“Namoradas ou Dançarinas?”: etnografia das concepções sobre a diversidade sexual e de gênero de artesãos de brinquedos de miriti no Pará, Amazônia

Autores

  • Bruno Rodrigo Carvalho Domingues brunodomingues121@gmail.com
    Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Faculdade de Ciências Sociais
  • Fabiano de Souza Gontijo fgontijo@hotmail.com
    UFPA - IFCH - Programa de Pós-Graduação em Antropologia
  • Flávio Bezerra Barros flaviobb@ufpa.br
    NCADR/UFPA e IFCH/UFPA

DOI:

10.48074/aceno.v3i5.3769

Resumo

Ao longo dos anos, artesãos amazônidas desenvolveram técnicas para esculpir na medula do pecíolo do miritizeiro (Mauritia flexuosa) – ou, com o dizem, na “bucha” da palmeira. Essas formas de representações giram comumente em torno do universo do trabalho, das lendas e mitos, da religiosidade e do mundo rural, sempre marcadamente amazônicos. No contexto do município de Abaetetuba, no Pará, dada a diáspora que levou o artesão ribeirinho da ilha para a cidade, percebe-se que mudanças foram inseridas nas representações dos brinquedos, dentre elas, as representações da diversidade sexual e de gênero

Biografia do Autor

Bruno Rodrigo Carvalho Domingues, Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Faculdade de Ciências Sociais

Acadêmico de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará. Bolsista de iniciação científica do CNPq

Fabiano de Souza Gontijo, UFPA - IFCH - Programa de Pós-Graduação em Antropologia

Doutor em Antropologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, França. Professor de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Universidade Federal do Pará (UFPA). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq

Flávio Bezerra Barros, NCADR/UFPA e IFCH/UFPA

Doutor em Biologia da Conservação pela Universidade de Lisboa, Portugal. Professor de Bioantropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas (PPGAA), Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural (NCADR), Universidade Federal do Pará (UFPA). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq

Referências

ALENCAR, J. R. S; LOPES, J. L. M. Elementos Físicos e Culturais do Brinquedo e do Miriti. Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Física, IX, 2004.

BARROS, F. B., SILVA, D. Os Mingauleiros de Miriti: trabalho, sociabilidade e consumo na beira de Abaetetuba, Pará. Revista FSA, v. 10, n. 4, 2013, p. 44-66.

BUTLER, J. Corpos que Pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: LOURO, G. L. (org.). O corpo educado. Pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p. 151-168.

CLIFFORD, James. A Experiência Etnográfica. Rio de Janeiro: EdUFRJ, 1998.

DOMINGUES, B. R. C., SOUSA, F. F., BARROS, F. B. Memórias e diásporas dos artesãos de brinquedo de miriti na Amazônia. Anais da 67ª Reunião da SBPC. São Carlos, 2015.

DOMINGUES, B. R. C., BARROS, F. B. “Eu Amo Esse Brinquedo!”: reflexões sobre o artesanato de Miriti a partir de uma abordagem etnoeconômica em Abaetetuba (Pará). Revista Margens - Interdisciplinar, Abaetetuba. No prelo.

___________________, ______________. A Produção Artesanal de Brinquedo de miriti e suas transformações frente às exigências de mercado. Cadernos de Agroecologia, v. 10, n. 3, 2015, p.

FERREIRA JÚNIOR, A. Entalhadores do Efêmero: a vida associativa na criação dos Brinquedos de Miriti de Abaetetuba. 2015. 198p. Dissertação de Mestrado, Planejamento do Desenvolvimento, UFPA, 2015.

FERREIRA, P. R. Os Afectos Mal-Ditos: o indizível das sociedades camponesas. Dissertação de Mestrado, Antropologia Social, UnB, 2006.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade. 1: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

GEERTZ, C.. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1987.

GONTIJO, F. O Rei Momo e o Arco-Íris. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

GONTIJO, F, ERICK, I. Diversidade Sexual e de Gênero, Ruralidade, Interioridade e Etnicidade no Brasil: Ausências, Silenciamentos e... Exortações. ACENO, v. 2, n. 4, 2015, p. 24-40.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo 2010. 2010. Disponível em: http://censo2010.ibge.gov.br/ Acessado em 28 de maio de 2016.

LOURO, G. L. Um corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004

MISKOLCI, R. O Desejo da Nação: masculinidade e branquitude no Brasil de fins do XIX. São Paulo: Annablume Editora/FAPESP, 2012.

_____________. Pânicos Morais e Controle Social – reflexões sobre o casamento gay. Cadernos Pagu, n. 28, 2007, p. 101-128.

_____________. A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Sociologias, v. 11, n. 21, 2009, p. 150-182.

_____________. Estranhando as Ciências Sociais: notas introdutórias sobre Teoria Queer. Revista Florestan Fernandes. Dossiê Teoria Queer, v. 1, n. 2, 2014, p. 8-25.

NASCIMENTO, L. T. L. Mãos que Pintam a Arte: uma reflexão sobre a subjetivação e o significado do valor do trabalho das artesãs dos brinquedos de miriti de Abaetetuba/PA. IV Seminário Enlaçando Sexualidades: Moralidades, Famílias e Fecundidade, Salvador, 2015.

PELÚCIO, L. Traduções e Torções ou: o que se quer dizer quando dizemos queer no Brasil?. Revista Acadêmica Periodicus, v. 1, n. 1. 2014, p. 68-91.

PERLONGHER, N. O que é aids? São Paulo, Brasiliense, 1987a.

_______________. O Negócio do Michê: prostituição viril em São Paulo. São Paulo: Brasiliense, 1987b.

QUIJANO, A. Colonialidad del Poder y Clasificación Social. Journal of World-Systems Research, v. 11, n. 2, 2000, p. 342-386.

RICH, A. Compulsory Heterosexuality and Lesbian Experience. In: SNITOW, A.; STANSEL, C.; THOMPSON, S. (orgs.). Powers of Desire – The Politics of Sexuality. Nova York: Monthly Review Press, 1983, p. 177-215.

RIBEIRO, R.; LOBATO, L. S. Gênero, Sexualidade e Currículo nos Ateliês de Produção do Brinquedo de Miriti. 6º Seminário Brasileiro de Estudos Culturais e Educação e 3º Seminário Internacional de Estudos Culturais e Educação, anais do seminário, Canoas, 2015.

RODRIGUES, C. I. Caboclo na Amazônia: a identidade na diferença. Novos Cadernos NAEA, v. 9, n. 1, 2006, p. 119-130.

SANTOS, I. N. L. Matemática e Cultura Amazônica – representações do brinquedo de miriti. Dissertação de Mestrado, Educação em Ciências e Matemática, UFPA, 2012.

SANTOS, R. S.; COELHO-FERREIRA, M. Artefatos de Miriti (Mauritia flexuosa L.f.) em Abaetetuba, Pará: da produção à comercialização. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 6, n. 3, 2011, p. 559-571.

____________. Estudo Etnobotânico de Mauritia Flexuosa L.f. (Arecaceae) em Comunidades Ribeirinhas do Município de Abaetetuba, Pará, Brasil. Acta Amazonica, Manaus, v. 42, n. 1, 2012, p. 1-10.

SILVA, C. S. Q.; CARVALHO, N. C. A cultura e a educação amazônica na arte dos brinquedos de miriti. Eccos Revista Científica, São Paulo, n. 27, 2012, p. 17-32.

SILVA FILHO, M. R. “Eu Sou a Filha da Chiquita Bacana...” notas antropológicas sobre a Festa da Chiquita em Belém do Pará. Gênero na Amazônia, n. 6, 2014, p. 183-212.

Downloads

Publicado

2016-09-12

Edição

Seção

Dossiê Temático