Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. p. 23-29, jan./fev. 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i1.10884 ISSN: 2318-7670
Viabilidade da fertirrigação por pivô central com uso de efluentes
tratados em diferentes níveis
Job Teixeira de OLIVEIRA1*, Priscila da Silva MARADINI2,
Alisson Carraro BORGES2, Ricardo GAVA1
1*Departamento de Agronomia, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Chapadão do Sul, MS, Brasil.
2Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil.
*E-mail: job.oliveira@hotmail.com
(ORCID: 0000-0001-9046-0382; 0000-0003-2352-2795; 0000-0002-9729-6439; 0000-0001-6268-5728)
Recebido em 29/07/2020; Aceito em 06/01/2021; Publicado em 10/02/2021.
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi verificar a viabilidade econômica do uso de esgotos sanitários,
tratados com diferentes níveis de eficiência, para fertirrigação por pivô central em cultivos de algodão e soja. O
estudo foi desenvolvido por meio da simulação e comparação de dois projetos de tratamento de esgoto sanitário
a serem instalados na cidade de Correntina (BA). Para os cálculos de viabilidade, utilizou-se a planilha eletrônica
AmazonSaf. Foram propostos dois cenários para o tratamento de esgoto para posterior fertirrigação: cenário
A (pré-tratamento seguido de lagoa anaeróbia) e cenário B (pré-tratamento seguido de sistema australiano de
lagoas e polimento com a ecotecnologia dos wetlands). Observou-se que os custos totais foram maiores no
cenário B, devido ao aumento no investimento com o tratamento via wetland. O aumento direto foi de 0,82%,
com um período de retorno do investimento de 8,7 anos. Há viabilidade econômica em reutilizar o efluente
sanitário tratado do município de Correntina para irrigação de algodão e soja, independentemente do sistema
de tratamento a ser adotado, embora a complementação do processo com a instalação do sistema de wetland se
faça vantajosa do ponto de vista econômico, ambiental e social.
Palavras-chave: análise financeira; economia circular; fertirrigação; reuso; sustentabilidade.
Feasibility of central pivot fertirrigation with the use of effluents
treated at different levels
ABSTRACT: The objective of this work was to verify the economic viability of using sanitary sewage, treated
with different levels of efficiency, for central pivot fertigation in cotton and soybean crops. The study was
developed through the simulation and comparison of two sanitary sewage treatment projects to be installed in
the city of Correntina (BA). For feasibility calculations, the AmazonSaf spreadsheet was used. Two scenarios
were proposed for the treatment of sewage for subsequent fertigation: scenario A (pre-treatment followed by
anaerobic lagoon) and scenario B (pre-treatment followed by Australian pond system and polishing with wetland
ecotechnology). It was observed that the total costs were higher in scenario B, due to the increase in investment
with wetland treatment. The direct increase was 0.82%, with a payback period of 8.7 years. There is economic
viability in reusing the treated sanitary effluent from the municipality of Correntina for irrigation of cotton and
soy, regardless of the treatment system to be adopted, although complementing the process with the installation
of the wetland system is advantageous from an economic point of view, environmental and social.
Keywords: financial analysis; circular economy; fertigation; reuse; sustainability.
1. INTRODUÇÃO
O saneamento básico é reconhecido como um direito
humano pela Organização das Nações Unidas (ONU) e, no
Brasil, é assegurado pela Lei Federal 11.445/2007
(BRASIL, 2007).
Entre as ões que compõem os serviços de saneamento,
o esgotamento sanitário merece destaque. Os números de
saneamento no Brasil mostram que 43% da população possui
esgoto coletado e tratado e 12% utilizam-se de soluções
individuais (esgotamento descentralizado), ou seja, 55%
possuem tratamento considerado adequado. Por outro lado,
18% têm seu esgoto coletado e não tratado, o que pode ser
considerado como um atendimento precário; e 27% não
possuem coleta nem tratamento, isto é, não têm acesso ao
serviço de saneamento básico, sendo a maioria residente em
zonas rurais (ANA, 2017).
Desse modo, estudos voltados para o desenvolvimento e
otimização de sistemas de tratamento de esgoto têm sido
realizados e os wetlands (Sistemas Alagados Construídos
SACs) estão entre as tecnologias atuais mais eficazes e
empregadas principalmente em zonas rurais, devido ao fácil
acesso, aparência natural e baixo custo de construção,
manutenção e operação (LISTOSZ et al., 2018). Entretanto,
tais sistemas necessitam de tratamento preliminar para
aumentar a eficiência e evitar a colmatação (MATOS;
MATOS, 2017). Assim, é necessário o tratamento prévio dos
esgotos, de maneira que os sólidos suspensos e outros
poluentes sejam removidos. Geralmente os wetlands
(principalmente os de escoamento sub-superficial) são
precedidos de reatores anaeróbios ou sistemas de lagoas
(MELO; LINDNER, 2013).
Após o tratamento do esgoto sanitário é comum o
Viabilidade da fertirrigação por pivô central com uso de efluentes tratados em diferentes níveis
Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. 23-29, jan./fev. 2021.
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lançamento do efluente tratado nos cursos d’água, e nem
sempre são respeitadas as condições e padrões exigidos pela
Resolução CONAMA n° 430/2011 (BRASIL, 2011). Alguns
compostos, como nitrogênio, fósforo e patógenos, são mais
difíceis de serem removidos pelo tratamento em nível
secundário nas estações de tratamento de esgotos e, quando
lançados em excesso no meio podem ocasionar sérios
problemas ambientais, como a eutrofização (MENDONÇA
et al., 2012; GERHARDT et al., 2018). Além disso, tais
elementos são considerados nutrientes limitantes para o
crescimento e produtividade de cultivos agrícolas.
Desse modo, a fim de alcançar uma produção mais
sustentável tem-se buscado alternativas como a aplicação de
águas residuárias no solo. Uma das propostas atualmente
empregada é a fertirrigação, que garante a manutenção da
qualidade do solo e a minimização do risco de contaminação
de águas superficiais e subterrâneas (MATOS; MATOS,
2017). As lâminas aplicadas neste tipo de sistema são
determinadas pela demanda nutricional da cultura a ser
fertirrigada (situação mais comum) ou pela necessidade
hídrica das plantas (situação análoga à irrigação convencional,
ocorrente quando a água de reuso possui excelente
qualidade).
O pivô central se enquadra como um dos sistemas de
irrigação mais utilizados para cultivos no Brasil devido a sua
eficiência de aplicação, pequeno consumo de energia por
unidade de área, pouca exigência de mão-de-obra,
possibilidade de automação e facilidade de operação. Trata-
se de um sistema motomecanizado, caracterizado por irrigar
grandes áreas, requerer pouca mão de obra, apresentar
facilidade em automação e quimigação, oferecer boa
uniformidade de aplicação e facilitar a sucessão de culturas
por não precisar ser removido para plantio, tratos culturais,
nem colheita (SANDRI; CORTEZ, 2009; CARVALHO;
OLIVEIRA, 2012).
Na Bahia, em 2018, o algodão foi considerado uma
referência histórica na qualidade, produção e comercialização
da commodity. A região oeste, que concentra 96% da atividade
no Estado, colhe 1,2 milhão em toneladas de algodão em
caroço, com um rendimento de fibra acima de 42%, que
somaram mais de 500 milhões de toneladas e 0,5 milhão em
toneladas de plumas (AIBA, 2019).
A soja ocupa mais de 65% da área total cultivada na região
do Oeste da Bahia correspondendo a 5% da produção
nacional e a 58% da produção do Nordeste. A safra 2017/18
registrou um recorde histórico ao contabilizar uma a
produção de cerca 5,3 milhões de toneladas da oleaginosa,
um incremento da ordem de 15% em relação à anterior. Este
resultado foi obtido graças ao aumento da produtividade,
batendo o recorde de 66 sacas por hectares (AIBA, 2019).
Com base no exposto, neste trabalho objetivou-se
verificar a viabilidade econômica do aproveitamento de
esgoto sanitário do município de Correntina, na região oeste
do estado da Bahia, para fertirrigação via pivô central, em
cultivos de algodão e soja. No estudo comparou-se os
efluentes advindos de duas diferentes tipologias de
tratamento: tratamento primário (cenário A) e tratamento
terciário, com uso da ecotecnologia wetland (cenário B).
2. MATERIAL E MÉTODOS
O estudo para análise de viabilidade econômica foi
desenvolvido por meio da simulação e comparação de dois
projetos de tratamento de esgoto da cidade de Correntina
(BA) a saber:
Cenário A: Projeto composto por uma estação de
tratamento de esgoto (ETE) com pré-tratamento
convencional (gradeamento e desarenação) seguido de lagoa
anaeróbia. A literatura é divergente em relação à classificação
deste tipo de tratamento: em relação às eficiências, tem-se
níveis modestos, classificando-a como tratamento primário.
Contudo, devido à existência de mecanismos biológicos na
lagoa, também se aceita que a lagoa anaeróbia é um tipo de
tratamento secundário. Por segurança, considerou-se neste
trabalho que o cenário A seja “tratamento primário”.
Cenário B: Projeto composto por uma estação de
tratamento de esgoto (ETE) com pré-tratamento, seguido de
um sistema australiano de lagoas (unidade anaeróbia seguida
de unidade facultativa fotossintética) e polido em um wetland.
Os custos de rede de esgoto foram calculados em função
da projeção de habitantes da cidade, estimado para o ano de
2038 em 34.000 habitantes. De acordo com a Nota Técnica
SNSA n° 492/2010, o custo médio de instalação para a rede
de esgoto na região Nordeste é de R$ 67,00 hab-1,
considerando um índice de 3,3 habitantes por domicílio
(SNSA, 2011). Os custos referentes às estações de tratamento
foram obtidos conforme Von Sperling (2007).
Tanto o efluente do tratado do cenário A quanto o do
cenário B seriam direcionados ao uso agrícola (fertirrigação
de culturas de algodão e soja) via pivôs centrais.
Os projetos de pivôs centrais foram dimensionados com
a mesma lâmina de irrigação, equivalente à 8,0 mm d-1, e para
funcionamento 21 h d-1. Os pivôs são de aço zincado e altura
de equipamento de 2,7 metros de vão livre. Além disso, são
constituídos de três equipamentos completos, sendo P1 e P2
com 80 ha cada um e P3 com 107 ha.
Os cálculos foram feitos utilizando o programa MOD16,
calibrado para obtenção da taxa de Evapotranspiração de
Referência (ETo) mensal na área em estudo. Calculou-se a
ETo variando entre 47 e 198 mm. Na região oeste da Bahia,
nos meses de outubro a março ocorrem os maiores valores
de evapotranspiração e entre os meses de abril a setembro, os
menores valores. A lâmina de projeto foi calculada utilizando
um coeficiente de cultura máximo (Kcmáx) de 1,05
correspondente ao período de maior demanda das culturas
do algodão e da soja (ALLEN et al., 1998). Adotou-se uma
eficiência de aplicação de 85% para pivô central
(BERNARDO et al., 2019).
Para o cálculo da lâmina adotada no manejo de irrigação
entre os meses de abril a outubro (período de estiagem),
utilizou-se o Kcmáx. Consideraram-se 180 dias de irrigação
por ano, sendo 25 dias de irrigação em cultivo de
primavera/verão (soja), 25 dias de irrigação em cultivo de
verão/outono (algodão) e 130 dias de irrigação para a cultura
de inverno/primavera (algodão), com ciclo médio de 120 dias
para a soja e 180 dias para algodão. Foram consideradas 2
safras por ano, com cerca de 300 dias de ocupação da terra.
Após o dimensionamento hidráulico dos projetos de
pivôs centrais com área total de 267 ha e com desnível de
terreno de 3,0 %, analisaram-se as viabilidades técnico-
econômicas. Os orçamentos dos projetos de irrigação
dimensionados e o valor das infraestruturas de energia e
transformadores de energia foram obtidos em
estabelecimentos comerciais especializados na área de
irrigação. O levantamento de dados necessários para
implantação das culturas foi obtido no livro de referência
nacional de custos de produção (AGRIANUAL, 2019).
Para os cálculos de viabilidade, utilizou-se a planilha
eletrônica AmazonSaf (ARCO-VERDE; AMARO, 2014). A
Oliveira et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. 16-22, jan./fev. 2021.
25
viabilidade do investimento foi avaliada pelo indicador de
lucratividade, pelo valor presente líquido e pelo valor
presente dos custos (FRIZZONE; ANDRADE JÚNIOR,
2005). Os indicadores utilizados na avaliação da viabilidade
do investimento foram a receita bruta (Equação 1), o valor
presente líquido (Equação 2), a taxa interna de retorno
(Equação 3) e a relação benefício/custo (Equação 4).
𝑅𝐵 = 𝑃𝑑 𝑥 𝑃𝑉 (1)
𝑉𝑃𝐿 = 
()
 (2)
𝑇𝐼𝑅 = 
()
 = 0 (3)
= ()

()
 (4)
em que, RB - receita bruta, R$; Pd - produção na área de estudo, kg;
PV - preço de venda, R$ kg-1; VPL - valor presente líquido, R$; CF
- saldo do fluxo de caixa, R$; i - taxa de juros, %; j - taxa de juros
anual, %; TIR - taxa interna de retorno, %; B - benefício, R$; C -
custo, R$; K - vida útil, anos.
O valor presente líquido (VPL) é definido como a
diferença entre o valor presente dos benefícios e o valor
presente dos custos (FRIZZONE; ANDRADE JÚNIOR,
2005).
A taxa interna de retorno consiste no potencial do projeto
de gerar retornos. Quando aplicada ao cálculo do VPL, essa
taxa zera o resultado (GARZEL, 2003; FRIZZONE;
ANDRADE JUNIOR, 2005).
Para os cálculos, foi utilizada uma taxa mínima de
atratividade (TMA), equivalente a 4%. A diferença entre a
TIR e a TMA é o prêmio esperado pelo investidor com a
implantação do projeto. O período de recuperação é o tempo
que o projeto leva para retornar o capital investido
(NORONHA, 1987). O parâmetro benefício/custo (B/C) é
a razão por meio da qual é verificado se os benefícios são
maiores que os custos (FRIZZONE; ANDRADE JÚNIOR,
2005).
A produtividade das culturas em cada safra de algodão e
soja foram 300,0 @ e 53,3 sacas respectivamente, analisando
40 colheitas em 20 anos. Os preços de venda da soja foram
considerados no valor de R$ 60,00 sc-1 e do algodão no valor
de R$ 60,00 @-1. Os valores de produtividade considerados
são aceitos e utilizados pela associação de agricultores e
irrigantes da Bahia em projeções e financiamentos. As
receitas elaboradas para os fluxos de caixa resultaram das
projeções da produtividade, áreas e preços.
3. RESULTADOS
Os resultados revelaram que os custos totais de produção
das culturas utilizando irrigação por pivô central que foram
R$ 11.134,00 ha-1 e R$ 11.225,00 ha-1, respectivamente para
os cenários A e B (Tabelas 1 e 2).
Tabela 1. Porcentagem de investimentos e custo total de produção de algodão e soja irrigados por pivô central com efluente tratado do
município de Correntina (BA) – Cenário A.
Table 1. Percentage of investments and total cost of cotton and soy production irrigated by central pivot with treated effluent from the
municipality of Correntina (BA) - Scenario A.
Investimentos/atividades/insumos
Soja
Algodão
R$ ha
-1
%
R$ ha
-1
Custo oportunidade do capital
45,30
1,6
223,79
2,7
Depreciação
570,01
19,8
570,01
6,9
Energia elétrica
235,96
8,2
353,93
4,3
Manutenção
16,18
0,6
24,27
0,3
Custos administrativos
6,81
0,2
6,81
0,1
Impostos com Funrural
70,37
2,4
395,51
4,8
Preparo e plantio e tratos
1.335,70
46,4
5.979,00
72,4
Outras despesas
500,00
17,4
500,00
6,1
Colheita
100,00
3,5
200,00
2,4
Totais pivô + ETE primária
2.880,32
100
8.253,31
100
Tabela 2. Porcentagem de investimentos e custo total de produção de algodão e soja irrigados por pivô central com efluente tratado do
município de Correntina (BA) – Cenário B.
Table 2. Percentage of investments and total cost of cotton and soy production irrigated by central pivot with treated effluent from the
municipality of Correntina (BA) - Scenario B.
Investimentos/atividades/insumos
Soja
Algodão
R$ ha
-1
R$ ha
-1
Custo oportunidade do capital
45,30
1,5
223,79
2,7
Depreciação
615,56
21,0
615,56
7,4
Energia elétrica
235,96
8,1
353,93
4,3
Manutenção
16,18
0,6
24,27
0,3
Custos
administrativos
6,81
0,2
6,81
0,1
Impostos com Funrural
70,37
2,4
395,51
4,8
Preparo e plantio e tratos
1.335,70
45,7
5.979,00
72,0
Outras despesas
500,00
17,1
500,00
6,0
Colheita
100,00
3,4
200,00
2,4
Totais pivô + ETE terciária
2.925,87
100
8.298,86
100
Na composição total de valor de investimento, foram
considerados valores de R$ 15.000,00 para construção das
bases dos pivôs, R$ 50.000,00 para a construção da casa de
bombas e R$ 15.000,00 para abertura e fechamento da valeta
Viabilidade da fertirrigação por pivô central com uso de efluentes tratados em diferentes níveis
Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. 23-29, jan./fev. 2021.
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para colocação da adutora e cabos de energia, e mais R$
200.000,00 para infraestrutura elétrica composta de 1 km de
rede de energia e transformador. O valor dos equipamentos
de pivôs centrais P1, P2 e P3 foram, respectivamente, de R$
653.000,00; R$ 594.000,00 e R$ 708.000,00. O valor total dos
projetos de pivôs centrais completos com todas as
infraestruturas foi de R$ 2.235.000,00.
Considerou-se o valor médio de R$ 0,25 por quilowatt-
hora para energia. Para os custos de produção e coeficientes
técnicos das culturas avaliadas, foram consideradas as
planilhas divulgas pela AGRIANUAL, (2019).
Nas Tabelas 1 e 2, observa-se que, em média, 46,05% e
72,2 % do custo total de produção do sistema agrícola de soja
e algodão, respectivamente, destinam-se a preparo, plantio,
tratos culturais e colheita, considerando a média dos dois
cenários. Os demais custos estão relacionados à irrigação e
tratamento de esgoto (investimento com equipamentos
hidráulicos dos tratamentos de esgoto e pivô, infraestrutura,
energia, depreciação e manutenção).
Os limites de custos das ETEs para os cenários A e B
estão apresentados na Tabela 3. O valor gasto (implantação)
no pré-tratamento seguido de lagoa anaeróbia foi de R$
1.810.500,00. O tratamento completo, incluindo a lagoa
facultativa (secundário) e wetland (terciário), por sua vez, teve
o custo de R$ 5.440.000,00. A rede de esgoto da cidade em
estudo ficou em R$ 2.278.000,00.
O custo de implantação do sistema completo de irrigação
por pivô central, nos diferentes cenários (ETE e ETE +
wetland), foi de R$ 79.801,00 ha-1 e R$ 86.179,00 ha-1,
respectivamente. Observou-se aumento de 8% no custo de
implantação do equipamento com reuso do efluente do
sistema ETE + wetland comparado com o sistema ETE. Isto
ocorreu devido ao aumento no investimento do projeto (R$
21.306.920,00 para R$ 23.009.770,00).
As Tabelas 4 e 5 apresentam o lucro líquido acumulado,
ao longo de 20 anos, com o equipamento de pivô central
utilizando o efluente tratado provenientes dos dois cenários,
respectivamente.
Tabela 3. Limites de custos de implantação das ETEs nos cenários A e B.
Table 3. Limits of costs for the implementation of WWTPs in scenarios A and B.
Faixa de Custo de
Implantação (R$ hab-1)
Custo de Implantação
Adotado (R$ hab-1)
Faixa de Custo de Operação e
Manutenção (R$ hab-1)
Custo de Operação e Manutenção
Previsto (R$ hab-1)
A
15,00
75,00
50,00
2,50
4,00
3,25
B
100,00
200,00
150,00
7,50
12,50
10,00
Fonte: Adaptado de Von Sperling (2007).
Tabela 4. Indicadores econômicos em vinte anos de investimento em um sistema de irrigação por pivô central em culturas de algodão e soja
com efluente tratado do município de Correntina (BA) – Cenário A.
Table 4. Economic indicators in twenty years of investment in a central pivot irrigation system in cotton and soy crops with treated effluent
from the municipality of Correntina (BA) - Scenario A.
Atividade
Lucro
Avaliação financeira
Liquido Operacional Acumulado
R$ ha
-1
R$ ha
-1
R$ ha
-1
Ano 1 2.681.321,36 2.753.167,53 -18.623,29
Ano 2 2.681.321,36 2.753.167,53 -15.941,57
Ano 3 2.681.321,36 2.753.167,53 -13.259,86
Ano 4 2.681.321,36 2.753.167,53 -10.578,15
Ano 5 2.681.321,36 2.753.167,53 -7.896,44
Ano 6 2.681.321,36 2.753.167,53 -5.214,72
Ano 7 2.681.321,36 2.753.167,53 -2.533,01
Payback
Ano 8 2.681.321,36 2.753.167,53 148,70
7 anos
Ano 9 2.681.321,36 2.753.167,53 2.830,42
11 meses
Ano 10 2.681.321,36 2.753.167,53 5.512,13
Ano 11 2.681.321,36 2.753.167,53 8.193,84
Ano 12 2.681.321,36 2.753.167,53 10.875,56
Ano 13 2.681.321,36 2.753.167,53 13.557,27
Ano 14 2.681.321,36 2.753.167,53 16.238,98
Ano 15 2.681.321,36 2.753.167,53 18.920,70
Ano 16 2.681.321,36 2.753.167,53 21.602,41
Ano 17 2.681.321,36 2.753.167,53 24.284,12
Ano 18 2.681.321,36 2.753.167,53 26.965,83
Ano 19 2.681.321,36 2.753.167,53 29.647,55
Ano 20 2.681.321,36 2.753.167,53 32.329,26
Os resultados mostram que mesmo com uma variação no
valor de investimento nos equipamentos de pivôs com uso
da água proveniente do sistema ETE + wetland (Cenário A),
o aumento direto foi de 0,82 % na média dos custos totais de
produção (Tabelas 1 e 2). Tal fato revela a viabilidade da
instalação do empreendimento do cenário B (Tabela 6), com
rentabilidade (VPL) de R$ 27.989,00 ha-1 ano-1 da média total
de VPL de R$ 31.699,00 ha-1 ano-1.
Para os dois cenários avaliados (Tabela 6), verificou-se
que a razão benefício/custo (lucro) foi maior do que 1,0, pois
o valor médio de B/C foi igual a R$ 1,12 para a soja e 2,24
para o algodão. O resultado acumulativo permitiu calcular o
período de retorno do capital investido (período de
amortização do investimento) em sete anos e onze meses
para o uso do pivô central com o efluente tratado em nível
primário (Tabela 4) e oito anos e oito meses para o uso do
pivô com o efluente tratado em nível avançado, com uso de
wetland (Tabela 5).
Oliveira et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. 23-29, jan./fev. 2021.
27
Além disso, a taxa interna de retorno (TIR) média obtida
foi de 11,93% e 123,26% para soja e algodão,
respectivamente. Na região do estudo, essas duas culturas são
as mais cultivadas, e desse modo, para um período de 20
anos, o produtor conseguiria abater os custos de implantação
dos pivôs para fertirrigação das duas culturas. Vale destacar
que um equipamento de pivô central tem longevidade
superior a 30 anos desde que bem manejado e com todas as
revisões feitas corretamente.
Tabela 5. Indicadores econômicos em vinte anos de investimento em um sistema de irrigação por pivô central em culturas de algodão e soja
com efluente tratado do município de Correntina (BA) – Cenário B.
Table 5. Economic indicators in twenty years of investment in a central pivot irrigation system in cotton and soy crops with treated effluent
from the municipality of Correntina (BA) - Scenario B.
Atividade Lucro (R$ ha-1) Avaliação financeira
Liquido Operacional Acumulado
Ano 1 2.656.994,93 2.728.840,80 -20.349,61
Ano 2 2.656.994,93 2.728.840,80 -17.692,21
Ano 3 2.656.994,93 2.728.840,80 -15.034,82
Ano 4 2.656.994,93 2.728.840,80 -12.377,42
Ano 5 2.656.994,93 2.728.840,80 -9.720,03
Ano 6 2.656.994,93 2.728.840,80 -7.062,63
Ano 7 2.656.994,93 2.728.840,80 -4.405,24
Ano 8 2.656.994,93 2.728.840,80 -1.747,84 Payback
Ano 9 2.656.994,93 2.728.840,80 909,55 8 anos
Ano 10 2.656.994,93 2.728.840,80 3.566,95 8 meses
Ano 11 2.656.994,93 2.728.840,80 6.224,34
Ano 12 2.656.994,93 2.728.840,80 8.881,74
Ano 13 2.656.994,93 2.728.840,80 11.539,13
Ano 14 2.656.994,93 2.728.840,80 14.196,53
Ano 15 2.656.994,93 2.728.840,80 16.853,92
Ano 16 2.656.994,93 2.728.840,80 19.511,32
Ano 17 2.656.994,93 2.728.840,80 22.168,71
Ano 18 2.656.994,93 2.728.840,80 24.826,11
Ano 19 2.656.994,93 2.728.840,80 27.483,50
Ano 20 2.656.994,93 2.728.840,80 30.140,90
Tabela 6. Indicadores econômicos em vinte anos de investimento em sistemas de irrigação por pivô central em culturas de algodão e soja
com efluente tratado do município de Correntina (BA) – comparação dos 2 cenários.
Table 6. Economic indicators in twenty years of investment in irrigation systems by central pivot in cotton and soy crops with treated
effluent from the municipality of Correntina (BA) - comparison of the 2 scenarios.
Atividade Agrícola Rentabilidade Lucratividade Taxa de Retorno B/C Contribuição,
R$ VPL ha-1 Soja Algodão
Soja Algodão
Soja Algodão Soja Algodão
Pivô+ETE 11,05% 117,82%
9,95% 54,09%
12,82% 123,89%
1,13 2,24 35.408,38
Pivô+ETE+Wetland 9,32% 116,63%
8,52% 53,84%
11,04% 122,63%
1,11 2,23 27.989,18
Média 10,19% 117,23%
9,24% 53,97%
11,93% 123,26%
1,12 2,24 31.698,78
4. DISCUSSÃO
O custo de produção do algodão foi 2,85 vezes o da soja,
em razão dos altos custos com preparo do solo, sementes e
plantio que, juntos, representaram 72,2% dos custos,
considerando a média dos dois cenários. Resultados
encontrados por Pereira et al. (2015) foram de 55,6% custos
com insumos e mão-de-obra para implantação, condução e
renovação dos canaviais em sistema de irrigação plena.
Além disso, como as culturas apresentam custos de
produção distintos, os custos de oportunidade do capital
investido (sistema de irrigação e infraestrutura para
implantação da irrigação) foi dividido igualmente para soja e
algodão, que representaram 1,5 e 2,7% respectivamente dos
custos totais de produção de cada cultura (Tabelas 1 e 2). Em
trabalho desenvolvido por Pereira et al. (2015), essa
participação devido à implantação do projeto de irrigação,
representou aproximadamente 10% dos custos totais de
cultivo da cana de açúcar nos manejos com irrigação plena.
A reutilização de efluente tratado para fertirrigação, ainda,
apresenta benefícios como (i) economia em fertilizantes, pois
estes estarão na forma solúvel podendo ser prontamente
absorvido pelas raízes das culturas; (ii) controle da
profundidade de aplicação, em função da lâmina de água; (iii)
redução do consumo de água do rio do município (Rio
Corrente), que enfrenta conflitos de uso da água; (iv)
menor compactação do solo e danos físicos às culturas; (v)
menor custo com mão de obra e (vi) melhor índice de
desenvolvimento humano (IDH) da cidade (PINTO, 2019).
A Lei 9.433/1997 instituiu a Política Nacional de
Recursos Hídricos e a cobrança do uso dos recursos hídricos
(BRASIL, 1997). Desse modo, a reutilização do efluente
tratado se torna ainda mais interessante, uma vez que
possibilita a diminuição dos custos relacionados à outorga de
direito de uso dos recursos hídricos no que tange o
lançamento de efluentes, tratados ou não, nos corpos de
água. Além disso, o aproveitamento de todo o efluente
tratado corrobora com o uso consciente e sustentável da
água.
Em relação aos aspectos sanitários e ambientais, o
sistema de tratamento contemplado no cenário A, apresenta
riscos sanitários principalmente para os operadores das
culturas, uma vez que não ocorre remoção de patógenos. Em
Viabilidade da fertirrigação por pivô central com uso de efluentes tratados em diferentes níveis
Nativa, Sinop, v. 9, n. 1, p. 23-29, jan./fev. 2021.
28
contrapartida, a remoção de nitrogênio é na faixa de 10 a
25%, de modo a fornecer em torno de metade da adubação
nitrogenada necessária para a cultura do algodão e 25% da
adubação para a soja, sem maiores riscos de lixiviação de
nitrato (VON SPERLING, 2007).
No cenário B, por sua vez, o sistema é mais completo,
apresentando uma faixa de 3 a 5 unidades logarítmicas
removidas de coliformes, ou seja, em torno de 103 NMP dL-
1 presentes no efluente tratado (DOTRO et al., 2017; VON
SPERLING, 2007). Desse modo, a complementação do
tratamento primário com uma lagoa facultativa fotossintética
seguida do sistema de wetland (tratamento terciário) se faz
vantajosa do ponto de vista sanitário e ambiental, uma vez
que melhora a qualidade do efluente tratado, com um maior
rigor quanto à prevenção de riscos de lixiviação de nitratos
concomitante à maior remoção de patógenos; e também do
ponto de vista econômico, por conciliar custos reduzidos de
implantação, operação e manutenção (MATOS; MATOS,
2017).
5. CONCLUSÕES
viabilidade econômica em reutilizar o efluente
sanitário tratado do município de Correntina para irrigação
de algodão e soja, independentemente do sistema de
tratamento a ser adotado, embora a complementação do
processo com a instalação do sistema de wetland tenha um
investimento superior, apresentando taxa de retorno acima
de 11% para a soja e 123% para o algodão.
6. AGRADECIMENTOS
Este estudo foi financiado em parte pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil
(CAPES) - Código Financeiro 001.
Este trabalho foi realizado com o apoio do CNPq,
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico - Brasil. (Processo 141231/2019-0).
7. REFERÊNCIAS
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Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição
Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março
de 1990, que modificou a Lei 7.990, de 28 de dezembro
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