Marcha das Margaridas: Participação política, empoderamento e movimento social em rede das mulheres do campo e da floresta

Autores

  • manuella paiva e holanda cavalcanti manuellapaiva@hotmail.com
    Universidade Federal Fluminese
  • Eden Tenório de Lima edendelima@gmail.com

DOI:

10.48074/aceno.v3i5.3851

Resumo

A Marcha das Margaridas é uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta. Faz parte da agenda permanente do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais-MSTTR e diversos outros movimentos feministas. Nosso objetivo é analisar a partir dessa Marcha a participação política e o empoderamento dessas mulheres, bem como a articulação em rede desse movimento social. Que se caracteriza por ser multiforme, pluritemático e interorganizacional. Portanto, é uma rede de movimento definida por práticas políticas que enlaçam os três níveis articulatórios do movimento em rede (organizacional, político e articulatório) como também os três componentes da construção política (o princípio da identidade, definição de um conflito e um projeto de mudança), de acordo com Scherer-Warren. O empoderamento das mulheres ocorre no nível intrapessoal, ou seja, ativa a capacidade que essas mulheres têm de serem protagonistas de suas vidas, ganharem conhecimento de suas forças pessoais e desse modo lutarem pela conquista de seus direitos. Como no nível comunitário, isto é, nas ações desenvolvidas por meios de processos coletivos para atingir os objetivos propostos. A participação política das mulheres do campo e da floresta proporciona visibilidade enquanto sujeitos políticos, terem voz e decisão na produção das pautas da Marcha e poder de ação na construção dos assuntos que lhe afetam. Assim, percebemos que a participação política e o empoderamento dessas mulheres a partir das ações da Marcha modificam sua vida no nível individual e coletivo, público e privado.

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Publicado

2016-09-12

Edição

Seção

Dossiê Temático