UMA DEMANDA FORMATIVA POR CONHECIMENTOS QUÍMICOS: O CONFRONTO COM CURRÍCULO

Autores

DOI:

10.26571/REAMEC.a2019.v7.n2.p185-206.i8454

Palavras-chave:

Currículo, Formação continuada, Educação em Química, Educação indígena

Resumo

Neste texto nós refletimos sobre uma demanda de formação continuada para a docência em Química, apresentada por professores indígenas, destacando múltiplas dimensões do currículo da área das Ciências da Natureza. Partimos do questionamento a respeito das condições necessárias para dimensionar uma formação continuada comprometida com a produção curricular. Assim, visamos interpretar tais dimensões em relação às aspirações curriculares, relativas ao conhecimento químico. Os resultados indicam que as experiências formativas dos professores se apoiam em abordagens hegemônicas, mas também possuem características de uma política cultural. Os dados nos apontam desde adesões voluntárias, processos individuais e coletivos de estudo, até o reconhecimento de diferentes matrizes de conhecimento e distintas bases epistemológicas presentes na Educação Básica.

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Biografia do Autor

Mariuce Campos de Moraes, Universidade Federal de Mato Grosso

Sou graduada em Licenciatura Plena em Química, mestre em Educação e doutora em Educação em Ciências e Matemática pela Universidade Federal de Mato Grosso. Sou professora desde 1990, tendo iniciado minhas experiências docentes na Educação de Jovens e Adulto, passei também por escolas de Ensino Médio regular, segui posteriormente para a Educação Profissional, no CEFET de São Vicente-MT, onde atuei por nove anos e atualmente sou docente da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus/Cuiabá. Tenho experiência no ensino de Química e interesse por sociologia das ciências, sociologia da educação, ensino de ciências, agroecologia, desenvolvimento rural e educação ambiental. Atualmente, sou pesquisadora vinculada ao Laboratório de Investigação da Química, da Diversidade e das Aprendizagens (LÍQUIDA) e à Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC) junto a qual desenvolvi meu doutoramento através do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Matemática. Minhas intenções atuais de pesquisa articulam estudos de sustentabilidade, subjetividade e cultura.

Larissa Kely Dantas, Universidade Federal de Mato Grosso

Larissa Kely Dantas, concluiu o mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso em 2013. Graduada em Licenciatura Plena em Química pela Universidade Federal de Mato Grosso em 2010. Tem experiência na Gestão do Ensino Superior e docência com ênfase nas áreas de Ensino de Química, Ensino de Ciências, Formação de Professores, Estágio Supervisionado, Iniciação a Docência e Ciência e Tecnologia de Alimentos. É pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Ensino de Química (LabPEQ/UFMT). Foi professora substituta da área de Ensino de Química no Instituto de Ciências Exatas e da Terra (ICET)/Departamento de Química/UFMT. Atualmente é professora de Química do Plural Centro Educacional.

Mariele Rondon Santos Gonçalves, Universidade Federal de Mato Grosso

Possui graduação em Quimica Licenciatura Plena pela Universidade Federal de Mato Grosso (2012) e mestrado em Química de Produtos Naturais pela Universidade Federal de Mato Grosso (2015). Tem experiência na Pesquisa de produtos Naturais, atuando principalmente nos seguintes temas: Annonaceae, acetogeninas, iridoides e Bignoniaceae. Ampla experiência em docência nos níveis médio e superior e na formação de professores. 

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Publicado

2019-08-01

Como Citar

MORAES, M. C. de; DANTAS, L. K.; GONÇALVES, M. R. S. UMA DEMANDA FORMATIVA POR CONHECIMENTOS QUÍMICOS: O CONFRONTO COM CURRÍCULO. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, Cuiabá, Brasil, v. 7, n. 2, p. 185–206, 2019. DOI: 10.26571/REAMEC.a2019.v7.n2.p185-206.i8454. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/reamec/article/view/8454. Acesso em: 19 abr. 2024.