Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 194-201, mar./abr. 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i2.11844 ISSN: 2318-7670
Regime de irrigação e palha influenciam na eficácia de
herbicidas pré-emergentes no controle de capim-amargoso?
Daniela Maria BARROS1, Paulo Vinicius da SILVA1, Heráclito Lazari MEURER1,
Letícia da Silva Santos MEURER1, Edson Rocha DOMINGOS1, Roque de Carvalho DIAS2,
Estela Maris INÁCIO1, Patrícia Andrea MONQUERO3
1 Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil.
2 Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP, Brasil.
3 Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil.
*E-mail: paulovsilva@ufgd.edu.br
(Orcid: 0000-0003-0515-3316; 0000-0003-4647-5602; 0000-0001-9237-2992; 0000-0001-6909-8120;
0000-0002-4542-7601; 0000-0001-5433-5373; 0000-0003-3262-2819; 0000-0002-9123-1861)
Recebido em 14/02/2021; Aceito em 02/06/2021; Publicado em 14/06/2021.
RESUMO: O controle do capim-amargoso, atualmente tem sido um dos grandes desafios na cultura da soja,
e os herbicidas pré-emergentes surgem como opção de manejo. O objetivo desse trabalho foi avaliar o controle
do capim-amargoso através de herbicidas pré-emergentes posicionados em diferentes regimes de irrigação e
quantidades de palha. Foram realizados dois experimentos o primeiro com palha de milho + Urochloa ruziziensis
(0 e 3 t ha-1) e o segundo com ausência de palha, ambos em casa de vegetação com delineamento experimental
inteiramente casualizado em esquema fatorial 6 x 3, no primeiro fator regimes de irrigação (inicial de 5 mm e
após 48 horas 10 mm para manutenção , inicial de 20 mm e após 48 horas 10 mm para manutenção, inicial de
5 mm e após, 5, 10, 15 ou 20 dias uma chuva de 20 mm) e no segundo, os herbicidas pré-emergentes:
(diclosulam (29,4 g.i.a ha-1); flumioxazin + imazethapyr (50 + 106 g.i.a ha-1) e diuron + sulfentrazone (420 +
210 g.i.a ha-1)). Na aplicação diretamente no solo e sobre palha, o diclosulam apresentou as menores
porcentagens de controle em todos os regimes de irrigação com primeira chuva de 5 mm e segunda de 20mm.
Já diuron + sulfentrazone e flumioxazin + imazethapyr não apresentaram diferenças significativas nos regimes
de irrigação controlando de maneira eficaz o capim-amargoso. A eficácia do diclosulam sofreu influência dos
intervalos de seca após a aplicação, diuron + sulfentrazone e flumioxazin + imazethapyr apresentaram um
controle eficaz do capim-amargoso em todos os tratamentos.
Palavras-chave: Digitaria insularis; residual; período de seca.
Water regime and straw influence on the effectiveness of preemerging
herbicides without control of sourgrass?
ABSTRACT: The control of sourgrass, has been one of the great challenges in the soybean culture, and the
pre-emergent herbicides appear as a management option. The objective of this work was to evaluate the control
of sourgrass using pre-emergent herbicides positioned under different irrigation regimes and amounts of straw.
Two experiments were carried out, the first with corn straw + Urochloa ruziziensis (0 and 3 t ha-1) and the second
without straw, both in a greenhouse with a completely randomized design in a 6 x 3 factorial scheme, in the
first factor irrigation regimes (initial of 5 mm and after 48 hours 10 mm for maintenance , initial of 20 mm and
after 48 hours 10 mm for maintenance, initial of 5 mm and after, 5, 10, 15 or 20 days a rain of 20 mm) and in
the second, the pre-emergent herbicides: (diclosulam (29.4 g i.a ha-1); flumioxazin + imazethapyr (50 + 106 g
i.a ha-1) and diuron + sulfentrazone (420 + 210 g i.a ha-1). When applied directly to the soil and on straw,
diclosulam showed the lowest percentages of control in all irrigation regimes with the first rain of 5 mm and
the second of 20 mm. Diuron + sulfentrazone and flumioxazin + imazethapyr did not present significant
differences in the irrigation regimes, effectively controlling the sourgrass. The effectiveness of diclosulam was
influenced by drought intervals after application, diuron + sulfentrazone and flumioxazin + imazethapyr
showed an effective control of sourgrass in all treatments.
Keywords: Digitaria insularis; residual; dry season.
1. INTRODUÇÃO
O capim-amargoso (Digitaria insularis (L.) Fedde) é uma
planta daninha da família Poaceae, perene, ereta, que pode
atingir até 1 m de altura, formando touceiras quando se
tornam adultas, sua reprodução se dá por duas vias, sexual
com produção de sementes, e assexuada com a formação de
rizomas curtos (LORENZI et al., 2014). Essa planta é nativa
de regiões tropicais e subtropicais do continente americano,
ocorrendo desde o sul dos Estados Unidos até o norte da
Argentina, sua inflorescência é emitida a partir dos 63 dias
após a emergência, suas sementes são pequenas, revestidas
por pelos, facilmente levadas pelo vento a longas distâncias e
apresentam alto poder germinativo (KISSMANN, 1997;
MACHADO et al., 2006).
Capim-amargoso é uma das principais plantas daninhas
do nosso país, causando perdas significativas na cultura da
Barros et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 194-201, mar./abr. 2021.
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soja (Glycine max L.), sendo essa a principal cultura de
primeira safra no Brasil, ocupando cerca de 38,2 milhões de
hectares (Companhia Nacional de Abastecimento -CONAB,
2020).
Segundo Braz et al. (2021), a massa seca da parte aérea da
soja diminuiu em resposta ao aumento das densidades de
capim amargoso. Sendo que a massa seca da soja diminuiu
55% sobre infestação de 8 plantas de capim amargoso por
m2. Além dos aspectos inerentes a mato-competição, essa
planta daninha apresenta relato de biótipos resistentes ao
mecanismo de ação EPSPs (5-enol-piruvil-shikimate-3-
fosfato sintase) (HEAP, 2020), apresentando distribuição
geográfica por todo o território brasileiro (LOPEZ-
OVEJERO et al., 2017).
Nesse sentido, para reduzir os casos de biótipos
resistentes e/ou promover um controle eficaz é
recomendado a rotação de herbicidas com diferentes
mecanismos de ação (GAZZIERO et al., 2016). Uma opção
é a utilização de herbicidas pré-emergentes, com diferentes
mecanismos de ação, tais como inibidores da Protox
(Protoporfirina Oxidase), ALS (Acetolactato Sintase) e
Fotossistema II (Fotossíntese), visto que, poucas opções
na pós-emergência, sendo frequente o uso de herbicidas
inibidores da enzima ACCase (acetil-coenzima-A-
carboxilase) (AGROFIT, 2021).
Os herbicidas pré-emergentes promovem o controle no
início da germinação e/ou durante o desenvolvimento inicial
da planta daninha e através do seu efeito residual
proporcionam o controle dos fluxos germinativos durante o
período crítico de infestação (PCPI) (ANDRADE, 2019). O
capim-amargoso apresenta crescimento inicial lento levando
até 35 dias para o início da formação dos rizomas curtos, após
esse período essa planta é considerada de difícil controle em
pós-emergência (GAZZIERO et al., 2012).
De forma frequente, os herbicidas pré-emergentes são
posicionados sobre palha oriunda da cultura anterior, que
permanece na superfície do solo após a colheita. Na cultura
da soja é frequente o posicionamento sobre palha de milho
(Zea mays L.) + Urochloa ruziziensis (R.Germ. & C.M.Evrard)
Crins, especialmente na região do Centro-Oeste, a qual é
utilizada no sistema de integração lavoura-pecuária
(CASTALDO et al., 2015). O sistema de cultivo milho em
consórcio com Urochloa spp. tornou-se um dos mais
eficientes sistemas de produção, visando a formação de
palhada para o cultivo da soja em áreas de plantio direto. No
entanto, a palha se torna uma barreira física para o
posicionamento dos herbicidas pré-emergentes, sendo
necessário à transposição dos produtos até a solução do solo
(SILVA et al., 2020).
Segundo Maciel e Velini, (2005) precipitações de 20 mm
são fundamentais para transpor o herbicida até a solução do
solo. No entanto, o período de seca e/ou chuvas inferiores a
20 mm após a aplicação do herbicida pré-emergente pode
promover sua interceptação e adsorção a palha. Assim, no
momento que se iniciam as chuvas em quantidades maiores
não ocorre a reversibilidade do processo, dessorção, e
consequentemente o transporte do herbicida da palha até o
solo, reduzindo assim a eficácia desses produtos no controle
de plantas daninhas (DA SILVA et al., 2020; CLARK et al.,
2019).
Dessa maneira, os herbicidas pré-emergentes precisam
apresentar algumas características físico-químicas, como
baixo coeficiente de partição octanol-água (Kow), alta
solubilidade em água (S) e baixa pressão de vapor (P), os quais
são essenciais para que não ocorram processos de adsorção
do herbicida na palha, possibilitando o transporte do
herbicida pela barreira física composta por esse material
vegetal (MATOS et al., 2016). Dentre as opções de herbicidas
pré-emergentes que podem ser utilizados na cultura da soja,
destacam-se o diclosulam, flumioxazin + imazethapyr e
diuron + sulfentrazone (AGROFIT, 2021).
Fatores como regime de irrigação e/ou quantidade de
palha podem ocasionar variação na eficácia de controle destes
herbicidas. Diante do exposto, é necessária a realização de
pesquisas visando o correto posicionamento de herbicidas
pré-emergentes em aplicações sobre solo com palha ou sem
palha de milho + U. ruziziensis, no intuito de controlar de
maneira eficaz as plantas daninhas. Logo, o objetivo desse
trabalho foi avaliar o controle do capim-amargoso através de
herbicidas pré-emergentes em diferentes regimes de irrigação
e quantidades de palhas.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em casa de vegetação, no
período de 14 de janeiro de 2020 até 20 de março de 2020 no
município de Dourados, MS, Brasil. Segundo a classificação
climática de Koppen, Dourados-MS apresenta o clima
tropical, do tipo Am, com pluviosidade média anual de 1428
mm e temperatura média anual de 22,7 °C (KÖPPEN;
GEIGER, 1928).
As unidades experimentais foram constituídas de vasos
de polietileno com capacidade para 4 L de solo, preenchidos
com Latossolo Vermelho Distroférrico (Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA, 2013), de textura
argilosa cujas as propriedades físico-químicas encontram-se
na (Tabela 1). As amostras de solo foram coletadas em uma
área em pousio, na profundidade de 0-20 cm e foram
peneiradas para remoção dos resíduos presentes na superfície
do solo, posteriormente secas ao ar e acondicionadas nas
unidades experimentais.
Foram realizados dois experimentos o primeiro com
palha de milho + U. ruziziensis (3 t ha-1) e o segundo com
ausência de palha (0 t ha-1), ambos em casa de vegetação. O
delineamento experimental adotado foi inteiramente
casualizado, organizado no esquema fatorial 6 x 3, no
primeiro fator os seis regimes de irrigação (1- chuva inicial de
5mm e após 48 horas inicia-se o manejo diário de 10 mm;
2- chuva inicial de 20 mm após 48 horas inicia-se o manejo
diário de 10 mm; 3- chuva inicial de 5 mm após 5 dias uma
segunda chuva de 20 mm; 4- chuva inicial de 5mm após 10
dias uma segunda chuva de 20 mm; 5- chuva inicial de 5 mm
após 15 dias uma segunda chuva de 20 mm e 6- chuva inicial
de 5 mm após 20 dias uma segunda chuva de 20 mm) e no
segundo os herbicidas pré-emergentes (diclosulam;
flumioxazin + imazethapyr e diuron + sulfentrazone).
Tabela 1. Análise química do solo utilizado nas unidades experimentais. Dourados – MS, Brasil.
Table 1. Chemical analysis of the soil used in the experimental units. Dourados - MS, Brazil.
pH
Al H+Al P (mehl) K Ca Mg SB CTC V Areia Silte Argila
5,7 0,00 2,87 9,0 362 5,13 1,60 7,66 10,53 72,74 192 165 643
Unidades: Al, H+Al, Ca, Mg, SB e CTC (cmolc dm-3); K, P (rmehl) (mg dm-3); V (%).
Regime de irrigação e palha influenciam na eficácia de herbicidas pré-emergentes no controle de capim-amargoso?
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 194-201, mar./abr. 2021.
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A semeadura do capim-amargoso foi realizada na
profundidade de 2 cm, com quantidade de sementes
suficiente para se obter uma população final de
aproximadamente 10 plantas daninhas por unidade
experimental. Foi utilizada uma quantidade de 0,1 g de
sementes em cada unidade experimental, que foi determinada
através de um teste de germinação conforme a regra de
análise de sementes (RAS, 2009) com 4 repetições, onde se
obteve uma média de 11,25 plantas por unidade
experimental, se aproximando da quantidade desejada.
No experimento 1 com utilização de palha, sendo que a
palha utilizada foi retirada do campo, em uma área de
consórcio milho + U. ruzizienses. O milho foi semeado no
espaçamento 0,90 m e a U. ruzizienses no espaçamento de 0,40
m na data de 15 de março de 2019. Em 23 de outubro de
2019, antes da dessecação da área para o plantio da safra
2019/20, a palha remanescente no campo foi coletada e
acondicionada em sacos plásticos, levada para o laboratório,
para posterior homogeneização, fragmentação e pesagem.
Nesse mesmo dia, utilizou-se um quadrado com área de 1 m2,
para determinação da quantidade de palha por hectare, sendo
determinado 3 t ha-1. Para o experimento com palha, as 3 t
ha-1 foram determinadas através de uma correlação da área da
superfície da unidade experimental (vaso de polietileno com
20 cm de diâmetro), sendo determinada com a quantidade de
palha verificada em campo, o valor de 9,42 g que foi a
quantidade de palha alocada na área da unidade experimental
e representa 3 t ha-1. No segundo experimento se adotou 0 t
ha-1 (sem palha). Após a semeadura do capim-amargoso, para
o experimento com palha, foram depositadas na superfície
do solo a quantidade mencionada acima.
Em seguida, foram aplicados os herbicidas pré-
emergentes diclosulam (29,4 g.i.a ha-1); flumioxazin +
imazethapyr (50 + 106 g.i.a ha-1) e diuron + sulfentrazone
(420 + 210 g.i.a ha-1), exceto nas testemunhas, as quais não
receberam a aplicação dos herbicidas pré-emergentes. Para
aplicação dos herbicidas, foi utilizado um pulverizador costal
de pressão constante, pressurizado por CO2, com pontas do
tipo AI 110.015, pressão de 3,0 kgf cm-2, com volume de
calda de 170 L ha-1. No momento da aplicação dos herbicidas
foram aferidas as condições ambientais, sendo a temperatura
de 35°C, umidade de 55,5% e velocidade do vento de 1,5 m
s-1.
Após a pulverização, foram realizadas as simulações de
chuva por meio de um simulador de chuva com vazão de 1 L
min-1. As simulações de chuva nos sistemas de irrigação (que
representou o primeiro fator da interação fatorial) os quais
foram combinados com o fator B da interação fatorial dos
herbicidas (diclosulam; flumioxazin + imazethapyr e
diuron + sulfentrazone) apresentaram variações de acordo
com os regimes de irrigação adotados. No tratamento 1
chuva inicial de 5mm e após 48 horas iniciou-se o manejo
diário de 10 mm; 2 chuva inicial de 20 mm após 48 horas
iniciou-se o manejo diário de 10 mm ; 3- chuva inicial de 5
mm após 5 dias uma segunda chuva de 20 mm; 4- chuva
inicial de 5mm após 10 dias uma segunda chuva de 20 mm;
5- chuva inicial de 5 mm após 15 dias uma segunda chuva de
20 mm e 6- chuva inicial de 5 mm após 20 dias uma segunda
chuva de 20 mm, como ilustrado na (Tabela 2). Após 48
horas da segunda simulação de chuva dos tratamentos 3 ao 6
se iniciou a irrigação diária de 10 mm para manutenção das
plantas daninhas até o termino do experimento.
Tabela 2. Simulação de chuva e manejo de irrigação.
Table 2. Rain simulation and irrigation management.
Regime de
irrigação
Intervalos entre
1a e 2a “chuva”
1
Aplicação
2
Aplicação
Manejo
diário
1
---
---
10 mm
2 --- 20 mm --- 10 mm
3
5 dias
20 mm
10 mm
4 10 dias 5 mm 20 mm 10 mm
5
15 dias
20 mm
10 mm
6 20 dias 5 mm 20 mm 10 mm
O controle das plantas daninhas foi avaliado aos 42 dias
após a emergência (DAE) das plantas daninhas, por meio de
uma escala percentual de notas em que 0 (zero) corresponde
a nenhuma injúria na planta e 100 (cem) à morte das plantas,
seguindo a metodologia proposta pela Asociation
Latinoamericana de Malezas-ALAM (1974). Aos 42 DAE, as
plantas remanescentes nas unidades experimentais foram
cortadas rente ao solo, contadas e acondicionadas em sacos
de papel, sendo levadas a estufa de circulação forçada de ar
60°C por 72 horas, determinando-se assim a massa seca da
parte aérea.
Os resultados referentes ao controle do capim-amargoso
foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as
médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de
Tukey. Os dados oriundos da massa seca foram
transformados em porcentagem de redução em virtude dos
diferentes tratamentos em comparação com a testemunha. O
programa computacional de estatística utilizado foi o
Agroestat (Barbosa; Maldonato, 2009) e quando as médias
foram significativas foram elaborados gráficos no sigmaplot.
3. RESULTADOS
No desdobramento do fator irrigação, para o
experimento 1 - sem palha, para o controle do capim-
amargoso foi possível observar maiores porcentagens de
controle nos regimes de irrigação 1, 2 e 3, com médias de
95,16%, 98,41% e 93,00% respectivamente, e o menor
controle foi verificado no regime de irrigação 6 com 85,50%.
No entanto, todos os regimes de irrigação estudados
apresentaram porcentagens de controle superiores a 80%.
Para a redução de massa seca não houve diferença
significativa (Tabela 3).
Tabela 3. Desdobramento do fator regime de irrigação para o
controle do capim-amargoso e redução de massa seca no
experimento 1 – sem palha.
Table 3. Unfolding of the irrigation regime factor for the control of
sourgrass and reduction of dry mass in experiment 1 - without straw.
Regime
de
Irrigação Controle (%)
Redução de Massa Seca
(%)
1
95,16 ab
98,33 a
2
98,41 a
98,16 a
3
93,00 abc
96,73 a
4
89,16 bc
94,58 a
5
87,41 bc
90,31 a
6
85,50 c
81,99 a
DMS (5%)
7,97
8,15
F
6,68**
10,46
ns
C.V. (%)
7,22
7,37
** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; C.V. -
Coeficiente de variação; DMS - Diferença mínima significativa a 5%. Médias
seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
significância.
Barros et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 194-201, mar./abr. 2021.
197
Para o desmembramento do fator herbicida para o
experimento 1 - sem palha, a maior porcentagem de controle
foi observada nos tratamentos diuron + sulfentrazone
96,50%, seguido de flumioxazin + imazethapyr 91,29%, e o
menor com o diclosulam com 86,54%. O diclosulam também
apresentou menor redução de massa seca com 89,21%
(Tabela 4).
Tabela 4. Desdobramento do fator pré-emergente para o controle
do capim-amargoso e redução de massa seca no experimento 1
sem palha
Table 4. Unfolding of the pre-emergent factor for the control of
sourgrass and reduction of dry mass in experiment 1 - without straw.
Herbicidas
Controle
(%)
Redução de
Massa Seca (%)
Diclosulam
86,54 c
89,21 b
Diuron + Sulfentrazone
96,50 a
95,89 a
Flumioxazin + Imazethapyr
91,29 b
94,60 a
DMS (5%)
4,59
4,82
F
13,63**
4,82**
C.V. (%)
7,22
7,37
** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; C.V. -
Coeficiente de variação; DMS - Diferença mínima significativa a 5%. Médias
seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
significância.
Na interação fatorial o diclosulam resultou nas menores
porcentagens de controle do capim-amargoso quando
submetido os regimes de irrigação 3, 4, 5 e 6 respectivamente
89,29%, 82,25%, 80% e 77,25% que não diferiram
significativamente entre si, mas apresentaram diferenças
significativas em relação aos tratamentos 1 (94%) e 2
(96,50%). Os demais herbicidas testados, diuron +
sulfentrazone e flumioxazin + imazethapyr não apresentaram
diferenças significativa em relação aos regimes de irrigação
(Figura 1).
Na interação fatorial o diclosulam apresentou as menores
porcentagens de controle nos regimes de irrigação 4, 5 e 6
com respectivamente 82,25%, 80% e 77,25% (Figura 1). Na
redução de massa seca, o diclosulam obteve menor
porcentagem no regime de irrigação 6 e os demais pré-
emergentes estudados não apresentaram diferenças
significativas em nenhum dos regimes estudados (Figura 1).
No experimento 2, no controle do capim-amargoso
através do posicionamento de herbicidas sobre 3 t ha-1 de
palha (milho + U. ruziziensis), foi possível observar que os
maiores controles foram obtidos na simulação dos regimes
de irrigação 1, 2 e 3, com controles de 92,25%, 95,25% e
91,91% respectivamente, ao passo que e o menor controle
foi observado no regime de irrigação 6 com 80,33% (Tabela
5).
Controle (%)
0 20 40 60 80 100
Regimes de Irrigação
1
2
3
4
5
6
Diclosulam
Diuron + Sulfentrazone
Imazethapyr + Flumioxazin
abA
aA
aA
aA
aAaA
abcA aA
aA
bcB aA
aAB
cB aA
aAB
cB aA
aAB
Redução de Massa Seca (%)
0 20 40 60 80 100
R egim e s de Irrig aç ão
1
2
3
4
5
6
Diclosulam
Diuron + Sulfentrazone
Imazethapyr + Flumioxazin
bB
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA aA
aA
aAaA
aA
aA aA
aA
aA
aA
Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. Médias seguidas por letras iguais, minúsculas comparam os regimes de irrigação e maiúsculas
comparam os pré-emergentes.
Figura 1. Interação entre o fator regime de irrigação e o fator pré-emergente, no experimento 1 – sem palha para o controle e redução de
massa seca do capim-amargoso
Figure 1. Interaction between the irrigation regime factor and the pre-emergent factor, in experiment 1 - without straw for the
control and reduction of dry mass of sourgrass.
Na redução de massa seca, para o posicionamento sobre
3 t ha-1 de palha (milho + U. ruziziensis), as maiores
porcentagens de controle foram obtidos nos regimes de
irrigação 1, 2 e 3, com redução de massa seca de 92,99%,
97,86% e 95,00% respectivamente, a menor redução de
massa seca foi observada no regime de irrigação 6 com
82,17% (Tabela 5).
Para o desdobramento do fator herbicida no
experiemento 2, em aplicações sobre 3 t ha-1 de palha (milho
+ U. ruziziensis), as maiores porcentagens de controle do
capim-amargoso foram observadas mediante a aplicação de
diuron + sulfentrazone e flumioxazin + imazethapyr com
respectivamente 93,58 % e 89,54%, e o menor controle foi
observado com a utilização do diclosulam com 84,37%. Na
redução de massa seca, no experiemnto 2, os resultados
seguiram o mesmo comportamento, as maiores porcentagens
foram observadas para diuron + sulfentrazone e flumioxazin
+ imazethapyr com respectivamente 93,71% e 91,89%, e a
menor porcentagem com a utilização do diclosulam 86,86%
(Tabela 6).
Regime de irrigação e palha influenciam na eficácia de herbicidas pré-emergentes no controle de capim-amargoso?
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 194-201, mar./abr. 2021.
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Tabela 5. Desdobramento do fator regime de irrigação para o
controle do capim-amargoso e redução de massa seca no
experimento 2 –com 3 t ha-1 de palha de milho + U. ruziziensis.
Table 5. Unfolding of the irrigation regime factor for sourgrass
control and dry matter reduction in experiment 2 - with 3 t ha-1 of
corn straw + U. ruziziensis.
Regimes de
Irrigação
Controle
(%)
Redução de Massa Seca
(%)
1
92,25 a
92,99 a
2
95,25 a
97,86 a
3
91,91 a
95,00 a
4
89,33 ab
91,76 ab
5
85,91 ab
85,13 bc
6
80,33 b
82,17 c
DMS (5%)
11,24
7,83
F
3,94**
10,23**
C.V. (%)
9,23
7,15
** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; C.V. -
Coeficiente de variação; DMS - Diferença mínima significativa a 5%. Médias
seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
significância.
Tabela 6. Desdobramento do fator pré-emergente para o controle
do capim-amargoso e redução de massa seca no experimento 2
com 3 t ha-1 de palha de milho + U. ruziziensis.
Table 6. Unfolding of the pre-emergent factor for the control of
sourgrass and reduction of dry mass in experiment 2 - with 3 t ha-
1 of straw of corn + U. ruziziensis.
Herbicidas Controle
(%)
Redução de
Massa Seca (%)
Diclosulam 84,37 b 86,86 b
Diuron + Sulfentrazone 93,58 a 93,71 a
Flumioxazin + Imazethapyr 89,54 a 91,89 a
DMS (5%) 6,48 4,51
F 5,88** 7,16
C.V. (%) 9,23 7,15
** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; C.V. -
Coeficiente de variação; DMS - Diferença mínima significativa a 5%. Médias
seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
significância.
Na interação entre os fatores regimes de irrigação e os
herbicidas pré-emergentes, foi observado que todos os
herbicidas estudados apresentaram controle superior
numericamente no regime de irrigação 2 de 92,75% e inferior
no regime de irrigação 6, onde o diclosulam apresentou o
menor controle com 70,50%, sendo inferior aos demais
herbicidas (Figura 2). Na redução de massa seca, o dicloulam
apresentou a menor porcentagem nos regimes de irrigação 5
e 6, os demais herbicidas pré-emergentes dentro dos regimes
de irrigação não apresentaram diferença significativa (Figuras
2).
Controle (%)
0 20 40 60 80 100
Regimes de Irrigação
1
2
3
4
5
6
Diclosulam
Diuron + Sulfentrazone
Flumioxazim + Imazethapyr
abA aA
aA
aA aA
aA
abA aA
aA
abA aA
aA
abA aA
aA
bB aA
aAB
Redução de Massa Seca (%)
0 20 40 60 80 100
Regim es de Irrigação
1
2
3
4
5
6
Diclosulam
Diuron + Sulfentrazone
Flumioxazim + Imazethapyr
bB
bB
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
aA
Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. Médias seguidas por letras iguais, minúsculas comparam os regimes de irrigação e maiúsculas
comparam os pré-emergentes.
Figura 2. Interação entre o fator regime de irrigação e o fator pré-emergente, no experimento 2 com 3 t ha-1 de palha de milho + U.
ruziziensis para o controle e redução de massa seca do capim-amargoso
Figure 2. Interaction between the irrigation regime factor and the pre-emergent factor, in experiment 2 - with 3 t ha-1 of corn straw + U.
ruziziensis for the control and reduction of dry mass of sourgrass.
4. DISCUSSÃO
Os herbicidas pré-emergentes (diclosulam, diuron +
sulfentrazone e flumioxazin + imazethapyr) que receberam
uma chuva inicial de 20 mm, logo após a sua aplicação, ou
seja, sem intervalos de tempo, apresentaram elevado controle
do capim-amargoso, tanto no posicionamento sobre 3 t ha-1
de palha de milho + U. ruziziensis quanto diretamente no solo.
Desse modo, essa quantidade chuva foi suficiente para
proporcionar o transporte dos herbicidas da palha e/ou
superfície do solo até a faixa que as sementes de plantas
daninhas foram semeadas, e também foi suficiente para
disponibilizar esses produtos na solução do solo, resultando
em uma porcentagem de controle em índices aceitáveis.
Esses resultados podem ser associados as características
físico-químicas, pois os produtos formulados utilizados no
presente experimento diclosulam, diuron + sulfentrazone e
flumioxazin + imazethapyr, são classificados como produtos
de alta solubilidade ou solubilidade media (AGROFIT,
Barros et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 194-201, mar./abr. 2021.
199
2021). Dessa forma, a chuva de 20 mm, simulada
imediatamente após a aplicação resultou em menor tempo de
interação dos herbicidas com as superfícies do solo (minerais
de argila e matéria orgânica) e palha, resultando em menor
tempo para adsorção. Além disso, a chuva de 20 mm foi
suficiente para favorecer o transporte dos herbicidas através
da palha e a lixiviação no perfil do solo, contribuindo para o
posicionamento e incorporação dos produtos na faixa de
semeadura, o que contribui para um excelente controle do
capim-amargoso.
as chuvas inicias de 5 mm, com intervalo de tempo para
segunda chuva,não foram suficientes para promover o
transporte do herbicida da palha e/ou superfície do solo, para
zona de semeadura das sementes do capim-amargoso, ou
seja, não foi eficaz na incorporação do produto. Nessa
situação os produtos ficaram disponíveis a perdas por
degradação e/ou transformação além de apresentarem maior
dificuldade de reversibilidade do processo de adsorção e/ou
recuperação do herbicida interceptado pela palha. Nessa
situação mesmo após a ocorrência de uma segunda chuva de
20 mm, observou-se redução da eficácia do diclosulam
quando comprado com a simulação de chuva de 20 mm
imediatamente após a aplicação dos produtos.
Para a maioria dos herbicidas, solos com boas condições
de umidade promovem tanto a ação como a dissipação mais
rápida, por meio, por exemplo de raios ultravioletas e
infravermelhos (MONQUERO et al., 2013). A solubilidade
do diclosulam em água é dependente do pH e varia de ~100
mg kg-1 em pH entre 5 e 7 e > 4.000 mg kg-1 em pH 9
(LAVORENTI et al., 2003). Dessa forma, a chuva inicial de
5 mm, pode não ter sido suficiente para disponibilizar o
produto em solução do solo para um controle efetivo das
plantas daninhas, e a permanência desse herbicida (no solo
e/ou superficie do solo), possibilitou o início da
fotodegradação diminuído a disponibilidade do produto em
solução do solo no momento da ocorrência da segunda
chuva.
Segundo Silva et al. (2007), conforme aumenta o período
de seca após a aplicação dos herbicidas, os mesmos sofrem
processos de fotodegradação, volatilização, degradação
química, biológica e sorção, ocasionando assim, menor
controle de plantas daninhas. Nesse contexto, os herbicidas
estudados nesse trabalho mostraram-se mais suscetíveis aos
processos de sorção na palha e no solo. Entretanto, pode
ocorrer o processo inverso (dessorção), se uma segunda
chuva com maior intensidade (20 mm) ocorrer em tempo
hábil, isso tornaria parte do herbicida disponível na solução
do solo, resultando em controle. No entanto, quanto maior a
quantidade de argila, matéria orgânica dos solos e/ou a
quantidade de palha presente na superfície do solo,
possivelmente maior será a dificuldade de dessorção e/ou
será necessário uma maior quantidade de chuva para que
ocorra a dessorção, desses herbicidas, e consequentemente o
transporte até a solução do solo (CHRISTOFFOLETI et al.,
2008; OLIVEIRA; BRIGHENTI, 2011).
Monquero et al. (2013) realizando experimento em casa
de vegetação, utilizando um Latossolo Vermelho
distroférrico detextura argilosa, para massa seca do girassol,
no tratamento que foi aplicado diclosulam (35 g ha-1) no dia
da semeadura, as maiores porcentagens de redução de massa
seca ocorreram nos tratamentos com 100% da capacidade de
campo do solo e as menores com 60% da capacidade de
campo.
Os regimes de irrigação resultaram em menor influência
na eficácia dos herbicidas diuron + sulfentrazone e
flumioxazin + imazethapyr, pois em nenhuma situação, para
esses herbicidas o controle do capim-amargoso foi inferior a
80%. No entanto ressalta-se que durante todo o experimento
o solo foi mantido úmido. Grigolli e Grigolli, (2019), em
contrapartida encontraram resultados diferentes, avaliando a
eficácia de controle do capim-amargoso através de diferentes
herbicidas pré-emergentes, obtiveram controle de 62,5, 81,2
e 74,4% através dos herbicidas diclosulam (35 g.ia.ha-1),
flumioxazin + imazethapyr (50 + 100 g.ia.ha-1) e diuron +
sulfentrazone (420 + 210 g.ia.ha-1), aos 35 dias após a
aplicação dos tratamentos em solo de textura mista.
o herbicida diclosulam foi o mais afetado pelos
períodos de seca após a aplicação, principalmente quando
posicionado sobre palha. Segundo Negrisioli (2005) os
resíduos vegetais apresentam maior capacidade de adsorção
dos herbicidas do que o solo, pela sua alta constituição de
lipídeos. O diclosulam apresentou redução de eficácia quanto
maior o tempo de espera do produto posicionado sobre o
solo ou palha, até a ocorrência da chuva de 20mm. Logo,
quanto maior o tempo que o produto ficou vulnerável para
os processos de degradação e/ou transformação, maiores
foram às reduções de eficácia de controle.
Nas conduções dos experimentos um ponto a ser
considerado é que embora não tenha se realizado a interação
fatorial entre as aplicações sobre palha e diretamente no solo,
e optado por se realizar dois experiemntos distintos, se
observou uma menor eficácia de controle dos herbicidas
estudados nas aplicações sobre 3 t ha-1 de palha de milho +
U. ruziziensis, destacando o diclosulam com menor controle.
Da Silva et al. (2020), relataram que 3 t ha-1 de palha de milho
+ U. ruziziensis, resultam em uma cobertura de 82,5% do solo,
funcionando como uma barreira física para herbicidas, que
no caso do flumioxazin necessitou de uma chuva de 40 mm
para promover o controle eficaz de amendoim-bravo
(Euphorbia heterophylla L.).
Resultados semelhantes foram obtidos por Carbonari et
al. (2008), os quais observaram elevados níveis de controle de
corda-de-viola (Ipomoea grandifolia Danner) e guanxuma (Sida
rhombifolia L.), através do herbicida diclosulam (25,2 g i.a. ha-
1), exceto para a aplicação em palha seca e úmida de sorgo
(Sorghum bicolor (L.) Moench) sem ocorrência de chuvas,
demostrando assim, a necessidade da irrigação ou chuvas
após a aplicação. Os autores ainda enfatizam que a retenção
de herbicidas sobre palha, os submete a condições de
fotodegradação e volatilização até que seja levado ao solo
pela chuva.
A associação de diferentes ingredientes ativos quando
comparados ao diclosulam que apresenta um único
mecanismo de ação, apresentou maiores porcentagens de
controle. Esse comportamento se deve a associação de
características físico-químicas oriundas dos diferentes
ingredientes ativos e mecanismos de ação, possibilitando
assim, a atuação em dois sítios da planta daninha. Dessa
forma, o diuron + sulfentrazone em seguida, a flumioxazin
+ imazethapyr (RODRIGUES; ALMEIDA, 2018).
Coradin et al. (2019) obtiveram resultados semelhantes
aos observados no presente trabalho, pelo qual,
desenvolveram experimento em casa de vegetação, com
diclosulam (25,2 g ha-1) e flumioxazin + imazethapyr (106 +
50 g ha-1), aplicado em solo sem a presença de palha,
constatando que a melhor alternativa para o controle do
capim-amargoso foi a associação entre flumioxazin +
Regime de irrigação e palha influenciam na eficácia de herbicidas pré-emergentes no controle de capim-amargoso?
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 194-201, mar./abr. 2021.
200
imazethapyr que promoveu 96,3% de controle em
comparação ao diclosulam com 71,3% de controle aos 28
dias após a emergência da planta daninha.
Takano et al. (2017) obtiveram resultados semelhantes
aos observados no presente trabalho em relação aos
herbicidas pré-emergentes, pelo qual, estudaram o controle
do capim-pé-de-galinha (Eleusine indica (L.) Gaertn) que
pertence a mesma família do capim-amargoso, em
experimento em casa de vegetação testando herbicidas pré-
emergentes, entre eles, o sulfentrazone (600 g i.a ha-1) ,
diuron (2000 g i.a ha-1), flumioxazin + imazethapyr (106 + 50
g i.a ha-1) e diclosulam (25 g i.a ha-1), constando maior
controle do capim-pé-de-galinha respectivamente para
sulfentrazone (97,0%), diuron (79,3%), flumioxazin +
imazethapyr (78,0%) e diclosulam (41,3%).
Dessa forma fica evidente que o regime de irrigação,
a distribuição e momento de ocorrência de chuva após a
aplicação dos herbicidas afetam na eficácia dos herbicidas
diclosulam; flumioxazin + imazethapyr e diuron +
sulfentrazone no controle de plantas daninhas, e a redução
de eficácia pode ser ainda maior quando o posicionamento
ocorre sobre palha oriunda da cultura anterior. Assim, com o
objetivo da maior eficácia dos herbicidas no controle de
plantas daninhas, faz-se necessário a correlação das
características físico-químicas dos herbicidas com o regime
hídrico e aspectos inerentes ao sistema produtivo.
5. CONCLUSÕES
O herbicida diclosulam sofre influência dos intervalos de
seca após a aplicação, sendo que apresenta menores controles
do capim-amargoso e redução de massa seca para os regimes
de irrigação com maiores períodos de seca, tanto para a
condição de presença de palha como na ausência de palha.
Os herbicidas diuron + sulfentrazone e flumioxazin +
imazethapyr não apresentaram diferenças significativas nos
regimes de irrigaçãoapresentando um controle eficiente do
capim-amargoso, tanto com palha como sem palha.
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