A MATEMÁTICA INTUITIVA NO MANUAL DE LIÇÕES DE COISAS DE CALKINS: TRADUÇÃO DE RUI BARBOSA

Autores

DOI:

10.26571/REAMEC.a2019.v7.n1.p245-267.i8214

Palavras-chave:

Matemática, Lições de Coisas, Método Intuitivo, História da Educação Matemática.

Resumo

Neste texto objetivou-se investigar a conceituação do método intuitivo e a sua presença no Manual de Lições de Coisas, mais especificamente no que se refere ao ensino de matemática, de Norman Allison Calkins, presentes na tradução de Rui Barbosa de Oliveira publicada em português em 1886. Esta pesquisa desenvolveu-se no âmbito da história da educação matemática, tendo um aporte teórico-metodológico da história cultural, com base em Chartier (1990), Certeau (2007), Choppin (2004), Julia (2001), dentre outros autores/pesquisadores. Os dados foram colhidos em livros, recortes de jornais, leis, decretos, assim como outros registros. Na leitura analítica da obra citada, interligando-se as ilustrações vinculadas aos conteúdos, atividades e às organizações dos exercícios, percebe-se os contextos metodológicos utilizados pelo autor e endossadas pelo tradutor. A análise das fontes revelou a existência de “novas” práticas pedagógicas, mudanças de significado para o ensino de número e a introdução de novos conteúdos na Aritmética escolar, à medida que vinha sendo constatada a presença do ensino alicerçado pelo método intuitivo na matemática primária de Calkins (1861, 1881). Observou-se a importância desta publicação em português, e da ação de seu tradutor para os desenvolvimentos educacionais vivenciados durante o século XIX e início do século XX.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.generic.paperbuzz.metrics##

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Rogerio dos Santos Carneiro, Universidade Federal do Tocantins

Doutorando em Educação em Ciências e Matemática pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECEM) da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); Mestre em Educação Matemática, pela Universidade Severino Sombra (USS); Graduado em Licenciatura Plena em Matemática, pela Universidade Estadual de Goiás (UEG); possui Pós-Graduação Lato Sensu em Metodologia de Ensino e Pesquisa na Educação Matemática e Física, pela Faculdade Católica de Anápolis; Pós-Graduação Lato Sensu em Educação em Direitos Humanos, pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), e Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Produção, pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Integrante do Grupo de Pesquisa de História da Educação Matemática no Brasil (GHEMAT-Brasil). Professor Efetivo da Universidade Federal do Tocantins - UFT, curso de Licenciatura em Matemática do Câmpus de Araguaína. Atua nas áreas: Educação Matemática; História da Educação Matemática; Matemática; Educação; Física; Estatística.

Lucia Maria Aversa Villela, UNIVERSIDADE DE VASSOURAS

Possui licenciatura em Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ - 1973), mestrado em Educação Matemática pela Universidade Santa Úrsula (USU -1994) e doutorado em Educação Matemática pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN - 2009). Trabalhou no Colégio Pedro II (aposentando-se em 1995) e na Universidade Severino Sombra (aposentando-se em início de 2016). Trabalhou no Colégio Pedro II como docente e na Universidade Severino Sombra, foi docente e coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Educação Matemática dessa Instituição. Atuou como pesquisadora junto ao Grupo LaPHEM (Laboratório de Pesquisa em História da Educação Matemática) na USS do qual foi coordenadora. Atualmente desenvolve pesquisas em História da Educação Matemática, atuando como pesquisadora junto ao Grupo Associado de estudos e Pesquisas sobre História da Educação Matemática no Brasil (GHEMAT-Brasil).

Referências

AURAS, G. M. T. Uma vez normalista, sempre normalista: A presença do método de ensino intuitivo ou lições de coisas na construção de um habitus pedagógico (escola normal catarinense 1911-1935). Paraná, 2005. (Tese de Doutorado)

BARBOSA, R. Reforma do ensino primário e várias instituições complementares da instrução pública. vol. X, t. I ao IV, Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa; Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1981.

BASTOS, M. H. C. Ferdinand Buisson no Brasil – Pistas, vestígios e sinais de suas ideias pedagógicas (1870-1900). In: História da Educação. ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, 2000. p. 79-109. Disponível em http://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30140/pdf. Acesso em: fevereiro de 2014.

BITTENCOURT, C. M. F. Livro didático e conhecimento histórico: uma história do saber escolar. 1993. Tese (Doutorado em História Social). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.

BLOCH, M. Apologia da História ou o ofício do historiador. Tradução: André Telles, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

BRASIL. Lei de 15 de outubro de 1827. Disponível em: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/3_Imperio/lei%2015-10-1827%20lei%20do%20ensino%20de%20primeiras%20letras.htm. Acesso em: maio de 2013.

BRASIL. Decreto n° 7.247, de 19 de abril de 1879. Reforma do ensino primário e secundário no Município da Corte e o superior em todo o Império. Disponível em: http://www2camara.gov.br/legislacao/publicacoes/doimperio. Acesso em: maio de 2013.

BRASIL. Decreto n. 1.331-A de 17 de fevereiro de 1854. aprova o regulamento para a reforma do ensino primário e secundário no Município da Corte. Disponível em: http://www2.camara.gov.br/legislacao/publicacoes/doimperio. Acessado em: junho de 2013.

BUISSON, F. Conférence sur l’enseignement intuitif. In: Conférences pédagogiques faites aux instituteurs delegues à l’Exposition Universelle de 1878. Paris: Librairie Ch. Delagrave, 1897.

CALKINS, N. A. Lições de Coisas. Obras Completas de Rui Barbosa vol. 13, t. 1. Ministério da Educação, Rio de Janeiro, 1950. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/169134. Acessado em: janeiro de 2013.

CALKINS, N. A. Primeiras lições de coisas. Trad. Rui Barbosa. Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1886. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/169134. Acessado em: setembro de 2012.

CALKINS, N. A. Primary object lessons, for training the senses and developing the faculties of children. A manual of elementary instruction for parents and teachers. 40th ed.--Rev. New York: Harper & Brothers, 1881. Disponível em: https://catalog.hathitrust.org/Record/100114824. Acessado em: junho de 2013.

CALKINS, N. A. Primary object lessons for a graduated course of development: a manual for teachers and parents with lessons for the proper training of the faculties of children. New York: Harper & Brothers, 1861. Disponível em: http://name.umdl.umich.edu/AFM4352.0001.001. Acessado em: junho de 2013.

CARNEIRO, R. S. O método intuitivo na aritmética de Calkins e Trajano. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática), Universidade Severino Sombra, Vassouras-RJ, 2014.

CHARTIER, R. A história cultural: entre práticas e representações. Tradução de Maria Manuela Galhardo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil S. A., 1990.

CERTEAU, M. A escrita da história. Tradução: Maria de Lourdes Menezes. 2ª ed., Rio de Janeiro, RJ: Forense Universitária, 2007.

CHOPPIN, A. História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. In. Anais do XXII Congresso do ISHEE (200, Alcalá, Espanha). Publicado na Revista Pedagogia Histórica, v.38, n.1, 2002, p.21-49. Tradução de Maria Adriana C. Cappello. In: Educação e pesquisa. FEUSP, São Paulo, v.30, n.3, set/dez. 2004, p.549 – 566.

JULIA, D. A cultura escolar como objeto histórico. Tradução: Gizele de Souza In. Revista Brasileira de História da Educação, n. 1. São Paulo, Campinas: Editora Autores Associados, 2001.

LEITE, T. R. Noticia do Instituto dos Surdos e Mudos do Rio de Janeiro, enviada para a Exposição de Philadelphia com os artefactos de seus alunos, de 2/ 3/ 1873. In Jornal do Pará. Anno XIV, nº 193. 27 de agosto de 1875. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=219339&pesq=ensino%20intuitivo. Acesso em junho de 2014.

PRADA, C. Rui e seu tempo: há 150 anos nascia Rui Barbosa, que os biógrafos admiram ou atacam. In. Problemas Brasileiros. São Paulo, v.37, n.335, p.40-43, 1999.

SCHELBAUER, A. R. A Constituição do Método de Ensino Intuitivo na Província de São Paulo (1870 – 1889). São Paulo, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2003. (Tese de Doutorado).

SOUZA, R. F. Inovação educacional no século XIX: a construção do currículo da escola primária no Brasil. In: Cadernos Cedes, ano XX, nº 51, p.9-28, novembro de 2000.

VALENTE, W. R. A educação matemática e os estudos históricos comparativos: de sua legitimidade à sua viabilidade. In: Anais do XIII CIAEM-IACME, Recife, Brasil, 2011. Disponível em: http://lematec.net/CDS/XIIICIAEM/artigos/MP1-valente.pdf. Acesso em: janeiro de 2014.

VALDEMARIM, V. T. Estudando Lições de Coisas. Campinas: Autores Associados, 2004.

Publicado

2019-05-18

Como Citar

CARNEIRO, R. dos S.; VILLELA, L. M. A. A MATEMÁTICA INTUITIVA NO MANUAL DE LIÇÕES DE COISAS DE CALKINS: TRADUÇÃO DE RUI BARBOSA. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, Cuiabá, Brasil, v. 7, n. 1, p. 245–267, 2019. DOI: 10.26571/REAMEC.a2019.v7.n1.p245-267.i8214. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/reamec/article/view/8214. Acesso em: 19 abr. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>