreviaturas estandardizadas dos nomes de autores de acordo
com (BRUMMITTY; POWELL, 1992). A nomenclatura das
espécies seguiu a proposta do grupo Angiosperm
Philogeneny Group (APG IV, 2016).
A diversidade de plantas medicinais encontradas na área
de estudo foi determinada através do Índice de Shannon-
Wiener e do índice de Pielou (PINTO et al., 2006; SANTOS
et al., 2018), conforme equações 5 e 6.
H󰆒= (Pi)(lnPi)
 (05)
J′ = H󰆒/ ln 𝑆 (06)
em que: H’= índice de Shannon-Wiener; Pi= Proporção de espécie
dada por ni/N; ni= número de citações por espécie (considerou-se
apenas uma citação por espécie por informante, mesmo que um
informante tenha citado uma espécie várias vezes, para vários usos);
N = número total de citações; J’= Índice de Pielou e S= número de
espécies encontradas na área de estudo
As principais doenças tratadas com recurso das plantas
medicinais citadas foram registadas e apresentadas em um
gráfico de barras.
3. RESULTADOS
Foram realizadas 88 entrevistas, sendo destas 58 e 42%
com chefes do AF do sexo masculino e feminino,
respectivamente. As entrevistas foram realizadas nas
comunidades de Ungura (56%), Miegane (33%) e Muela
(11%). A idade média dos chefes e o tamanho dos agregados
familiares entrevistados foram de 46 anos e 5 pessoas,
respectivamente. O nível de educação nas três comunidades
é relativamente baixo, sendo que mais da metade (55%) dos
entrevistados não terminaram o nível primário. A agricultura
(68%), caça (20%) e pequenos negócios (12%) são as
principais fontes de renda das três comunidades. Também se
observou que apenas 10% das famílias conseguem obter
renda superior a 185 $/mês e 45% das famílias obtêm uma
renda inferior a 15 $/mês.
Nas três comunidades estudadas observou-se ausência de
unidades sanitárias, assim as populações tem de percorrer
cerca de 3 horas de tempo, de bicicletas para ter acesso aos
serviços de saúde convencional no centro de saúde mais
próximo. Este fato reflecte na situação de que 36% das
famílias dessas comunidades recorram com frequência aos
médicos tradicionais, que normalmente distam cerca de 15 a
20 minutos de caminhadas.
Cerca de 50 espécies, de 21 géneros e 23 famílias
botânicas foram citadas pelos agregados familiares como
sendo utilizadas como plantas medicinais nas três
comunidades. A Mangifera indica Wall (46,0%), Afizelia
quanzensis Welw (37,5%), Moringa oleífera Lam (29,2%) e Carica
papaya L. (20,8%) foram as espécies citadas utilizadas como
as principais plantas medicinais (Tabela 1). Apesar disso, a
família Fabaceae apresentou maior número de espécies entre
as mais citadas pelas comunidades como sendo medicinal
(Tabela 2).
Os índices de diversidade Shannon-Wiener (H’) e
equabilidade de Pielou (J’) foram de 3,04 e 0,93,
respectivamente, demostrando alta diversidade de espécies
com poder medicinal usadas na região. Estas plantas o
empregadas para tratar doenças e/ou sintomas mais
frequentes nos agregados familiares como o os casos da
malária (20%), dores de estômago (18%), dores de cabeça
(16%) e reumatismo (13%) (Figura 2).
4. DISCUSSÃO
O baixo nível de escolaridade observado nesta região está
relacionado com a dificuldade que o governo local tem de
expandir a educação convencional para as regiões rurais.
Desta forma os membros da comunidade têm de percorrer
longas distâncias para ter acesso à educação do nível
secundário e/ou pré-universitário. Por outro lado, a maioria
Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela comunidade de Nacuale, no Parque Nacional das Quirimbas...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 605-611, 2021.
608
dos agregados familiares desta região professam a religião
islâmica, e, dessa forma, estes priorizam a educação religiosa
em relação a educação convencional.
A maioria dos agregados familiares desenvolvem apenas
uma actividade de renda, que geralmente é a agricultura
familiar, sendo que somente em períodos de seca prolongada,
em que a actividade agrícola é pouco produtiva, recorrem a
caça e a pequenos negócios informais, que também são
pouco rentáveis, por esta razão, os rendimentos económicos
da maioria dos agregados familiares são relativamente baixos.
Nesta localidade a medicina tradicional ainda é uma
opção viável pelo facto das populações terem de percorrer
longas distâncias para ter acesso aos serviços de saúde
convencional. Por outro lado, o baixo nível de escolaridade,
a pobreza e aspectos socioculturais também contribuem para
o uso frequente da medicina tradicional.
As quatro espécies mais usadas para o tratamento de
doenças nestas comunidades estão directamente relacionadas
com as doenças mais frequentes na região (malária, dor de
barriga, dores de cabeça e reumatismo), e que são geralmente
tratadas com recurso a essas plantas nas zonas rurais (CLIFF
et al. 2003; MAZIVE et al., 2009). A abundância de espécies
da família Fabaceae na lista das espécies citadas pelas
comunidades, está relacionada com a característica da
vegetação da região (Miombo), dominada pelas espécies desta
a família (NANVONAMUQUITXO et al., 2019),
corroborando com SILVA et al. (2011)
Os valores dos índices de diversidades demonstram que
as comunidades desta região dispõem de conhecimento sobre
uma considerável diversidade de plantas medicinais
actualmente em uso, sendo essa condição também observada
em outras pesquisas similares no país (DE MELLO
AMOROZO, 2002).
Figura 2. Doenças mais frequentes na localidade de Nacuale no
PNQ, Moçambique.
Figure 2. Most frequent diseases in the locality of Nacuale in the
PNQ, Mozambique.
Tabela 1. Principais plantas medicinais utilizadas para tratamento de doenças da localidade de Nacuale no PNQ, Moçambique.
Table 2. Main medicinal plants used to treat diseases in the Nacuale locality in the PNQ, Mozambique.
Nome Científico Doença /sintoma Curado Órgão da planta CUPc
Mangifera indica Wall. Dores de estômago; Malária Raíz e Folhas 46.0
Afizelia quanzonsis Welw Dores de estômago Raíz, Caule e Folhas 37.5
Moringa oleífera Lam Dores de estômago; Malária Raíz, Caule e Folhas 29.2
Carica papaya L. Dores de estômago; Diarreias Raíz e Folhas 20.8
Flacourtia indica (Burm.f.) Merr Dores de estômago e Dores de vista Raíz, Caule e Folhas 20.8
Anacardium occidentale L. Disenteria Raiz, Caule e Folhas 16.7
Psidium guajava L (GCI) Dores de estômago; Disenteria Raíz, Caule e Folhas 16.7
Erythrina abyssinica Lam. ex DC. Dores de estômago; Dores de dentes; Dores de vista
Raíz, Caule e Folhas 16.7
Acácia senegal Hérnia; Doenças sexualmente transmissíveis
(DST’s)
Raíz, Caule e Folhas 8.3
Hugenia albyssinica (Bruce) J.F.Gmel. Dores de estômago; Diarreias; Hérnia Raíz, Caule e Folhas 8.3
Pteleopsis myrtifolia (M.A.Lawson) Engl. & Diels Dores de estômago Raíz, Caule e Folhas 8.3
Zanthoxylum rhetsa (Roxb.) DC Dores de estômago; Diarreias; DST’s Raíz, Caule e Folhas 8.3
Combretum hereroense Schinz. Dores de estômago; Malária Raíz, Caule e Folhas 8.3
Xylotheca tettensis Gilg, Dores de estômago; Diarreias Raíz, Caule e Folhas 8.3
Adansonia digitata L. Tosse; Dores de estômago Raíz, Caule, Folhas e Frutos 4.2
Ricinus communis L. Inflamação; DST’s Raíz e Folhas 4.2
5. CONCLUSÕES
Na localidade de Nacuale, o uso da medicina tradicional
é ainda uma opção viável pela dificuldade de acesso aos
serviços de saúde convencional, agravado pelo baixo nível de
escolaridade, pobreza e aspectos socioculturais. Neste
processo, espécies como a Mangifera indica (Wall), Afizelia
quanzensis (Welw), Moringa oleífera (Lam) e Carica papaya (L.)
foram citadas como as mais utilizadas para tratamento das
doenças mais frequentes na região, como malária, dor de
barriga, dor de cabeça e reumatismo.
A maioria dos agregados familiares demostraram ter
conhecimento sobre uma considerável diversidade de plantas
medicinais actualmente em uso nesta localidade.
6. REFERÊNCIAS
AGOSTINHO, A. B. Centro de investigação e de
desenvolvimento em etnobotânica: transformando o
conhecimento tradicional em científico. Biodiversidade,
v. 15, n. 1, p. 67-76, 2016.
AGOSTINHO, A. B.; SILVA, H. L. da. Desafios da
medicina tradicional africana no século XXI. In:
Congresso Internacional Saber Tropical em
Moçambique: História, Memória E Ciência. Anais...
Lisboa, 2012. p. 1-9. Disponível em:
https://2012congressomz.files.wordpress.com/2013/08
/t09c01.pdf
BALDIN, N.; MUNHOZ, E. M. B. Snowball (bola de neve):
uma técnica metodológica para pesquisa em educação
20%
8%
3%
18% 16%
8%
2%
13% 12%
Doenças frequentes
Muchaia & Nanvonamuquitxo
Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 605-611, 2021.
609
ambiental comunitária. In: Congresso Nacional de
Educação, X. Anais... Curitiba: PUCPR, 2011. p. 329-
341. Disponível em:
https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/4398_2342.
pdf
BANDEIRA, S.; BOLNICK, D.; BARBOSA, F. Flores
nativas do sul de Moçambique. Maputo-Moçambique:
Universidade Eduardo Mondlane, 2007. 258p.
BANDEIRA, S.; BARBOSA, F.; BILA, N.; AZEVEDO JR,
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M.; RAFAEL, J. Terrestrial Vegetation Assessment of
the Quirimbas National Park (Final report submitted
to the Quirimbas National Park). 2007. 166p. Disponível
em: https://www.biofund.org.mz/wp-
content/uploads/2019/01/1548772324-
F0911.Identification%20of%20all%20species%20.pdf
Tabela 3. Plantas utilizadas pelas populações para tratamento de doenças na localidade de Nacuale no PNQ, Moçambique.
Table 2. Plants used by populations to treat diseases in the locality of Nacuale in PNQ, Mozambique.
Família Nome Científico Doença /sintoma Curado
Órgão
da planta
Anacardeaceae
Anacardium occidentale L. Disenteria Raiz, Caule e Folhas
Lannea schimperi (Hochst. ex A.Rich.) Doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) Raiz, Caule e Folhas
Mangifera indica Wall. Dores de estômago; Malária Raiz, Caule e Folhas
Sclerocarya birrea Hochst. DST’s Raiz, Caule e Folhas
Annonaceae Annona senegalensis Pers. Dor de Cabeça; Diarreias Raiz, Caule e Folhas
Apocynaceae Tabernaemontana elegans Stapf Tosse; Hérnia Raiz, Caule e Folhas
Diplorhynchus condylocarpon (Müll.Arg.) Pichon Dores de estômago Raiz, Caule e Folhas
Bignoniaceae Kigelia africana (Lam.) Benth. Desparasitação intestinal Raiz, Caule e Folhas
Bombacaceae Adansonia digitata L. Tosse; Dores de estomago Raiz, Caule e Folhas
Burseraceae Commiphora serrata Engl. Dores de estômago Raiz, Caule e Folhas
Caricaceae Carica papaya L. Dores de estômago; Diarreias Raiz, Caule e Folhas
Combretaceae Pteleopsis myrtifolia (M.A.Lawson) Engl. & Diels Dores de estômago Raiz, Caule e Folhas
Combretum hereroense Schinz. Dores de estômago; Malária Raiz, Caule e Folhas
Erythroxylaceae
Erythroxylum emarginatum Thonn. Disenteria Raiz, Caule e Folhas
Euphorbiaceae Manihot esculenta Crantz. Dores de estômago; Anemia Raiz, Caule e Folhas
Fabaceae
Burkea africana Hook. Diarreias Raiz, Caule e Folhas
Piliostigma thonningii (Schumach.) Milne-Redh Tosse Raiz, Caule e Folhas
Bauhinia thonningii Schumach. & Thonn Inflamação; Dores de estômago; Dores de articulações
Tosse
Raiz, Caule e Folhas
Brachystegia Boehmii Taub. Desparasitação intestinal Raiz, Caule e Folhas
Afizelia quanzonsis Welw Dores de estômago Raiz, Caule e Folhas
Pisum sativum L. Disenteria; Diarreias Raiz, Caule e Folhas
Senna Siamea (Lam). Dores de estômago Raiz, Caule e Folhas
Acacia Sayal Delile DST’s Raiz, Caule e Folhas
Milletia stuhlmanni Taub. DST’s Raiz, Caule e Folhas
Acássia abreviata Oliver Diarreias Raiz, Caule e Folhas
Erythrina abyssinica Lam. ex DC. Dores de estômago; Dores de dentes Raiz, Caule e Folhas
Julbernardia globiflora (Benth.) Troupin Dores de estômago Raiz, Caule e Folhas
Brachystegia spiciformis (Benth.) Hérnia Raiz, Caule e Folhas
Cynomentra carvalhoi Harms. Hérnia Raiz, Caule e Folhas
Xeroderris stuhlmannii Taub. Dores de estomago; DST’s Raiz, Caule e Folhas
Senna petersiana (Bolle) Lock Dores de garganta Raiz, Caule e Folhas
Acacia polyacantha Willd. Dores de Cabeça Raiz, Caule e Folhas
Acácia Senegal (L.). Willd. Hérnia; DST’s Raiz, Caule e Folhas
Acacia spp Tosse Raiz, Caule e Folhas
Kiggelariacea Xylotheca tettensis Gilg Dores de estomago; Diarreias Raiz, Caule e Folhas
Linaceae Hugonia orientalis Engl Feridas Raiz, Caule e Folhas
Mussadeacea Musa spp Dores de estômago; Dores de Cabeça Raiz, Caule e Folhas
Myrtaceae
Eucalyptus spp Tosse; Malária Raiz, Caule e Folhas
Psidium guajava L (GCI) Dores de estômago; Disenteria; Raiz, Caule e Folhas
Syzygium cumini (L) Skeels Malária Raiz, Caule e Folhas
Ricinusdeacea Ricinus communis L. Inflamação; DST’s Raiz, Caule e Folhas
Moringaceae Moringa oleífera Lam. Dores de estomago; Malária; dores de dente Raiz, Caule e Folhas
Phyllanthaceae Pseudolachnostylis maprouneifolia Pax. Epilepsia Raiz, Caule e Folhas
Sterculiaceae Sterculia appendiculata K.Schum Malária Raiz, Caule e Folhas
Sterculia quimqueloba (Garcke) K. Schum Bilharziose Raiz, Caule e Folhas
Rubiaceae Crossopteryx febrífuga Benth Dores das articulações; DST’s Raiz, Caule e Folhas
Xeromphis obovata (Hochst.) Keay Dores de estômago Raiz, Caule e Folhas
Salicaceae Flacourtia indica (Burm.f.) Merr Dores de estômago Raiz, Caule e Folhas
Rutaceae Zanthoxylum rhetsa (Roxb.) DC Dores de estômago; Diarreias; DST’s Raiz, Caule e Folhas
Rosaceae Hagenia albyssinica (Bruce) J.F.Gmel. Dores de estômago; Diarreias; Hérnia Raiz, Caule e Folhas
Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela comunidade de Nacuale, no Parque Nacional das Quirimbas...
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