Nativa, Sinop, v. 9, n. 3, p. 281-285, mai./jun. 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i3.11184 ISSN: 2318-7670
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO REPRODUTIVO DE VACAS NA REGIÃO DO
PANTANAL SUL-MATO-GROSSENSE SUBMETIDAS A IATF Com Aplicação De
GnRH
Gabriel Rodrigo Hass PERUCCHI1, Gabriela de Souza SARTORI1, Richarlla Aparecida Buscariol
SILVA1, Murilo da Silva GARCIA1, Rodrigo José Delgado JARDIM2, Danila Fernanda Rodrigues FRIAS1*
1 Universidade Brasil, Fernandopólis, SP, Brasil.
2 Fazenda Bodoquena, Miranda, MS, Brasil
(Orcid: 0000-0003-1531-9922; 0000-0001-7177-9486; 0000-0002-3190-8332; 0000-0001-5230-9059;
0000-0002-2488-6331; 0000-0001-8621-3338)
*E-mail: danila.frias@universidadebrasil.edu.br
Recebido em 28/09/2020; Aceito em 22/06/2021; Publicado em 12/07/2021.
RESUMO: A Inseminação artificial em tempo fixo (IATF) está se difundindo no Brasil, pois contribui para o
aumento da produtividade. O objetivo neste trabalho foi avaliar o uso do GnRH em protocolos de IATF de
vacas criadas no pantanal Sul-mato-grossense. Participaram da pesquisa 531 vacas paridas da raça Nelore, que
foram avaliadas de acordo com o escore de condição corporal (ECC), submetidas a três tipos de protocolos de
IATF (lote 1, 2 e 3). Após 40 dias da inseminação artificial foi realizado diagnóstico de gestação. As matrizes
que não receberam GnRH no lote 1 (estro aparente), lote 2 (estro parcial) e lote 3 (sem apresentação de estro)
apresentaram, respectivamente 55,4%, 19,2% e 25,9% de prenhez, enquanto as que receberam o fármaco
apresentaram 48,6%, 37,2% e 38,8%. Relacionado ao ECC, pode-se observar que a maior taxa de prenhez
ocorreu em animais com ECC 3. Primíparas apresentaram melhor taxa de prenhez quando receberam GnRH
independente do ECC. Concluiu-se que o uso de GnRH mostrou-se eficiente para melhoria da taxa de prenhez
principalmente em primíparas, assim como nos animais que não apresentaram estro ou apresentaram estro
parcial, e que matrizes com ECC 3 apresentaram melhores taxas de prenhez que vacas com escore inferior.
Palavras-chave: bovino de corte; inseminação artificial em tempo fixo; produtividade; GnRH; Nelore.
Evaluation of cow reproductive performance in the region of Mato Grosso do
Sul swamp submitted to TAI with GnRH application
ABSTRACT: The technique of timed artificial insemination (TAI) is spreading in Brazil, as it contributes to
the increase of productivity. The objective of this work was to evaluate the use of GnRH in TAI protocols of
cows raised in the swamp of Mato Grosso do Sul. 531 Nelore breed calved cows participate in the survey,
which were evaluated according to the body condition score (BCS), and then performed three types of TAI
protocols (batch 1, 2 and 3). After 40 days of the insemination, a pregnancy diagnosis was made. The matrices
that did not receive GnRH in batch 1 (apparent oestrus), batch 2 (partial oestrus) and batch 3 (no oestrus
presentation) presented respectively 55.4%, 19.2% and 25.9% of pregnancy, while those receiving the drug
showed 48.6%, 37.2% and 38.8%. Related to BCS, it can be observed that the highest pregnancy rate occurred
in animals with BCS 3. Primiparous had a better pregnancy rate when receiving GnRH regardless of BCS. It
was concluded that the use of GnRH was efficient to improve the pregnancy rate mainly in primiparous as well
as animals that showed no oestrus or partial oestrus, and matrices with BCS 3 had better pregnancy rates than
cows with lower scores.
Keywords: beef cattle; timed artificial insemination; productivity; GnRH; Nelore.
1. INTRODUÇÃO
A IATF (inseminação artificial em tempo fixo) é uma
biotecnologia que contribui para o aumento da produtividade
dos rebanhos de cria (GOTTSCHALL et al., 2009). Esta
técnica está se difundindo cada vez mais no Brasil, pois reduz
a necessidade de mão de obra, suprime a necessidade de
observação de cio, além do que o uso de hormônios induz a
ciclicidade das vacas que estão em anestro, aumentando sua
eficiência reprodutiva (BARUSELLI et al., 2004;
GOTTSCHALL et al., 2011).
As vantagens desta técnica estão relacionadas a
ocorrência de maiores taxas de prenhez no início da estação
de acasalamentos, promovendo os partos dentro da estação
de parição, diminuição do intervalo entre partos, aumento da
probabilidade de nova prenhez na estação subsequente e o
nascimento de bezerros mais homogêneos que
potencialmente serão desmamados mais pesados por serem
mais velhos e filhos de touros com maior mérito genético
(GREGORY; ROCHA, 2004; GOTTSCHALL et al., 2009;
GOTTSCHALL et al., 2011).
Os tratamentos hormonais utilizados na IATF reduzem
o tempo médio de concepção dos rebanhos quando
comparados as estratégias tradicionais de reprodução, como
Avaliação do desempenho reprodutivo de vacas na região do pantanal sul-mato-grossense ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 3, p. 281-285, mai./jun. 2021.
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a monta natural e a inseminação artificial. Por isso, a técnica
tem sido utilizada como uma das medidas econômicas mais
importantes para avaliação da reprodução em rebanhos de
corte (SÁ FILHO et al., 2013).
Existem diversos protocolos para o emprego da IATF em
bovinos (GOTTSCHALL et al., 2009). Porém, a diversidade
de fármacos, horários e intervalos de aplicação, levantam
discussões acerca de qual o protocolo mais indicado para
bovinos de corte. Mesmo com esta diversidade de
informações, todo protocolo deverá ser planejado de acordo
com as situações encontradas em cada propriedade, levando
em consideração fatores relacionados ao manejo, sanidade,
nutrição e categoria animal (MORAES et al., 2005).
A relação custo/benefício de um programa reprodutivo
deve ser considerada como uma variável determinante,
porém esta análise é muitas vezes negligenciada
(GOTTSCHALL; SILVA, 2014). Alguns pesquisadores
avaliaram o efeito do GnRH na indução da ovulação e
observaram que este hormônio tem capacidade de
sincronizar o momento da ovulação e auxiliar na fecundação
do oócito, podendo assim aumentar a taxa de concepção do
protocolo efetuado o que torna seu custo/benefício atrativo
(SILVA et al., 2008; Perry e Perry, 2009). O hormônio
liberador de gonadotrofinas (GnRH), é produzido no
Hipotálamo e é responsável pelo controle da secreção de
gonadotrofinas, em especial o LH. É sabido que durante a
pré-ovulação ou no coito de animais com ovulação induzida,
tem-se liberação de GnRH como uma onda recorrente ao
aumento nos níveis de esteroides circulantes (estrógeno e
progesterona) (PAU; SPIES, 1997; SANTOS, 2002). Por
isso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o uso do
GnRH em protocolos de IATF em vacas criadas no pantanal
do Mato Grosso do Sul, visando a melhoria de seu
desempenho reprodutivo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido em uma fazenda na
região do Pantanal Sul-mato-grossense após aprovação pela
comissão de ética para uso de animais – CEUA Universidade
Brasil com número de protocolo IC18-19/20.
Foram avaliadas 531 matrizes Nelore. As vacas estavam
identificadas com marca de ferro candente e paridas entre 45
a 90 dias. Todas foram mantidas nas mesmas condições de
manejo alimentar e sanitárias, permanecendo sobre campo
nativo com suplementação mineral ad libitum.
No primeiro dia do protocolo de IATF, as fêmeas foram
avaliadas de acordo com o ECC. A classificação foi realizada
de acordo com Rosa et al. (2011), onde recebeu nota 1 a vaca
considerada Magra Inferior, pois seu processo transverso
estava proeminente, assim como costelas e espinhas dorsais
muito acentuadas; Nota 2 a vaca Magra Superior que possuía
espinhas dorsais, ílios, ísquios e costelas proeminentes, assim
como processo transverso visível.
Nota 3 a vaca Média Inferior, caracterizada pelas costelas,
íleos e ísquios visíveis, porém com musculatura côncava nas
ancas e processo transverso ligeiramente coberto; Nota 4 a
vaca Média Superior, que possuía suave cobertura muscular,
espinhas dorsais pouco visíveis e as costelas quase que
completamente cobertas.
Nota 5 para a vaca com condição Gorda Inferior, por
possuir boa cobertura muscular e início de deposição de
gordura na inserção da cauda; e Nota 6 para a Gorda
Superior, animal este que apresentava acúmulo de gordura na
inserção da cauda e maçã do peito, além de cobertura
muscular completa. Em seguida foi realizado protocolo de
IATF descrito a seguir:
D0- aplicação de benzoato de estradiol e inserção de
dispositivo intravaginal de progesterona; D8- retirada do
dispositivo intravaginal, aplicação de cloprostenol, aplicação
de cipionato de estradiol e marcação com bastão de tinta na
região da inserção da cauda; D10- inseminação artificial.
Ainda no D10, realizou-se a aplicação de GnRH de
acordo com as características de estro apresentadas pelos
animais que compunham os lotes citados a seguir.
O lote 1 era composto apenas por vacas que
apresentaram estro aparente (desaparecimento da marcação
realizada na base da cauda pela tinta), totalizando 220 vacas,
destas, 72 receberam dose de 2 ml de GnRH no momento da
inseminação, enquanto 148 não receberam (grupo controle).
O lote 2 era composto por vacas que apresentaram estro
parcial (a tinta na base da cauda estava borrada, porém ainda
presente). Este grupo totalizou 175 animais, onde 102
receberam a dose de 2 ml de GnRH no momento da
inseminação e 73 não receberam (grupo controle).
o lote 3 possuía 136 vacas sem sinais de estro (tinta
intacta na base da cauda), destas 98 receberam a dose de 2 ml
de GnRH no momento da inseminação e 38 não (grupo
controle).
Dentro de cada lote as fêmeas foram classificadas de
acordo com número de partos em: primíparas, secundíparas
e multíparas. A divisão em lotes destas matrizes está descrita
na Tabela 1.
Tabela 1. Distribuição das matrizes em lotes, de acordo com a
classificação por número de partos.
Table 1. Distribution of matrices in batches, according to the
classification by number of births
Classificação Lote 1 Lote 2 Lote 3
Primíparas 32 30 19
Secundíparas 114 81 62
Multíparas 74 64 55
Total 220 175 136
Após a realização do protocolo de IATF, as matrizes
foram inseminadas com sêmen de touro da raça Aberdeen
Angus, que antes da inseminação, foi avaliado para
verificação de sua qualidade por meio de descongelamento
de uma palheta por partida e análise da motilidade, vigor e
concentração espermática.
Após 40 dias da inseminação foi realizado o diagnóstico
de gestação com uso de equipamento de ultrassonografia. A
partir dos dados coletados foram calculadas a taxa de prenhez
conforme os seguintes itens avaliativos: administração ou não
do GnRH, manifestação de estro (aparente, parcial, sem
sinais de estro), e ECC.
3. RESULTADOS
Após 40 dias da inseminação, foi realizado o diagnóstico
de gestação por meio da realização de exame de
ultrassonografia. Os resultados estão apresentados na Figura
1. As matrizes que o receberam GnRH no lote 1 (estro
aparente) apresentaram 55,4% de prenhez, enquanto as que
receberam o fármaco apresentaram 48,6%. Sabe-se que vacas
inseminadas após demonstração de estro apresentam maior
porcentagem de prenhez. No presente trabalho detectou-se
diminuição de 6,8% da taxa de prenhez desses animais
quando utilizado o GnRH.
Perucchi et al.
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As matrizes que não receberam GnRH no lote 2 (estro
parcial) apresentaram 19,2% de prenhez, enquanto as que
receberam o hormônio no dia da inseminação apresentaram
37,2%.
Figura 1. Taxa de prenhez com e sem uso de GnRH no momento
da inseminação em matrizes com estro aparente, parcial e ausente.
Figure 1. Pregnancy rate with and without the use of GnRH at the
time of insemination in matrices with apparent, partial and absent
estrus.
O uso de GnRH em matrizes com estro ausente também
foi avaliada. Animais que não receberam GnRH
apresentaram taxa de prenhez de 31,6%, enquanto as que
receberam demonstraram 38,8%.
O aumento da taxa de prenhez detectado foi de 18% nas
matrizes com estro parcial e 7,2% nas matrizes sem estro
aparente. Os resultados da avaliação do ECC estão expressos
na Tabela 2.
Tabela 2. ECC das matrizes no primeiro dia do protocolo de IATF.
Table 2. Headquarters ECC on the first day of the IATF protocol.
Classificação Lote 1 Lote 2 Lote 3
ECC
2
ECC
3
ECC
2
ECC
3
ECC
2
ECC
3
Primíparas 9 22 8 22 9 10
Secundíparas 8 99 16 57 13 47
Multíparas 11 52 14 47 12 42
TOTAL 28 173 38 126 34 99
Com relação a taxa de prenhez com uso ou não de GnRH
nas matrizes, relacionado ao ECC, estão apresentados nas
Figuras 2 e 3.
Figura 2. Taxa de prenhez com uso de GnRH em matrizes com
estro aparente, parcial e ausente de acordo com o ECC.
Figure 2. Pregnancy rate with the use of GnRH in matrices with
apparent, partial and absent estrus according to the ECC.
O que se pode observar com os resultados obtidos foi a
maior taxa de prenhez em animais com ECC 3, quando
comparado aos que apresentavam ECC 2, independente de
receber ou não GnRH no momento da inseminação.
Dentre as 80 primíparas avaliadas, 26 apresentaram ECC
2 e 54 ECC 3 no D0 do protocolo hormonal. Das que
apresentaram ECC 2, 14 receberam GnRH no dia da
inseminação, apresentando 28,6% de prenhez, e as do grupo
controle (sem GnRH) apresentaram 8,1% de prenhez. Nas
que apresentaram ECC 3, que receberam GnRH, a taxa de
prenhez foi de 59%, enquanto o grupo controle demonstrou
índice de 40,6%.
Figura 3. Taxa de prenhez sem uso de GnRH em matrizes com estro
aparente, parcial e ausente de acordo com o ECC.
Figure 3. Pregnancy rate without the use of GnRH in matrices with
apparent, partial and absent estrus according to the ECC.
As multíparas apresentaram melhor índice de prenhez
com ECC 3, 37,6%, enquanto com ECC 2, este índice foi de
18,9%, assim como as secundíparas, onde obteve-se 37,8%
de prenhez das matrizes com ECC 2, e 49,8% nas matrizes
com ECC 3.
4. DISCUSSÃO
Quando se utilizou GnRH em matrizes com estro
aparente observou-se diminuição na taxa de prenhez. Este
fato pode estar relacionado a ação do GnRH, pois o mesmo
utilizado em animais com apresentação de estro promove
decréscimo das concentrações de LH, por reduzir as
concentrações de progesterona sérica e receptores de LH nas
células luteais, o que causa diminuição da capacidade de
reconhecimento e manutenção do embrião
(GOTTSCHALL, et al., 2012).
As matrizes que demonstraram estro parcial
apresentaram aumento na taxa de prenhez quando receberam
GnRH. Esta elevação pode ter ocorrido devido ao
mecanismo de ação do hormônio utilizado. O pico de GnRH
exógeno, leva imediatamente a secreção de um pico de LH,
sendo este responsável pela ovulação (SARTORI et al.,
2017). Além disso, o GnRH também apresenta capacidade
luteinizante, proporcionando a formação de um corpo lúteo
melhor e consequentemente melhor manutenção da gestação
(MEE et al., 1990).
As matrizes que não apresentaram estro, ao receber
GnRH apresentaram taxa de prenhez ainda maior quando
comparadas a com estro parcial. Nestes animais, acredita-se
que a falta de estro esteja relacionada ao nível baixo de
estrógeno circulante e que consequentemente a ovulação
pode não acontecer, ou ocorrer em um momento
inadequado, por isso, a indução da ovulação por meio da
utilização de uma dose de GnRH, mesmo administrada no
momento da inseminação pode ser uma forma de melhorar a
resposta ovulatória desses animais, o que consequentemente
aumentará a taxa de prenhez (FACHIN, 2018).
Gottschall et al. (2012), relataram dados semelhantes,
onde vacas que receberam GnRH apresentaram até 15% a
mais de prenhez. Consentini et al. (2017), descreveram
melhoria na taxa de prenhez em 10,8% das matrizes que
receberam GnRH e que não apresentaram estro. Assim como
Gonçalves Junior et al. (2017), que demonstraram a ão
positiva do fármaco em vacas que não apresentaram estro
Avaliação do desempenho reprodutivo de vacas na região do pantanal sul-mato-grossense ...
Nativa, Sinop, v. 9, n. 3, p. 281-285, mai./jun. 2021.
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devido à elevação de 18,8% da taxa de prenhez quando
comparada ao grupo controle.
Com relação ao ECC, observou-se maior taxa de
concepção em matrizes com ECC 3. A baixa taxa de prenhez
em animais com ECC menor que 3 pode estar relacionada a
ocorrência do balanço energético negativo, juntamente com
baixo escore de condição corporal e amamentação, que
refletem em atraso da ovulação pós parto por se relacionar
com a baixa pulsatilidade do hormônio luteinizante (LH).
Este balanço energético negativo atinge os níveis sistêmicos
de somatomedina C, glicose e insulina, que afetam os níveis
de LH, danificando o crescimento folicular (BUTLER;
SMITH, 1989; WILTBANK et al., 2002).
O desempenho reprodutivo de vacas está associado ao
ECC, que pode ser um dos fatores que afetam o crescimento
e a persistência do folículo dominante no pós parto, além da
nutrição inadequada e da amamentação (RHODES et al.,
1995). As matrizes primíparas são as que mais sofrem por
esses motivos, já que se apresentam em fase de crescimento.
Para reduzir o anestro pós parto, pode-se utilizar
diferentes estratégias, como por exemplo o “shang”,
amamentação interrompida, ou, como foi utilizado neste
trabalho, tratamentos hormonais para indução de ovulação,
no caso aplicação de GnRH no momento da inseminação, o
que demonstra bons resultados (WILTBANK et al., 2002).
Em contrapartida, Gonçalves Junior et al. (2017) o
encontraram resultados significativos com uso de GnRH em
primíparas, o que revela uma variação na resposta dos
animais.
Consentini et al. (2017) detectaram taxa de prenhez em vacas
multíparas que receberam dose de GnRH no dia da
inseminação com ECC 3 de 57%, enquanto as que não
receberam apresentaram 46,2%. Por meio destes dados
observou-se que o escore de condição corporal tem ligação
direta na condição reprodutiva das matrizes.
5. CONCLUSÕES
O uso de GnRH no momento da inseminação artificial
mostrou-se eficiente para melhoria da taxa de prenhez
otimizando assim os protocolos de IATF em rebanhos de
corte criados na região do Pantanal Sul-mato-grossense.
Primíparas demonstraram resultados positivos significantes
com a utilização do fármaco, assim como nos animais que
não apresentaram estro ou apresentaram estro parcial, o que
pode estar relacionado a melhoria na eficiência do controle
da ovulação.
Quanto ao escore de condição corporal, concluiu-se que
vacas com ECC 3 apresentaram melhores taxas de prenhez
que vacas com escore inferior. A utilização do GnRH no dia
da inseminação melhorou o índice de prenhez em vacas que
não apresentaram estro ou apresentaram estro parcial,
independente do ECC.
A melhoria da taxa de prenhez com uso de GnRH ficou
evidente, porém este resultado deverá ser avaliado quanto a
sua viabilidade econômica antes de sua inclusão no manejo,
pois a dose de GnRH aumenta o custo do protocolo de
IATF.
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