Desafios da patrimonialização do imaterial no caso da prática performativa do "jongo"

Autores

DOI:

10.48074/aceno.v4i7.5179

Resumo

O artigo focaliza os desafios da patrimonialização do imaterial no caso da prática performativa do jongo, refletindo sobre instâncias que as políticas de patrimonialização do imaterial viabilizam ou novos modos de criação de valor (ou de conhecimento vivo). Ressaltamos que o processo de mobilização é tão importante quanto as objetificações cujo registro ou preservação ou propriedade se trata. Assim, grupos os mais diversos, mas notadamente de matrizes étnicas afroindígenas (ressaltamos esse aspecto, pois comunica com as narrativas de miscigenação caras ao modernismo brasileiro) se iconizam mutuamente, e adquirem protagonismo e maestria, não por concessão ou adequação, e sim como desafio de abertura dos quadros estreitos da nacionalidade para horizontes contemporâneos e outros futuros possíveis. 

Biografia do Autor

Regina Abreu, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Antropóloga, Professora Associada Departamento de Ciências Sociais da UNIRIO; Autora de livros e artigos sobre Antropologia, Memória e Patrimônio.

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Publicado

2017-10-18

Edição

Seção

Dossiê Temático