Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
Pesquisas Agrárias e Ambientais
DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v9i2.10589 ISSN: 2318-7670
Relação entre condutividade elétrica e desempenho fisiológico
de sementes de arroz
Carla Aparecida ASCOLI1*, Andréa Carvalho da Silva1
1 Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop, MT, Brasil.
*E-mail: ascolicarla@gmail.com
(Orcid: 0000-0002-1929-5430; 0000-0003-2921-3379)
Recebido em 09/06/2020; Aceito em 17/05/2021; Publicado em 06/06/2021.
RESUMO: Estudando genótipos de arroz (Oryza sativa L.), ANa 8001, 9005 CL e 9027, determinou-se o
potencial fisiológico das sementes, sendo o mesmo correlacionado com índices de condutividade elétrica. O
experimento foi conduzido nas safras 2017/18 em Sinop-MT, na determinação dos índices de condutividade
elétrica foram avaliados dois fatores de luminosidade e 9 períodos de embebição. Adotou-se o delineamento
inteiramente casualizado com comparação de médias pelo Teste de Tukey (5%), quando necessário, os dados
foram transformados por raiz quadrada. Os resultados destacaram a cultivar ANa 9027 com o pior desempenho
fisiológico, vigor de 69%, e para as demais cultivares ANa 8001 (79,54%) e ANa 9005 CL (84,41%). O teor de
água absorvido pelas sementes do início do processo de hidratação até o final, é afetada pela qualidade
fisiológica, sementes menos vigorosas apresentam menor velocidade de hidratação e umidade final. Constatou-
se também, que o teste de condutividade elétrica é eficiente para determinar a viabilidade de sementes de arroz
e a melhor resposta foi obtida na ausência de luz, além disso é possível a redução do período de imersão para
8 h com o intuito de diferenciar o potencial fisiológico das sementes de arroz acima de 80% de vigor, daquelas
abaixo desse padrão.
Palavras-chave: qualidade fisiológica; Oryza sativa; vigor de sementes; germinação.
Relationship between electrical conductivity and physiological
performance of rice seeds
ABSTRACT: Studying genotypes of rice (Oryza sativa L.), ANa 8001, 9005 CL and 9027, the physiological
potential of the seeds was determined, being the same correlated with electrical conductivity indices. The
experiment was conducted in the 2017/18 harvests in Sinop-MT, in determining the electrical conductivity
indices, two luminosity factors and 9 imbibition periods were evaluated. It was adopted a completely
randomized design with comparison of means by the Tukey test (5%), when necessary, the data were
transformed by square root. The results highlighted the cultivar ANa 9027 with the worst physiological
performance, 69% vigor, and for the other cultivars ANa 8001 (79.54%) and ANa 9005 CL (84.41%). The
water content absorbed by the seeds from the beginning of the hydration process to the end, is affected by the
physiological quality, less vigorous seeds have a lower rate of hydration and final moisture. It was also found
that the electrical conductivity test is efficient to determine the viability of rice seeds and the best response was
obtained in the absence of light, in addition it is possible to reduce the immersion period to 8 h in order to
differentiate the physiological potential of rice seeds above 80% vigor, those below this standard.
Keywords: physiological quality; Oryza sativa; seed vigor; germination.
1. INTRODUÇÃO
Os dados mais recentes divulgados pela Associação
Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM), são de 2018 e
mostram que a produção de sementes de arroz no Brasil
ficou em torno de 179.451 toneladas na safra 2017/18, com
uma taxa de utilização na safra 2016/2017 de 56%
(ABRASEM, 2018), apesar dos avanços tecnológicos e
inovações na produção de sementes de arroz.
Esses avanços tecnológicos beneficiam toda a cadeia
produtiva, melhoram a adaptabilidade a condições adversas,
qualidades nutricionais, controle de plantas daninhas, até
melhores características de transporte e durabilidade pós-
colheita, através do melhoramento genético, irrigação,
manejo da cultura, entre outros fatores.
Quando não se faz uso de sementes certificadas,
destacam-se como principais prejuízos, além das perdas de
produtividade, perdas econômicas para o mercado de
sementes. Os obtentores investem aproximadamente 10%
das vendas totais das empresas, anualmente, em pesquisa e
desenvolvimento gerando inovações na área de sementes
(ABRASEM, 2018), além das perdas de mercado interno e
externo
Por outro lado, o uso de sementes certificadas, segundo
Cantarelli et al. (2015), é garantia de boa qualidade e alto
potencial fisiológico, além de boa qualidade sanitária.
A boa qualidade fisiológica garantida por sementes
certificadas leva ao aumento da produtividade, que é
ocasionado pelo crescimento inicial uniforme e
estabelecimento de população adequada.
Esse fato ocorre porque o estabelecimento inicial de uma
lavoura depende essencialmente do potencial fisiológico das
sementes utilizadas na semeadura. A porcentagem,
Ascoli & Silva
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
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velocidade e uniformidade de emergência de plântulas
dependem desse potencial. Sementes de alta qualidade
resultam em plântulas fortes, vigorosas, bem desenvolvidas e
que se estabelecem nas diferentes condições edafoclimáticas,
com maior velocidade de emergência e de desenvolvimento
(FRANÇA NETO et al., 2010).
Como consequência da alta qualidade e da velocidade de
emergência, as plântulas resultantes apresentam alto
desempenho agronômico, com melhor estrutura de parte
aérea e com um sistema radicular mais profundo e robusto
(FRANÇA NETO; KRZYZANOWSKI, 2018). Apresentam
também menor necessidade de ressemeadura.
Além disso, plantas de alto desempenho aproveitam de
maneira mais eficiente os recursos disponíveis para o seu
desenvolvimento, como água, luz (fotossíntese), nutrientes e
devido ao seu rápido desenvolvimento no campo reduzem a
mato competição, a lavoura terá menores problemas com
incidência de plantas daninhas e menor necessidade de
herbicidas (FRANÇA NETO; KRZYZANOWSKI, 2018).
Esses fatores dentre outros garante uma lavoura com
maior desempenho e consequentemente, apresentam um
potencial produtivo maior.
A qualidade de sementes pode ser definida como um
conjunto de características que estabelecem o valor de um
lote de determinada cultivar para a semeadura (MARCOS
FILHO, 2015), indicando que a qualidade pode ser
identificada, de forma consistente, quando se considera a
interação entre os atributos físicos, genéticos, fisiológicos e
sanitários e que só pode ser comprovada através de análises.
A análise de sementes é um grupo de procedimentos
técnicos utilizados para avaliar a qualidade e a identidade da
amostra e para essa avaliação são empregadas metodologias
padronizadas, tanto para os testes físicos quanto para os
testes que determinam a qualidade fisiológica em si. A junção
dos resultados obtidos nesses procedimentos, indica o
parâmetro geral de qualidade das sementes (BRASIL, 2003).
Os testes fisiológicos determinam a atividade fisiológica
específica e assim a “qualidade” e dentro da qualidade
fisiológica são abordados os conceitos de vigor, germinação
e viabilidade.
O vigor é um conceito de desempenho fisiológico que
pode ser traduzido como, aquelas propriedades das sementes
que determinam o seu potencial para uma emergência rápida
e uniforme e o desenvolvimento de plântulas normais sob
ampla diversidade de condições de ambiente (AOSA, 1983;
RAJJOU et al., 2012).
A germinação corresponde ao conjunto de processos
associados com a fase inicial do desenvolvimento da estrutura
da planta, que iniciam pela absorção de água e, na maioria das
vezes, termina com a emissão da radícula.
O teste de germinação tem por objetivo determinar o
máximo potencial germinativo de um lote de sementes, a
viabilidade de um lote de sementes é expressa em termos de
percentagem de sementes vivas capazes de germinar
(FRANDOLOSO, 2016).
Os testes que têm por base o vigor e a germinação da
semente, como o de primeira contagem, teste padrão de
germinação e emergência em areia, estão fundamentados na
atividade metabólica das sementes, que é a sua capacidade de
metabolizar e transportar os tecidos de reservas presentes,
como carboidratos, lipídios e proteínas nos cotilédones para
o eixo embrionário, para a formação da nova plântula
(FRANÇA NETO; KRZYZANOWSKI, 2018). Esses testes
são consagrados pela sua ampla aplicação e confiabilidade
dos resultados obtidos, porém pode-se ressaltar uma
limitação devido ao tempo demandado na obtenção dos
resultados.
A utilização de métodos rápidos, confiáveis e de fácil
execução é fundamental para a avaliação do potencial
fisiológico das sementes, por agilizar as tomadas de decisões
referentes ao manejo dos lotes (MERTZ et al., 2012), nesse
sentido o teste de condutividade elétrica é uma alternativa.
O teste de condutividade elétrica baseia-se no princípio
de que sementes mais deterioradas liberam maiores
quantidades de solutos para a solução, os solutos liberados
possuem propriedades eletrolíticas capazes de conduzir
corrente elétrica que é medida por um condutivímetro
(MARCOS FILHO, 2015).
Como a deterioração das sementes inicia pela degradação
do sistema de membranas, métodos que avaliam esta
degradação são os mais indicados para diferenciar lotes com
pequenas diferenças de vigor, detectando o processo de
deterioração em sua fase inicial (MARQUES et al., 2014).
Para tanto objetivou-se determinar o potencial fisiológico
das sementes de três genótipos de arroz por meio de
diferentes testes de vigor, germinação e viabilidade e
correlacionar com os índices de condutividade elétrica, além,
de comprovar a eficiência de uma metodologia alternativa,
com redução do tempo de embebição para o teste de
condutividade elétrica.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na safra de cultivo dos anos
2017/2018, nos períodos compreendidos entre os meses de
outubro a março, na região de transição Cerrado-Amazônia,
na empresa Agro Norte Pesquisa e Sementes (ANPS)
localizada em de Sinop/MT (11,42° S; 55,27° W).
Foram selecionados aleatoriamente 9 lotes (3 lotes de
cada cultivar) de sementes de arroz de sequeiro das cultivares
ANa 8001, ANa 9005 CL e ANa 9027, produzidos na safra
2017/2018. Os campos de produção estão localizados no
município de Nova Santa Helena-MT. A cultivar ANa 8001
foi plantada nas coordenadas 10,56° S e 55,03° W, com data
de plantio em 16/12/17 e data de colheita em 07/04/2018
(Ciclo de 112 dias) e as cultivares ANa 9005 CL e ANa 9027
foram plantadas nas coordenadas 11,44° S e 55,31° W, com
data de plantio em 11/11/17 e data de colheita em
06/03/2018 (Ciclo para ambas de 115 dias).
O solo da área é do tipo Latossolo Vermelho Amarelo
Distrófico, de classe textural argilosa. Segundo a classificação
de Koppen, o tipo climático predominante na região é o Aw
(clima tropical úmido), com estação seca bem definida, com
precipitação média anual em torno de 1.940 mm, sendo que
85% desse total se concentram no período de outubro a
março (SOUZA et al., 2013).
As amostras de sementes de todos os genótipos usadas
em todo o experimento foram armazenadas em câmara fria
(15 oC e 40% UR), no Laboratório de Análise de Sementes
(ANPS), do mês de maio de 2018 até a condução total do
experimento, sendo realizadas as seguintes determinações:
2.1. Umidade ou teor de água (U)
A determinação da umidade das sementes foi realizada
em uma estufa com circulação forçada de ar regulada a
temperatura de 105 ± 3 ºC por 24 h. Foram utilizadas quatro
subamostras de 5 g de sementes para cada lote, pesadas em
balança analítica com resolução de 0,0001 g, baseando-se nas
Relação entre condutividade elétrica e desempenho fisiológico de sementes de arroz
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
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recomendações da Regra de análises de sementes (BRASIL,
2009), com alterações, determinando-se a porcentagem de
umidade em base úmida.
2.2. Teste padrão de germinação e primeira contagem
do teste padrão de germinação
O teste padrão de germinação foi conduzido com
400sementes para cada lote (4 repetições de 100 sementes),
sendo a semeadura realizada entre papel germitest umedecido
com água destilada (pH 5) na proporção de 2,5 vezes a massa
do papel seco. Após a semeadura foram confeccionados
rolos, os quais permaneceram em germinador tipo BOD sob
luz com fotoperíodo de 8 h e temperatura constante de 25 ±
1 ºC.
A avaliação de germinação foi realizada no 14º dia após a
semeadura, computando-se a porcentagem de plântulas
normais, conforme Brasil (2009). Foram consideradas
plântulas normais àquelas que alcançaram o estádio em que
todas as estruturas essenciais podem ser precisamente
verificadas, para a semente do arroz consideram-se as
estruturas morfológicas: presença da raiz primária e parte
aérea bem desenvolvida.
A primeira contagem do teste padrão de germinação foi
realizada conjuntamente com o teste de germinação, onde foi
determinada a porcentagem de plântulas normais ao sétimo
dia após a instalação do experimento (BRASIL, 2009).
Foi considerado nesse caso apenas as plântulas normais
que apresentam raiz primária, partes aéreas bem
desenvolvidas e raízes secundárias. O número de plântulas
normais removidas na primeira contagem é o indicativo do
vigor do lote de sementes.
2.3. Emergência em areia
O teste de emergência em areia foi conduzido com o uso
de bandejas de plástico com 10 cm de profundidade. Quatro
repetições de 100 sementes por lote foram semeadas a 3 cm
de profundidade entre areia fina lavada, permanecendo em
germinador tipo BOD sob luz com fotoperíodo de 8 h e
temperatura constante de 25 ± 1 ºC.
O volume de areia utilizado foi umedecido com água a
50% de sua capacidade de campo e umedecidos novamente
sempre que necessário. Contabilizando-se as plântulas
emergidas aos 7 e 14 dias após a semeadura.
2.4. Tetrazólio
Foram descascadas cerca de 130 sementes em quatro
repetições para cada lote, em descascador para arroz, marca
ZACCARIA, modelo PAZ 1-DT, utilizou-se trinta por cento
a mais de sementes como uma medida de segurança pela
ocorrência de sementes que deixaram de ser descascadas e
aquelas que apresentavam algum dano na região do embrião,
além da margem de segurança para eventuais erros na
preparação (corte).
Para a realização das avaliações foram utilizadas 100
sementes inteiras, divididas em duas subamostras de 50
sementes para cada repetição de cada lote. As sementes
foram submetidas ao pré-umedecimento mediante imersão
em 20 mL de água e mantidos à temperatura de 20 ºC durante
18 h (BRASIL, 2009).
Decorrido esse período, as sementes foram separadas da
água e em seguida foi realizado corte longitudinal no centro
do embrião, com auxílio de uma lâmina, retirando e
descartando 1/2 da largura da semente. Após esta etapa as
sementes foram submersas em solução 1% de cloreto 2, 3, 5-
trifenil tetrazólio por duas horas, permanecendo no escuro a
35 °C, conforme recomendação da regra de análise de
sementes (BRASIL, 2009).
Após o período de coloração, as sementes foram lavadas
em água corrente e avaliadas individualmente, observando-se
a coloração do embrião, sendo classificadas em viáveis e não
viáveis de acordo com a coloração apresentada no eixo
embrionário, computando-se a porcentagem de sementes
viáveis.
2.5. Curvas de embebição (CE)
As curvas de embebição foram obtidas colocando-se 4
repetições de 100 sementes por lote entre papel umedecido
com 2,5 vezes o seu peso e mantidas a 25 °C.
As sementes foram pesadas inicialmente (0 h) e em
períodos pré-definidos (2, 4, 6, 8, 10, 12, 24, 36, 48, 60 e 72
h) até se observar o início da emergência da raiz primária.
2.6 Condutividade elétrica da solução com exsudatos
das sementes
Para todos os genótipos utilizaram-se oito repetições (50
sementes) para cada lote, cada repetição foi pesada e colocada
em copos de plástico (200 mL), contendo 75 mL de água
deionizada, sob a temperatura de 25 ± 1 ºC. Separou-se 4
repetições que foram mantidas pelo tempo de embebição na
ausência de luz e outras 4 repetições mantidas sob
fotoperíodo de 8 h. Avaliou-se os períodos de embebição de
4, 8, 12, 16, 20, 24, 32, 40 e 48 h.
Após decorrido cada período de embebição, procedeu-se
as leituras de condutividade elétrica com um condutivímetro
de bancada, microprocessado com compensação automática
de temperatura, Modelo 30107-03, marca ASTRAL
Científica, calibrado em solução de condutividade padrão
com condutividade de 1413 µS cm-1.
Os valores obtidos foram divididos pelas respectivas
massas das sementes, calculada a média e expressos em µS
cm-1 g-1 (KRZYZANOWSKI et al., 1999).
2.7. Análise estatística
O experimento foi conduzido segundo o delineamento
inteiramente casualizado para todas as avaliações realizadas e
a normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-
Wilk para Normalidade ao nível de significância de 5%.
Os dados que não seguiram a distribuição normal foram
submetidos a transformação pela raiz quadrada, que é
indicada para dados obtidos por processo de contagem
(Equação 1).
𝑿 = 𝒙
𝟏𝟎𝟎 (01)
em que: X = dado transformado; x = dado lido.
As médias submetidas à análise de variância ANOVA,
constatando-se diferença estatística, foram comparadas pelo
Teste de Tukey, a 5% de significância. A ANOVA bem como
o teste de comparação de médias Teste de Tukey e o teste
de Shapiro-Wilk para Normalidade foi ajustado pelo pacote
estatístico Sisvar, versão 5.6, Build 86.
3. RESULTADOS
Entre os lotes de uma mesma cultivar houve variação
significativa nas porcentagens de umidade, assim como entre
as diferentes cultivares (Tabela 1).
Ascoli & Silva
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
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Tabela 1. Umidade (porcentagem em base úmida) das cultivares de
arroz ANa 8001, ANa 9005 CL e ANa 9027, 45 dias após o
armazenamento em condições refrigeradas.
Table 1. Moisture (percentage on wet basis) of rice cultivars ANa
8001, ANa 9005 CL and ANa 9027, 45 days after storage under
refrigerated conditions.
Umidade (%)
Lote 1
Lote 2
Lote 3
Média
ANa 8001
11,44 Aa
11,83 Bb
11,71 B
ANa 9005 CL
11,63 Ba
11,48 Aa
11,53 Aa
11,55 AB
ANa 9027
11,26 Aa
11,73 Bb
11,41 Aa
11,47 A
Média
11,44 a
11,60 b
11,68 b
Médias seguidas por uma mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na
linha, não diferem estatisticamente (Tukey, p > 0,05).
De forma geral, nas médias finais dos lotes, observa-se
que a cultivar ANa 8001 apresentou umidade superior a
cultivar ANa 9027 em 0,24% e estatisticamente igual a
cultivar ANa 8001. Ressalta-se que os dados obtidos para o
teor de água das sementes são semelhantes para os 9 lotes,
com variação de até 0,45 pontos percentuais.
Nos testes diretos de avaliação do vigor e germinação,
observa-se o mesmo padrão de comportamento para as 3
cultivares e os 3 lotes dentro da mesma cultivar. Para o teste
de primeira contagem da germinação (PCG) (Tabela 2),
considerou-se as plântulas normais fortes contabilizadas no
7° dia da semeadura refletindo o índice de vigor.
Tabela 2. Teste da primeira contagem da germinação e teste padrão
de germinação das sementes das cultivares de arroz ANa 8001, ANa
9005 CL e ANa 9027.
Table 2. First germination count test and seed germination pattern
of rice cultivars ANa 8001, ANa 9005 CL and ANa 9027.
Primeira contagem da germinação (PCG)
Lote 1
Lote 2
Lote 3
Média
ANa 8001
79,75 Ba
79,00 Ba
76,25 Ba
78,33 B
ANa
9005 CL
86,00 Ca
86,25 Ca
82,50 Ca
84,91 C
ANa 9027
71,00 Aa
71,25 Aa
70,25 Aa
70,83 A
Média
78,91 a
78,83 a
76,33 a
Teste padrão de germinação (SCG)
ANa 8001
87,75 Ba
87,00 Aa
89,75 Ba
88,16 B
ANa 9005 CL
93,25 Ca
93,25 Ba
95,50 Ca
94,00 C
ANa
9027
81,25 Aa
83,75 Aa
80,50 Aa
81,83 A
Média
87,41 a
88,00 a
88,58 a
Médias seguidas por uma mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na
linha, não diferem estatisticamente (Tukey, p > 0,05).
A cultivar ANa 9005 CL apresentou os maiores índices
de vigor, evidenciando uma qualidade superior quando
comparada as demais cultivares e dentro dos padrões
mínimos exigidos pelo MAPA (80%).
O menor índice de vigor foi registrado para a cultivar
ANa 9027, a cultivar ANa 8001 apresentou um padrão de
vigor intermediário, índices acima da cultivar ANa 9027, e
abaixo da cultivar ANa 9005 CL.
Nos percentuais de germinação dados através do teste
padrão de germinação (Tabela 2), segunda contagem
realizada ao 14º dia da semeadura, (SCG), constatou-se
diferenças significativas para os índices de germinação das
cultivares, não sendo observadas diferenças quando
considerados os lotes dentro da mesma cultivar.
A cultivar ANa 9005 CL se destacou pelo maior índice de
germinação, seguido pela cultivar ANa 8001. A cultivar ANa
9027 apresentou o menor índice de germinação, seguindo o
padrão estabelecido pelo vigor na primeira contagem da
germinação.
No teste de emergência em areia (Tabela 3), verifica-se na
primeira contagem da emergência em areia ao dia, que a
cultivar ANa 9027 apresentou o menor percentual de
plântulas viáveis sendo a de menor índice de vigor em relação
as demais.
Tabela 3. Emergência em areia de sementes das cultivares de arroz
ANa 8001, ANa 9005 CL e ANa 9027.
Table 3. Emergence in seed sand of rice cultivars ANa 8001, ANa
9005 CL and ANa 9027.
Primeira contagem da emergência em areia
(Plântulas viáveis-7° dia)
Lote 1
Lote 2
Lote 3
Média
ANa 8001
72,75 ABa
82,25 Ba
81,25 ABa
78,75 B
ANa 9005 CL
80,75 Ba
85,25 Ba
85,75 Ba
83,91 B
ANa 9027
67,00 Aa
69,00 Aa
68,50 Aa
68,16 A
Média
73,50 a
78,83 a
78,50 a
Germinação em areia (Plântulas viáveis
-
14° dia)
ANa 8001
90,25 Aa
91,50 ABa
91,75 Ba
91,16 B
ANa 9005 CL
93,00 Aa
95,75 Ba
91,25 Ba
93,33 B
ANa 9027
88,25 Aa
86,00 Aa
81,75 Aa
85,33 A
Média
90,50 a
91,08 a
88,25 a
Médias seguidas por uma mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na
linha, não diferem estatisticamente (Tukey, p > 0,05).
Com relação aos lotes dentro de uma mesma cultivar não
foram observadas diferenças estatísticas significativas. Esse
resultado confere com o observado nos testes de primeira
contagem da germinação e teste padrão de germinação, que
caracterizam a cultivar ANa 9027 com menor qualidade
fisiológica em relação as cultivares ANa 9005 CL e ANa 8001
que apresentam maiores índices em todas as avaliações
conduzidas.
Não são observadas diferenças significativas para as
plântulas viáveis ao 14° dia, dentro das cultivares. Embora,
de forma geral observou-se para a média final das cultivares,
a cultivar ANa 9027 com menor índice de germinação,
variando de 5,83% em relação a ANa 8001 e em 8% para a
ANa 9005 CL.
Nos resultados descritos pelos testes indiretos de
tetrazólio, curva de embebição e condutividade elétrica
verifica-se novamente que coerência de resultados entre
os testes realizados no presente trabalho, destacando a
cultivar ANa 9005 CL e a cultivar ANa 9027 como as de
melhor e pior desempenho fisiológica, respectivamente, mas
ambas dentro dos padrões comercializáveis da rizicultura. Na
Tabela 4 estão apresentados os resultados para os índices de
sementes viáveis contabilizadas no teste de tetrazólio.
Tabela 4. Teste de tetrazólio das cultivares de arroz ANa 8001, ANa
9005 CL e ANa 9027.
Table 4. Tetrazolium test of rice cultivars ANa 8001, ANa 9005 CL
and ANa 9027.
Viabilidade
Lote 1
Lote 2
Lote 3
Média
ANa 8001
86,75 Ba
86,75 Aa
90,00 Bb
87,83 B
ANa 9005 CL
92,75 Ca
94,75 Ba
94,00 Ca
93,83 C
ANa 9027
82,25 Aab
83,50 Ab
80,50 Aa
82,08 A
Média
87,25 a
88,33 a
88,13 a
Médias seguidas por uma mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na
linha, não diferem estatisticamente (Tukey, p > 0,05).
Novamente os resultados encontrados conferem com os
resultados dos testes apresentados previamente, a cultivar
ANa 9005 CL apresentou os maiores índices de viabilidade
entre as 3 cultivares. Para os 3 lotes estudados, a cultivar ANa
Relação entre condutividade elétrica e desempenho fisiológico de sementes de arroz
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
186
8001 apresentou índices de vigor intermediários, enquanto a
cultivar ANa 9027 apresentou os menores índices de
sementes viáveis.
Comparando-se os lotes de uma mesma cultivar,
observamos para a cultivar ANa 8001 o lote 3 com maior
índice de viabilidade. Para a cultivar ANa 9005 CL não houve
diferenciação entre os lotes e para a cultivar ANa 9027 o lote
3 apresenta índices de viabilidade menores que os demais.
Na curva de embebição (Figura 1), nota-se que o processo
de hidratação das sementes segue um padrão trifásico, esse
padrão de hidratação foi observado para as 3 cultivares
estudadas, com uma curva ajustada com coeficiente de
determinação de no nimo 98% ao modelo estatístico
polinomial de terceiro grau.
Observou-se na Figura 1a, que houve rápida absorção de
água nas 12 primeiras horas de hidratação, sendo em média
de 0,37 g de água para a cultivar ANa 8001, 0,38 g para a
cultivar ANa 9005 CL e 0,36 g para a cultivar ANa 9027. O
que possibilitou um aumento dio de umidade de 15,83%
para a cultivar ANa 8001, 15,57% para a cultivar ANa 9005
CL e 14,38% para a cultivar ANa 9027 (Figura 1b).
Figura 1. Valores observados e estimados do ganho de massa de água (a) e umidade (b) em relação ao tempo de embebição ao longo de 72
h, das sementes das cultivares de arroz ANa 8001, ANa 9005 CL e ANa 9027.
Figure 1. Observed and estimated values of water mass gain (a) and humidity (b) in relation to the soaking time over 72 h, of the seeds of
rice cultivars ANa 8001, ANa 9005 CL and ANa 9027.
Houve uma diminuição na absorção de água, 5,47% para
a cultivar ANa 8001, 5,25% para a cultivar ANa 9005 CL e
3,97% para a cultivar ANa 9027 nas 12 h seguintes.
Em relação a condutividade elétrica, as 3 cultivares
avaliadas tiveram o mesmo padrão de liberação de lixiviados
tanto para o teste conduzido no escuro quanto para as
amostras mantidas sob iluminação durante 8 h, resultados
que podem ser observados na Figura 2.
Pode ser constatada a liberação de uma quantidade maior
de lixiviados nas amostras privadas de luminosidade (SF)
(Figura 2b). Considerando a média geral por cultivar, para as
cultivares ANa 8001 e ANa 9005 CL não foram observadas
diferenças significativas, porém, fica evidente a diferença
entre a cultivar ANa 9027 e as demais.
Essa diferença já é visível para o período de imersão de 4
h, aonde a cultivar ANa 9027 apresentava leitura de
condutividade por volta de 24 µS cm-1 g-1, enquanto as
cultivares ANa 8001 e ANa 9005 CL ambas expressavam
valores em torno de 12 µScm-1g-1. Essa tendência de
distanciamento foi observada até o final do período de
imersão considerado de 48 h e para as duas condições de
luminosidade.
Para a cultivar ANa 8001, quando consideramos as
avaliações anteriores, mesmo que com diferenças não
significativas destacam-se os lotes 1 e 3 com menor e maior
qualidade, respectivamente, nas duas condições de estudo
avaliadas. Essa mesma tendência foi observada nas leituras de
condutividade elétrica (Figura 3) conduzidos com
fotoperíodo (Figura 3a), maiores valores foram lidos para o
lote 1 indicando pior qualidade fisiológica do mesmo.
Para a cultivar ANa 9005 CL, com fotoperíodo (Figura
4a) e sem fotoperíodo (Figura 4b), observou-se diferenças
Ascoli & Silva
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
187
pequenas entre os lotes, destacando-se o lote 3 com maiores
valores de condutividade elétrica, com 4 h de embebição,
o que comprova os resultados observados nos testes
anteriormente realizados, aonde o lote 3 da cultivar ANa
9005 CL apresentou qualidade fisiológica abaixo dos demais.
Para a cultivar ANa 9027 (Figura 5a - com fotoperíodo e
5b - sem fotoperíodo), observou-se que não houve diferença
expressiva entre as curvas de condutividade elétrica de cada
lote, além disso, o lote 3 foi o que apresentou menor
desempenho fisiológico nos testes anteriores, mesmo essa
diferença não podendo ser considerada significativa, com
curva de condutividade elétrica com valores mais baixos que
os demais.
Figura 2. Valores observados e estimados da condutividade elétrica de sementes das cultivares de arroz ANa 8001, ANa 9005 CL e ANa
9027, ao longo de 48 h de embebição, com fotoperíodo (a) e sem fotoperíodo (b).
Figure 2. Observed and estimated values of the electrical conductivity of seeds of rice cultivars ANa 8001, ANa 9005 CL and ANa 9027,
over 48 h of soaking, with photoperiod (CF) and without photoperiod (SF).
Figura 3. Valores observados e estimados da condutividade elétrica de sementes da cultivar de arroz ANa 8001 ao longo de 48 horas de
embebição, com fotoperíodo (a) e sem fotoperíodo (b).
Figure 3. Observed and estimated values of electrical conductivity of seeds of rice cultivar ANa 8001 over 48 hours of soaking, with
photoperiod (a) and without photoperiod (b).
4. DISCUSSÃO
Para o teste de condutividade elétrica, os valores de
umidade estão de acordo com os referenciados por AOSA
(1983), que salienta a influência significativa nos resultados
da condutividade elétrica de sementes com umidade inferior
a 10,0% ou superior a 17,0%, a recomendação é que a
umidade deve se situar entre 11,0 e 17,0%.
Teores de água das sementes muito baixos elevam os
valores de condutividade elétrica, valores mais altos
reduzem a saída de eletrólitos, diminuindo os valores de
condutividade elétrica (BARBOSA et al, 2012). Marcos Filho
(2015) também ressaltou a importância da uniformidade da
umidade entre os lotes de sementes para a padronização das
avaliações e obtenção de resultados consistentes.
Pelos resultados dos testes diretos de germinação e vigor,
teste padrão de germinação e primeira contagem e teste de
emergência em areia, verifica-se uma consonância nos
resultados. Apenas sementes com alto vigor conseguem
emergir e dar origem a uma plântula normal forte depois de
7 dias da semeadura, tendo assim uma emergência rápida,
uniforme e com plântulas perfeitas, com maior velocidade de
emergência e de desenvolvimento (FRANÇA-NETO, 2010),
o que garante uma lavoura com maior desempenho e
Relação entre condutividade elétrica e desempenho fisiológico de sementes de arroz
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
188
consequentemente melhores índices de produtividade (a
lavoura terá menores problemas com incidência de plantas
daninhas, menor necessidade de herbicidas, dentre outros
fatores).
Figura 4. Valores observados e estimados da condutividade elétrica de sementes da cultivar de arroz ANa 9005 CL ao longo de 48 horas de
embebição, com fotoperíodo (a) e sem fotoperíodo (b).
Figure 4. Observed and estimated values of electrical conductivity of seeds of rice cultivar ANa 9005 CL over 48 hours of soaking, with
photoperiod (a) and without photoperiod (b).
Figura 5. Valores observados e estimados da condutividade elétrica de sementes da cultivar de arroz ANa 9027 ao longo de 48 horas de
embebição, com fotoperíodo (a) e sem fotoperíodo (b).
Figure 5. Observed and estimated values of electrical conductivity of seeds of rice cultivar ANa 9027 over 48 hours of soaking, with
photoperiod (a) and without photoperiod (b).
Desta forma a primeira contagem do teste de germinação
é um indicativo do vigor e é apontado como eficiente para
avaliar o vigor de sementes (AOSA, 1983), é conduzido em
condições totalmente favoráveis podendo beneficiar lotes de
vigor médio a alto, isso ocorre pelo fato de que o vigor das
sementes integra fatores que vão além da simples viabilidade.
No presente estudo não foi possível estratificar de forma
significativa os lotes dentro da mesma cultivar, devido os
valores de vigor serem muito próximos, mesmo havendo
diferença numérica para alguns lotes.
O teste foi eficiente em estratificar diferenças acima de
5,61 pontos, o que ocorreu nas médias finais por cultivares,
o mesmo foi constatado por Wrasse (2009), que também
utilizando o teste da primeira contagem da germinação para
avaliar a qualidade das sementes de arroz, verificou que esse
teste foi pouco sensível para diferenciar os lotes em
diferentes níveis de vigor.
As plântulas normais fortes e/ou apenas normais,
contabilizadas aos 14 dias de semeadura nos fornece o índice
de germinação, ou seja, são plântulas que independentemente
de seu porte, tem a capacidade de dar origem a uma planta
normal, porém que demoram um tempo maior para se
estabelecerem no campo.
A tendência apresentada no teste de germinação é igual
ao verificado para o teste de primeira contagem, ou seja, a
cultivar ANa 9005 CL apresenta índices fisiológicos
superiores aos da cultivar ANa 8001, tendo a cultivar ANa
9027 o pior índice de germinação e consequentemente o pior
desempenho fisiológico. Essa tendência se repetiu para os 3
lotes avaliados.
O teste foi satisfatório na estratificação das cultivares em
relação à qualidade fisiológica. Essa diferença pode ser
resultado de vários fatores, tanto externos quanto intrínsecos
a cada cultivar.
Ascoli & Silva
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
189
Os fatores externos foram semelhantes para as 3
cultivares. O período de plantio e colheita das 3 cultivares
ocorreram com aproximadamente 1 mês de diferença em
campos de semente localizados próximos, na mesma
propriedade, podendo haver variabilidade de solo e de
condições climáticas.
A cultivar ANa 8001 apresentou ciclo mais curto em 3
dias em comparação as cultivares ANa 9005 CL e ANa 9027,
procedimento de colheita, secagem e beneficiamento
padronizado e armazenamento inicial em armazém
convencional e posteriormente em câmara fria para as 3
cultivares.
Para confirmar a avaliação de plântulas em caso de
dúvidas, quando apresentarem sintomas fitotóxicos, por
exemplo, ou excesso de infecções patológicas, a areia é o
substrato usado alternativamente.
Para a emergência em areia, as considerações são
semelhantes as considerações para o teste de primeira
contagem da germinação e teste padrão de germinação, são
consideradas as plântulas emergidas e normais ao dia da
semeadura, entende-se que se está avaliando o vigor
(BRASIL, 2009), e posteriormente a contagem é refeita ao
14° dia, contabilizando então o índice de germinação final.
Algumas diferenças foram observadas no teste de
primeira contagem da emergência em areia que não se repetiu
para a germinação em areia, ou seja, nem sempre a maior ou
menor quantidade de plântulas normais no sétimo dia
determina a maior germinação final, pois o vigor individual
das sementes pode manifestar-se de modo variável, nos lotes
de qualidade baixa ou intermediária.
Ademais, o período de duração do teste de germinação,
favorece a expressão do potencial máximo, mesmo para
aquelas sementes que tenham menor vigor.
Desta forma lotes e cultivares com diferença significativa
na primeira contagem, não apresentaram essa diferença na
contagem final. De forma geral, para as duas avaliações a
cultivar ANa 9005 CL se destacou como a de melhor e a
cultivar ANa 9027 como a de pior qualidade fisiológica.
Quando avaliamos os resultados dos testes indiretos,
como o teste de tetrazólio, curva de embebição e
condutividade elétrica massal, verificamos a mesma
conformidade nos resultados, observada nos testes
anteriores. O teste de tetrazólio para as sementes de arroz é
capaz de estimar para determinado lote, de forma indireta os
índices de viabilidade das sementes.
De maneira geral o teste de tetrazólio permiti a estimativa
rápida da viabilidade das sementes, conforme afirmado por
Carvalho et al. (2017), além de permitir a identificação das
estruturas essenciais das sementes (ELIAS, 2012; FRANÇA-
NETO; KRZYZANOWSKI, 2019), com destaque para o
embrião (Figura 6), formado pelo eixo central (coleóptilo,
plúmula, raízes seminais, radícula, coleorriza) e pelo escutelo.
Possibilita também estimar a viabilidade das sementes
dormentes e não dormentes, o que permite verificar se as
sementes estão mortas ou apenas dormentes (CARVALHO
et al. 2017), sementes de algumas espécies, especialmente o
arroz, apresentam dormência (STINGHEN, 2015), o que
resulta em possíveis erros na estimativa de germinação.
No presente estudo os resultados do teste de tetrazólio
estão de acordo com os resultados dos testes de germinação
apresentados previamente, confirmando os resultados
encontrados e indicando o baixo índice de sementes
dormentes.
Figura 6. Morfologia da semente de arroz (Oriza sativa), por meio do
corte longitudinal destacando-se o embrião (Fonte: o autor).
Figure 6. Morphology of the rice seed (Oriza sativa), by means of the
longitudinal section, highlighting the embryo (Source: the author).
Para a curva de embebição, o processo de hidratação das
sementes segue um padrão trifásico, na primeira fase a
absorção ocorre de forma rápida, devido à diferença do
potencial matricial, como um dos componentes do potencial
hídrico entre a semente e o substrato, na segunda fase a
semente absorve água muito lentamente, reativando o
metabolismo respiratório, e na terceira fase ocorre a
retomada do crescimento do embrião, pelo aparecimento das
estruturas morfológicas.
Esse padrão de hidratação foi observado para as 3
cultivares estudadas, o que foi reafirmado pela curva ajustada
com coeficiente de determinação de no mínimo 98% ao
modelo estatístico polinomial de terceiro grau.
A tendência observada foi similar às fases da curva padrão
descrito por Bewley et al., (2013). Houve rápida absorção de
água nas 12 primeiras horas de hidratação e uma diminuição
na absorção de água, nas 12 h seguintes. A redução drástica
na velocidade de absorção de água é caracterizada como fase
II que é marcada pela reativação do metabolismo, com
aumento da difusão de solutos para regiões marcantes do
metabolismo, região embrionária.
Após 36 h na cultivares ANa 8001 e ANa 9005 CL e após
48 h a cultivar ANa 9027, observou-se o início da ruptura da
casca (Pálea e Lema) e o desenvolvimento da raiz primária, o
que definiu o início da fase III, alcançada apenas por
sementes vivas e não dormentes. Após o transcurso de 60 h
a raiz primária das três cultivares se encontrava visível e
após esse período ocorreu o surgimento da parte aérea, sendo
a variação de massa não mais considerada como ganho de
umidade devido ao desenvolvimento visível das partes
morfológicas das plântulas.
A absorção de água pelas sementes é um fator que pode
interferir na interpretação do teste de condutividade elétrica,
por exemplo (MARCOS FILHO, 2015).
Pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de associar
a velocidade de hidratação da semente com a qualidade
fisiológica, pois a velocidade de hidratação/absorção parece
ser afetada pela qualidade das sementes, constituindo-se,
assim, em um indicativo de qualidade (WRASSE, 2009).
As sementes da cultivar ANa 9027 apresentaram menor
desempenho fisiológico nos testes de vigor, germinação e
viabilidade conduzidos, apresentaram também, valores
menores de absorção de água, desde o início do processo de
embebição, o que se acentuou a partir do decorrer das 24
primeiras horas.
Relação entre condutividade elétrica e desempenho fisiológico de sementes de arroz
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
190
Os dados observados no presente estudo reafirmam os
dados observados por Bortolotto et al. (2008), que estudando
sementes de arroz constatou que a curva de embebição
mostrou padrão semelhante ao observado em vários testes
anteriormente aplicados, ou seja, menor velocidade de
hidratação e umidade para o lote que apresentou menor
qualidade em comparação aos lotes que mostraram maior
qualidade, sem diferirem entre si.
Essa mesma tendência foi observada por Wrasse (2009)
estudando 3 cultivares de arroz, em que a curva de hidratação
das cultivares mostrou diferença na absorção de água entre o
lote de menor qualidade e os demais lotes, que foram os de
maior vigor e maiores teores de água, verificando assim que
para a cultura do arroz irrigado as sementes com menor
qualidade fisiológica têm menor velocidade de hidratação do
que sementes de maior qualidade.
Não houve diferença significativa entre os lotes de uma
mesma cultivar. A diferença de qualidade fisiológica dos lotes
expressa nos demais testes também foi não significativa e
consequentemente a leitura dessa diferença foi dificultada,
constatando que a curva de embebição responde aos fatores
fisiológicos de qualidade, quando esses possuem diferenças
marcantes.
Acredita-se que a água e o oxigênio que ultrapassam a
barreira da casca são aproveitados pelo metabolismo mais
eficiente das sementes vigorosas e que esse metabolismo exija
quantidade cada vez maior de água, aumentando a velocidade
de hidratação e dado teores de água mais elevados nas
primeiras horas.
Assim sendo, é possível relacionar a velocidade de
hidratação com a qualidade fisiológica das sementes de arroz,
de modo que o lote de menor qualidade absorveu água mais
lentamente e em menor quantidade do que lotes com maior
qualidade fisiológica.
Constatou-se, portanto, que a qualidade fisiológica do
arroz afetou a quantidade de água absorvida e alcançado pelas
sementes durante a hidratação, sendo as sementes menos
vigorosas aquelas de menor velocidade de hidratação e
umidade, comparativamente às sementes de maior vigor,
quando a diferença é significativa para os demais testes.
Sabe-se que o teste de condutividade elétrica se apresenta
consistente para a determinação do vigor, como uma
metodologia rápida e simples, como constatado por alguns
pesquisadores (BARBIERI, 2011), porém, para sementes de
arroz, não uma metodologia padronizada que responda de
forma eficiente.
Com relação a condução do teste de condutividade
elétrica sob fotoperíodo ou não, a luz é um recurso ambiental
crítico para o desenvolvimento dos vegetais, é considerada
muito importante para a fisiologia das plantas e germinação
de sementes (Fotoblastismo).
Quando as sementes apresentam sensibilidade à luz, diz-
se que são fotoblásticas positivas e quando a germinação não
ocorre em presença da luz, apresentam fotoblastismo
negativo, sendo a luz recurso ambiental essencial ao
metabolismo vegetal.
Plantas como o arroz o apresentam qualquer
sensibilidade à presença ou ausência da luz, com
fotoblastismo neutro, ou seja, a germinação não é interferida
pela ausência ou presença da luz.
Porém as plantas são seres vivos fotossintetizantes e,
portanto, dependem da luz, visto que este é um processo de
transformação de energia luminosa em energia química, que
visa a nutrição orgânica e, portanto, pode influenciar na
velocidade de germinação mesmo em sementes com
fotoblástismo neutro.
Apesar da possibilidade de a luminosidade causar
interferências nas leituras de condutividade elétrica, essa
diferença não foi visualizada neste estudo, as 3 cultivares
avaliadas tiveram o mesmo padrão de liberação de lixiviados
tanto para o teste conduzido no escuro quanto para as
amostras mantidas sob iluminação durante 8 h.
Porém, pode ser constatada a liberação de uma
quantidade maior de lixiviados nas amostras privadas de
luminosidade.
A curva de condutividade elétrica segue o mesmo padrão
trifásico da curva de embebição, podendo ser descrita
satisfatoriamente com coeficiente de determinação mínimo
de 93% por um modelo polinomial de terceira ordem.
Isso ocorre devido a rápida absorção de água pelas
sementes no início do processo de hidratação acarretando
uma rápida liberação de lixiviados nas primeiras 24 h, o que
eleva os valores da condutividade elétrica nesse mesmo
período. Após 24 h de imersão ocorre a redução da absorção
de água, coincidindo com a fase II do processo de hidratação.
Consequentemente, a quantidade de lixiviados liberados
por tempo de hidratação se reduz, acarretando um menor
incremento nos valores das leituras da condutividade elétrica.
A fase III do processo de embebição é percebida na curva de
condutividade elétrica pela estabilização dos valores lidos
com o passar do tempo da imersão.
Modelos semelhantes, com o mesmo padrão e curva de
tendência foram encontrados por Bortolotto et al., (2008) e
Wrasse (2009) em sementes de arroz.
Os resultados encontrados no teste de condutividade
elétrica são inversamente proporcionais à qualidade
fisiológica das sementes, pois quanto mais danificada é a
membrana celular, maior é o extravasamento do conteúdo
celular, com maior atenção para os solutos presentes no
citosol que passam para o meio aquoso.
A partir desse pressuposto observou-se que o resultado
do teste de condutividade elétrica está de acordo com o
observado no conjunto de testes realizados, que destacaram
a cultivar ANa 9027 como a de menor qualidade fisiológica.
Para as cultivares ANa 8001 e ANa 9005 CL não foram
observadas diferenças significativas em relação a
condutividade elétrica. Logo, foi possível a diferenciação
entre a cultivar com pior desempenho fisiológico das demais,
que por sua vez apresentam valores próximos de germinação,
por exemplo.
Souza et al. (2005), estudando o teste de condutividade
elétrica para sementes de arroz, verificaram que o mesmo
conseguiu indicar apenas as cultivares que apresentaram alta
e baixa porcentagem de germinação, pois apresentaram os
menores e maiores valores, respectivamente. Para os lotes ou
cultivares que apresentaram porcentagem de germinação
próxima, não foi possível diferenciá-los através desse teste.
O mesmo ocorre para os lotes de uma mesma cultivar,
não foi possível observar uma diferença significativa, não
sendo possível a distinção entre lotes de melhor ou pior
qualidade, isso se deve a semelhança de qualidade entre os
lotes estudados de uma mesma cultivar. Apesar de
apresentarem alguma diferença nos demais testes realizados,
essa diferença na qualidade fisiológica, não é suficiente para
expressar um valor de exsudados e, portanto, de
condutividade elétrica considerável.
Porém, para a cultivar ANa 8001 e ANa 9005 CL
observou-se uma diferenciação dos lotes em função dos
Ascoli & Silva
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
191
diferentes níveis de vigor, mesmo essas diferenças sendo
pequenas e não significativas estatisticamente e para a cultivar
ANa 9027 isto não foi verificado.
Muitas vezes, as causas do insucesso do teste de
condutividade elétrica têm sido atribuídas à influência do
genótipo, associada a características do tegumento, o que
ocasiona a liberação de lixiviados mais ou menos acentuadas.
Resultados semelhantes foram encontrados em trabalho
conduzido com sementes de arroz por Barbieri (2011),
demostrando que sementes de distintos genótipos
apresentaram diferentes valores de condutividade elétrica da
solução de imersão, mesmo essas diferenças não sendo
constatadas pela germinação e vigor avaliados por outros
testes. Portanto os genótipos também podem interferir nos
resultados da condutividade elétrica.
De forma geral é possível identificar diferenças, mesmo
que não significativas e em lotes que se destacam por sua
melhor ou pior qualidade fisiológica. Crusciol et al. (2001),
trabalhando com arroz de terras altas, conseguiram
identificar, por meio do teste de condutividade elétrica lotes
que possuíam germinação acima de 87%, diferenciando-os
daquele que apresentava porcentagem de germinação abaixo
de 84%. Em sementes de arroz observa-se que o teste foi
eficiente na avaliação da qualidade fisiológica de sementes
com alta germinação, opondo-se aos resultados encontrados
neste estudo, onde o teste foi mais eficiente quando realizado
em sementes com baixa germinação.
Essa informação condiz com o observado por Silva et al.
(2013), para sementes de triticale, aonde o teste de
condutividade elétrica foi sensível apenas para confirmação
do lote de menor desempenho e não foi sensível na
caracterização de diferenças significativas entre os lotes com
desempenho fisiológico semelhante.
O estabelecimento de lotes com maior ou menor
desempenho fisiológico não propicia a estimativa do nível de
vigor das sementes de todas as categorias - normais, anormais
ou mortas. Muitas sementes que germinam podem ter a
mesma condutividade elétrica das sementes das demais
categorias não viáveis.
Com relação ao período de imersão das sementes, para as
três cultivares, verificou-se um aumento progressivo das
leituras com o aumento do mero de horas, corroborando
com os dados de Coelho et al., (2014) e Barbieri (2011).
Observou-se que, de maneira geral, o período de imersão
de quatro a oito horas, estratificou as cultivares quanto ao
potencial fisiológico, corroborando com os resultados
encontrados por Barbieri (2011), também em sementes de
arroz.
É possível verificar a possibilidade de redução do período
de imersão das sementes em relação ao período de 24 h,
considerado padrão, para 8 h, com a segura diferenciação
entre sementes com potencial fisiológico dentro dos padrões
recomendados, acima de 80%, das abaixo desse padrão.
Resultados semelhantes foram encontrados por Costa et
al. (2015), em sementes de arroz e Menezes et al. (2007), em
sementes de aveia preta, constataram que o tempo de imersão
para realização do teste de condutividade elétrica pode ser
reduzido para oito horas, com eficiência dos resultados.
No entanto, quando consideramos a diferenciação dos
lotes dentro de uma mesma cultivar, essa estratificação só foi
considerada consistente, a partir do período de 12 h e 16 h
de imersão para os testes conduzidos sem e com fotoperíodo,
respectivamente.
De forma geral, verificou-se que para as cultivares ANa
8001, ANa 9005 CL e ANa 9027, os testes da qualidade
fisiológica considerados corroboram um com o outro, dentro
de seu nível de avaliação.
Em todos os testes são observadas para as cultivares a
mesma atuação, ou seja, a cultivar ANa 9005 CL com melhor
desempenho fisiológico e a cultivar ANa 9027 com o pior
desempenho fisiológico.
De forma geral observou-se que todos os testes
fisiológicos de viabilidade, germinação e vigor estão
condizentes entre si, sendo parâmetros confiáveis para a
análise qualitativa dos lotes e das cultivares. Com essa
informação podemos correlacionar os testes de qualidade
fisiológica de sementes, consagrados para a cultura do
arroz com o teste de condutividade elétrica.
A pequena variação entre os resultados obtidos nos testes
sugere, justamente, a necessidade de realização de um maior
número possível de testes antes de classificar os lotes quanto
ao potencial fisiológico, pois cada teste tem um princípio
metodológico diferente e fornece informações
complementares para a decisão a respeito do destino final de
comercialização de cada lote de semente da cultura.
Mediu-se também a relação existente entre os testes
através do coeficiente da correlação de Pearson, sendo os
resultados apresentados na Tabela 5.
Destaca-se na Tabela 5 a correlação negativa entre os
testes de condutividade elétrica e os demais testes, fator que
condiz com o princípio do teste, ou seja, o grau de
organização das membranas e a quantidade de lixiviados na
solução de imersão permitem relacionar de forma negativa os
valores de condutividade elétrica com o vigor de sementes,
em que maiores valores de condutividade indicam sementes
pouco vigorosas e, menores valores, condizem a sementes de
maior potencial fisiológico (ASSIS; DALASTRA, 2019).
Tabela 5. Coeficiente de correlação entre as médias dos testes de desempenho fisiológicos das sementes das cultivares de arroz ANa 8001,
ANa 9005 CL e ANa 9027.
*CEM SF
CE MA
TPG PC
TPG G
TEA PC
TEA G
TT
CEM CF
0,91
0,53
-
0,72
-
0,70
-
0,60
-
0,53
-
0,73
CEM
SF
-
0,58
-
0,76
-
0,76
-
0,70
-
0,62
-
0,79
CE MA
-
-
0,54
0,39
0,31
0,29
0,54
TPG PC
-
-
-
0,83
0,63
0,55
0,83
TPG G
-
-
-
-
0,65
0,57
0,92
TEA PC
-
-
-
-
-
0,55
0,66
TEA G
-
-
-
-
-
-
0,57
*CEM SF (condutividade elétrica sem fotoperíodo), CEM CF (condutividade elétrica com fotoperíodo), CE MA (curva de embebição massa de água), TPG
PC (teste padrão de germinação primeira contagem), TPG G (teste padrão de germinação), TEA PC (teste de emergência em areia primeira contagem), TEA
G (teste de emergência em areia germinação) e TT (teste de tetrazólio).
Relação entre condutividade elétrica e desempenho fisiológico de sementes de arroz
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 182-193, mar./abr. 2021.
192
A correlação entre os testes de condutividade elétrica e os
demais testes variou de -0,53, para o teste de emergência em
areia considerando a germinação e a condutividade elétrica
conduzida com fotoperíodo, a -0,79 para o teste de tetrazólio
e a condutividade elétrica conduzida sem fotoperíodo, ou
seja, há correlação negativa entre os testes.
Observa-se que o teste de condutividade elétrica
conduzido sem fotoperíodo se correlaciona mais fortemente
com os demais testes do que quando conduzido sob
fotoperíodo, dando um indicativo de ser mais preciso, do
ponto de vista metodológico.
Com relação a curva de embebição a maior correlação foi
obtida na primeira contagem do teste de germinação e para o
teste de tetrazólio, 54%.
O teste de tetrazólio foi correlacionado na ordem de 83%
com a primeira contagem do teste padrão de germinação,
92% com o teste padrão de germinação e 66% com o teste
de emergência em areia primeira contagem. O teste padrão
de germinação se correlaciona 65% com o teste de
emergência em areia primeira contagem.
Foram consideradas de maior importância somente as
correlações que apresentaram valores iguais ou superiores a
0,6, pois de acordo com Markus (1973) são valores mínimos
para aceitação da associação entre testes correlacionados.
4. CONCLUSÕES
O menor desempenho fisiológico nos testes diretos
(vigor e de germinação) e nos indiretos (viabilidade) foi para
as sementes da cultivar de arroz ANa 9027.
Os genótipos de arroz caracterizaram-se pelo padrão
trifásico da curva de liberação de lixiviados pelo teste de
condutividade elétrica e absorção de água.
O teste de condutividade elétrica é consistente na
determinação do vigor de sementes de distintos genótipos de
arroz, principalmente no apontamento de lotes com baixo
desempenho fisiológico.
Na condução do teste de condutividade elétrica é possível
reduzir o período de imersão das sementes de arroz para 8 h,
na diferenciação do potencial fisiológico de sementes de
diferentes genótipos com vigor acima de 80%, das abaixo
desse padrão.
O teste de condutividade elétrica conduzido sem
fotoperíodo apresenta maior correlação com os demais
testes, tornando-o mais representativo do ponto de vista
metodológico.
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