Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 401-412, 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i4.12222 ISSN: 2318-7670
Espinheira-santa: do extrativismo à produção sustentável
Jéssica Soares GARCIA1, Clovis José Fernandes OLIVEIRA JR1*
1Instituto de Botânica, Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo, SP, Brasil.
*E-mail: floraacao@gmail.com
(ORCID: 0000-0001-8044-0820; 0000-0003-2207-6287)
Recebido em 23/04/2021; Aceito em 10/09/2021; Publicado em xx/09/2021.
RESUMO: O uso tradicional de espécies nativas para fins terapêuticos apresenta benefícios diretos e imediatos
para distintas populações locais, seja pelo cuidado com a saúde ou pela possibilidade de produção e geração de
renda. Porém, podem colaborar com a degradação dos ecossistemas, pelo extrativismo e superexploração, que
têm colaborado com o avanço do desequilíbrio ecológico. Deste modo, o objetivo desse estudo foi utilizar a
Maytenus ilicifolia para exemplificar o que ocorre em relação à exploração e uso de plantas medicinais no Brasil.
O estudo foi conduzido a partir da literatura científica, sendo a busca realizada nas plataformas Scielo, Research-
Gate, Scoppus, Web-of-Science e Google Acadêmico. As palavras espinheira-santa e Maytenus ilicifolia foram
utilizadas nas buscas. Foram selecionados os artigos que abordassem os aspectos: botânica, ecologia,
etnobotânica, fitoquímica, fitotecnia e adulterações. Como resultados, verificamos um grande número de
publicações sobre fitoquímica, que a espécie sofre com extrativismo e falsificações, e que o manejo em
agroecossistemas é ainda incipiente. Concluímos que são necessários incentivos em políticas públicas para
pesquisas, produção e divulgação da espécie. Sua inserção em cadeias produtivas configura a sua conservação
on farm, possibilitando um passo efetivo para conservação e preservação da espécie.
Palavras-chave: agroecologia; conservação on farm; Maytenus ilicifolia; sociobiodiversidade; agricultura familiar.
Espinheira-santa: from extractivism to sustainable production
ABSTRACT: The traditional use of native species for therapeutic purposes has direct and immediate benefits
for different local populations, whether for health care or the possibility of production and income generation.
However, they can collaborate with the degradation of ecosystems, through extractivism and overexploitation,
which have collaborated with the advancement of ecological imbalance. Thus, the objective of this study was
to use Maytenus ilicifolia to exemplify what happens in relation to the exploration and use of medicinal plants in
Brazil. The study was conducted based on the scientific literature, and the search was carried out on the Scielo,
Research-Gate, Scoppus, Web-of-Science and Google Scholar platforms. The words espinheira-santa and
Maytenus ilicifolia were used in the searches. Articles that addressed the following aspects were selected: botany,
ecology, ethnobotany, phytochemistry, phytotechnics and adulterations. As a result, we verified many
publications on phytochemistry, that the species suffers from extractivism and forgery, and that management
in agroecosystems is still incipient. We conclude that public policy incentives are needed for research,
production and dissemination of the species. Its insertion in production chains configures its conservation on
farm, enabling an effective step towards conservation and preservation of the species.
Keywords: agroecology; conservation on farm; Maytenus ilicifolia; sociobiodiversity; family farming.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é conhecido como detentor de uma das maiores
biodiversidades do planeta, destacando-se um grande
número de espécies e endemismos vegetais. Porém, estima-
se que entre 10 e 20% das espécies permaneçam
desconhecidas (ULLOA et al., 2017; GASPER et al., 2020),
sobretudo como potencial para produção e uso sustentável
de seus elementos (OLIVEIRA JR; CABREIRA, 2012;
MATADIUA et al., 2014; WOOD et al., 2015;
GBEDOMON et al., 2017; UDAWATTA et al., 2019;
HARTWIG et al., 2020). Tratando-se das plantas, pode-se
dizer ainda que a vegetação é parte integrante da paisagem e
serve como indicador da qualidade do ambiente, seu
conjunto contribui para serviços ecossistêmicos, que são
imprescindíveis para o bem-estar da humanidade,
classificados em provisão, regulação, culturais e suporte
(HALL et al., 2011; MORENO et al., 2018).
A diversidade no país contempla de 15 a 20% de toda
biodiversidade mundial, segundo estimativas da Convenção
da Diversidade Biológica (CDB, s/d). Reconhece-se que
milhares de espécies são utilizadas por comunidades
indígenas, populações tradicionais e camponeses brasileiros,
e todo esse saber diminui o tempo de bioprospecção, isto é,
desenvolvimento de pesquisa para a procura de fármacos
novos (BARREIRO; BOLZANI, 2009).
De modo geral, as atividades humanas afetam as
paisagens e as comunidades vegetais, alterando positivamente
ou negativamente sua evolução e inter-relacionamentos
(ANDERSON et al., 2020). Uma das formas de entender
esse processo de correlações humanas com a natureza é a
utilização dos conhecimentos da etnobotânica, que se
alinham perfeitamente com aspectos culturais e ambientais
(ALBUQUERQUE et al., 2008; SILVA et al. 2020),
Espinheira-santa: do extrativismo à produção sustentável
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 401-412, 2021.
402
buscando e levando informações de relevância para as
comunidades estudadas, contribuindo para a melhoria de
qualidade de vida local (MEDEIROS et al., 2011; SILVA et
al. 2020). Sua origem é antiga, assim como sua prática, e
muitos cientistas reconhecem como ela auxilia no
desenvolvimento dos povos (ALBUQUERQUE et al., 2008;
MEDEIROS et al., 2011). Assim, em face à crise ambiental
que presenciamos, é de suma importância que possamos
analisar o desenvolvimento humano sem deixar de lado a
conservação de ecossistemas naturais e a promoção de
serviços ambientais e ecossistêmicos (BROOKS et al., 2006;
TELLO; CASTILHO, 2013; LUEDLING et al., 2014;
ANDERSON et al., 2020; STEENBOCK et al., 2020).
A bioprospecção tem como definição a investigação da
biodiversidade para geração de novos produtos e processos,
hoje denominado cadeias produtivas da
sociobiodiversidade (LIMA et al., 2017). E o uso da
sociobiodiversidade tem sido apontado como enorme fonte
de possibilidades para o uso sustentável da flora brasileira
(OLIVEIRA JR; CABREIRA, 2012; DIAS et al., 2014;
MATADIUA et al., 2014; LIMA et al., 2017; OLIVEIRA JR
et al., 2018). Estes produtos se encontram em todo território
brasileiro, sendo derivados da biodiversidade local e
desenvolvidos pela cultura dos povos da região, muitas vezes
ainda apresentados em formas artesanais (LIMA et al., 2017;
HARTWIG et al., 2020). No entanto, as populações
tradicionais devem ser respeitadas quanto aos seus direitos e
conhecimentos, e qualquer tipo de utilização comercial de
seus saberes deve ser partilhado corretamente, visando a
participação e reconhecimento desses indivíduos no
desenvolvimento de processos e produtos derivados da
sociobiodiversidade (AZEVEDO, 2005; OLIVEIRA JR et
al., 2012).
Consideramos ainda que muitas plantas medicinais vêm
sendo exploradas ainda de forma extrativista, potencializando
riscos de extinção (FERNANDES et al., 2013). Desta forma,
o manejo dos recursos naturais para a produção sustentável
de bens e serviços depende da disseminação de informações
sobre o uso e sua importância socioeconômica. Nesta
direção, os sistemas agroflorestais, os policultivos e os
sistemas agroecológicos vêm sendo apontados como
formas mais sustentáveis de produção agrícola, e
caracterizam o local ideal para produção destas espécies
nativas (JOSE, 2012; MARTIN; ISAAC, 2015;
STEENBOCK et al., 2020).
Assim, o estudo objetivou realizar um levantamento
bibliográfico da espécie Maytenus ilicifolia Mart. ex. Reissek
(espinheira-santa), através da análise de sua cadeia produtiva,
por considerar - os aspectos botânica e ecologia,
etnobotânica, fitoquímica, fitotecnia e adulterações. Este
estudo pretende contribuir com a discussão sobre o potencial
uso econômico das espécies medicinais nativas, bem como
divulgar informações para estimular o desenvolvimento das
cadeias produtivas da sociobiodiversidade, propondo
maneiras para colaborar com a promoção do uso sustentável
e com a conservação on farm em agroecossistemas
sustentáveis.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa se propõe a promover uma análise
exploratória a respeito da cadeia produtiva da espinheira-
santa, apontando lacunas e possibilidades de
aprofundamento de novos estudos. O trabalho foi
desenvolvido a partir da literatura científica por meio de
buscas de trabalhos que abordassem conhecimentos sobre a
espinheira-santa. Para realizar este levantamento foram
utilizadas as plataformas Scielo
(https://www.scielo.org/pt/), Scoppus
(https://www.elsevier.com/pt-br/solutions/scopus), Web-
of-Science (https://www.webofscience.com), Google
Acadêmico (https://scholar.google.com.br/) e Research
Gate (https://www.researchgate.net/). As palavras-chaves
Maytenus ilicifoliae “espinheira-santa” foram escolhidas para
realizar as pesquisas nas plataformas.
Os artigos passaram por uma leitura prévia do resumo, os
fatores de inclusão foram que abordassem os temas botânica,
ecologia, etnobotânica, fitoquímica, fitotecnia e/ou
adulterações, sendo excluídos os trabalhos que não
apresentassem nenhuma dessas abordagens. No total, foram
selecionados 67 artigos sobre a espinheira-santa que possuem
informações relevantes para o objetivo deste estudo, sendo
descartados aqueles que estavam foram do contexto
selecionado. Outros artigos, constantes das referências
bibliográficas dos trabalhos alcançados, se pertinentes,
também foram incluídos. Para a análise e encadeamento das
ideias, eles foram divididos por temas: Botânica e Ecologia,
Etnobotânica, Fitoquímica (composição química,
comprovações científicas e toxicologia), Fitotecnia
(produção, manejo e produtividade) e Adulterações (Tabela
1).
Tabela 1. Número de publicações sobre Maytenus ilicifolia utilizados
neste estudo por temas abordados.
Table 1. Number of publications on Maytenus ilicifolia used in this
study by topics covered.
Temas Número de artigos
Botânica e Ecologia 8
Etnobotânica 9
Fitoquímica 36
Fitotecnia 19
Adulterações 12
Obs.: No total foram utilizados 67 artigos. A somatória dos artigos é maior
que este valor, pois muitos artigos abordaram mais de um tema.
3. REVISÃO
3.1. Botânica e Ecologia
A Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek é uma planta nativa,
porém não endêmica do Brasil que pertence à família
Celastraceae (Flora do Brasil, 2020). O gênero Maytenus é o
maior e mais diverso, com 200 espécies, dentre elas, 76
encontradas no Brasil. A espécie Maytenus ilicifolia predomina
nos estados da região Sul do Brasil e nos países vizinhos
Paraguai e Uruguai (RADOMSKI; BULL, 2010), mas
também está presente nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro
Oeste (Figura 1), porém, com menor frequência.
Seu nicho ecológico encontra-se nas matas ciliares e sub-
bosques no interior de matas nativas, onde o solo se
apresenta rico em matéria orgânica e úmido (MAGALHÃES,
2002; LORENZI; MATOS, 2008). Como arbusto, sua altura
mínima na fase adulta é de 1 a 2 m, podendo, entretanto,
chegar a 5 m (CÍRIO et al., 2003, LORENZI; MATOS,
2008).
Na descrição macroscópica das folhas de M. ilicifolia,o
caracterizadas como folhas simples e formato oval, que passa
para elíptico quando amadurecem (CARVALHO-OKANO,
1992) (Figura 2), embora apresentem variações.
Normalmente são aculeadas nos bordos, medindo quando
madura, de 10 a 15 cm. Radomski, Scheffer e Bull (2008)
Garcia & Oliveira Jr
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 401-412, 2021.
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observaram os aspectos foliares da espécie (presença e
ausência de espinhos no bordo foliar, proeminência das
nervuras e do bordo foliar, textura e espessura das folhas, e
tamanho do limbo), encontraram a existência de 9
morfotipos foliares.
Figura 1. Pontos de coleta botânica de Maytenus ilicifolia Mart. ex.
Reissek no Brasil (elaborado na plataforma Species Link - Centro
de Referência em Informação Ambiental, CRIA).
Figure 1. Botanical collection points for Maytenus ilicifolia Mart. ex.
Reissek in Brazil (elaborated on the Species Link platform -
Reference Center for Environmental Information, CRIA).
Suas flores apresentam-se pequenas, brancas esverdeadas
ou amareladas, pouco vistosas (CARVALHO-OKANO,
1992) (Figura 2A). O florescimento ocorre de agosto a
outubro, e os frutos (Figura 2D), de cor avermelhada e em
formato de cápsula, amadurecem de janeiro a março. Suas
sementes (Figura 2E) são dispersas no ambiente
normalmente por aves (LORENZI; MATOS, 2008;
PERLEBERG et al., 2021).
Figura 2. Aspectos morfológicos da Maytenus ilicifolia. A e B - flores;
C - aspecto geral da planta com frutos; D - frutos; E - sementes com
e sem arilo (imagens dos autores).
Figure 2. Morphological aspects of Maytenus ilicifolia. A and B -
flowers; C - general aspect of the plant with fruits; D - fruits; E -
seeds with and without aryl (images of the authors).
O fruto de M. ilicifolia pode conter de 1 a 4 sementes
(CARVALHO-OKANO, 1992). Os autores Rosa e Barros
(1999) classificaram as sementes da espécie como
oleaginosas, pois possuem 54% de lipídios. As sementes de
espinheira-santa o envoltas por arilo, que é uma
excrescência carnosa que se forma no funículo ou no hilo,
que é branco para essa espécie e fica exposta quando o fruto
(cápsula) maduro se abre (CARVALHO-OKANO, 1992;
MARIOT et al., 2005) (Figura 2D).
3.2. Etnobotânica
A espinheira-santa é amplamente utilizada na medicina
popular em tratamentos de problemas estomacais, sendo
bastante explorada por este motivo. Sua ação terapêutica
deve-se a presença de metabólitos secundários,
principalmente aqueles pertencentes aos grupos químicos
triterpenos, flavonóides e taninos (MARIOT; BARBIERI,
2007a).
A infusão das folhas do Maytenus ilicifolia tem sido
amplamente utilizada no Brasil pela medicina popular, por
seus efeitos antiácidos, antiulcerogênicos, anti-inflamatória,
cicatrizante, analgésica, antiasmática, antiácida, antitumoral e
diurética, sendo suas principais citações, o uso no tratamento
em desordens estomacais como gastrites e dispepsias
(SOUZA-FORMIGONI et al., 1991; MONTANARI;
BEVILACQUA, 2002; CIRIO et al., 2003; JORGE et al.,
2004; MARIOT; BARBIERI, 2007a). O uso para tratamento
de câncer de pele também é citado, como forma de emplastro
e pelo decocto da planta (CORSINO et al., 1998).
A espécie tem sido utilizada nos Estados Unidos, através
da medicina herbalista para repor a flora intestinal
(MARIOT; BARBIERI, 2007a), como laxante e para
regulagem da produção do ácido clorídrico do estômago
(MELO et al., 2001). Em populações indígenas e rurais do
Paraguai e Bolívia, a espécie é usada como contraceptivo, e
mulheres no nordeste da Argentina também a utilizam para
fins abortivos (MONTANARI et al., 1998).
Almeida et al. (2015) realizaram um estudo com feirantes
em Pelotas (RS) e constataram que os entrevistados detêm
conhecimentos diversos sobre a espinheira-santa, dentre eles
a forma de uso, o período de tratamento e a indicação, sendo
estas, no entanto, muito semelhantes entre si. Vale ressaltar
que, os entrevistados, em geral, não apontaram informações
sobre a procedência exata da espécie, essa recusa pode estar
atrelada ao fato de que a matéria prima tenha sido obtida de
modo ilegal, a partir do extrativismo em remanescentes
florestais. No comércio, a planta pode ser encontrada na
forma de extrato seco, tintura, psulas ou mesmo in natura
(CIRIO et al., 2003).
3.3. Fitoquímica
Os principais metabólitos secundários associados à ação
da M. ilicifolia são triterpenos, flavonoides, polifenóis e
taninos (ITOKAWA et al., 1991; SHIROTA et al., 1994;
MARIOT; BARBIERI, 2007a; PESSUTO et al., 2009).
Calou et al. (2014) relatam que friedelan-3-ol e o
friedelan-3-ona são dois principais triterpenos identificados
em extratos da espinheira-santa, podendo ser utilizados como
marcadores moleculares para a espécie, e assim verificar se as
plantas são verdadeiras ou adulterações. A maytenina e a 22-
hidroximaytenina o outros exemplos de triterpenos que
pertencem à família Celastraceae, estes possuem ação
anticâncer (CORSINO et al., 1998; HERNANDES et al.,
2020).
Espinheira-santa: do extrativismo à produção sustentável
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 401-412, 2021.
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Di Stasi; Hiruma (2002) relatam a presença de alguns
compostos bioativos, como a pristimerina, um triterpeno
friedelano com ação antimalárica, e compostos fenólicos,
com atividade inibitória na replicação do vírus HIV-1. Ohsaki
et al. (2004) realizaram pesquisas químicas e descreveram
quatro novos triterpenos: maytefolinas A, B e C e uvaol-
3cafeato. No estudo de Pereira et al. (2005) a M. aquifolia
mostrou possuir teores mais altos de triterpenos em
comparação a M. ilicifolia, embora o conteúdo de rendimentos
de compostos fenólicos em M. ilicifolia fosse três vezes maior.
Vilegas et al. (1994) e Jorge et al. (2004) sugerem que as
substâncias bioativas friedelan-3-ol e friedelan-3-one
auxiliem no tratamento de doenças estomacais e úlceras, além
de possuírem atividade antimicrobiana in vitro sobre
Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae e Aspergillus flavus.
A análise da espécie, a partir dos extratos obtidos das
cascas das raízes, indica a presença de triterpenos de
quinonametida e compostos fenólicos como os principais
metabólitos constituintes. A observação quantitativa dos
extratos mostra que a quinonametida triterpena pristimerina
é o principal componente de ambos os extratos (SANTOS et
al., 2010).
Os flavonoides são uma classe de compostos que estão
entre os mais abundantes nos vegetais, responsáveis em
grande parte pelos sabores das plantas. Determinou-se que
nas folhas o composto es na forma de heterosídeos
(NEGRI, 2007; MARIOT; BARBIERI, 2007a). A presença
de flavonoides e polifenóis no extrato da espinheira-santa
exibem efeitos quimiopreventivos em várias linhas celulares
de câncer humano (ARAÚJO-JUNIOR et al., 2013).
Os polifenóis o responsáveis por captar os radicais
livres (ação antioxidante), despertando, assim, a possibilidade
de serem utilizados em processos inflamatórios e
cicatrizantes (VELLOSA et al., 2006). As folhas de M. ilicifolia
foram testadas e o extrato aquoso é mais rico em compostos
fenólicos do que o extrato alcoólico, sendo ambos mais ricos
que o extrato etanólico de M. aquifolium (HAIDA et al., 2012).
Esses compostos têm despertado grande interesse
farmacêutico (NEGRI et al., 2009; PESSUTO et al., 2009).
Na espinheira-santa, os tipos de polifenóis encontrados o
as quercertinas e kaempferol (ROCHA et al., 2014). Alves et
al. (2016) apontaram que a concentração de compostos
fenólicos foi mais baixa em folhas secas do que em folhas
frescas. os flavonóides tiveram números parecidos em
ambos os extratos. Haida et al. (2012) observam em seus
estudos que a atividade antioxidante não depende apenas do
teor de compostos fenólicos existentes na espécie, mas
também do sinergismo que pode ocorrer dos outros
compostos ativos.
Taninos que derivam da catequina possuem atividade
contra Helicobacter pilori, sendo o mais ativo a
epigalocatequina-3-galato (MABE et al., 1999), a qual atua
como gastroprotetor, o teor desse composto pode ser
alterado conforme o nível de insolação e variação de
características morfológicas. Os taninos possuem ões
sequestrantes de radicais livres e atividade antioxidante, agem
como uma camada que protege a mucosa e auxiliam no
tratamento de doenças gástricas (CALOU et al., 2014;
MARTINELLI et al., 2018). No extrato de folhas secas a
presença de maiores concentrações de ácido gálico,
catequina, ácido cefeico e quercetina foi observada, além da
presença de epicatequina, no extrato de folhas frescas foi
registrado maiores quantidades de quercitina e kaempferol
(ALVES et al. 2016).
Os taninos hidrolisáveis possuem a ação antiulcerogênica,
que é considerada de grande relevância (SILVA et al., 2012),
auxiliam como captadores de radicais livres, diminuindo a
acidez gástrica (RAMOS et al., 2015). A Sociedade Brasileira
de Farmacognosia aponta que a espinheira-santa está entre as
principais espécies medicinais ricas em taninos, estes estão
presentes na maioria dos extratos aquosos, sendo utilizados
como marcadores no controle de qualidade de medicamentos
fitoterápicos através de diferentes técnicas de avaliação e
desenvolvimento tecnológico (SOARES et al., 2004).
Entre os polissacarídeos, foi descrita a presença de
arabinogalactano (CIPRIANI et al., 2004), encontrado nas
paredes celulares dos vegetais (OLIVEIRA JR et al., 2010),
ao qual é sugerido estimular a atividade imunológica. Mendes,
Machado e Falkenberg (2006) encontraram outros
compostos em amostras in natura da espécie após análise,
mono-galactosildiacilglicerol (MGDG), di-
galactosildiacilglicerol (DGDG), tri-galactosildiglicerol
(TGDG), tetra-galactosildiacilglicerol (TeGDG),
sulfoglicolipídios como o (TeGDG)
sulfoquinovosildiacilglicerol (SQDG). Segundo Calou et al.
(2014), os polissacarídeos são ingeridos normalmente no
consumo de chás, com possíveis efeitos terapêuticos. Essas
substâncias podem se ligar à mucosa gástrica, a protegendo
pelo aumento da ntese de muco e sequestro de radicais
livres (SATEL; MARQUES, 2015).
Sendo assim, a Maytenus ilicifolia configura-se como
fitoterápico eficaz nos tratamentos de distúrbios no aparelho
digestivo. É importante destacar que existem rios fatores
que podem interferir nos teores de princípios ativos, os
metabólitos secundários das plantas, como por exemplo,
genética, clima, solo, local de plantio, a técnica de colheita, a
secagem da planta e o processamento.
Chimin et al. (2008) relatam que a comprovação científica
das ações terapêuticas de Maytenus ilicifolia foi iniciada com as
pesquisas realizadas pelo médico e professor Aluízio Franca,
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do
Paraná, que no ano de 1920, relatou o sucesso obtido com
esta espécie vegetal no tratamento de úlcera. Esse sucesso
originou resultados, que mais tarde foram confirmados,
apresentando efeitos similares à cimetidina e ranitidina na
diminuição da acidez gástrica (JESUS; CUNHA, 2012).
Cirio et al. (2003) apontam que a espinheira-santa é muito
importante para a farmacologia, pois possui atividades
farmacológicas anti-inflamatórias, antiespasmódicas,
antiácidas, cicatrizantes, podendo ser utilizada no tratamento
de feridas e gastrites crônicas. Seus efeitos foram
comprovados pelas pesquisas da Central de Medicamentos
(CEME) do Ministério da Saúde do Brasil e entre os
metabólitos que estão presentes são destacados os
triterpenos, os taninos e os flavonóides, conforme
apontado acima (RAMOS et al., 2015).
Entre as comprovações científicas de seus efeitos
terapêuticos se encontram os trabalhos de Souza-Formigoni
et al. (1991) e Ferreira et al. (2004), os quais observaram que
o extrato das folhas de espinheira-santa promove a secreção
da mucosa gástrica de rãs, parecido com o efeito que o
medicamento cimetidina apresenta.
Em análise de processos infecciosos do trato digestivo,
os extratos secos foram efetivos contra Enterococcus faecalis e
Staphylococcus aureus, porém, Salmonella enteritidis e Klebsiella
pneumonia foram os microrganismos mais suscetíveis à ação
dos extratos (ALVES et al.; 2016). Tabach; Oliveira (2003) e
Alves et al. (2016) afirmam que a capacidade antioxidante e
Garcia & Oliveira Jr
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 401-412, 2021.
405
antimicrobiana da espécie está relacionada ao tipo de
preparação, mesmo os extratos produzidos de folhas secas
possuem efeito antiulcerogênico, maior concentração de
compostos mioativos e atividade antibacteriana mais eficaz.
No estudo de Kasse et al. (2008), a espinheira- santa foi
escolhida para que a possível ão otoprotetora fosse avaliada
Ações antifúngicas também foram testadas, podendo ser
utilizadas deste modo, também no controle de doenças em
cultivos agrícolas. Cunico et al. (2002) realizaram estudos que
comprovam a ação antifúngica do extrato etanólico de M.
ilicifolia. Estes autores testaram três espécies de fungos
causadores de doenças vegetais: o Colletotrichum acutatum,
causador de antracnose, o Fusarium oxysporum, que causa
morte de mudas e plantas jovens e o Cylindrocladium
spathulatum, que é o agente causador da pinta-preta.
Constatou-se que o extrato etanólico bruto das folhas de M.
ilicifolia inibiu o crescimento micelial do fungo F. oxysporum,
estimulou em C. acutatum e frações que inibiram o
desenvolvimento de Cylindrocladium spathulatum (CUNICO et
al., 2002). Pereira et al. (2005) observaram que as plantas
cultivadas de M. ilicifolia são menos suscetíveis ao ataque
microbiano do que M. aquifolium, sugerindo que níveis altos
de fenóis poderiam auxiliar nesta proteção.
Quanto a uso e toxicidade, estudos afirmam que mesmo
em doses mais altas, não presentaram toxicidade em ratos
(OLIVEIRA et al., 1991), entretanto não é recomendada para
gestantes, pois estudos em camundongos indicaram que pode
interferir na receptividade uterina do embrião (CALOU et al.,
2014). Outro estudo, realizado com camundongos e seres
humanos, demonstrou que a planta possui toxicidade
baixíssima e pouca possibilidade de efeitos tóxicos
cumulativos (OLIVEIRA et al., 2009). Montanari; Bevilacqua
(2002) verificaram que o extrato das folhas de M. ilicifolia
causou perda na pré-implantação embrionária em ratos, mas
sem efeito sobre implantação ou organogênese. Nos seres
humanos, os efeitos colaterais podem ocorrer, dentre eles
cita-se: cefaléia, boca seca, dor articular nas mãos e possível
hipersensibilidade, ocasionando alergia aos componentes da
planta, sendo contra indicada para crianças e gestantes
(CALOU et al., 2014).
3.4. Fitotecnia
A reprodução da espinheira-santa pode se dar por
diversas formas, possui reprodução assexuada, por rebentos
nascidos das raízes, por estacas caulinares e até por meio da
micropropagação, além da forma sexuada, por sementes. Ela
possui boa germinação, mas as plantas que brotam das
sementes possuem grande variabilidade genética e o teor de
metabólitos secundários pode variar bastante (LIMA et al.,
2009), o que pode ser o desejável em sistemas de produção
da espécie.
A capacidade de germinação dessas sementes foi testada
após diferentes condições de armazenamento, sendo a
câmara fria o método que obteve melhores resultados. Essa
forma de armazenamento foi capaz de preservar a semente,
fazendo com que sua umidade natural fosse diminuída
lentamente e a integridade da mesma fosse protegida (ROSA;
BARROS, 1999).
A partir dos dados apresentados pelo trabalho de Mariot
et al. (2005) verificou-se que não é necessário retirar o arilo
para que a espinheira-santa germine. Segundo Magalhães
(2002), a semeadura pode ocorrer no início da primavera, a
formação de mudas da espécie é lenta, e dura de 4 a 5 meses,
o transplante das mesmas deve ocorrer no verão,
preferencialmente ainda na época das chuvas. A espinheira-
santa requer regas frequentes no início, e até os dois
primeiros anos de idade, porém, a quantidade pode ser
reduzida progressivamente, sendo mais necessária em épocas
mais secas.
O método de estaquia é eficiente quando realizado em
matrizes selecionadas, dando origem a um material mais
homogêneo geneticamente (LIMA et al., 2009). Porém,
quando as estacas são provenientes de plantas adultas
fornecem material vegetativo com menor facilidade de
enraizamento, sendo a utilização de estacas de plantas jovens
preferível, no entanto, processos e técnicas que rejuvenescem
as plantas matrizes podem auxiliar no enraizamento.
Para o enraizamento, Masson (2017) realizou um estudo
onde foram utilizadas diferentes doses do regulador de
crescimento AIB (ácido indol-butírico) em alporques de
Maytenus ilicifolia. No experimento, o autor percebeu que não
houve crescimento das raízes, mesmo com a aplicação do
AIB, demonstrando dificuldade para que a espécie possa ter
para enraizar por alporques. Kowalski et al. (2008)
observaram que a adição de composto orgânico na terra é
capaz de proporcionar maior comprimento da parte aérea da
planta durante a estaquia, mostrando que essa mistura é mais
vantajosa do que utilizar apenas terra.
Quanto ao plantio da espinheira-santa, ele pode ser
adensado na linha, que a planta aceita podas, sendo estas,
inclusive, o modo de obtenção da matéria vegetal, isto é, as
folhas. Assim, a densidade de 4.000 plantas por hectare, no
espaçamento de 1,0 m na linha e 2,5 m entre linhas é
considerada apropriada (MAGALHÃES, 2002).
Consideramos que outras formas de cultivo, como os
policultivos ou sistemas agroflorestais, são bastante
apropriados para a produção da espécie (PASTUR et al.,
2012; BIASI et al., 2017; BORGES et al. 2019;
STEENBOCK et al., 2020), podendo ser, inclusive, utilizada
na restauração ecológica de áreas de preservação
permanentes (APPs) ou reservas legais (RLs) (DALPIZOL et
al., 2021), no entanto, são ainda incipientes as experiências
com o cultivo da espinheira-santa nestas formas de cultivo.
Borges et al. (2019) registram uma diminuição de compostos
de interesse com o aumento do sombreamento, o que deve
ser considerado em sistemas de policultivo.
Sobre as condições de luminosidade, Rocha et al. (2014)
realizaram um estudo onde as plantas que estavam a pleno
sol, e sofreram o manejo de poda rasa, não apresentaram bom
desenvolvimento após esta poda, enquanto as plantas que
estavam sob área sombreada, sofrendo o mesmo tipo de
poda, voltaram ao crescimento mais rapidamente. De toda
forma, a poda drástica favoreceu o número de brotações.
Estas características reforçam a ideia e o potencial de uso da
espécie em sistemas agroflorestais. A M. ilicifolia necessita de
condições equilibradas e não estressantes para rebrotar, ou
seja, ambientes com temperaturas amenas e menor insolação
direta, como já demonstrado por Rocha et al. (2014).
Steenbock et al. (2003) também realizaram uma
comparação de duas produções de espinheira-santa, uma
estando a pleno sol e a outra em ambientes semi-sombreados.
Verificaram que os indivíduos que estavam a pleno sol
apresentaram caules principais com menor diâmetro, e
praticamente todas as folhas estavam inseridas nos ramos
primários. Já em sub-bosque, as folhas apresentaram-se
inseridas no caule principal, com altura menor e folhas
maiores. Considera-se então a partir desse estudo, que o
“número de ramos primários com folhas” é um parâmetro
Espinheira-santa: do extrativismo à produção sustentável
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 401-412, 2021.
406
adequado para indicar o rendimento foliar da espinheira-
santa. Desta forma, pode-se entender que a realização de
podas de formação em plantas em ambiente sombreado pode
apresentar benefícios na produção da espécie.
Radomski et al. (2008) apontam que uma grande
diversidade de fenótipos e genótipos. Deve-se considerar o
fato da espécie ser alógama (polinização cruzada) no
estabelecimento de programas de melhoramento genético da
espécie. Além disso, características como adubação, poda e
sombreamento interferem na produtividade (folhas) e
consequentemente nas quantidades de seus compostos
químicos, os quais possuem relação direta com as
propriedades terapêuticas da M. ilicifolia. Entendemos
também ser necessário que haja mais estudos sobre a
morfofisiologia relacionada à fitoquímica da espécie no
processo de produção. Os mesmos autores observam que há
uma tendência dos teores de lignina com relação aos
morfotipos das folhas, ou seja, folhas com menos espinhos e
mais delgadas possuem menor teor de lignina. O tamanho
das folhas da espinheira-santa apresenta relação com o
aumento da biomassa e maior concentração de metabólitos
secundários (triterpenos) que possuem a ação farmacológica
e podem servir como um bom tipo de característica a ser
considerada num programa de melhoramento genético
(BUFFA FILHO et al., 2002; MARIOT et al., 2005).
Radomski et al. (2004) observaram diferenças na
morfologia e nas concentrações de taninos e teores de fenóis
em folhas de M. ilicifolia. As folhas que estavam a pleno sol
eram menores, mais amareladas, com estrutura mais sólida,
tinham mais espinhos nas bordas e maior concentração de
taninos, mostrando que a luminosidade influencia na
produção de polifenóis totais, polifenóis não tanantes e
taninos.
As condições para desenvolver os princípios ativos da
planta nem sempre serão as mesmas para a produção de
biomassa, uma vez que as substâncias ativas se alteram
quando a erva é submetida a estresses ambientais (CIRIO et
al., 2003). Radomski et al. (2004) e Mossi et al. (2009)
apontam que os compostos fitoquímicos existentes na
espinheira-santa são alterados em função do ambiente em
que está inserida. Ou seja, fatores microambientais
(condições do solo, luz solar e microclima) e fatores
genéticos, podem exercer influência na produção de
triterpenos, taninos e polifenóis.
Na produção de fitomassa e matéria-prima, a desfolha da
planta não deve ser realizada, pois a poda de galhos
estimula o crescimento vegetativo, e deste modo, primeiro
realiza-se a poda, para depois retirar as folhas (ROCHA et al.,
2014). A altura recomendada para a primeira poda é de 50 cm
e nos anos posteriores logo acima das ramificações da poda
anterior (MAGALHÃES, 2002). Rocha et al. (2014)
recomendam, de outro modo, que para que haja rebrota de
vários ramos, no primeiro ano da planta deve-se realizar a
poda a 20 cm do solo.
Existe a necessidade de uniformizar os teores dos
princípios ativos para a utilização pela indústria farmacêutica.
Para a reprodução com ênfase em uso farmacêutico é
necessário selecionar as plantas com os componentes
químicos específicos para a produção de fitoterápicos
(PEREIRA et al., 2005). O estudo de Mossi et al. (2009)
propõe medidas apropriadas para o cultivo, visando o
aumento nas concentrações de taninos e compostos
específicos como os triterpenos, friedelan-3-ona, friedelan-3-
ol e friedelina.
Para que se realize um bom programa de melhoramento
genético é necessário que se possa estimar as correlações
fenotípicas e genotípicas, que esta pré-seleção é essencial,
devido ao alto custo das análises para determinar e quantificar
os metabólitos secundários com potencial farmacológico,
como as que envolvem cromatografia (MARIOT;
BARBIERI, 2007a). Na cultura de espinheira-santa, podem
ocorrer cochonilhas, ácaros, pulgões e formigas, que podem
causar prejuízos à planta, pois acabam por reduzir a área
foliar (CIRIO et al., 2003).
Algumas das características são muito importantes para
programas de seleção e melhoramento desta espécie, como a
maior produção de massa foliar em relação à produção de
ramos, e a ocorrência de folhas com ausência ou poucos
espinhos no bordo, característica que facilitaria a execução da
poda e a manipulação do material para produção de
fitoterápicos. Porém, Pereira et al. (2005) dizem que os
acessos de M. ilicifolia que apresentam um número reduzido
ou quase nenhum espinho nas folhas, às vezes, o
comercialmente rejeitadas, porque os consumidores
suspeitam sobre a autenticidade e o valor terapêutico das
mesmas. Esse aspecto morfológico não está comprovado
para ser correlacionado aos rendimentos de qualquer classe
de metabólito secundário.
Para secagem e armazenamento das folhas, o trabalho de
Negri (2007), verificou que a temperatura de 40 graus é a
melhor para secagem, a fim de preservar as características
químicas da espécie quanto a sua qualidade medicinal,
retirando a umidade de maneira lenta. Porém, em todas as
temperaturas testadas o foram capazes de protegê-las de
contaminação de bolores, leveduras e outros
microrganismos. É necessário que haja uma padronização de
secagem para as plantas, pois elas podem perder seu efeito
como fitoterápico. Alguns agricultores, ou beneficiadores da
planta, acabam realizando a secagem de maneira inadequada,
sem o controle da temperatura, sendo esta essencial pela
qualidade e teores de óleos essenciais. No geral, temperaturas
por volta de 40 °C são as mais indicadas para que não
ocorram alterações na atividade antioxidante (MELO et al.,
2001; BLANK et al., 2007).
3.5. Adulterações
Segundo Cirio et al. (2003) e Mariot; Barbieri (2007b), a
espécie M. ilicifolia tem sido ainda obtida a partir do
extrativismo, das quais são coletados os ramos e as folhas. A
comercialização de plantas medicinais se dá, em grande parte,
pelo comércio informal, podendo se considerar, como uma
forma de se transmitir o conhecimento tradicional das
comunidades (MINNAERT; FREITAS, 2010; ROCHA et
al., 2013). Por outro lado, estes locais podem apresentar
higiene, deficiência de conhecimento técnico do comerciante
para o comprador (não informando sobre a segurança do uso
das plantas medicinais ou uso incorreto) e como
consequencia, a baixa qualidade do material vendido ou
mesmo falsificações ou adulterações. Teixeira et al. (2018)
apontam vários problemas com a qualidade das ervas
comercializadas, registrando, inclusive, que apenas 37% das
amostras apresentam teor de epicatequina recomendado. No
mercado farmacêutico, a espécie pode ser encontrada em
forma de cápsulas, tintura, extrato liofilizado e in natura para
utilizar como chá (CIRIO et al., 2003).
Além de sofrer com o extrativismo, a Maytenus ilicifolia é
confundida com outras espécies, possibilitando adulterações
no material comercializado (NASCIMENTO et al. 2005;
Garcia & Oliveira Jr
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 401-412, 2021.
407
AMARAL et al., 2021; SANTOS et al., 2021), a chamada
Sorocea bonplandii, que possui como nome popular mata-olho,
é uma planta comumente confundida com a espinheira-santa.
Pertence à família Moraceae, possui semelhanças quanto a
forma da folha, mas quando se averígua a parte celular de
ambas é possível verificar diferenças quanto a anatomia. Essa
planta possui de 6 a 12 metros de altura, é distribuída por
todo território brasileiro e também é de interesse
farmacêutico, pois apresenta um valor medicinal similar ao da
espinheira-santa, a partir de pesquisas analisou-se a presença
de ões analgésicas e antiulcerogênicas (CALIXTO et al.
1993).
Outra espécie que acaba gerando confusão é a Zollernia
ilicifolia, da família Fabaceae. Essa planta também possui
princípios ativos curativos, porém, são raros os estudos
farmacológicos e fitotoxicos (DI STASI; HIRUMA-LIMA,
2002). O maior problema em relação a verificação dos
indivíduos é que eles são vendidos em forma de chá, secos,
macerados e em sacos plásticos. É impossível perceber a
diferença sem que haja um estudo específico, em laboratório.
Daí a necessidade de maior fiscalização e controle das plantas
vendidas em mercados.
Alberton et al. (2002) e Ali et al. (2021) argumentam que
existem trabalhos sendo desenvolvidos para que haja
controle de qualidade da espinheira-santa de amostras
comerciais. A utilização da cromatografia detecta a presença
dos princípios ativos de interesse ou de adulterantes. Foram
identificados três marcadores cromatográficos para Sorocea
bonplandii e um para Zollernia ilicifolia. A identificação de M.
ilicifolia pode ser confirmada a partir da presença de friedelina
e friedelanos.
4. DISCUSSÃO
Consideramos que o cultivo da espinheira-santa pode ser
uma forma de garantir sua conservação e preservação,
configurando a sua conservação on farm (MAHARJAN et al.,
2011; JOSE, 2012; SANTONIERI; BUSTAMONT, 2016;
KINHOÉFBÈ et al., 2020). O cultivo da espinheira-santa
poderia ser uma alternativa para aumentar a renda de
pequenas propriedades agrícolas (AMOROZO, 2008;
MATADUIA et al., 2014), sem deixar de ser interessante
também para agriculturas de maior escala, e atender a
demanda da indústria farmacêutica, reduzindo a erosão
genética e risco de extinção causada pelo extrativismo e
superexploração (FERNANDES et al., 2013). Lima et al.
(2017) reforçam que o uso da sociobiodiversidade incentiva
e promove a criação de emprego e renda, além de contribuir
para a conservação das florestas e recursos naturais, embora
existam ainda empecilhos para este avanço. Outro fator a ser
considerado, é que sua inserção em modelos produtivos pode
garantir a qualidade da matéria-prima, evitando falsificações
e obtendo material mais homogêneo quanto à qualidade e
quantidade dos princípios ativos. Consideramos ainda que a
espécie é bastante apropriada para uso em restauração
ecológica, sobretudo em áreas de preservação permanente
(APPs) e reservas legais (RL), pois aceita poda, sendo suas
folhas a parte extraída para exploração, consistindo a matéria
prima para uso medicinal, promovendo, desta forma, a
geração de renda nestas áreas, sendo capaz de reduzir os
custos do processo de restauração.
O seu cultivo pode ser aproveitado para uso pelas
próprias comunidades, pois o uso consciente de espécies
medicinais tem sido de grande valia nos tratamentos
terapêuticos, sobretudo aquelas comunidades que se
encontram distantes dos grandes centros ou quando o
recurso financeiro é um impeditivo ao acesso aos
medicamentos formais dos sistemas de saúde (ALVES et al.,
2015; LEANDRO et al., 2017; BORGES et al., 2020)
Desta forma, entendemos a necessidade de mais estudos,
pesquisas científicas e áreas de produção de referência para o
desenvolvimento de políticas públicas afim de incentivar a
produção da espécie e da sociobiodiversidade de modo geral,
sobretudo em agroecossistemas como policultivos ou
sistemas agroflorestais, que são capazes de aliar a produção
agrícola, a conservação ambiental e a prestação de serviços
ecossistêmicos, utilizando um plantio mais diversificado de
espécies vegetais, ou seja, muito mais parecido com o que
ocorre na própria natureza. Deste modo, e nestes sistemas, a
heterogeneidade das comunidades vegetais plantadas podem
gerar diversos produtos, aumentando os lucros, a
produtividade e a estabilidade econômica e ambiental da
propriedade agrícola (NICHOLLS; ALTIERI, 2019).
Pesquisas sobre produtividade da espécie também são
bastante escassas na literatura científica, o que pode se tornar
um gargalo ao incentivo aos agricultores.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho procuramos reunir informações sobre a
cadeia produtiva e conhecimentos acerca da espinheira-santa
verdadeira. Foram reunidas e utilizadas 67 publicações
científicas (que abordaram o uso e conhecimento da
espinheira-santa), divididas entre os temas, botânica,
ecologia, etnobotânica, fitoquímica, fitotecnia e adulterações.
Os conhecimentos em botânica e ecologia são bem
descritos na literatura científica, bem como é bem descrito
seu uso popular. A grande maioria dos trabalhos publicados
sobre a espécie aborda o conhecimento químico de sua
composição e comprovações científicas de seus efeitos
terapêuticos. Existem ainda informações sobre sua
reprodução, obtenção de sementes e produção de mudas.
Experiências sobre modelos de produção, sobretudo
modelos de policultivos ou de sistemas agroflorestais
existem, porém ainda são escassos na literatura científica,
apontando um vácuo no conhecimento e das experiências
nesta abordagem.
Outras informações apontam que a espécie é explorada
por extrativismo, seu mercado em grande parte é informal, o
que deriva em muitos problemas quanto a adulterações,
falsificações e conservação da espécie. Seu estabelecimento
em sistemas de produção pode ser um passo decisivo na
conservação e preservação da espécie e na produção de
matéria-prima para fitoterápicos de alta qualidade.
6. AGRADECIMENTOS
Ao CNPQ pela bolsa de Iniciação Científica (PIBIC -
Instituto de Botânica - SIMA/SP) de Jéssica Soares Garcia.
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