Diagnose nutricional e índices fotossintéticos de erva-mate sob diferentes níveis de adubação com zinco
Nativa, Sinop, v. 9, n. 5, p. 494-499, 2021.
498
Nas figuras 2, 3, 4 e 5 tem-se os teores dos elementos de
Ca, Mg, P e Cu na parte aérea da erva-mate. A queda nos
teores de cálcio e magnésio com o aumento das doses de Zn
se deve a competição no momento da absorção entre os
cátions divalentes Ca+2, Mg+2 e Zn+2, gerando o chamado
efeito antagônico (KABATA-PENDIAS, 2000).
Comportamento semelhante foi observado por Soares et al.
(2001) trabalhando com eucalipto, em solução nutritiva. Já a
diminuição no teor de fósforo pode estar relacionada com a
precipitação do fósforo no solo na forma de fosfato de zinco,
acarretando imobilização do elemento. Quanto aos teores do
elemento Cu não foi possível ajustar uma equação, o que
pode indicar que o aumento no Zn não interferiu diretamente
na absorção e translocação do Cu.
A erva-mate responde a adubação com Zn e pode ser
uma importante fonte deste na dieta dos consumidores de
chimarrão, entretanto, o cálculo de ingestão diária de Zn leva
em consideração a quantidade de calorias ingeridas (JOO et
al., 2021) e o teor de fitatos na dieta (HAASE et al., 2020), o
que não foi considerado nos cenários hipotéticos 1 e 2 do
presente estudo.
O Zinco é essencial a saúde humana, por estar envolvido
na replicação do DNA (MEHRI, 2020) e divisão celular, nos
processos catalíticos enzimático, no metabolismo de energia
e no crescimento. (CRUZ; SOARES, 2011; JOO et al., 2021).
Dietas com baixa ingestão de zinco podem aumentar o risco
de desenvolvimento de doenças renais crônicas em
indivíduos com função renal normal (JOO et al., 2021). Os
humanos são tolerantes à ingestão de até 100mg/dia de Zn.
Nos casos de envenenamento agudo suas manifestações
incluem náuseas, vômitos, diarreia, febre e letargia (MEHRI,
2020).
5. CONCLUSÕES
A aplicação de doses crescentes de Zn ao solo resultou
em aumento do teor de Zn na parte aérea de forma linear;
A erva mate acumulou 883,03 mg.kg-1 de Zn na parte
aérea na maior dose aplicada de Zn ao solo;
Não houve diferença estatística para massa fresca, seca de
parte aérea, índice SPAD, altura, condutância estomática,
transpiração e parâmetros radiculares indicando ausência de
estresse oxidativo;
Doses de Zn acima de 200 mg.kg-1 conduziram a redução
dos teores Ca, P e Mg nas folhas.
Não foi possível calcular o limite crítico de Zn para erva-
mate.
6. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de
Santa Catarina (FAPESC) e a Universidade do Estado de
Santa Catarina (UDESC) pelo apoio financeiro. Agradecem
também a EMBRAPA pela concessão do material de
referência RM-Agro E1001a (FO-01/12).
7. REFERÊNCIAS
ARÇARI, D. P.; BORZOLAN, V. P.; RODRIGUES, E. R.;
MARTINS, F.; LIMA, R. J.; SAWAYA, A. C. H. F.;
CARVALHO, P. O. Effect of mate tea (Ilex
paraguariensis) supplementation on oxidative stress
biomarkers and LDL oxidisability in normo-and
hyperlipidaemic humans. Journal of Functional Foods,
v. 3, n. 3, p. 190-197, 2011. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.jff.2011.04.001.
ARZI, A.; AHAMEHE, M.; SARAHROODI, S. Effect of
hydroalcoholic extract of Lavandula officinalis on
nicotine-induced convulsion in mice. Pakistan Journal
of Biological Sciences, v. 14, n. 11, p. 634-640, 2011.
https://doi.org/10.3923/pjbs.2011.634.640
CAKMAK, I.; KALAYCI, M.; KAYA, Y.; TORUN, A.A.;
AYDIN, N.; WANG, Y.; ARISOY, Z.; ERDEM, H.;
YAZICI, A.; GOKMEN, O.; OZTURK, L.; HORST,
W.J. Biofortification and localization of zinc in wheat
grain. Journal Agric Food Chem, v. 58, p. 9092-9102,
2010. DOI: https://doi.org/10.1021/jf101197h
CARVALHO, P. E. R. Espécies Arbóreas Brasileiras:
Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras, vol. 1. Brasília:
Embrapa Informações Tecnológica; Colombo, PR:
Embrapa Florestas, 2003. 1039p.
CRUZ, J. B. F.; SOARES, H. F. Uma revisão sobre o zinco
Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da
Saúde, v. 15, n. 1, p. 207-222, 2011.
DEMMENT, M. W.; YOUNG, M. M.; SENSENIG, R. L.
Providing micronutrients through food-ased solutions:
A key to human and national development. The Journal
of Nutrition, v. 133, n. 11, p. 3879S-3885S, 2003. DOI:
https://doi.org/10.1093/jn/133.11.3879S.
GADJEV, I.; STONE, J. M.; GECHEV, T. S. Programmed
cell death in plants: new insights into redox regulation and
the role of hydrogen peroxide. International Review of
Cell and Molecular Biology, v. 270, p. 87-144, 2008.
DOI: https://doi.org/10.1016/S1937-6448(08)01403-2.
GIBSON, R. Zinc: The missing link in combating
micronutrient malnutrition in developing countries.
Proceedings of the Nutrition Society, v. 65, n. 1, p. 51-
60, 2006. DOI: https://doi.org/10.1079/PNS2005474.
HAASE, H.; ELLIGER, S.; BERTHOLD, N.; RICHTER,
M. Revised D-A-CH-reference values for the intake of
zinc, Journal of Trace Elements in Medicine and
Biology, v. 61, p. 1-8, 2020. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.jtemb.2020.126536
BHUTTA, Z.; GIBSON, R. S.; KING, J. C.;
LÖNNERDAL, B.; RUEL, M. T.; SANDTRÖM, B.;
WASANTWISUT, E.; HOTZ, C. Assessment of the risk
of zinc deficiency in populations and options for its
control. Food and Nutrition Bulletin, v. 25, n.1 (suppl),
2004. https://doi:10.1177/15648265040251S205
JOO, Y. S.; KIM, H. W.; LEE, S.; NAM, K. L.; YUN, H. R.;
JHEE, J. H.; HAN, S. H.; YOO, T. H.; KANG, S. W.;
PARK, T. J. Dietary zinc intake and incident chronic
kidney disease. Clinical Nutrition, v. 40, p. 1039-1045,
2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.clnu.2020.07.005
KABATA-PENDIAS, A. Trace elements in soils and
plants. 4 ed. CRC Press, 2010. 548p.
KUPPER, H.; ZHAO, F. J.; MCGRATH, S. P. Cellular
Compartmentation of Zinc in Leaves of the
Hyperaccumulator Thlaspi caerulescens. Plant
Physiology, v. 119, n. 1, p. 305–312, 1999. DOI:
https://doi.org/10.1104/pp.119.1.305.
LIN, Y.; AARTS, M. G. M. The molecular mechanism of
zinc and cadmium stress response in plants. Cellular and
Molecular Life Sciences, v. 69, n. 19, p. 3187-3206,
2012. DOI: https://doi.org/10.1007/s00018-012-1089-
z.