POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE À POPULAÇÃO LGBT: PERCEPÇÃO DAS TRAVESTIS QUE SE PROSTITUEM DIANTE DA REALIDADE DA CIDADE DE CONFRESA-MT

Autores

DOI:

10.48074/aceno.v3i5.3812

Resumo

Estudos relacionados à homossexualidade e saúde vêm sendo amplamente realizados no último século, porém no que tange o processo de inclusão das travestis neste serviço, pouco se é discutido. E com este direcionamento, a presente pesquisa busca identificar a percepção das travestis em prostituição, do município de Confresa-MT, frente aos atendimentos nos estabelecimentos públicos de saúde. Sabe-se que as questões de gênero e sexualidade sempre foram tabus na sociedade, porém a violação dos direitos dos homossexuais às políticas públicas, principalmente do universo composto pelas travestis, leva-nos a preocupação diante dos estigmas e preconceitos que condicionam esta população à uma intensa vulnerabilidade. Diante dos resultados obtidos, pode-se entender que as ações de saúde não condizem com as reais necessidades das travestis, assim como relatam a constante presença de preconceito e estigma advindo de profissionais e pacientes que também fazem uso destes serviços. Sendo assim, tornam-se necessárias reformulações nos espaços de saú­de e transformações no modo de pensar e agir dos profissionais, através da implantação de ações que sanem as necessidades destes atores sociais.

Biografia do Autor

Cleyton Geovani Kremer de Cesaro

Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário UnirG (2010), Licenciado e Bacharel em Ciências Sociais, com habilitação em Sociologia, Antropologia e Ciência Política pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2016) e Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade Federal de Mato Grosso (2014).

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Publicado

2016-09-12

Edição

Seção

Dossiê Temático