Rinaldi et al.
Nativa, Sinop, v. 9, n. 2, p. 157-162, mar./abr. 2021.
161
valores superiores a 80% de espaçamentos aceitáveis no
plantio mecanizado do milho, apresentando desempenho
superior aos requisitos mínimos exigidos para sua
certificação.
Resultados distintos foram encontrados por Santos et al.
(2016), com melhores resultados de espaçamentos aceitáveis
com o uso de sulcadores do tipo haste na velocidade de
trabalho de 6,3 km h
-1
. Jasper; Silva (2015) relatam que o
mecanismo de disco duplo deve ser preferível quando o
espaçamento entre fileiras é de 0,45 m e, o uso de haste é uma
boa opção com espaçamentos de 0,9 m, a fim de obter em
ambas as situações menores custos operacionais.
Na menor velocidade estudada, 6 km h
-1
, apresentou o
menor percentual de espaçamento falho, o que é esperado
devido ao maior percentual de espaçamento aceitável. Estes
resultados corroboram Bottega et al. (2018), que encontraram
maiores percentuais de falhas na velocidade de 8,0 km h
-1
,
quando comparada com as velocidades de 4 e 6 km h
-1
.
De acordo com Klein; Klein (2018), as maiores
produções de massa de grãos por espiga foram obtidas para
os espaçamentos falhos, enquanto nos espaçamentos
aceitáveis e duplos não foram observadas diferenças na
produção de massa de grãos por espiga.
Relacionando os fatores distribuição de sementes pelo
sistema mecânico e pneumático com a produtividade da
cultura do milho, nas velocidades de 3,0; 5,0; 7,0 e 9,0 km h
-
1
, Cortez et al. (2020), obtiveram maiores rendimentos na
velocidade de 5,0 km h
-1
com o sistema mecânico, quando os
dados de produtividade foram agrupados em classes.
A patinagem das rodas motrizes do trator é maior quando
se realiza a abertura do sulco com órgãos ativos fixos, ou seja,
sem movimento rotativo, como no caso da haste sulcadora,
com requerimento de força de tração 22,28% superior ao
solicitado pelo mecanismo rotativo (FRANCETTO et al.
2015).
Este fato ajuda a explicar maiores espaçamentos
múltiplos para o mecanismo de haste, com possível condução
das sementes enquanto a semeadora estava com o
deslocamento limitado, pela ação da patinagem das rodas
motrizes do trator. Portanto, pode ter sido depositado mais
sementes em um menor intervalo de tempo, aumentando
assim os espaçamentos múltiplos entre plântulas.
A porcentagem de múltiplos foi 179,2% maior quando
utilizou o sulcador do tipo haste. A análise de variância das
características índice de velocidade de emergência - IVE e
tempo médio de emergência - TM, pelo método manual de
avaliação da distribuição longitudinal, demonstrou que a
velocidade de trabalho não influenciou o IVE de plântulas,
possivelmente devido à uniformidade na profundidade de
deposição no sulco de semeadura e também não provocou
danos à semente, mesmo se tratando de uma semeadora onde
a individualização das sementes é mecânica, ou seja, com
dosador de disco horizontal perfurado. Por outro lado,
Bottega et al. (2018) observaram que o valor médio de IVE
para o dosador pneumático foi maior e diferiu
estatisticamente para o dosador de disco. Portanto, as
sementes não perderam seu vigor, com isso, não alterou sua
velocidade de emergência.
O índice de velocidade de emergência de plântulas ter
sido maior para o sulcador de haste pode ser explicado pela
tendência a aprofundar mais no solo e depositar a semente
em maiores profundidades, mesmo tendo feito testes de
regulagem e verificação da profundidade de deposição das
mesmas no solo. Portanto, pequenos acréscimos da
profundidade de colocação das sementes com o uso da haste
sulcadora acarretaram em aumento no índice de emergência.
Ao se realizar o sulco com discos pode-se trabalhar em
maiores velocidades que não interferirá no tempo de
emergência das plântulas de milho; porém, ao se trabalhar
com haste é preferível optar por velocidades até 8,0 km h
-1
.
5. CONCLUSÕES
O conjunto mecanizado operando a 6,0 km h
-1
, com
sulcador do tipo disco, promove o melhor estabelecimento
inicial da cultura do milho.
As plântulas de milho emergem em menor tempo nas
velocidades até 8,0 km h
-1
com sulcador de disco.
A metodologia de uso de imagens captadas por aeronave
remotamente pilotada não se mostrou eficaz para a
determinação da distribuição longitudinal de plântulas,
necessitando de novas pesquisas.
6. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa
de Minais Gerais, FAPEMIG, pelo apoio financeiro.
7. REFERÊNCIAS
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