“Tudo é importante, mas nossa bandeira de luta, mesmo, é o território”

Autores

  • Cristina Maria Arêda-Oshai cristinareda@gmail.com
    Universidade Federal do Pará

DOI:

10.48074/aceno.v4i8.5887

Resumo

A frase que nomina este artigo foi proferida pela líder quilombola Srª. Maria Valéria Carneiro em resposta a um questionamento sobre a invisibilidade do tema ‘saúde’ no âmbito do movimento quilombola no estado do Pará. O território tem centralidade nos debates, pois dele se extrai e nele é cultivada boa parte dos alimentos consumidos localmente; é o lugar do trabalho, mas também do lazer; onde são cultivadas, mas também extraídas plantas para uso terapêutico. O território é palco de divergências, mas também de confluências; de reprodução física e sociocultural; de conflitos, mas também de curas e de solidariedades. Sendo assim, o artigo objetiva apresentar duas das várias dimensões observadas em territórios quilombolas marajoaras, que fazem deles lugares de conflito, mas também de interações, produção de saúde-doença e de reciprocidade.

Palavras-chave: territórios quilombolas; conflitos; interações; produção de saúde-doença; reciprocidades.

Biografia do Autor

Cristina Maria Arêda-Oshai, Universidade Federal do Pará

Universidade Federal do Pará

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Publicado

2018-04-14

Edição

Seção

Dossiê Temático: Conflitos territoriais e socioambientais nas Amazônias