
Puia et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 163-166, mar./abr. 2021.
165
Figura 2. Comportamento diferencial de genótipos de algodoeiro
inoculadas com o patógeno de C. gossypina, porcentagem de área
foliar infectada por planta (%AFI), com diferentes níveis de
resistência e suscetibilidade à doença.
Figure 2. Differential behavior of cotton genotypes inoculated with
the C. gossypina pathogen, percentage of infected leaf area per plant
(%AFI), with different levels of disease resistance and susceptibility.
No presente estudo pode-se observar o comportamento
diferencial das genótipos com relação a severidade de C.
gossypina, dividiu-se em dois níveis. O primeiro nível é
representado pelas genótipos de algodoeiro FM 906, FM 975,
CNPA 2015 126 B2 RFRL2, CNPA 2015 82 B2RFRL2, BRS
432 B2RF, TMG 44, CNPA 2015 231 B2RF, CNPA 2015
530 B2RF, TMG 81 WS, FM 954, CNPA 2014 155 B2RF,
FM 975 GLT, DP 1536 B2RF, CNPA 2015 512 B2RF e FM
983 apresentando a menor porcentagem de área infectada,
entre 0% a 1,5% respectivamente.
O segundo nível é representado pela maior
suscetibilidade das genótipos com relação a C. gossypina,
variando de 2% a 11%, sendo: FMT 701, CNPA 2015 3
B2RFRL2, CNPA 2014 988 B2R RL1, CNPA 2014 378
B2RF RL1, CNPA 2015 170 B2 RFRL2, FM 940, CNPA
2015 117 B2RFRL2, CNPA 2015 238 B2RF, CNPA 2015
131 B2RFRL1 e CNPA 2014 1001 B2RF.
4. DISCUSSÃO
Mehta (1998) em seus estudos com a identificação de
doenças foliares em diferentes variedades de algodoeiro,
identificou que 44% das amostras com mancha foliar eram
causadas por Alternaria macrospora, 34% e 5% por Cercospora
gossypina, além de identificar que 21% do total das amostras
de algodão, há a presença de mais de um patógeno associado
secundariamente as lesões, tais como manchas causadas por
Alternaria sp. e Cercospora gossypina.
Com base nos resultados obtidos verifica-se que quinze
genótipos de algodoeiro apresentaram resistência à mancha
da folha causada por C. gossypina, podendo ser consideradas
como uma fonte de resistência para futuros estudos de
melhoramento genético.
A baixa porcentagem de área infectada dos genótipos
CNPA 2015 126 B2 RFRL2, CNPA 2015 82 B2RFRL2,
CNPA 2015 231 B2RF, CNPA 2015 530 B2RF, CNPA 2014
155 B2RF, CNPA 2015 512 B2RF entre 0% a 1,5%, se
mostraram materiais muito interessantes a nível de campo, a
ser trabalhado no que diz respeito à resistência da doença.
Os resultados obtidos nesse trabalho auxiliarão na
escolha de cultivares mais resistentes à C. gossypina, além de
auxiliar no manejo da doença, uma vez que adotada uma
cultivar com maior nível de resistência, seu manejo
fitossanitário envolverá um menor número de aplicação de
fungicidas.
5. CONCLUSÕES
Diferenças nos níveis de porcentagem de área foliar nas
linhagens foram verificadas.
As linhagens de algodão CNPA 2015 126 B2 RFRL2,
CNPA 2015 82 B2RFRL2, CNPA 2015 231 B2RF, CNPA
2015 530 B2RF, CNPA 2014 155 B2RF, CNPA 2015 512
B2RF obtiveram as menores severidade a Cercopora gossypina.
Quinze linhagens obtiveram resistência à doença,
variando de 0% a 1,5% de área infectada.
6. AGRADECIMENTOS
Á equipe do Laboratório de Patologia de Sementes do
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - IAPAR-
EMATER.
7. REFERÊNCIAS
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