A Encruzilhada dos sentidos Política indigenista em Mato Grosso (1831-1845)

Autores

  • Odemar Leotti historia.ufmt@yahoo.com
    UFMT

Resumo

Este artigo tem por objetivo analisar a política indigenista em Mato Grosso de 1831 a 1845. Apesar de ser um projeto que se propunha um desenvolvimento evolutivo e contínuo, na prática, foi carregado por rupturas, e cada cultura apropriou-se do discurso colonizador de acordo com suas modalidades receptivas. O Estado Imperial, além dos obstáculos oferecidos pela multiplicidade cultural interpretativa, esbarrava-se nos jogos de interesses da elite local. O governo provincial, ao tentar colocar essa política em prática, sofreu pressão dessas lutas políticas em seu interior, fato que impediu sua consumação de forma harmoniosa. Dessa maneira a Província de Mato Grosso foi palco de uma política indigenista carregada de descontinuidades, marcadas pelos limites de um saber que se arrogava como sendo único e verdadeiro. Esta política, na tentativa de viabilizar o projeto colonizador, volta sua força contra todas as sociedades que porventura se colocassem no caminho do sonhado progresso, principalmente os Bororo Coroado, obstáculos à construção de estrada para as províncias do sul. A multiplicidade cultural dos povos locais que, no discurso colonizador, aparecia como de fácil domínio, tornou-se, com o tempo, algo enigmático e incaptável, garantindo com isso descontinuidade e tensão ao projeto colonizador. Palavras-chaves: Povoamento. Diversidade. Descontinuidade.

Publicado

2010-11-24