AS “MONTADAS” DO “PONTO”: ENTRE O “VIÇO” E O NEGÓCIO DO SEXO

Autores

  • FABRÍCIO SOUSA SAMPAIO farcosousa@yahoo.com.br
    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE- UFRN

DOI:

10.48074/aceno.v3i5.3823

Resumo

Na cidade de Sobral – interior do estado do Ceará – alguns jovens passaram a se “montar” e ensaiar práticas de comercialização de seus corpos. O “ponto da OAB” onde esses jovens “desciam” era constituído por rituais de entrada, estabelecimento, convivência e manipulação performática. Este artigo é um efeito da etnografia realizada no “ponto da OAB” entre os anos de 2010 a 2012 objetivando principalmente: desvelar as razões de constituição desse “ponto”, os rituais que estruturavam as sociabilidades entre as “montadas” e seus clientes, assim como os processos de “montagens” femininas articuladas nas performatividades de gênero do “ponto”.  Identidade sexual e de gênero, rituais de interação, performance, fachada e heteronormatividade constituíram as principais categorias de análise.

Palavras-chave: “ponto”. Rituais. Performance. Gênero. Identidade. 

Biografia do Autor

FABRÍCIO SOUSA SAMPAIO, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE- UFRN

Doutorando em Ciências Sociais pela UFRN- Natal/RN; Mestre em Educação Brasileira pela UFC- Fortaleza/CE e Graduado em Ciências Sociais pela UVA- Sobral/CE.

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Publicado

2016-09-12

Edição

Seção

Dossiê Temático