Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i4.11988 ISSN: 2318-7670
Estratégias nutricionais para aumentar as propriedades nutracêuticas do leite:
concentrações de enterolactona e ácido linoleico conjugado
Edjane Pereira SILVA1*, Caren Paludo GHEDINI2, Mariane Moreno FERRO3,
Juliana Marques FREIRE3, Jocely Gomes de SOUZA4, Rayanne Viana COSTA5,
Daiane Caroline de MOURA6
1Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil.
2University of New Hampshire, UNH, USA.
3Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil.
4Bolsista PNPD, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil.
5Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, SP, Brasil.
6Dairy Cattle Research Lab., Federal University of Mato Grosso, Sinop, MT, Brazil.
*E-mail: edjanezootecnista16@gmail.com
(ORCID: 0000-0002-2216-5338; 0000-0001-8532-4087; 0000-0001-6385-4618; 0000-0002-1820-578X;
0000-0001-6967-161X; 0000-0002-7867-377X; 0000-0002-8276-2089)
Recebido em 10/03/2021; Aceito em 03/11/2021; Publicado em 17/11/2021.
RESUMO: Objetivou-se descrever estratégias nutricionais para aumentar as propriedades nutracêuticas do
leite, incluindo principalmente estratégias para o aumento nas concentrações de enterolactona (EL) e ácido
linoleico conjugado (CLA). Os compostos EL e CLA, ambos produzidos endogenamente a partir de
componentes da dieta, são compostos bioativos presente no leite e têm sido apontados como compostos
nutracêuticos, capazes de melhorar a saúde humana através da prevenção e tratamento de doenças. Estratégias
nutricionais aplicadas na alimentação de vacas leiteiras possibilitam o aumento da concentração destes
compostos no leite, tornando possível a produção de leite com maior potencial de beneficiamento a saúde
humana. A inclusão de fontes de lignanas vegetais, como por exemplo, o farelo de linhaça e a inclusão de fontes
de sacarose na dieta de vacas leiteiras possibilitam aumentar a concentração de EL no leite. Da mesma forma,
o fornecimento de fontes ricas de ácidos graxos polinsaturados, como por exemplo, os óleos vegetais, possibilita
o aumento da concentração de CLA no leite. A temática da nutrição animal voltada para o aumento das
propriedades nutracêuticas do leite, apesar de estar iniciando, apresenta grande perspectiva, e é uma ferramenta
valiosa para promoção da associação do leite com benefícios a saúde humana.
Palavras-chave: nutracêutico; compostos bioativos; lignanas; vacas de leite; benefícios do leite; redução do
risco de doenças.
Nutritional strategies to improve nutraceutical proprieties of milk:
improvements on milk enterolactone and conjugated linoleic acid
ABSTRACT: This study aimed to describe nutritional strategies to increase milk nutraceutical properties,
including mainly strategies to increase the concentrations of enterolactone (EL) and conjugated linoleic acid
(CLA). Enterolactone and CLA are endogenously produced from dietary components and have been identified
as nutraceutical compounds with the potential of improving human health through the prevention and
treatment of diseases. The concentration of these compounds in milk can be modulated through nutritional
strategies which enable to produce milk with greater potential for improving human health. The inclusion of
vegetable lignans sources, such as flaxseed meal and the inclusion of sucrose sources in the diet of dairy cows
increase the concentration of EL in milk. Feeding sources of polyunsaturated fatty acids, such as vegetable oils,
results in increased concentration of CLA in milk. The application of animal nutrition to increase nutraceutical
properties of milk is a valuable tool for promoting the association of milk with human health benefits and is of
great interest.
Keywords: nutraceutical proprieties; bioactive compounds; lignans; dairy cows; health benefits of milk; disease
risk reduction.
1. INTRODUÇÃO
Os alimentos de origem animal, incluindo o leite e a
carne, contribuem de forma vital para a nutrição da
população global, pois, são excelentes fontes de macro e
micronutrientes. Os produtos pecuários representam 18%
das calorias globais, 34% do consumo global de proteínas e
fornecem micronutrientes essenciais, como vitamina B12,
ferro e cálcio (FAO, 2017). Apesar do papel primordial dos
alimentos de origem animal na nutrição humana, estes
alimentos estão sendo cada vez mais questionados quanto
seus malefícios para saúde humana e para o meio ambiente e,
dietas que excluem parcial ou totalmente alimentos de origem
animal estão em ascendência na sociedade contemporânea
Estratégias nutricionais para aumentar as propriedades nutracêuticas do leite ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
482
(JACOBS et al., 2009; LEITZMANN, 2017). Uma alternativa
para incentivar o consumo de alimentos de origem animal é
aumentar suas propriedades nutracêuticas, desta forma,
aumentar os benefícios destes alimentos para a saúde
humana.
A evolução da ciência da nutrição permitiu que, na
atualidade, muito mais se saiba sobre a ação de cada nutriente
no organismo e, além disso, vem demonstrando que algumas
substâncias normalmente presentes nos alimentos,
denominadas compostos bioativos, mas não consideradas
como nutrientes, podem ser importantes, principalmente
para redução do risco de doenças em humanos (ESPIN et al.,
2007).
Os compostos bioativos encontrados nos alimentos
podem ser classificados em: probióticos e prebióticos,
alimentos sulfurados e nitrogenados, pigmentos e vitaminas,
compostos fenólicos, ácidos graxos poliinsaturados e fibras
(MORAES; COLLA, 2006). Os alimentos com propriedades
nutracêuticas, também chamados de alimentos funcionais,
são caracterizados por possuírem compostos bioativos que
oferecem benefícios à saúde humana, além do valor nutritivo
inerente à sua composição química, podendo desempenhar
um papel potencialmente benéfico na redução do risco de
doenças crônicas degenerativas, como câncer e diabetes,
dentre outras (BRASIL, 2009).
Estudos têm sido conduzidos com o objetivo de
aumentar a quantidade de compostos bioativos em alimentos
de origem animal, incluindo aqueles advindos de animais
ruminantes como a carne e o leite (PETIT; GAGNON, 2008;
PETIT et al., 2009; BAARS et al., 2012; MARINO et al.,
2014; BRITO et al., 2015; GHEDINI et al., 2017) e assim,
aumentar o benefício destes alimentos para a saúde humana.
O leite e os produtos lácteos que merecem destaque na
alimentação humana, pois são alimentos de grande valor
nutricional e, portanto, contribuem para uma alimentação
saudável e equilibrada (FAO, 2013; MUNIZ et al., 2013).
Pesquisas têm demonstrado que é possível aumentar as
propriedades nutracêuticas do leite através da manipulação
da alimentação e nutrição de vacas leiteiras (PETIT;
GAGNON, 2009; BRITO et al., 2015; LIMA et al., 2016;
GHEDINI et al., 2017). Alimentos com propriedades
nutracêuticas têm sido adicionados à dieta das vacas com o
intuito de que os compostos bioativos destes alimentos sejam
transferidos para o leite.
Como exemplo, podemos citar a EL e o CLA, ambos
compostos bioativos presente no leite capazes de promover
benefícios para a saúde humana. A inclusão de fontes de
lignanas vegetais como por exemplo, o farelo de linhaça na
dieta de vacas leiteiras (PETIT; GAGNON 2009; BRITO et
al., 2015), bem como a inclusão de fontes de sacarose
(GHEDINI et al., 2017) possibilitam aumentar a
concentração de enterolactona no leite. O fornecimento de
fontes ricas de ácidos graxos poliinsaturados, como por
exemplo os óleos vegetais, possibilitam o aumento da
concentração de CLA no leite (MAIA et al., 2006; RIBEIRO
et al., 2014). Estes estudos têm demonstrado que a
concentração de compostos bioativos no leite, que reflete o
potencial nutracêutico do leite, pode ser modulada por
alterações na dieta das vacas que possibilitam a transferência
de compostos bioativos para o leite.
Desta forma, estes estudos mostram que a nutrição
animal pode ser usada como uma ferramenta para aumentar
o potencial benéfico do leite à saúde humana. Apesar dos
esforços realizados até agora, a nutrição e a alimentação
animal priorizam muito pouco o aumento das propriedades
nutracêuticas dos alimentos de origem animal incluindo o
leite. Neste sentido, revisar e entender as estratégias
nutricionais que têm sido desenvolvidas e que possibilitam
potencializar as propriedades nutracêuticas do leite é de
grande importância.
Destarte objetivou-se descrever estratégias nutricionais
para aumentar as propriedades nutracêuticas do leite,
focando principalmente nas estratégias para aumentar a
concentração de EL e CLA no leite, compostos bioativos
com efeito benéfico à saúde humana.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Importância da ingestão de leite
O leite é um alimento nutritivo, principal fonte de cálcio
dos grupos da pirâmide, sendo essencial para o crescimento
e manutenção da saúde (PHILIPPI et al., 1999). O leite na
alimentação diária é indiscutível devido á riqueza em
nutrientes e, ainda, por proporcionar um conjunto
equilibrado e abrangente de benefícios para a saúde humana,
promovendo o crescimento, contribuindo para formação e
renovação do tecido ósseo, regulando o sistema nervoso e
aumentando a resistência a doenças infecciosas (GOMES et
al., 2008)
O consumo de leite é importante nos diversos períodos
da vida. Na infância, participa no desenvolvimento e
formação do organismo fornecendo proteína, sais minerais e
gordura na adolescência, o leite fornece condições para o
rápido crescimento com ótima constituição muscular, óssea
e endócrina e, para pessoas idosas, é fonte principal de cálcio
sendo fundamental na manutenção da integridade dos ossos
(MACHADO et al., 2003).
Vários estudos vêm apontando benefícios do consumo
de leite. Pesquisas realizadas por Martins et al. (2007);
Micinskia et al. (2012) demostraram que o consumo de leite
reduz os níveis de colesterol LDL (lipoproteína da baixa
densidade), isso ocorre, devido ao consumo de ácido graxo,
considerado hipocolesterémico, e ajuda a diminuir a
viscosidade do sangue e da pressão sanguínea, assim como
atua na regulação da secreção de insulina, e da atividade
hormonal, atenua as reações alérgicas, melhora a resposta
imunitária.
Estudos realizados por Massey (2001) verificou que o
consumo de produtos lácteos pode estar relacionado com
redução da pressão arterial e de acidente vascular cerebral,
por conter quantidades significativas de lcio, magnésio e
potássio.
Sonesttedt et al. (2011) e Huth; Park (2012), constataram
que o consumo de três ou mais porções diárias de produtos
lácteos diminuem os riscos pressão arterial alta. Além de
reduzir a ocorrência de síndrome de resistência à insulina nos
indivíduos com sobrepeso e obesos, pode também reduzir a
ocorrência de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares
(PEREIRA et al., 2002).
2.2. Propriedades do leite
O Nutrient Rich Foods (NRF), classifica os alimentos
com base em sua composição nutricional, o leite pode ser
considerado um alimento de elevada densidade nutritiva, uma
vez que apresenta grande concentração de nutrientes em
relação ao seu teor calórico (USDA; USDHHS, 2010).
O leite contém todos os nutrientes necessários para a
sobrevivência e o crescimento inicial dos mamíferos
Sabino et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
483
neonatos. Os nutrientes do leite incluem fontes de energia
(lipídeos e carboidratos), proteínas para o fornecimento de
aminoácidos, vitaminas, minerais (cinzas) para eletrólitos e
água (FRANDSON et al., 2011). Estes nutrientes no leite
variam de acordo com a espécies animal (Tabela 1).
Os teores de constituintes podem variar também entre
leites provenientes da mesma fonte, de acordo com diversos
fatores como por exemplo raça, dieta, idade entre outros
(CAPUANO et al., 2014).
Tabela 1. Constituintes de leite em gramas por litro de acordo com
cada espécie.
Table 1. Constituents of milk in grams per liter according to each
species.
Espécie
Gordura
Proteína
Lactose
Min. T.
Ovelha
70
60
40
8,0
1,9
Vaca
38
37
48
7,0
1,3
Cabra
40
35
45
7,8
1,2
Min. T. (minerais totais), Ca (cálcio). Fonte: adaptado de Ordónez et al.
(2005).
Min. T. (total minerals), Ca (calcium). Source: adapted from Ordónez et al.
(2005).
2.3.1. Gordura do leite
A fração lipídica do leite é composta por triacilgliceróis
(98%), diacilglicerol (2%), colesterol (< 0,5%), fosfolipídios
(~1%) e ácidos graxos livres (0,1%). Dentre os ácidos graxos
(AG) presentes no leite, 70% são saturados, com destaque
para o palmítico (C16), mirístico, esteárico (C18) e para os
AG de cadeia curta, com destaque ao butírico e capróico. Os
insaturados compreendem 30%, com maior
representatividade de ácido oleico, linoléico e α-linolênico
(FAO, 2013).
No entanto, embora a grande contribuição do consumo
de leite com o aumento de AG saturados na dieta humana,
estudos vem demonstrando que o consumo da gordura do
leite está inversamente relacionado com doenças cardíacas e
riscos de obesidade (CHOWDHURY et al., 2014; GERMAN
et al., 2009; KRATZ et al., 2013; PATTERSON et al., 2013)
O leite de vaca possui naturalmente e que nas quantidades
de AG trans, oriundas de processos metabólicos do intestino
dos ruminantes. Dentre estas, destaca-se o ácido linoleico
conjugado (CLA), que vem sendo associado a benefícios à
saúde humana, tais como melhora da condição
cardiovascular, do sistema imunológico, além de potencial
efeito anticancerígeno e hipolipomiante (Benjamin e Spener,
2009). Estudos indicam que os lácteos compreendem 70% da
quantidade de CLA consumido diariamente (FAO, 2013).
2.3.2. Carboidratos do leite
O principal carboidrato presente no leite é a lactose,
sendo de 40 a 50 gramas por litro, ou de 8 a 10 gramas por
copo (200 ml). Fisiologicamente, este açúcar contribui para o
aumento da absorção intestinal de cálcio, magnésio e fósforo
presentes no leite, assim como na utilização de vitamina D
pelo organismo (FAO, 2013).
A lactose é um dissacarídeo que contém partes iguais de
glicose e galactose. É exclusiva da glândula mamária, mas
pequenas quantidades são encontradas no plasma durante a
lactação. O principal precursor da lactose no sangue é a
glicose, o proprionato também é um precursor, pela via da
glicose (REECE, 1996)
2.3.3. Proteínas do leite
As principais proteínas do leite sintetizadas para
exportação nas células epiteliais mamárias bovinas são as
proteínas da classe caseína (αs -, β- e k-caseína), que
constituem a maior parte das proteínas do leite e β-
lactoglobulina e a α-lactoalbumina (REECE, 1996; REECE,
2006). Também estão presentes as albuminas e as
imunoglobulinas (FRANDSON et al., 2011).
2.3.4. Minerais do leite
Os principais minerais presentes no leite da vaca são:
cálcio (0,12%), fósforo (0,10%), sódio (0,05%), potássio
(0,15%) e cloro (0,11%). Outros minerais são encontrados
em pequenas quantidades incluindo magnésio, enxofre,
cobre, cobalto, ferro, iodo e zinco (REECE, 2006).
2.3.5. Vitaminas
As vitaminas B e K são sintetizadas pelos ruminantes, e
sua concentração no leite não é influenciada pela dieta. As
vitaminas A, D e E não são sintetizadas no rúmen, sendo sua
presença dependente da dieta. A concentração de vitamina C
no leite não é grandemente influenciada pela dieta (REECE,
1996)
2.4 Estratégias nutricionais para aumentar o potencial
nutracêutico do leite
O leite é considerado um alimento completo por possuir
a maior parte dos nutrientes essenciais. Além dos
componentes tradicionais (gordura, carboidratos, proteína,
lipídeos, minerais e vitaminas) pesquisas tem demonstrado
que o leite é uma ótima fonte de biopeptideos e outros
compostos bioativos que são necessários para a manutenção
do organismo e para a prevenção de doenças. Por possuir
estes componentes, o leite é considerado um alimento
funcional, ou seja, alimento com propriedades nutracêuticas.
Por definição, alimentos com propriedades nutracêuticas são
aqueles que conferem benefícios a saúde, incluindo a
prevenção e/ou o tratamento de doenças (MAZZA, 1998).
O termo nutracêutico foi introduzido no final da década
de 80 por Stephen De Felice, M.D., fundador da Foundation
for Innovation in Medicine. Alimentos nutracêuticos são
também chamados de alimentos funcionais uma vez que além
de fornecem nutrientes são capazes de benefíciar a saúde
humana (MAZZA, 1998; SINGH; SACHA, 2011).
Neste sentido, pesquisas foram conduzidas com o
objetivo de aumentar o potencial nutracêutico do leite.
Pesquisas investigando estratégias para o aumento do CLA e
EL têm sido desenvolvidas e demonstram que a nutrição
animal pode ser utilizada como uma ferramenta para
aumentar o potencial benéfico do leite a saúde humana.
2.4.1. Aumento na concentração de enterolactona no
leite
As enterolignanas, enterolactona (EL) e enterodiol (ED),
compostos bioativos sintetizados por mamíferos apartir de
ligananas vegetais, exercem diversas atividades biológicas,
incluindo: propriedades antioxidantes, antitumorais e
fracamente ligadas ao estrogênio. Atualmente, existe um
grande interesse em promover a inclusão de alimentos ricos
em lignanas na dieta de humanos devido aos efeitos benéfícos
das enterolignanas a saúde humana, incluindo principalmente
a prevenção de doenças cardiovasculares,
hipercolesterolemia, câncer de mama e próstata, sintomas da
menopausa e osteoporose (MURKIES et al. al., 1998;
ADLERCREUTZ, 2002).
As lignanas presentes em plantas,são compostos
fenólicos classificados como fitroestrógenos. Os
Estratégias nutricionais para aumentar as propriedades nutracêuticas do leite ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
484
fitoestrógenos o um grupo diversificado de compostos
encontrados naturalmente em muitas plantas comestíveis e
suas sementes que possuem um grupo fenólico
compartilhado com esteróides estrogênicos e função
biológica similar ao estrogênio (WANG et al., 2002). Em
mamíferos, as lignanas vegetais são convertidas através da
ação de microrganismos gastrointestinais em enterolignanas,
EL e ED. Por cerca de duas décadas, apenas as lignanas
seicoisolariciresinol diglucosídeo (SDG) e Matairesinol
(MAT) eram conhecidas como sendo precursores de
enterolignanas, mas recentemente têm sido mostrados que
pinoresinol (PINO) e lariciresinol (LARI) são eficientemente
convertidos em enterolactona (MILDER et al., 2007). A
estrutura química das principais lignanas vegetais e das
enterolignanas estão representadas na Figura 1.
Figura 1. Lignanas vegetais: secoisolariciresinol (Seco), mataresinol (Mat), pinoresinol (Pin), mediorresinol (Med), lariciresinol (Lari),
syringaresinol (Syr), artigenina (Arg), Sesamin (Ses). Lignanas de mamíferos: enterodiol (END) e enterolactona (ENL). Fonte: adaptado de
Landete (2012).
Figure 1. Vegetable lignans: secaisolariciresinol (Seco), mataresinol (Mat), pinoresinol (Pin), mediorresinol (Med), lariciresinol (Lari),
syringaresinol (Syr), artigenin (Arg), Sesamin (Ses). Mammalian lignans: enterodiol (END) and enterolactone (ENL). Source: adapted from
Landete (2012).
A linhaça (Linum usitatissimum) é a principal fonte de
lignanas vegetais. Nas plantas, as lignanas são encontradas
associadas a camada externa das fibras (THOMPSON et
al.,1991; ADLERCREUTZ; MAZUR, 1997), assim, o farelo
de linhaça apresenta maior concentração de lignanas
comparado ao grão de linhaça.
Secoisolariciresinol diglucosido (SDG) representa 95%
das lignanans encontradas na linhaça. Em mamífero não
ruminantes, incluindo humanos, a conversão da lignana SDG
em enterolignanas, realizada por microorganismos do trato
gastro intestinal, pode ser descrita por quatro tipos de reações
catalíticas: O-deglicolisação, O-demetilação, desidrogenação
e desidroxilação, conforme ilustrado na Figura 2.
Em ruminantes, o metabolismo das lignanas não está
completamente elucidado. Sabe-se que as lignanas vegetais
são convertidas a EL e ED pela microbiota ruminal e fecal
Sabino et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
485
(CORTES et al., 2008). Estudos recentes demostraram que o
metabolismo de lignanas em ruminantes ocorre
principalmente no rúmen, onde as lignanas vegetais são
convertidas a enterolignanas pela ação de bactérias ruminais
(CORTES et al., 2008; GAGNON et al., 2009a).
O estudo realizado por Gagnon et al. (2009a) foi o
primeiro estudo in vivo que investigou o papel dos
microorganismos rumimais no metabolismo de lignanas da
linhaça em vacas leiteiras. Neste estudo, vacas Holandesas
portadoras de cânula ruminal receberam os seguintes
tratamentos: (1) óleo e casca de linhaça administrados no
rúmen e infusão abomasal de água; (2) óleo e casca de linhaça
administrados no abomaso; (3) óleo de linhaça infundido no
abomaso e casca de linhaça colocados no rúmen e (4) óleo de
linhaça colocado no rúmen e casca de linhaça administrada
no abomaso. A concentrações de EL no leite e urina foram
respectivamente, 12 e 16 vezes maiores com a administração
da casca de linhaça no rúmen. De forma similar, a
concentração plasmática de EL foi três vezes maior em vacas
que receberam casca de linhaça no rúmen. Estes resultados
demonstram que os microorganismos ruminais
desempenham papel central no metabolismo de lignans em
vacas leiteiras.
Em ruminantes, o metabolismo das lignanas não está
completamente elucidado. Sabe-se que as lignanas vegetais
são convertidas a EL e ED pela microbiota ruminal e fecal
(CORTES et al., 2008). Estudos recentes demostraram que o
metabolismo de lignanas em ruminantes ocorre
principalmente no rúmen, onde as lignanas vegetais são
convertidas a enterolignanas pela ação de bactérias ruminais
(CORTES et al., 2008; GAGNON et al., 2009a).
Figura 2. Estrutura química do diglucósido secoisolariciresinol e seus metabólitos bacterianos. Fonte: Clavel et al (2006).
Figure 2. Chemical structure of dryisolariciresinol diglucoside and its bacterial metabolites. Source: Clavel et al (2006).
Apesar da importância dos microrganismos ruminais no
metabolismo de lignanas em animais ruminantes, apenas um
pequeno número de estudos tem investigado o metabolismo
de lignans no rúmen e como alterações na dieta podem afetar
este processo. Recentemente, Schogor et al. (2014) estudaram
o metabolismo de lignanas utilizando culturas puras de
bactériais ruminais incubadas com SDG. Foi reportado que
11 espécies bacterianas ruminais, principalmente Prevotella
spp são capazes de converter SDG a SECO, um
intermediário formado no metabolismo de SDG a EL no
rúmen. Estes resultados sugerem que Prevotella spp.
possivelmente seja o gênero de microorganismo ruminais que
desempenha papel central no metabolimo de lignanas em
vacas leiteiras (SCHOGOR et al., 2014).
A enterolactone tem sido identificada como o principal
metabólico de lignanas presente no fluído ruminal, urina,
plasma e leite de vacas leiteiras (PETIT; GAGNON, 2009;
GAGNON et al., 2009a; BRITO et al., 2015). Saarinen et al.
(2002) reportaram que a concentração de EL na urina de
ratos alimentados com EL pura é cinco vezes maior do que a
concentração de EL na urina de ratos alimentados com
lignanas vegetais. Esta descoberta mostra que antes de serem
absorvidas, as lignanas vegetais precisam ser convertidas a
enterolignanas pelos microrganismos do colón, enquanto que
a EL desconjugada é passivamente absorvida no intestino de
mamíferos.
A concentração de EL no leite de vacas leiteiras pode ser
modulada através de estratégias alimentares e o leite com uma
maior concentração de EL pode possivelmente ser utilizado
como uma fonte de EL para humanos (PETIT, GAGNON,
2009; BRITO et al., 2015). Humanos dependem da ação de
microrganismos intestinais para converter as lignanas
vegetais em enterolignanas (THOMPSON et al., 1991).
Desta forma, o consumo de leite com maior concentração de
EL é possivelmente mais eficiente em disponibilizar EL no
organismo humano, do que o consumo de plantas fontes de
lignanas vegetais, incluindo a linhaça.
A alimentação de vacas leiteiras com fontes ricas em
SDG, como por exemplo casca e farelo de linhaça, tem
resultado em aumento na concentração de EL no leite. Petit
et al. (2009b), avaliaram o efeito da alimentação com farelo e
grão inteiro de linhaça (ambos ofertados a 10% da MS da
dieta) na concentração de ED e EL no leite de vacas
Holandesas. Enterodiol o foi detectado no leite,
possivelmente devido ao fato de que durante o metabolismo
das lignanas a maior parte do ED é convertida a EL. A
concentração de EL no leite foi maior em vacas recebendo o
farelo de linhaça quando comparada a vacas que receberam o
grão inteiro de linhaça. A alimentação com farelo de linhaça
resulta em maior consumo de SDG, visto que, como
mensionado, as lignanas o associadas a parte fibrosa das
plantas, e maior consumo de SDG explica o maior teor de
Estratégias nutricionais para aumentar as propriedades nutracêuticas do leite ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
486
EL no leite de vacas alimentadas com farelo de linhaça. Petit
e Gagnon (2009b) alimentaram vacas Holandesas com níveis
crescentes de farelo de linhaça: 0, 5, 10 and 15% da MS e
reportaram aumento linear na concentração de EL no leite
(Figura 3).
Da mesma forma, Petit; Gagnon (2011) obtiveram
aumento linear na concentração de EL no leite quando níveis
crescentes de casca de linhaça (0, 5, 10, 15, 20% da MS) foram
adicionados na dieta de vacas Holandesas (Figura 4).
Em estudo subsequente, Lima et al. (2016) investigaram
o efeito da inclusão do farelo de linhaça na dieta e da infusão
abomasal de óleo de linhaça e sua relação na concentração de
EL no leite de vacas Holandesas portadoras de canula
ruminal. As vacas receberam quatro tratamentos: (1) dieta
controle, sem farelo de linha (CON); (2) dieta contendo
12,4% de farelo de linhaça na MS; (3) dieta sem farelo de
linhaça e infusão de 250 g de óleo de linhaça no abomaso; e
(4) dieta contendo 12.4% de farelo de linhaça na MS e infusão
de 250 g de óleo de linhaça no abomaso. A adição de farelo
de linhaça na dieta aumentou a concentração de EL do leite.
A concentração de EL no leite foi de 2.11 mg/d e 2.61 mg/d
em vacas que receberam os tratamentos 2 e 4,
respectivamente (LIMA et al., 2016).
Figura 3. Concentração de enterolactona (nM) no leite de vacas
alimentadas com níveis crescentes de farelo de linhaça (CO) ou 50
(5FM), 100 (10FM) e 150 (15FM) g / Kg na matéria seca. As barras
verticais representam as médias com intervalos de confiança. Fonte:
Petit; Gagnon (2009).
Figure 3. Concentration of enterolactone (nM) in the milk of cows
fed with increasing levels of flaxseed bran (CO) or 50 (5FM), 100
(10FM) and 150 (15FM) g / kg in dry matter. The vertical bars
represent the averages with confidence intervals. Source: Petit;
Gagnon (2009).
Figura 4. Concentração (nmol / l) de enterolactona (EL) no leite de
vacas alimentadas com 0, 50, 100, 15 ou 200 g / kg de casca de
linhaça na matéria seca. Fonte: Petit; Gagnon (2011).
Figure 4. Concentration (nmol / l) of enterolactone (EL) in the milk
of cows fed with 0, 50, 100, 15 or 200 g / kg of linseed skin in the
dry matter. Source: Petit; Gagnon (2011).
Mais recentemente, em um estudo conduzido nos
Estados Unidos com vacas Jersey, foi demonstrado que a
concentração de enterolactona no leite de vacas leiteiras
alimentadas com dietas a base de farelo de linhaça pode ser
modulada pela fonte de carboidratos não estruturais (CNS)
presente na dieta. Este estudo desmonstrou que a
alimentação com melaço líquido, fonte de sacarose, resulta
em maior concentração de EL do que a alimentação com
farelo de milho, fonte de amido, quando a dieta de vacas
leiteiras tem o farelo de linhaça como base proteica. As vacas
foram alimentadas com dietas a base de feno e receberam
quatro diferentes concentrados: (1) milho mais uma mistura
de fontes proteícas contendo farelo de soja e farelo de
girassol; (2) milho mais farelo de linhaça; (3) melaço líquido
mais mistura de fontes proteícas contendo farelo de soja e
farelo de girassol e (4) melaço líquido mais farelo de linhaça.
Vacas que receberam o farelo de linhaça apresentaram maior
concentração de EL no leite. Adicionalmente, foi reportado
que vacas recebendo farelo de linhaça e melaço líquido
produziram leite com concentrações maiores maior de EL do
que vacas alimentadas com farelo de linhaça e farelo de
milho. Estes resultados sugerem que a sucrose é
possivelmente mais eficiente em selecionar ou favorecer
microorganismos ruminais com alta capacidade em
metabolizar as liganans vegetais a enteroliganans do que o
amido (BRITO et al., 2015).
Dando continuidade ao estudo de Brito et al. (2015), um
subsequente estudo realizado pela mesma equipe de
pesquisadores, avaliou o efeito da inclusão de níveis
crescentes de melaço líquido sobre a concentração de EL no
leite de vacas Jersey alimentadas com dietas a base de farelo
de linhaça. O farelo de milho foi substituído por quantidades
crescentes de melaço líquido a 0, 4, 8 ou 12% na MS da dieta.
A concentração de EL no leite respondeu de forma bica
aos níveis crescentes de melaço na dieta e concluiu-se que
mais estudos são necessários para compreender como o
metabolismo de SDG é afetado por açúcares dietéticos
(GHEDINI et al., 2018a).
Considerando que, dentre as bactérias ruminais a Prevotella
spp. provavelmente exerce papel importante no metabolismo
ruminal de lignanas, alterações na dieta de vacas leiteiras que
resultem em uma maior prevalência da Prevotella spp. no
rúmen podem maximizar o metabolismo das lignanas
contribuindo para um aumento na concentração de EL no
leite. A inclusão de 4% de óleo de linhaça na dieta de touros
(%MS) resultou em uma maior prevalência do gênero
Prevotella no rúmen em estudo realizado por Li et al. (2015).
Apesar destes resultados, o efeito de ácidos graxos
poliinsaturados sobre o metabolismo de SDG e subsequente
concentração de EL no leite de vacas leiteiras não foi
investigado até a presente data.
Estudos também tem sido conduzido no sentido de
elucidar fatores como o tempo necessário de suplementação
com lignanas vegetais para obter aumento na concentração
de EL no leite bovino (GAGNON et al. 2009b) e estudar a
biodisponibilidade da EL presente no leite bovino em
animais mamíferos (GHEDINI et al., 2018b). Estes estudos
serão brevemente apresentados a seguir.
Gagnon et al. (2009b) avaliaram o período de tempo para
obter o pico de concentração de EL no leite de vacas
alimentadas com 20% farelo de linha e o tempo de retorno
ao nível basal de concentração de enterolactona quando as
vacas são trocadas de alta para baixa ingestão de SDG
proveniente da linhaça. Doze vacas Holandesas foram
Sabino et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
487
utilizadas neste estudo e inicialmente divididas em dois
grupos experimentais, 1 e 2. O grupo 1 recebeu dieta sem
farelo de linhaça (dieta controle) durante todo o período do
experimento (6 semanas no total). Enquanto que, o grupo 2
recebeu dieta com farelo de linhaça (20% na MS) durante as
três primeiras semanas do experimento e, a dieta controle
durante as três últimas semanas. Os pesquisadores
observaram interação significativa entre o regime de
alimentação (controle e farelo de linha) e semana para a
concentração de EL no leite, como resultado de maior
concentração de EL da semana 1 a 3 para vacas no regime
farelo de linhaça comparadas com as do regime controle
(Figura 5).
Adicionalmente, este estudo sugere que a conversão de
SDG a EL e a transferência de EL para a glândula mamária
estão bem estabelecidas após uma semana de alimentação
com 20% de farelo de linhaça na dieta, e o nível basal de EL
no leite é atingido após uma semana de privação ao farelo de
linhaça.
Figura 5. Concentrações de enterolactona (EL) no leite de vacas de
leiteiras alimentadas com 20 % farelo de linhaça na MS e a dieta
controle.
Figure 5. Enterolactone (EL) concentrations in the milk of dairy
cows fed 20% flaxseed meal in DM and the control diet.
Ghedini et al. (2018b) conduziram um estudo para
determinar a farmacocinética da EL em bezerros recém-
nascidos alimentados com sucedâneo do leite (tratamento
controle) ou leite bovino enriquecido com EL. Em bezerros
recém-nascidos, a sucção estimula o fechamento do sulco
esofágico para que o leite ou substituto do leite contornem o
retículo-rúmen e cheguem até o abomaso. Assim, os bezerros
podem ser usados como modelo para fazer inferências sobre
a farmacocinética da EL presente no leite bovino em
mamíferos de estômago simples, incluindo humanos. Vinte
bezerros foram utilizados desde o nascimento ao dia 7 de
vida. Todos os bezerros receberam colostro ao nascimento.
A partir do fornecimento de colostro, os bezerros receberam
4 L de sucedâneo do leite por dia em duas alimentações
diárias (as 7 da manhã e 7 da noite). No quinto dia de vida,
os bezerros receberam 2 L de substituto do leite (n = 10;
tratamento controle EL: 123 nmol / L EL) ou 2 L de leite
enriquecido com EL (n = 10; tratamento EL alto: 481 nmol
/ L EL) durante a alimentação da manhã (0700 h). O leite
enriquecido com EL era proveniente de uma vaca da raça
Jersey alimentada com 20% de farelo de linhaça. Amostras de
sangue foram retiradas da veia jugular antes (0 h) e a 0,5, 1,
1,5, 2, 2,5, 3, 4, 6, 8, 10, 12, 24 e 48 horas após a administração
oral dos tratamentos. A concentração de EL no plasma dos
bezerros está representada na Figura 9. Este estudo
demonstrou que os bezerros foram capazes de absorver a EL
do leite, indicando que o leite bovino enriquecido com EL
pode ser potencialmente usado como fonte de EL para
ruminantes pré-desmamados e possivelmente para humanos
(Figura 6).
Existe atualmente grande interesse em maximizar o
conteúdo de lignanas na dieta humana devido aos potenciais
benefícios das enterolignanas, EL e ED a saúde humana. A
produção de leite com elevada concentração de EL pode ser
uma alternativa viável para o fornecimento de EL na dieta de
humanos. Estudos avaliando como alterações na dieta de
vacas leiteiras podem modular o metabolismo de lignanas no
rúmen e subsequentemente as concentrações de EL no leite
devem ser continuamente conduzidas para uma melhor
elucidação das estratégias a serem adotadas no processo de
aumento da concentração de EL no leite. Além disso, estudos
avaliando o efeito benéfico a saúde humana do consumo de
leite bovino com elevado teor de EL precisa ainda ser
desenvolvidos.
Figura 6. Concentração de enterolactona (EL) no plasma após a
administração oral de 2 L de sucedâneo do leite (baixa concentração
de EL; ○) ou 2 L de leite com alta concentração de EL (alta
concentração de EL; ■) para bezerros neonatos com 5 d de idade.
Valores são média ± desvio padrão.
Figure 6. Plasma enterolactone (EL) concentration after oral
administration of 2 L of milk replacer (low EL concentration; ○) or
2 L of milk with high EL concentration (high EL concentration; ■)
to calves neonates with 5 d of age. Values are mean ± standard
deviation
2.4.2. Aumento na concentração de Ácido Linoleico
Conjugado (CLA)
O termo CLA descreve a família de isômeros geométricos
do ácido linoléico com propriedades bioativas distintas, que
têm duas duplas ligações separadas por apenas uma ligação
simples (insaturação conjugada). A conjugação da dupla
ligação é geralmente nas posições 9 e 11 ou 10 e 12 (IP et al.
1994; ABU-GHAZALEH et al., 2001), porém existem
outros isômeros presentes nos produtos de ruminantes. A
configuração geométrica consiste nas formas cis-cis, cis-
trans, trans-cis e trans-trans (ABU-GHAZALEH et al.,
2001). Em torno de 80 a 90% do CLA presente nos produtos
lácteos está presente na forma de isômeros cis-9, trans-11
(C18:2), sendo as formas biologicamente mais ativas de CLA
(JENSEN, 2002; CRUMB, 2011).
Kepler e Tove (1971), descobriram que o primeiro
intermediário na bio-hidrogenação do ácido linoleico pelas
bactérias ruminais Butyrivibrio fibrisolvens, é o C18:2 cis-9,
trans-11, o que sugere que os ruminantes podem converter o
ácido linoleico em CLA explicando maior concentração de
CLA em produtos de ruminantes.
Estratégias nutricionais para aumentar as propriedades nutracêuticas do leite ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
488
O primeiro grupo a relatar o efeito anticarcinogênico do
CLA foi o grupo do Dr. Pariza’s da Universidade de
Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos (Ha et al., 1987;
Pariza; Hargraves, 1985).
Ha et al. (1987), utilizando técnicas de espectrofotometria
e cromatografia, isolaram e caracterizaram estes
componentes antimutagênicos desconhecidos da fração
lipídica da carne. Os autores então, descobriram a existência
de 4 isômeros derivados do ácido linoléico, sendo que cada
um deles continha um sistema de dupla ligação conjugada, e,
portanto, foram nomeados ácidos linoléicos conjugados
(CLAs).
Em um estudo realizado por Pariza et al. (1979),
observaram que a carne bovina grelhada tinha um
componente carcinogênico, no entanto não conseguiram
saber qual os quais componentes tinham. Hargreaves e Pariza
(1983) continuaram seus estudos e observaram em extratos
de carne a presença novamente de compostos com atividades
antimutagênica e que são formadas durante o cozimento
independentes do cozimento. Hargreaves e Pariza (1985) em
estudos com camundongos observaram que estes
componentes presentes nos estudos anteriores, foram
capazes de inibir a progressão do tumor nas células epiteliais.
Os ruminantes fornecem a melhor fonte natural de CLA,
para a dieta humana, provenientes da carne e do leite (CHIN
et al., 1992). O CLA pode ser originado de duas vias sendo
uma delas o men, por meio da biohidrogenação incompleta
de ácidos graxos poliinsaturados provenientes da dieta, e pela
dessaturação do ácido graxo C18:1 trans-11 por ação da Δ9-
dessaturase (CORL, 2001).
O metabolismo de lipídios no rúmen é iniciado pela
hidrólise, que é realizada majoritariamente pelas bactérias.
Posteriormente, os AG insaturados serão biohidrogenados.
O primeiro passo da biohidrogenação é uma isomerização
realizada por uma isomerase que converte o ácido graxo
linoleico cis-9, cis-12 dieno metileno-interrompido em ácido
cis-9, trans-11 (C18:2) dieno conjugado é um CLA
(PALMQUIST; MATTOS, 2011). Este primeiro passo
ocorre pela ação das bactérias ruminais dentre as bactérias a
Butyrivibrio fibrosovens (MARTIN; JENKINS, 2002). Este
metabólico intermediário, sendo rapidamente hidrogenado a
trans 11 18:1 comumente chamado de ácido vacênico, e é
liberado no ambiente ruminal. Os microrganismos
secundários hidrogenam a ligação trans-11 com formação
produto primário da biohidrogenação completa, o ácido
esteárico 18:00 (Figura 10) (PALMQUIST; MATTOS, 2011).
A segunda fonte é o CLA sintetizado via endógena pela
ação da enzima Δ9-dessaturase na glândula mamária, que
utiliza como substrato o ácido vacênico (trans-11 C18:1), que
como descrito acima é um outro intermediário proveniente
da biohidrogenação parcial dos ácidos graxos insaturados que
ocorre no rúmen (Figura 7) (BAUMAN et al., 1999).
Figura 7. a) Via metabólica de biossíntese do CLA no rúmen, b) Via metabólica de biossíntese do CLA no endógeno. Fonte: Adaptado de
Bauman; Griinari (2001).
Figure 7. a) Metabolic pathway of CLA biosynthesis in the rumen, b) Metabolic pathway of CLA biosynthesis in the endogenous. Source:
Adapted from Bauman; Griinari (2001).
A concentração e CLA na gordura do leite é muito
variável, podendo ser atribuída a fatores relacionadas aos
animais como raça, estágio de lactação, saúde e fatores
relacionados à dieta como tipo de alimento, inclusão ácidos
graxos insaturados na dieta, composição dos ácidos graxos e
variação sazonal (JENSES, 2002; TSIPLAKOU et al., 2006).
Para que o CLA exerça seus efeitos benéficos sobre a
saúde humana estima-se que a ingestão por pessoa seja 3
g.dia-1 (IP et al., 1991). Entretanto o consumo de CLA por
brasileiros variam de 140mg a 1g/dia dependendo da
metodologia utilizada e dos hábitos alimentares da população
(ANVISA, 2007).
A concentração de CLA no leite varia de 3 à 6 mg/g
(KELLY et al., 1998). Em relação a concentração de CLA
nos derivados lácteos (Tabela 2), a concentração de CLA é
determinada nos derivados lácteos pela concentração inicial
deste no leite empregado como matéria-prima ou devido ao
enriquecimento do produto (LUCATTO et al., 2014).
O principal benefício do CLA é devido a alguns estudos
indicarem que este exerce atividade anticarcinogênica, isso
ocorre provavelmente por apresentar propriedades
antiestrogênica (TANMAHASAMUT et al., 2004;
HOLANDA et al., 2011).
Esta atividade faz com que o CLA atue, inibindo a síntese
de nucleotídeo, reduzindo a atividade proliferativa de DNA
do tumor, inibindo a ativação da carcinogênese (SCHULTZ
et al., 1992; ZU; SCHUT, 1992; IP et al., 1994; PARODI,
1997; HOLANDA et al., 2011). O CLA também apresenta
propriedades hipocolesterolêmica (KELLY; BAUMAN,
1996), e mecanismo antioxidante (BANNI et al., 1995).
Sabino et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
489
Tabela 2. Concentração de CLA em derivados lácteos
Table 2. Concentration of CLA in dairy products
Investigador
Derivado
lácteo
Concentração média
de CLA/100 g
Ledoux et al. (2005)
Manteiga
0,45
a
0,80
Serafeimidou et al.
(2013).
Iogurte
0,128
a
1,50
El
-
Salam e El
-
Shibily
(2014) Queijo 0,05 a 2,50
Fonte: adaptado de Lucatto el al. (2014).
Source: adapted from Lucatto el al. (2014).
O CLA também pode ser produzido sinteticamente
contendo geralmente 40% de cis 9, trans 11, 40% de trans 10,
cis 12 e 20% de outros isômeros, estes CLA sintéticos estão
disponíveis comercialmente vendido em alguns países
(MCLEOD et al., 2004). Entretanto no Brasil para que o
CLA sintético possa ser vendidos é necessário que as
empresas apresentem documentação científica comprovando
a segurança de uso e eficácia produtos uma vez que essas
substâncias serão utilizadas em níveis superiores aos
atualmente observados na alimentação da população
brasileira. Esta preocupação é devido ao fato que em estudos
com animais experimentais apresentaram efeitos adversos
como aumento do fígado, esteatose hepática,
hiperinsulinêmica e diminuição dos níveis séricos de leptina
(ANVISA, 2007).
Como já descrito nesta revisão, vários são os fatores que
influenciam na concentração de CLA na gordura do leite de
ruminantes. Entretanto Griinari; Bauman (1999) descrevem
que a dieta é o fator mais influente que determina a
concentração de CLA.
Assim diante destes podemos melhorar a concentração
de CLA alterando a alimentação de animais ruminantes em
lactação. Concentrações maiores de CLA foram observadas
no leite de animais alimentados com pasto em relação com
dietas com ração (Tabela 3). No entanto Lock; Garnsworthy
(2003) acreditam que parte do aumento pode ser devido ao
aparente aumento da atividade de Δ9-dessaturase na glândula
mamária de vacas alimentadas a pasto.
Tabela 3. Estratégias de suplementação para aumentar CLA da dieta.
Table 3. Supplementation strategies to increase dietary CLA.
Investigador Tratamento Concentração média de
CLA/ 100g Efeito
Santos et al. (2001)
Controle
Soja integral
Óleo de soja
0,21
0,18
0,43
Soja integral diminui o
óleo de soja aumentou
Kay et al. (2005)
TMR (Controle)
Pasto
0,71
1,84 Pasto aumentou
Maia et al. (2006)
Controle;
5,1% óleo de arroz;
5,1% óleo de canola;
5,1% óleo de soja
0,91
1,43
1,10
1,70
Aumentou;
Aumentou;
Aumentou;
Sem efeito entre os óleos
Bharathan et al.
(2008)
DDGS
Óleo de peixe
1,68
2,24
Aumentou
Aumentou
Renna et al. (2010)
Cevada de milho
X
Polpa de beteraba
1,49
1,40 Sem efeito
Baars et al. (2011)
Feno de pasto
Silagem
6,1
8,2 Silagem Aumentou
Souza (2011)
0% óleo de Girassol
1,5 % óleo de Girassol
3,0 % óleo de Girassol
4,5 % óleo de Girassol
0,12
1,57
2,60
3,16
Aumentou com a inclusão de óleo de girassol
Mutsvangwa et al.
(2012)
Canola laminado seco
Canola peletizado
Linhaça laminado seco
Linhaça peletizado
0,84
0,79
0,97
1,83
Canola lamido seco aumento em relação canola peletizado;
linhaça peletizado aumento em relação linhaça laminado
seco. Linhaça aumento mais que a canola a concentração de
CLA.
Kurokawa et al.
(2013)
0% DDGS;
10% DDGS;
20% DDGS
0,48
0,78
1,42 Aumentou com a inclusão de DDGS na MS da dieta.
Lahlou et al. (2014)
TMR (Controle)
Pasto
0,71
1,06 Pasto Aumentou
Ribeiro et al.
(2014)
0% óleo de Girassol
1,3 % óleo de Girassol
2,5 % óleo de Girassol
3,7 % óleo de Girassol
0,92
1,28
1,68
2,21
Aumentou com a inclusão de óleo de girassol
Gastelen et al.
(2015)
(GS)100% (100% (Silagem capim);
(GS) 67% (67% Silagem de
capim+33% silagem de milho);
(GS) 33% (33% Silagem de
capim+67% Silagem de Milho;
(GS) 0% (100% Silagem de milho)
0,38
0,35
0,37
0,64
A silagem de milho 100% aumentou as concentrações de
CLA.
Ceretti et al. (2016)
0% amendoim;
33% amendoim;
66% amendoim;
100% amendoim
2,24
1,15
0,91
1,14
As concentrações de CLA diminuíram com a inclusão do
amendoim
Bainbridge et al.
(2017)
Milheto
X
Pastagem
11,63
16,00 Pastagem aumentou
Fonte: elaborada pelos autores. Source: prepared by the authors.
Estratégias nutricionais para aumentar as propriedades nutracêuticas do leite ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
490
Estratégias com a inclusão de óleo ou sementes podem
também aumentar as concentrações de CLA no leite.
Observa-se também que os grãos de oleaginosas em
comparação ao óleo contendo AG poli-insaturados, os óleos
apresentaram maior concentração de CLA. Os grãos de
oleaginosas terá um menor efeito na fermentação, isso
provavelmente ocorre devido á lenta liberação do óleo
presente no grão no fluido ruminal (NRC, 2001).
A formação de intermediários da biohidrogenação ruminal e
do CLA é dependente da quantidade de ácido linoleico
dietético (BAUMAN et al., 1999). Pesquisas posteriores,
demostraram que as extensões da biohidrogenação ruminal
aumentam com o acréscimo de ácidos graxos insaturados na
dieta (DUCKETT et al., 2002). Assim, estudos com
diferentes ingredientes nas dietas de animais ruminantes vêm
sendo sendo realizados na tentativa de manipulação da
biohidrogenação ruminal e consequentemente o aumento de
CLA no leite (Tabela 3).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O leite é considerado um alimento completo por possuir
a maior parte dos nutrientes essenciais. Além dos
componentes tradicionais, pesquisas tem demonstrado que o
leite é uma ótima fonte de biopeptideos e outros compostos
bioativos que são necessários para a manutenção do
organismo e para a prevenção de doenças. A inclusão de
alimentos funcionais como a linhaça na alimentação de vacas
leiteiras aumentou a concentração de enterolactona no leite.
A inclusão de óleos vegetais, grãos e pastagem
proporcionaram maiores concentrações de CLA. O aumento
das concentrações de EL e CLA no leite aumenta o potencial
nutracêutico do leite, portanto melhorando o potencial
benéfico do leite a saúde humana.
Portanto, a produção a partir de precursores presentes
nos alimentos e subsequente transferência de ambos, EL e
CLA para o leite pode ser modulada por alterações na dieta
das vacas leiteiras que possibilitam alterações no
metabolismo ruminal e na síntese destes componentes
nutracêuticos.
6. REFERÊNCIAS
ABU-GHAZALEH A. A.; SCHINGOETHE D. J.;
HIPPEN A. R. Conjugated linoleic acid and other
beneficial fatty acids in milk fatty from cows fed soybean
meal, fish meal, or both. Journal of Dairy Science, v. 84,
p. 1845-1850, 2001. DOI:
https://doi.org/10.3168/jds.S0022-0302 (01)74624-3.
ADLERCREUTZ, H.; MAZUR, W. Phyto-oestrogens and
Western diseases. Annals of Internal Medicine, v. 29,
p. 95-120, 1997. DOI:
https://doi.org/10.3109/07853899709113696
ANVISA. Esclarecimentos sobre as avaliações de segurança
e eficácia do Ácido Linoléico Conjugado CLA. 2007.
Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/informes/23_190
407.htm. Acesso em: 02/08/2020.
BAARS, T.; WOHLERS, J.; KUSCHE, D.; JAHREIS, G.
Experimental improvement of cowmilk fatty acid
composition in organic winter diets. Journal of Science of
Food and Agriculture, v. 92, p. 2883-2890, 2012. DOI:
https://doi.org/10.1002/jsfa.5525
BAILEY, A. E. Bailey's Industrial oil and fat products. 5
ed. New York: John Wiley, v. 3, 1996. 614p. DOI:
https://doi.org/ 10.1002 / 047167849X.
BAINBRIDGE, M. L.; EGOLF, E.; BARLOW, J. W.;
ALVEZ, J. P.; ROMAN, J.; KRAFT, J. Milk from cows
grazing on cool-season pastures provides an enhanced
profile of bioactive fatty acids compared to those grazed
on a monoculture of pearl millet. Food Chemistry, v.
217, p. 750-755, 2017.
DOI: 10.1016/j.foodchem.2016.08.134
BHARATHAN, M.; SCHINGOETHE, D. J.; HIPPEN, A.
R.; KALSCHEUR, K. F.; GIBSON, M. L.; KARGES, K.
Conjugated linoleic acid increases in milk from cows fed
condensed corn distillers solubles and fish oil. Journal of
Dairy Science, v. 91 n. 7, p. 2796-2807, 2008. DOI:
10.3168/jds.2007-0938
BANNI, S.; DAY, B. W.; EVANS, R.W.; FRANCESCO P.
C.; LOMBARDI, B. Detection of conjugated diene
isomers of linoleic acid in liver lipids of rats fed a choline-
devoid diet indicates that the diet does not cause
lipoperoxidation. Journal Nutrition Biochemistry, v. 6,
p. 281-289, 1995. DOI: https://doi.org/10.1016/0955-
2863(95)00049-6.
BAUMAN, D. E., BAUMGARD, L. H., CORL, B. A.,
GRIINARI, J. M. Biosynthesis of conjugated linoleic acid
in ruminants. Proceeding of the American Society of
Animal Science, 1999. 15p. Disponível em:
https://www.agrireseau.net/bovinsboucherie/documen
ts/CLA.pdf. Accesso em: 09 Nov. 202.
BAUMAN, D. E.; GRIINARI, J. M. Regulation and
nutritional manipulation of milk fat: low-fat milk
syndrome. Livestock Production Science, v. 70, n. 1-2,
p. 15-29, 2001. DOI: https://doi.org/10.1016/S0301-
6226(01)00195-6
BRITO, A. F.; PETIT, H. V.; PEREIRA, A. B.; SODER, K.
J.; ROSS, S. Interactions of corn meal or molasses with a
soybean-sunflower meal mix or flaxseed meal on
production, milk fatty acid composition, and nutrient
utilization in dairy cows fed grass hay-based diets.
Journal of Dairy Science, v. 98, p. 443–457, 2015. DOI:
https://doi.org/10.3168/jds.2014-8353.
CAPUANO, E.; RADEMAKER, J.; BIJGAART, V. D.;
RUTH, S. M. Verification of fresh grass feeding, pasture
grazing and organic farming by FTIR spectroscopy
analysis of bovine milk. Food Research International,
v. 60, p. 59-65, 2014. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.foodres.2013.12.024
CHIN, S. F.; LIU, W.; STORKSON, J.M.; HA, Y.L.;
PARIZA, M.W. Dietary sources of conjugated dienoic
isomers of linoleic acid, a newly recognized class of
anticarcinogens. Livestock Production Science, v. 5, p.
185-197, 1992. DOI: https://doi.org/10.1016/0889-
1575(92)90037-K.
CHOWDHURY, R.; WARNAKULA, S.; KUNUTSOR, S.;
CROWE, F.; WARD, H. A.; JOHNSON, L.; FRANCO,
O. H.; BUTTERWORTH, A. S.; FOROUHI, N. G.;
THOMPSON, S.G.; KHAW, K. T.; MOZAFFARIAN,
D.; DANESH, J.; ANGELANTONIO, E. D.
Association of dietary, circulating, and supplement fatty
acids with coronary risk: a systematic review and meta-
analysis. Annals of Internal Medicine, v. 160, n. 6, p.
398-406, 2014. DOI: 10.7326/M13-1788
Sabino et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
491
CLAVEL, T.; BORRMANN, D.; BRAUNE, A.; DORÉ, J.;
BLAUT, M. Occurence and activity of human intestinal
bacteria involved in the conversion of dietary lignans.
Anaerobe, v. 12, p. 140-147, 2006. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.anaerobe.2005.11.002.
CÔRTES, C.; GAGNON, N.; BENCHAAR, C.; DA
SILVA, D.; SANTOS, G.T.; PETIT, H.V. In vitro
metabolism of flax lignans by ruminal and faecal
microbiota of dairy cows. Journal of Applied
Microbiology, v. 105, p. 1585-1594, 2008. DOI:
https://doi.org/10.1111/j.1365-2672.2008.03922.x.
COZZOLINO, S. Nutracêuticos: o que significa?. 2012.
Disponível em:
http://www.abeso.org.br/pdf/revista55/artigo.pdf.
Acesso em: 03 ago. 2020.
CRUMB, D. J. Conjugated linoleic acid (CLA)-An Overview
Int. International Journal of Applied Research in
Natural Products, v. 4, p. 12-18, 2011.
DENMAN, S. E.; MCSWEENEY, C. S.; CORL, B. A.;
BAUMGARD, L. H.; DWYER, D.A. The role of delta-
9-desaturase in the production of cis-9, trans-11. Journal
of Nutritional Biochemistry, v. 12, n. 11, p .622-630,
2001.
FAO. Food and Agriculture Organization. Milk and dairy
products in human nutrition. Rome; 2013. 404p. DOI:
https://www.fao.org/3/i3396e/i3396e.pdf
FORD, J. D.; HUANG, K. S.; WANG, H. B.; DAVIN, L.
B.; LEWIS, N. G. Biosynthetic pathway to the cancer
chemopreventive secoisolariciresinoldiglucoside-
hydroxymethyl glutaryl ester-linked lignan oligomers in
flax (Linum usitatissimum) seed. Journal of Natural
Products, v. 64, p. 1388-1397, 2001. DOI:
https://doi.org/10.1021/np010367x
FRANDSON, W. L.; FAIL, A. D. Anatomia e Fisiologia
dos Animais de Fazenda. 7 ed. São Paulo: Guanabara
Koogan, 2011. p. 359-365.
GAGNON, N.; RTES, C.; PETIT, H V. Weekly
excretion of the mammalian lignan enterolactone in milk
of dairy cows fed flaxseed meal. Journal of Dairy
Research, v. 76, p. 455-458, 2009. DOI:
https://doi.org/10.1017/S0022029909990082
GAGNON, N.; CÔRTES, C.; SILVA, D.; KAZAMA, R.;
BENCHAAR, C.; SANTOS, G. T.; ZEOULA, L. M.;
PETIT, H. V. Ruminal metabolism of flaxseed (Linum
usitatissimum) lignans to the mammalian lignan
enterolactone and its concentration in ruminal fluid,
plasma, urine and milk of dairy cows. British Journal of
Nutrition, v. 102, p. 1015-1023, 2009. DOI:
https://doi.org/10.1017/S0007114509344104
GASTELEN, S.V.; ANTUNES-FERNANDES, E. C.;
HETTINGA, K. A.; KLOP, G.; ALFERINK, S. J.;
DIJKSTRA, J. Enteric methane production, rumen
volatile fatty acid concentrations, and milk fatty acid
composition in lactating Holstein-Friesian cows fed grass
silage- or corn silage-based diets. Journal of Dairy
Science, v. 98, n. 3, p. 1-13, 2015. DOI:
https://doi.org/10.3168/jds.2014-8552
GERMAN, J. B.; GIBSON, R. A.; KRAUSS, R. M.;
NESTEL, P.; LAMARCHE, B.; VAN STAVEREN,
W.M.; STEIJNS, J.M.; DE GROOT, L. C.; LOCK, A. L.;
DESTAILLATS, F. A reappraisal of the impact of dairy
foods and milk fat on cardiovascular disease risk.
European Journal of Nutrition, v. 48, n. 4, p. 191-203,
2009. DOI: 10.1007/s00394-009-0002-5
GHEDINI, C. P.; BRITO, A. F.; REIS, S. F.; MOURA, D.
C; OLIVEIRA, A. S.; SANTANA, R. A. V.; PEREIRA,
A. B. D. Liquid Molasses Decreases Production Linearly
and Changes Enterolactone Concentrations as a Corn
Meal Substitute in Organic Dairy Cows Fed Flaxseed
Meal. In: Organic Agriculture Research Symposium
Pacific Grove, CA. Proceedings… January 20, 2016. 8p.
Disponível em:
https://www.eorganic.info/sites/eorganic.info/files/u2
7/4.6-Ghedini&al-2016-Replacing_Corn_Meal-
OARS_Proceedings-Final.pdf
GOMES, A. M.; PINTADO, M. E.; MALCATA, X.
Conhecer a importância do leite na nutrição humana.
Leite + I + D + T, Porto, v. 2, n. 7, p. 2-4, 2008.
GRIINARI, J. M.; BAUMAN, D. E. Biosynthesis of
conjugated linoleic acid and its incorporation into meat
and milk in ruminants. In: YURAWECZ, M. P.;
MOSSOBA, M. M.; KRAMER, J. K. G.; PARIZA, M.
W.; NELSON, G. J. (Eds.) Advances in Conjugated
Linoleic Acid Research. Champaign, IL: AOCS Press,
v. 1, 1999. p.180-200.
HA, Y. L.; GRIMM, N. K.; PARIZA, M. Anticarcionogens
from fried ground beef: heat-altered derivatives of
linoleic acid. Carcinogenesis, v. 8, n. 9, p. 1881-1887,
1987.
HARGREAVES, W. A.; PARIZA, M. W. Purification and
mass spectral characterization of bacterial mutagens from
commercial beef extract. Cancer Research, v. 43, n. 4,
p. 1467-1472, 1983.
HOLANDA, M. A. C.; HOLANDA, M. C. R.; JUNIOR, A.
F. M. Suplementação dietética de lipídios na
concentração de ácido linoléico conjugado na gordura do
leite. Acta Veterinária Brasílica, v. 5, n. 3, p. 221-229,
2011.
HOMAN, P.; WATTIAUX, M. A. Milk and milking. In:
Guia Técnico da Pecuária Leiteira. Madinson, EUA:
Inst. Babcok, 1996. 128p.
HUTH, P. J.; PARK, K. M. Influence of dairy product and
milk fat consumption on cardiovascular disease risk: a
review of the evidence. Advances in Nutrition, v. 3, p.
266-285, 2012. DOI: 10.3945/an.112.002030
IP, C.; SINGH, M.; THOMPASON, H. J.; SCIMECA, J. A.
Conjugated linoleic acid suppresses mammary
carcinogenesis and proliferative activity of the mammary
gland in the rat. Cancer Research, v. 54, p. 1212-1215,
1994.
JENSEN, R.G. The composition of bovine milk lipids:
January 1995 to December 2000. Journal Dairy Science,
v. 85, n. 2., p. 295-350, 2002. DOI: 10.3168/jds.S0022-
0302(02)74079-4
JIN, J.; HATTORI, M. A new mammalian lignin precursor,
asarinin. Food Chemistry, v. 124, p. 895-899, 2011.
DOI: 10.1016/j.foodchem.2010.07.015
KAY, J. K.; ROCHE, J.R.; KOLVER, E. S.; THOMSON,
N. A.; BAUMGARD, L. H. Comparison between feeding
systems (pasture and TMR) and the effect of vitamin E
supplementation on plasma and milk fatty acid profiles in
dairy cows. Journal of Dairy Research, v. 72, n. 3, p.
322-332, 2005. DOI:
https://doi.org/10.1017/S002202990500094
KELLY, M. L.; BERRY, J. R.; DAWER D. A.; GRIINARI,
J. M.; CHOUINARD, P. Y.; VAN AMBURGH, M. E.;
BAUMAN, D. E. Dietary fatty acid sources affected
conjugated linoleic acid concentrations in milk from
Estratégias nutricionais para aumentar as propriedades nutracêuticas do leite ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
492
lactating dairy cows. Journal Dairy Science, v. 80, p.
2104-2114, 1998. DOI:
https://doi.org/10.1093/jn/128.5.881
KELLY, M. L.; BAUMAN, D. E. Conjugated linoleic acid: a
potentanticarcinogen found in milk fat. IN: Cornell
Nutrition Conference, 58. Proceedings… Ithaca NY,
p.6 8-74, 1996.
KEPLER, C. R.; HIRONS, K. P.; McNEILL, J.; TOVE, S.
Intermediates and products of the biohydrogenation of
linoleic acid by Butyrivibrio fibrisolvens. Journal of
Biological Chemistry, v. 241, n. 6, p. 1350-1354, 1966.
KRATZ, M.; BAARS, T.; GUYENET, S. The relationship
between high-fat dairy consumption and obesity,
cardiovascular, and metabolic disease. European
Journal of Nutrition, v.52, n.1, p.1-24, 2013.
DOI: 10.1007/s00394-012-0418-1
KUROKAWA, Y.; SHIBATA, H.; TATENO, S.; KANDA,
S.; TAKAURA, K.; ISHIDA, S.; ITABASHI, H. Rumen
fermentation, milk production and conjugated linoleic
acid in the milk of cows fed high fiber diets added with
dried distillers grains with soluble. Animal Science
Journal, v. 84, p. 106-112, 2013. DOI: 10.1111/j.1740-
0929.2012. 01052.x
LAHLOU, M. N.; KANNEGANTI, R.; MASSINGILL, L.
J.; BRODERICK, G. A.; PARK, Y.; PARIZA, M. W.;
FERGUSON, J.D.; WU, Z. Grazing increases the
concentration of CLA in dairy cow milk. Animal, v. 8, n.
7, n. 7, p. 1191-1200, 2014. DOI:
https://doi.org/10.1017/S1751731114000998
LANDETE, J. M. Plant and mammalian lignans: a review of
source, intake metabolism, intestinal bacteria and health.
Food Research International, v. 46, p. 410-424, 2012.
DOI: https://doi.org/10.1016/j.foodres.2011.12.023
LIMA, L. S.; PALIN, M. F.; SANTOS, G. T.; BENCHAAR,
C.; PETIT, H. V. Dietary flax meal and abomasal infusion
of flax oil onmicrobial_-glucuronidase activity and
concentration ofenterolactone in ruminal fluid, plasma,
urine and milk of dairy cows. Animal Feed Science and
Technology, v. 215, p. 85-91, 2016. DOI:
10.1016/j.anifeedsci.2016.03.006
LIU, Z.; SAARINEN, N. M.; THOMPSON, L. U. Sesamin
is one of the major precursors of mammalian lignans in
sesame seed (Sesamum indicum) as observed in vitro and
in rats. The Journal of Nutrition, v. 136, p. 906-912,
2006. DOI: https://doi.org/10.1093/jn/136.4.906
LOCK, A. L.; GARNSWORTHY, P. C. Seasonal variation
in milk newly recognized class of anticarcinogens.
Journal of Food Composition and Analysis, v. 5, p.
185-197, 2003.
LUCATTO, J. N.; MENDONÇA, S. N. T. G.;
DRUNKLER, D. A. Ácido linoleico conjugado:
estrutura química, efeitos sobre a saúde humana e análise
em lácteos. Revista do Instituto de Laticínios
Cândido Tostes, v. 69, n. 3, p. 199-211, 2014.
MACHADO, F. M. S. Estratégias de concorrência da
indústria alimentícia e seus desdobramentos na
dimensão nutricional. 2003. 213f. Tese (Doutorado em
Nutrição Humana Aplicada) - Faculdade de Ciências
Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2003.
MAIA, F. J.; BRANCO, A. F.; MOURO, G. F.;
CONEGLIAN, S. M.; SANTOS, G. T.; MINELLA, T.
F.; GUIMARÃES, K. C. Inclusão de fontes de óleo na
dieta de cabras em lactação: produção, composição e
perfil dos ácidos graxos do leite. Revista Brasileira de
Zootecnia, v. 35, n. 4, p. 1504-1513, 2006.
MAISUTHISAKUL, P.; SUTTAJIT, M.;
PONGSAWATMANIT, R. Assessment of phenolic
content and free radical-scavenging capacity of some Thai
indigenous plants. Food Chemistry, London, v. 100, n.
4, p. 1409-1418, 2007. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2005.11.032
MARTIN, S. A.; JENKINS, T. C. Factors affecting
conjugated linoleic acid trans-C18:1 fatty acid production
by mixed ruminal bacteria. Journal of Animal Science,
v. 80, n. 12, p. 3347- 3352, 2002.
MARTINS, S.V.; LOPES, P. A.; ALFAIA, C. M.; RIBEIRO,
V. S.; GUERREIRO, T. V.; FONTES, C. M. G. A.;
CASTRO, M. F.; SOVERAL, G.; PRATES, J. A. M.
Contents of conjugated linoleic acid isomers in ruminant-
derived foods and estimation of their contribution to
daily intake in Portugal. British Journal of Nutrition, v.
98, n. 6, p. 1206-1213, 2007. DOI:
https://doi.org/10.1017/S0007114507781448
MASSEY, L. K. Dairy food consumption blood pressure and
stroke. The Journal of Nutrition, v. 131, n. 7, p. 1875-
1878, 2001. DOI: 10.1093/jn/131.7.1875
MCLEOD, R. S.; LEBLANC, A. M.; LANGILLE, M. A.;
MITCHELL, P. L.; CURRIE, D. L. Conjugated linoleic
acids, atherosclerosis, and hepatic very-low-density
lipoprotein metabolism. American Journal of Clinical
Nutrition, v. 79, p. 1169S-74S, 2004.
DOI: 10.1093/ajcn/79.6.1169S
MICINSKIA, J.; KOWALSKI, I. M.; ZWIERZCHOWSKI,
G.; SZAREK, J.; PIEROZYNSKI, B.; ZABLOCKA, E.
Characteristics of cow's milk proteins including allergenic
properties and methods for its reduction. Polish Annals
of Medicine, v. 20, n. 1, p. 69-76, 2013. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.poamed.2013.07.006
MORAES, F. P.; COLLA, L. M. Alimentos funcionais e
nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde.
Revista Eletrônica de Farmácia, v. 3, n. 2, p.109-122,
2006.
MUNIZ, L. C.; MADRUGA, S. W.; ARAÚJO, C. L.
Consumo de leite e derivados entre adultos e idosos no
Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Ciência e
Saúde Coletiva, v. 18, n. 12, p. 315-3522, 2013. DOI:
https://doi.org/10.1590/S1413-81232013001200008
MUTSVANGWA, T.; HOBIN, M.R.; GOZHO, G. N.
Effects of method of barley grain processing and source
of supplemental dietary fat on duodenal nutrient flows,
milk fatty acid profiles, and microbial protein synthesis in
dairy cows. Journal Dairy Science, v. 95, p. 5961-5977,
2012. DOI: 10.3168/jds.2012-5491
NRC_National Research Council. Nutrient requeriments
of dairy cattle. 1.ed. Washington, D.C.: National
Academy, 2001. 405p.
ORDÓÑEZ, J. A.; RODRÍGUEZ, M. I. C.; ÁLVAREZ, L.
F.; SANZ, M. L. G. MINGUILLÓN, G. D. G. F.;
PERALES, L. H.; CORTECERO, M. D. S. Tecnologia
de alimentos: alimentos de origem animal. Porto
Alegre: Artmed, 2005. 280p.
PALMQUIST, D. L.; MATTOS, W. R. S. Metabolismo de
lipídeos. In: BERCHIELI, T. T.; PIRES, A. V.;
OLIVEIRA, S. G. (Eds.). Nutrição de ruminantes. 2
ed. Jaboticabal: Funep, 2011. p. 299-322.
PARIZA, M. W.; ASHOOR, S. H.; CHU, F.S.; LUND, D.B.
Effects of temperature and time on mutagen formation
Sabino et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
493
in pan-fried hamburger. Cancer Letters, v. 7, n. 2-3, p.
63-69, 1979. DOI: https://doi.org/10.1016/S0304-
3835(79)80097-X
PARIZA, M. W.; HARGREAVES, W. A. A beef-derived
mutagenesis modular inhibits initiation of mouse
epidermal tumors by 7,12-dimethylbenz(a) anthracene.
Carcinogenesis, v. 6, n. 3, p. 591-593, 1985.
DOI: 10.1093/carcin/6.4.591
PARODI, P.W. Cows’ milk fat components as potential
anticarcinogenic agent. Journal Nutrition, v. 127, n. 6,
p. 1055-1060, 1997. DOI: 10.1093/jn/127.6.1055
PATTERSON, E.; LARSSON, S. C.; WOLK, A.;
ÅKESSON, A. Association between dairy food
consumption and risk of myocardial infarction in women
differs by type of dairy food. The Journal of Nutrition,
v. 143, n. 1, p. 74-9, 2013. DOI: 10.3945/jn.112.166330
PEREIRA, M. A.; JACOBS Jr, D. R.; VAN HORN, L.;
SLATTERY, M. L. KARTASHOV, A. I.; LUDWIG, D.
S. Dairy consumption, obesity, and the insulin resistance
syndrome in young adults: the CARDIA study. JAMA, v.
287, n. 16, p. 2081-2089, 2002.
DOI: 10.1001/jama.287.16.2081
PETIT, H. V.; GAGNON, N. Concentration of the
mammalian lignans enterolactone and enterodiol in milk
of cows fed diets containing different concentrations of
whole flaxseed. Animal, v. 3, p. 1428-1435, 2009.
DOI: 10.1017/S1751731109990346
PETIT, H. V.; GAGNON, N. Milk concentration of the
mammalian lignans enterolactone and enterodiol, milk
production,and whole tract digestibility of dairy cows fed
diets containing different concentrations of flaxseed
meal. Animal Feed Science and Technology, v.152, p.103-
111, 2009.
PETIT, H. V.; GAGNON, N. Production, performance and
milk composition of dairy cows fed different
concentrations of flax hulls. Animal Feed Science and
Technology, v.169, p.46-52, 2011. DOI:
10.3168/jds.2006-573
PETIT, H. V.; GAGNON, N.; MIR, P. S.; CAO, R.; CUI, S.
Milk concentration of the mammalian lignan
enterolactone, milk production, milk fatty acid profile,
and digestibility in dairy cows fed diets containing whole
flaxseed or flaxseed meal. Journal of Dairy Research, v.
76, p. 257-264, 2009. DOI: 10.1017/S0022029909003999
PHILIPPI, S. T.; LATTERZA, A. R.; CRUZ, A. T. R.;
RIBEIRO, L. C. Pirâmide alimentar adaptada: guia para
escolha dos alimentos. Revista de Nutrição, Campinas,
v. 12, n. 1, p. 65-80, 1999. DOI:
https://doi.org/10.1590/S1415-52731999000100006
RAFFAELLI, B.; HOIKKALA, A.; LEPPÄLÄ, E.;
WÄHÄLÄ, K. Enterolignans. Journal of
Chromatography B, v. 777, p. 29-43, 2002.
REECE, W. O. Fisiologia de animais domésticos. 1 ed.
São Paulo: Edit. Roca, 1996. p. 313-325.
RENNA, M.; COLLOMB, M.; MUNGER, A.; WYSS, U.
Influence of low-level supplementation of grazing dairy
cows with cereals or sugar beet pulp on the
concentrations of CLA isomers in milk. Journal of the
Science of Food and Agriculture, v. 90, p.1256–1267,
2010. DOI: https://doi.org/10.1002/jsfa.3968
RIBEIRO, C. G.; LOPES, F. C. F.; GAMA, M. A. S.;
MORENZ, M. J. F.; RODRIGUEZ, N. M.
Desempenho produtivo e perfil de ácidos graxos do leite
de vacas que receberam níveis crescentes de óleo de
girassol em dietas à base de capim-elefante. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária, v. 66, n. 5, p. 1513-
1521, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/1678-6886
SAARINEN, N. M.; SMEDS, A.; MÄKELÄ, S. I.;
ÄMMÄLÄ, J.; HAKALA, K.; PIHLAVA, J. M.;
RYHÄNEN, E. L.; SJÖHOLM, R.; SANTTI, R.
Structural determinants of plant lignans for the formation
of enterolactone in vivo. Journal of Chromatography
B, v. 777, n. 1-2, p. 311-319, 2002. DOI: 10.1016/s1570-
0232(02)00339-2
SAARINEN, N. M.; THOMPSON, L. U. Prolonged
administration of secoisolariciresinol diglycoside
increases lignan excretion and alters lignan
tissuedistribution in adult male and female rats. British
Journal of Nutrition, v. 104, p. 833-841, 2010. DOI:
10.1017/S0007114510001194
SANTOS, G. T.; SILVA-KAZAMA, D. C.; GRANZOTTO,
F. Modulação da produção, composição e estabilidade
oxidativa do leite. In: MARCONDES, M.I.; VELOSO,
C.M.; GUIMARÃES, J. D. (Eds). III Simpósio Nacional
de Bovinocultura Leiteira e I Simpósio Internacional de
Bovinocultura Leiteira SIMLEITE. Anais... Viçosa-
MG: Suprema Gráfica e Editora LTDA, 2011. p.151-174.
SANTOS, F. L.; SILVA, M. T. C.; LANA, R. P.;
BRANDÃO, S. C. C.; VARGAS, L. H.; ABREU, L.R.
Efeito da Suplementação de Lipídios na Ração sobre a
Produção de Ácido Linoléico Conjugado (CLA) e a
Composição da Gordura do Leite de Vacas. Revista
Brasileira de Zootecnia, v. 3, n. 6, p. 1931-1938, 2001.
SETCHELL, K. D. R.; LAWSON, A. M.; MITCHELL, F.
L.; ADLERCREUTZ, H.; KIRK, D. N.; AXELSON, M.
Lignans in man and in animal species. Nature, v. 287, p.
740-742, 1980.
SINGH, V. P.; SACHAN, N. Nutraceutical Properties of
Milk and Milk Products: A Review. American Journal of
Food Technology, v. 6, n. 10, p. 864-869, 2011. DOI:
10.3923/ajft.2011.864.869
SHULTZ, T. D.; CHEW, B. P.; SEAMAN, W. R.;
LUEDECKE, L. O. Inhibitory effect of conjugated
dienoic derivatives of linoleic acid and b-carotene on the
in vitro growth ofhuman cancer cells. Cancer Lell, v. 63,
n. 2, p. 125-133, 1992. DOI: 10.1016/0304-
3835(92)90062-z
SIMIC, M. G.; JAVANOVIC, S. V.; HO, C. T.; OSAWA, T.;
HUANG, T. M.; ROSEN, R. T. Inactivation of oxygen
radicals by dietary phenolic compounds in
anticarcinogenesis. Food Phytochemicals for Cancer
Prevention, n. 547, p. 20-32, 1994. DOI:
10.1002/chin.199415325
SOUZA, S. M. 2004. Desempenho e perfil de ácido
graxos do leite de vacas alimentadas com óleo de
girassol em dietas a base de cana-de-açúcar. 87 f.
Tese (Doutorado em zootecnia) Universidade Federal
de Viçosa, Viçosa, 2004.
STOPPER, H.; SCHMITT, E.; KOBRAS, K. Genotoxicity
of phytoestrogens. Mutation Research, v. 574, p. 139-
155, 2005. DOI: 10.1016/j.mrfmmm.2005.01.029
TANMAHASAMUT, P.; LIU, J.; HENDRY, L. B.;
SIDELL, N. Conjugated linoleic acid blocks estrogen
signaling in human breast cancer cells. American Society
for Nutritional Sciences, v. 22, n. 3, p. 3160- 3166,
2004. DOI: 10.1093/jn/134.3.674
THOMPSON, L. Flaxseed, lignans and cancer. 2 ed.
Champaign, IL, USA: AOCS Press, 2004. p.194-222.
Estratégias nutricionais para aumentar as propriedades nutracêuticas do leite ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 4, p. 481-494, 2021.
494
THOMPSON, L. U.; ROBB, P.; SERRAINO, M.;
CHEUNG, F. Mammalian lignan production from
various foods. Nutrition and Cancer, v. 16, p. 43-52,
1991. DOI: 10.1080/01635589109514139
TOURE, A.; XU, X. M. Flaxseed lignans: source,
biosynthesis, metabolism, antioxidant activity, bio-Active
components, and health benefits. Comprehensive
Reviews in Food Science and Food Safety, v. 9, p.
261-269, 2010. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1541-
4337.2009.00105.x
TOMBINI, H.; DALLACOSTA, M. C.; BLEIL, R. A. T.;
ROMAN, J. A. Consumo de leite de vaca e derivados
entre agricultores da região oeste do Paraná. Alimentos
e Nutrição, v. 23, n. 2, p. 267-274, 2012.
TSIPLAKOU, E. MOUNTZOURIS, K. C.; ZERVAS, G.
Concentration of conjugated linoleic acid in grazing
sheep and goat milk fat. Livestock Science, v. 103, n. 1-
2, p. 74-84, 2006. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.livsci.2006.01.010
US Department of Agriculture (USDA) and US Department
of Health and Human Services. Dietary Guidelines for
Americans, 2010. 7th Edition, Washington, DC: U.S.
Government Printing Office, December; 2010.
Disponível em:
http://health.gov/dietaryguidelines/2010/. Acesso em:
19/12/2020.
ZHOU, W.; WANG, G.; HAN, Z.; YAO, W.; ZHU, W.
Metabolism of flaxseed lignans in the rumen and its
impact on ruminal metabolism and flora. Animal Feed
Science and Technology, v. 150, p. 18-26, 2009. DOI:
10.1016/j.anifeedsci.2008.07.006
ZU, I. L.-X.; SCHUT, I. L. A. J. Inibition of 2-amino-3-
methylimidzol 4,5-f quinoline-DNA adduct formation in
CDF1 mice by heat-altered derivatives of linoleic acid.
Food Chemical Toxicology, v. 30, p. 9-16, 1992.
DOI: 10.1016/0278-6915(92)90131-4